E Se For Amor? escrita por crazydreeams


Capítulo 2
Coldplay.


Notas iniciais do capítulo

OOOOOOOOOI!



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Olho pra diretora impaciente esperando dizer meu nome, mas realmente me arrependo quando o ouço. O ‘nome acompanhante’ é o da última pessoa que eu queria ir...

         Ela disse:

         “Harry Styles e Charlotte Payne”

“Eu sei, você sabe, nós sabemos, nós temos algo.”

I Know You Know – Big Time Rush

         – O QUÊ?! – grito com mais umas três meninas que gostam do Harry.

         – Ham... – a diretora confere o papel – Você e Styles, algum problema?

         – SIM! – grito – Eu sou alérgica ao ‘Styles’! – falo apontando pro Harry que faz uma expressão facial mais triste.

         – Ham... Desculpe, Charlotte, não posso mudar as duplas. – ela me responde um tanto meiga.

         – Claro que pode! – a vaca da Stacy levanta – Eu vou com o Harry!

         Stacy, a nojentinha mais nojenta e patricinha que tem naquela escola. Ela é a ‘líder’ do ‘grupinho pink’.

         – Não! – Harry grita se levantando – A Stacy fica... me assediando! – ele continua arrancando risadas do povo da sala.

         – Eu vou com a Stacy! – Gillian Goudred, um dos nerds, levanta.

         – ECA! – Stacy grita.

         – Ei, ei, ei! – diretora fala – Eu não vou mudar as duplas, entenderam?! – ela falou grossa e séria – Charlotte, vá pra perto do Harry. Desculpe, mas se eu mudar uma dupla, as outras têm o direito de mudar também, então só faça o que eu mandei.

         Af.

         Pego minhas coisas emburrada e vou pra perto do Harry que estava encostado em uma mesa do canto.

         – Harold, por que não ficou com a Stacy?! Qual é! Você gosta de me irri...

         – Charlotte, compra um remédio pra sua alergia e fica tudo bem, beleza? – ele me interrompe – Ou melhor! Compra um remédio pra sua ignorância, aí nós dois saímos felizes. – ele continua e dá um sorriso falso apenas com os lábios.

         – Quê?!

         – Isso mesmo que você ouviu.

         – Ah tá, Harold! Até parece que você é um amor de pessoa, né?

         – Se você não percebeu, nesses tempos pra cá eu tô tentando ser legal com você, mas você me trata igual um cachorro!

         – Ah, claro! Fui eu que falei que você parece o Carl, né?

         – Ah, para Charlotte! – ele diz num tom repreensivo – Você sabe muito bem que é a menina mais bonita da sala e fica brava com uma bobeira dessas?!

         – Aaaaah, mas vo... – fiquei em silêncio por um instante – P-Perai, o quê?!

         Eu coro e vejo que ele cora também de leve. Mais bonita? O menino ‘mais desejado’ da sala me acha a mais bonita?! Sério?

         – Vai querer sentar no fundo? – ele pergunta bem sério.

         – Arh, p-pode ser... – falo ainda meio boba coçando a cabeça.

         Ele só virou e saiu andando. Ele parecia bravo, mas diria chateado. Por quê?

        [Harry]

         Sabe, eu tento tratá-la bem, mas ela me trata tão mal que às vezes me sinto na obrigação de retribuir. É, sou meio idiota, mas sei lá! Eu e a Charl implicamos um com o outro desde os 12 anos, confesso que nessa época eu tinha sérios problemas mentais, então eu era um bobão ambulante, mas hoje, mesmo não sendo muito diferente, posso dizer que sou mais cabeça. E eu vejo que essa briguinha minha com ela não leva a nada! Sério, eu tô tentando tratá-la bem, mas ela simplesmente não merece. Depois que ela disse aquilo a diretora, eu realmente fiquei chateado. Quer dizer então que ela tem alergia a mim?! Af, mais infantil que a Charlotte, só o Liam mesmo.

         Vou andando sem olhar pra trás e me sento no fundo. Ela se senta do meu lado e fica ali calada pensando. Ela ficou meio boba depois que eu a disse que ela era a mais bonita da sala. É a mais pura verdade, as outras meninas são até bonitinhas, mas não têm conteúdo. Claro, Jade e Alice são até legais, mas a Charlotte tem alguma coisa que me atrai de um jeito extraordinário. Não, não gosto dela, pelo menos eu acho, mas enfim, isso não importa.

