Ela alisou minha bochecha com seu dedo e abriu um meio sorriso. Entendi como um sinal. Eu estava certo da minha vontade e ela também parecia estar. Mas quando fui selar nossas bocas, a Charlotte...

"E se for amor, meu bem? E se for amor, o que é que tem?"

Altas Horas - Victor e Leo

[Narrador]

E então quando Harry vai unir seus lábios... Charlotte começa a rir. Rir?!
Harry se afasta assustado e a encara.
– Que foi? – pergunta confuso.
– Você é uma criança?! – passa o dedo perto da boca de Harry o arrepiando – Suja sua cara toda! – continua suas risadas e eu Harry continua a encará-la.
Então Harry finalmente entende porque ela passou o dedo em sua bochecha antes... 'Pra limpar o rosto do idiota que nem comer direito sabe, do idiota que pensa na hipótese que a Charl quer um beijo seu! O que eu tenho na cabeça?! Ela tem razão, eu sonho demais', ele pensa.
– Arh... – Harry ri falso pra acompanhar Charlotte e sai de cima dela desolado enquanto ela continua rindo.
– Vai terminar de almoçar, – fala com um sorriso se levantando e ficando de frente pro garoto – eu vou pegar um pano pra limpar aqui.
Harry pensa rápido e a responde:
– Não, não, Charlie, eu vou lim...
– Shiu! – Charlotte o interrompe colocando os dedos nos seus lábios carnudos e rosados.
Harry sente seu coração acelerar e Charlotte se arrepia pelo contato. Rapidamente ela tira o dedo fazendo Harry esboçar um sorriso tímido, mas extremamente alegre. Ele a olha nos olhos, ela viaja naquelas esmeraldas, mas rapidamente desvia indo até a cozinha. Harry fica ali, como um bobo, apenas pensando. E se ele tivesse beijado-a? Como teria sido? Como seria depois?
E por esses pensamentos e outros que ele nem percebe Charlotte voltando pra sala. Ela joga o pano em cima da poça minúscula feita pelo suco e rapidamente limpa nem notando Harry parado olhando fixamente para um quadro na parede da sala sem nem perceber que o fazia.
Charlotte guarda o pano e quando volta, vai em direção a Harry.
– Tá vivo?! – pergunta passando a mão em frente dos seus olhos e ele volta pra realidade.
– Arh, sim, claro, ótimo. – fala rapidamente e abre um sorriso confuso fazendo Charlotte rir.
– Tava pensando em quê?
Ele rapidamente cora. 'Você' pensa ele, mas sem coragem de responder o mesmo, apenas diz com um meio sorriso tímido:
– Arh... Não posso falar...
– Ah qual é, vai, fala! – Charlotte insiste tocando seguidamente a barriga de Harry com seu dedo indicador enquanto ri de leve.
– Na menina que eu gosto. – solta com tudo e olha diretamente nos olhos dela fazendo-a fechar o sorriso no mesmo instante e parar com os movimentos com seu dedo.
– Hm... Ah tá. – fala sem ânimo e abre um sorriso falso – Vamos almoçar, hm? – aponta pra mesa.
– Ham... Vamos... – fala meio desconfiado e confuso, não havia entendido a mudança de humor de sua colega. Pensou que fosse ciúmes, mas não, não! Claro que não!
Os dois se sentam e ficam ali conversando sobre algumas coisas, rindo de outras e cada vez mais fazendo amizade.
– Mas hein, deixa eu continuar com as perguntas. – Harry diz e Charl assente com a cabeça – Onde paramos?
Charlotte pausa sua refeição tomando um gole de seu suco pra engolir melhor e rapidamente responde sem reação facial:
– No meu primeiro beijo.
– Ah... – diz coçando seus cachos e abre um meio sorriso.
Charlotte sorri e então quer saber:
– A propósito... Por que cuspiu tudo pra fora ?
Harry tira os dedos de seus cachos pondo-os juntamente e obviamente com sua mão sobre a mesa e responde a primeira coisa que vem a sua mente:
– Arh, ham, sei lá, não esperava mesmo ter sido o Niall...
Dá um sorriso amarelo e a única resposta de Charlotte é:
– Hm...
– Mas as perguntas! – Harry muda de assunto e pensa por um instante antes de continuar – Gosta de alguém? – Charlotte nega com a cabeça e põe sua franja atrás de sua orelha, mas um fio rebelde não acompanha os demais. Harry encara a garota e seu coração aperta de tristeza, mesmo ele sabendo da resposta. – Por quê? – pergunta tentando transparecer que tudo estava bem.
– Arh... Ninguém me impressionou ainda, ao ponto de gostar de verdade. – Charlotte diz coçando seu braço por alguma picada de mosquito qualquer.
– E o que um menino tem que fazer pra te impressionar? – pergunta Harry escorando seus cotovelos na mesa e fazendo seus braços e mãos como um suporte pra sua cabeça.
– Arh, tipo, ligar para os detalhes... – diz Charlotte agora olhando pras suas unhas e depois olha pra Harry que a encarava até mesmo sem querer.
– Eles tem telefone? – faz uma piada bem boba e solta um sorriso idiota, fazendo Charlotte rir de leve.
– Harry! – bate em seu braço enquanto ele ri de sua própria idiotice – Os mínimos detalhes, que fazem uma menina se derreter. E quando alguém me fizer me sentir assim... – continua sua resposta e abre um sorriso sonhador – Pode parecer bobo, mas eu realmente sonho em amar uma pessoa e essa pessoa me amar também...
Harry ouve atentamente cada palavra que sai da boca de Charlotte e encantado com sua fofura, abre um sorriso sincero, se sentindo orgulhoso de alguma forma pela menina que gostara.
– Mas e se existir 'essa pessoa' que te ama e você não vê? – Harry pergunta erguendo sua sobrancelha.
Nós sabemos que ele se refere de si mesmo, mas Charlotte não possui a mente tão aberta assim.
– Ela devia mostrar melhor... – diz convicta e por contra a sua vontade olha nos olhos profundos e verdes de Harry.
– Acha que devia arriscar? – pergunta Harry desconfiado e perguntando a si mesmo se devia dar um passo a frente na pseudorelação dos dois.
– Não, não arriscar no sentido, dizer pra mim que me 'ama', sabe? O importante é inovar as atitudes, ir de pouco a pouco me conquistando, e se não houver resultado, não é pra ser.
– Não é pra ser? – pergunta agora assustado, será que Charry, ou Harlie não é pra ser?
Charlotte se assusta de início pela rápida e não esperada reação do dono das covinhas mais fofas que existem, mas mesmo assim responde doce e claramente:
– Pra mim tem uma grande diferença entre gostar e amar uma pessoa. Amor é um sentimento recíproco entre DUAS pessoas, além de ser eterno como um amor de mãe... Por isso eu acho que se você parcialmente ama alguém e essa pessoa não te corresponde, é porque não é amor e assim, não é pra ser.
– Então, essa pessoa te ama, e você não corresponde, é porque não é pra ser?! – Harry pergunta ficando cada vez mais aflito.
– Depende dos casos, Harry... Se essa pessoa nem tentou me mostrar, me impressionar, me fazer gostar dela, isso não é amar uma pessoa!
Harry a encara por escassos minutos, e então a lhe responde com perguntas:
– Mas e se essa pessoa tiver medo de demonstrar demais? – molha os lábios – E se essa pessoa já estiver convicta que te ama e mais convicta ainda que você não ama ela?
Charlotte ergue a sobrancelha confusa e encara Harry por um instante.
– Tá sabendo de algo que eu não sei?! – pergunta desconfiada.
– Como assim? – pergunta realmente sem entender.
– Se alguém gosta de mim, Harry...
– Arh, n–não! – tosse nervoso – Eu só quero tentar entender um pouco as meninas... – fala arrumando a gola de sua camisa de nervosismo.
– Isso é pra alguém em especial...? – pergunta Charlotte com um sorriso um tanto malicioso em seus lábios.