         Fico ali quieto também e prestando atenção naquela merda de aula de história. Eu odeio história. Na verdade... Odeio qualquer matéria.

         Passa uns minutos e entra Grace. Ela é nossa professora de geografia. Ela tem cabelos ondulados e em um tom um tanto avermelhado até os ombros, usa óculos, é pequena, mas usa uns saltos bem grandes pra ficar maior, tem uma voz calma, mas ela em si é bem irritante.

         – Então... – ela começa a falar – Vejo que já estão com as duplas definitivas! O que abre as portas pro trabalho que estou organizando.

         Ela começa a explicar que o trabalho tem que ser com sua dupla e consiste em pesquisar sobre um país, escolhido por ela.

         – Qual país quer pegar? – eu pergunto a Charlotte.

         – Ah, você fala Harold? – ela pergunta irônica.

         É, eu fiquei calado esse tempo todo, só dando uns olhares discretos pra ela. Depois de ela perguntar, apenas sorrio falso com os lábios e digo:

         – Falo. Mas não sei por que ainda tento falar com você.

         Ela me encara, ia falar algo, mas só vira o rosto e limpa a garganta. Ponto pro Harry!

Volto a prestar atenção na professora. Ela explica o que quer do trabalho, explica tudo que é preciso e devo dizer que é muita coisa, e então nos dá a data. Daqui a dois dias!

– Professora Grace! – Charlotte levanta a mão fazendo todos da sala olhar pra ela, inclusive eu – Dois dias é muito pouco pra tudo que a senhora exigiu, não acha?

A sala toda concorda e Grace olha pra Charlotte com a sobrancelha erguida.

– Não, não acho. Comece hoje e dá tempo! – ela diz um tanto arrogante. Eu disse que ela é irritante!

Charlotte abaixa a mão lentamente e olha pra mim, desvio o olhar em uma fração de segundos e ela se vira pra professora de novo.

Grace começa a designar os países pra cada dupla e chega nossa vez:

         – Harry Styles e Charlotte Payne, o país de vocês é o Brasil.

         Olho pra Charlotte e vejo um sorriso se formando em seu rosto. Brasil?! Eu não sei nada do Brasil, só sei que as mulheres lá são bonitas, nada mais.

         – Conhece? – pergunto.

         Ela se vira pra mim e aumenta o sorriso.

         – Tinha uma amiga brasileira, ela me contou algumas coisas de lá, a cultura é incrível! – ela diz com um certo brilho nos olhos.

         – Hm. – me viro pra professora de novo.

        [...]

         Bate o sinal marcando o fim da aula e você ouve um tumulto. Barulhos de cadeiras sendo arrastadas no chão, mochilas sendo fechadas, passos de pessoas e você vê também a cara de mamão do professor de matemática vendo que não daria tempo pra passar matéria nova. Odeio aquele cara. Joseph é seu nome. Além dele ser chato, ele é professor de matemática! Só sendo um alien pra entender o que aquele cara fala. Eu tiro 4, 3, 2 [/vamos fingir que o sistema de notas da Inglaterra é o mesmo que o do Brasil, okay?\] e já tirei 1 em uma prova. Eu tenho uma incrível dificuldade em matemática.

         Me abaixo pra arrumar minha mochila e sinto uma mão em meu ombro, indo pras costas. Um pequeno choque elétrico percorre meu corpo e olho pra cima no mesmo instante. Vejo Charlotte.

         – Ahn... – ela começa – Nós temos que começar o trabalho de geografia hoje, sabe né?

         Me levanto e coloco a mochila nas costas.

         – Sim, e daí?

         – E daí que meus pais viajaram ontem e vão chegar só à noite. Sendo assim, não tenho carro e não quero ir até sua casa a pé.

         – Vamos fazer na minha casa?

         – Liam deve fazer lá em casa e você vai se desconcentrar com ele e vai fazer gracinha atrapalhando todos, como sempre.