– Talvez... – responde Harry, mas por sua vez, com um sorriso tímido.
– Mas toda menina é diferente, Harry. E com certeza a menina que você gosta é diferente de mim.
– A menina que eu gosto é igualzinha a você. – diz com um sorriso bobo e ao mesmo tempo sonhador.
– Hm. Como sabe?
Harry ri sozinho por um instante e Charlotte o encara confusa.
– Sabendo! – continua com leves risadas e vendo a expressão de Charlotte, rapidamente as cessa – Enfim, responde minha pergunta?
– Se quer que eu responda, a menina que você gosta não gosta de você?
Harry a encara, pois nem tinha pensado em o que suas palavras poderiam significar, mas brevemente e sem medo, responde:
– Não sei... Mas não do jeito que eu gosto dela.
– Então por isso é igual a mim?
Harry ri.
– Mais ou menos.
– Ok. Então, se você ME amasse, e nós dois sabemos que eu não te amo... – Harry revira os olhos e Charlotte dá uma pausa – Que foi?
– Que foi o quê?
– Por que revirou os olhos?
– Porque eu sei que me ama. – lhe responde sorrindo bobo e ela sorri balançando a cabeça.
– Continuando... – agora Charlotte revira os olhos e Harry sorri por dentro por saber que a menina não fez nenhum tipo de reação negando o que ele havia dito – Se você me amasse, e eu não te amo, você me devia fazer mudar de ideia, Harry. – olha profundamente em seus olhos – Então faça essa menina que você gosta, gostar de você da mesma forma. Chega a dar vontade de apertar suas bochechas por ver seus olhos brilhando falando dela, então tá na cara que isso é um amor recíproco! Mostra isso pra ela!
Harry prontamente abre um sorriso.
– Tem certeza? – pergunta cada vez mais alargando seu sorriso.
– Tenho. – fala convicta com um sorriso sincero e Harry então a encara.
Ela o encara da mesma forma e viaja no mar esverdeado mais conhecido como os olhos dele, sem nem perceber que ele se aproximava. Harry olha para os delineados e rosados lábios de Charlotte e se aproxima um pouco mais. Estava com o receio, mas o desejo e a sede falavam mais alto.
– Foi você quem aconselhou. – Charl apenas ouve a voz de Harry como um sussurro e um ar quente em seus lábios.
E então, quando menos espera, os lábios de Harry já tocavam os seus rapidamente. Com aquele encontro de suas bocas, ele não mais resiste e assim transforma aquele simples toque de lábios em um beijo intenso e repleto de sentimento. Harry, por causa do momento, envolve sua mão na cintura de Charlotte acariciando de leve e ela por um impulso deixa sua mão ir ao encontro dos seus cachos. Os lábios de ambos iam contra um ao outro com um desejo inexplicável e desconhecido pelos dois, o que tornava aquele beijo viciante, apaixonante, doce, onde ambas as línguas se juntavam unindo as bocas perfeitamente. Ele deslizou sua mão até a nuca de Charlotte, com o dedão acariciou a bochecha da mesma e por conta do maldito fôlego, quebrou o beijo com um último e doce toque de lábios.
Harry não teve coragem de abrir os olhos. O medo de receber um tapa ou algo do tipo o consumia. Ele tira devagar e delicadamente a mão do pescoço de Charlotte e percebendo que ela nada diz, abre os olhos. Ele encontra Charlotte parada o olhando um tanto incrédula e eles ficam assim se encarando sem dizer se quer uma palavra.
Charlotte pensava o quão confusa ficara depois daquele beijo. Nunca sentiu coisa semelhante como o que sentiu naquela união dos seus lábios com os de Harry. Ela realmente estava assustada pelo efeito que Harry tinha dado nela. E mais ainda surpresa pela declaração. Porque pra Harry não foi simplesmente um beijo, foi a revelação de quem ele gostava e até mesmo quem ele disse pra ela que amava. Ele estava envergonhado ao extremo, mas a felicidade não cabia em seu corpo. Ela disse que era amor, sem fazer ideia de que era na verdade, por ela. Ele estava feliz por essa fala e mais feliz ainda por ter certeza dos seus sentimentos depois do beijo. Assim como Charlotte, Harry nunca havia se sentido tão contente antes.
– Ham... Desculpa... – fala baixo e abaixa a cabeça pra Charlotte não ver seu sorriso que insistia em aparecer.
Ela finalmente volta pra realidade, então tenta responder:
– E–Eu vou... Eu ham...
Harry levanta a cabeça novamente pra ouvir e as palavras de Charlotte de repente somem.
– Vai aonde? – pergunta Harry se aproximando de leve fazendo o coração de Charlotte entrar em convulsão.
– Ér... V–Vou... – ela não consegue formar uma frase concreta pela cada vez maior proximidade de Harry.
Harry sorri feliz por causar tal reação na garota e então encosta seus lábios nos dos dela rapidamente, mas delicadamente, dando tempo de arrepiá–la por completo.
– Então vai, manda lembranças, não esquece de mim. – diz com um sorriso bobo no rosto.
Harry não sabia ao certo de onde tirara coragem pra fazer ou falar tal coisa, mas se sentia bem como nunca antes.
– A ge–gente tem um trabalho pra terminar. – fala Charlotte se levantando e balançando a cabeça pra esquecer o que se passava em sua cabeça. Se passava em sua cabeça em agarrar Harry e roubar mais um beijo perfeito como fora o primeiro dos dois.
– E um assunto pra começar, não acha? – ouve a voz rouca, lenta e grossa Harry atrás dela e respira fundo antes de se virar pra ele.
Mas ele estava mais próximo que ela imaginava, o que fazia seus pensamentos 'perversos' se aumentarem.
– N–Não acho.
Harry sorri.
– Paramos na culinária brasileira. – fala Harry tentando mudar de assunto e põe as mãos em seus bolsos olhando intelectualmente pra sala, como se fosse um Eisten e Charlotte segura a risada.
– Eu tava pensando em ter algum exemplo...
Harry olha pra ela novamente fazendo seus olhares se encontrarem.
– Vamos pesquisar então. – fala com um sorriso meigo e Charlotte sorri de volta.
Harry realmente queria começar o assunto sobre eles, mas entendia o quão constrangedor fora aquele momento e então colocar como se nada tivesse acontecido parecia ser o melhor a se fazer.
Enquanto isso, Charlotte não sabia nem em o que pensar. O beijo de Harry a deixou boba, sem ar, mas alegre, bem, incrívelmente bem. Ela não sabia o que dizer sobre aquilo, nem sabia o que pensava sobre aquilo! Precisava raciocinar. Charlotte na verdade, nem estava nesse mundo. Foi como se o beijo de Harry tivesse feito-a nascer de novo, uma mistura confusa de sentimentos.

[•••]

– Então acabou?! – pergunta um Harry sorridente pra Charlotte que sorria mais largo ainda.
– Acredito que sim!
– AMÉM! – fala Harry abraçando Charlotte e ela retribui automaticamente trocando um carinho aconchegante.
Tava tudo bem, até eles se soltarem... Aí eles se lembram do que ocorreu mais cedo. Seus olhares se encontram novamente, seus desejos agora são mútuos, e Harry nem esconder mais consegue. Se aproxima lentamente, mas um barulho de porta faz Charlotte se soltar rapidamente.
– CHEGUEI CHARL! – era Liam, seu irmão querido e o amigo querido de Harry. Acho que ele deixou de ser querido, só acho.
– MEU QUARTO! – grita Charlotte, bem alto, pois Liam estava no andar de baixo.
Harry se afasta virando pro computador e os dois ouvem barulhos na escada. Logo esses barulhos cessam e Liam abre a porta do quarto de sua irmã, levando um susto com Harry ali dentro.
– Eu até esqueci que tava aqui! – fala Liam rindo e cumprimenta seu amigo – E aí, sistar? – se vira pra sua irmã e beija sua bochecha.
– E aí, brothar? – sorri sincera e Liam sorri de volta – Acabou o trabalho?