         – Ah... – rio pelo nariz – Então volta comigo no ônibus e almoça lá em casa.

         – É preguiçoso o suficiente pra não poder me buscar? – ela pergunta com um leve sorriso depois de rir.

         – Não, eu não tirei carteira ainda, Charlotte. – faço uma careta – E se eu tivesse tirado, você acha que eu iria de ônibus pra escola?!

         Ela me encara.

         – Hm. – ela ajeita sua mochila nas costas – E como vou embora?

– Minha mãe te leva quando voltar do trabalho, ou meu padrasto.

– Pede pra eles então? E pede pra eu almoçar também. – ela diz um tanto sem graça.

         – Não precisa pedir, Charl.

         – Precisa sim!

         – Não precisa, e vamos logo se não vamos perder o ônibus! – digo saindo e ela fica parada lá – Vem, Charlotte!

         – Eu não saio daqui até você ligar pra sua mãe. – ela diz cruzando os braços.

         – O que adianta ligar pra ela e não ter ônibus, Charlotte?! Vamo logo!

         – Você vai ligar no ônibus então. – ela diz descruzando os braços e indo em minha direção.

         – Que seja, vamos? – pergunto estendendo a mão pra ela.

         Ela olha pra minha mão, olha pra mim e passa direto deixando minha mão no vácuo. Af. Vou atrás dela e vamos andando em silêncio até a porta da escola.

         Entramos no ônibus correndo, ela quase cai na escada, mas eu a seguro antes de isso acontecer. Não me seguro e solto uma risada enquanto minhas mãos estão em sua cintura, que por sinal, é bem definida. Ela me fuzila com os olhos e tira minhas mãos de sua cintura. A ignoro e subo depois dela. Me sento, ela vai até Liam e fala alguma coisa com ele, ele faz uma cara engraçada, ela fala outra coisa pra ele, ele assente com a cabeça e ela se senta do meu lado.

         – Vai, liga pra sua mãe. – ela fala séria.

         – Já liguei. – menti. Não precisava pedir pra minha mãe, era só colocar mais um prato na mesa e avisar que ela tinha que levá-la.

         – Ligou mesmo?

         – Liguei Charlotte, eu hein!

         – Hm. – ela abraça sua mochila e olha pra frente.

         Fico ali quieto e depois de um tempo recebo uma mensagem de Liam:

         “Quero aproveitar que a Charlotte vai estar fora e fazer uma festa surpresa de aniversário. Tem como me ajudar?”

         Olho pra ele e ele faz um sinal pra respondê-lo.

         “Ajudar de que forma?”

         Não demora muito tempo, ele me responde:

         “Ela disse que sua mãe vai levá-la pra casa... Faça isso ser um pouco mais tarde?”

         “Mais tarde que horas?”

         “Tipo, 19h”

         “Ela não vai querer ficar lá até 19h!”

         “É aí que sua mãe entra! Conta pra sua mãe da festa e diz pra Charlotte que ela só pode levá-la nesse horário. Pode ser?”

         “Mas e se ela inventar de ir pra casa a pé? Ela é doida e me odeia!”

         “Ameaça ligar pra mim, ela sabe que eu não deixo.”

         “Uh, mandão!”

         “Pode ser, Harry?! -.-“

         “Pode, ok.”

         Quando vou guardar o celular, ele vibra de novo.

         “JUÍZO COM ELA HARRY, SE NÃO É UM HOMEM MORTO!”

         Eu rio baixo.

         “Não prometo nada... Hehe...”

         – HARRY! – ouço o grito de Liam e Charlotte olha imediatamente pra ele, junto com todos do ônibus – O que estão olhando? – ele continua como se nada tivesse acontecido, todos ignoram e olham pra frente, menos Charlotte que olha pra mim.

         – O que você fez? – ela pergunta.

         – Eu nada, seu irmão é doido! – digo rindo e ela me ignora e olha pra frente.

         “Harry, isso é sério!”

         Eu rio mais alto ainda.

         “Vai cagar, Liam! Eu e Charlotte não combinamos e você conhece sua irmã também! Ela me odeia, lembra?”