– Sim! E vocês? – Liam pergunta e Harry e Charl se entreolham.
– Acabamos de acabar. – responde Charlotte com um sorriso.
– Hm, e não botaram fogo na casa?! – pergunta Liam rindo – O ódio de vocês até dói.
– Não nos odiamos mais, e hoje nos demos SUPER bem. – fala Harry com um sorriso.
– Espero que SUPER bem signifique um almoço sem xingamentos. – fala Liam em um tom bravo de brincadeira, mas Charlotte logo engole saliva de nervosismo.
Liam é do tipo protetor... ao extremo. Ela tem muito medo de qualquer reação dele na vida amorosa dela.
– Eu e Harry estamos aprendendo a nos aturar e aos poucos estamos virando amigos, só isso. – sorri falsa e cada vez mais nervosa.
– Eu sei Charl, Harry não seria nem louco de tentar alguma cois com você! – fala Liam sorrindo e Harry tosse nervoso.
– Pois é... – fala Charlotte e Harry olha pra ela.
– Tá, eu vou tomar banho! Juízo, Styles. – faz um 'tô de olho' apontando os dedos pros seus olhos e em seguida os apontando pra Harry e então sai fechando a porta.
Charlotte suspira e Harry ri.
– Que situação! – fala se virando pra Charlotte com um sorriso encantador e Charl se encolhe.
– Nem brinca com isso, Harry. Você nunca viu Liam bravo. – Charlotte diz passando a mão em sua testa como 'ufa' e suspira.
– Hm... Bom, já acabamos? Vou ligar pra minha mãe, ok?
– Beleza. – fala Charlotte se levantando e se senta na cadeira que Harry estava pra arrumar algumas coisas do slide que eles fizeram pra apresentar pra turma.
– Ei mãe... – Harry fala um pouco receioso.
– Está mais calmo, meu filho?
– Sim... E desculpa, mãe, eu...
– Eu sei querido, não precisa se explicar.
– Obrigado, mãe.
– Agradeça a Charlotte! Aquela menina é um amor!
– Eu sei... Enfim. Pode vir me buscar?
– Sim, já estou indo.
– Ok, beijo mãe.
– Até logo.
Harry desliga com um sorriso e olha pra Charlotte que mexia em seus cabelos enquanto arrumava o slide. Sorri automaticamente ao lembrar do momento único e insubstituível que teve com ela. Ele estava tão contente que queria sair gritando na rua que tinha beijado a menina mais linda do mundo.
– Perfeccionista ao extremo, hm? – pergunta Harry aproximando-se de Charlotte e colocando suas mãos em seus ombros.
– Um pouco. – responde olhando pra cima e encontra os olhinhos verdes que tanto admirava.
– No seu beijo você é ao extremo... – fala com um sorriso e Charlotte fecha o dela.
– Harry, eu...
– Não vou tocar no assunto, só quando quiser, desculpa. – fala corando de leve e Charlotte sorri tímida.
– Ok, esquece isso. – gira com a cadeira – Conversou com sua mãe?
– Sim, ela disse que você é um amor!
Charlotte sorri.
– Que fofa!
– Uhum.
– Mas você tá bem com ela?
– Graças a você, sim.
– Que bom, Haz.
Harry abriu um sorriso.
– Gostei.
– De quê?
– 'Haz', me chama sempre assim.
Charlotte ri.
– Tá né?
– Aqui, amanhã você vai lá em casa?
– Pra quê?
– Aula de matemática!
– Ah, sim, sim, claro.
– Já falou com o Liam?
– Vou falar...
– Você tem medo dele, Charl?
– Ham? – faz de desentendida.
– Medo...
– Liam é ciumento... Se é que me entende.
– Arh...
– Pois é.
– Mas eu acho que... – Harry é interrompido por uma buzina – Acho que é minha mãe. – completa rindo e Charlotte ri.
– Vamos, eu te acompanho. – fala se levantando.
Harry vai em direção aos lábios dela, ela olha pra ele e então ele desvia encostando os lábios dele em sua bochecha.
– Vamos.

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