         “Se eu souber de qualquer gracinha... Tá avisado, Harry”
         “Morrendo de medo, Li! Haha”

         “Idiota”

         “Não vou gastar meus créditos com você, sua namorada gata tá aí do seu lado, vai dar atenção pra ela.”

         Guardo o celular e um tempo depois chega em minha casa. Charlotte corre, dá um beijo na bochecha de Liam, acena pra Jade e depois desce comigo.

         – Você já veio aqui? – pergunto tentando me lembrar do passado.

         – Não... Eu acho... Ah sim! No seu aniversário de 13 anos...

         – Só?

         – Acho que sim... Você nunca me convidou pra nada!

         – E você aceitaria meu convite? – pergunto rindo.

         – Na verdade, não. – ela diz com um sorriso e eu a encaro com cara de tédio. Ela ri e eu vou até a porta.

         Tiro a chave, abro e Charlotte vai atrás de mim.

         – CHEGUEI MÃE! – grito arremessando a mochila no sofá e vejo Charlotte se encolhendo de timidez e colocando lentamente sua mochila na poltrona.

         – Posso colocar aqui? – ela pergunta.

         – Claro! Fica a vontade.

         – Harry, com quem tá conver...?! – Minha mãe chega falando, mas quando vê a Charlotte, suas palavras somem.

         – Mãe, essa é a Charlotte...

         Vejo Charlotte ficando vermelha igual um pimentão. Ela ficou fofa até.

         – Oi Charlotte...! – minha mãe diz se aproximando, cumprimenta a Charl com dois beijos e olha pra mim com um olhar desconfiado – Ham... Você é... a namorada do Harry?

         Charlotte olha pra mim, mais vermelha ainda e eu rio um tanto alto.

         – Não, mãe! Ela é uma... colega minha na escola, vamos fazer um trabalho hoje... De geografia.

         – Ah! Vai almoçar aqui, Charlotte? – minha mãe pergunta sorrindo.

         – O Harry não te avisou? – Charlotte pergunta cada vez ficando mais corada.

         – Não, não falou nada... – Charlotte arregala os olhos, minha mãe percebe e dá uma risada – Mas tá tudo bem querida, não tem problema! – ela sorri e Charlotte me fuzila com os olhos, me fazendo rir.

         – Desculpa, desculpa mesmo! Eu disse pro Harry te pedir antes, mas ele...

         – Tá tudo bem querida! Sério mesmo.

         – Ah mãe, e hoje você pode levar ela pra casa né? – pergunto.

         – Ahn... Sim, sim! Com certeza! – minha mãe diz e sorri. Charlotte fica mais vermelha – Tudo bem Charlotte, sério! Harry nunca me avisa nada, porque realmente não precisa! – ela sorri de novo – E a propósito, meu nome é Anne. Anne Cox.

         – Obrigada. E eu sei seu nome, sou a irmã do Liam, não deve lembrar de mim, mas vim aqui no aniversário de 13 do Harry... – Charlotte diz se acalmando um pouco.

         – Você é aquela menininha no aniversário do Harry?! – minha mãe quase grita.

         – Isso... – ela diz um pouco sem graça e sorri.

         – Meu Deus! Como você cresceu! Por que nunca veio aqui depois?!

         – Arh... Sem oportunidade... – Charlie falou e olhou pra mim, que retribuí o olhar.

         – Nossa, mas você tá linda, Charlotte! – minha mãe não é nem um pouco escandalosa. -.-

         – Obrigada sra. Cox, eu...

         – Anne, só Anne. – minha mãe interrompe Charlotte, que sorri.

         – Obrigada, Anne. – ela diz sem graça, eu nunca vi Charlotte sem graça, não perto de mim.

         – Vem, vamos almoçar! – minha mãe diz puxando a mão da Charlotte.

         Charlotte bem educada, pede licença ao entrar na copa, onde estava meu padrasto e a Gemma, minha irmã.

         – Chegou, Har...! – meu padrasto começa a falar e faz a mesma coisa que minha mãe quando vê Charlotte – Arh... Temos uma visita! – ele dá um sorriso maior que a cara.

         – Então... Essa é a Charlotte... – falo coçando a cabeça.

– Muito prazer, Charlotte! – meu padrasto levanta – Você é definitivamente a namorada mais bonita que Harry já teve. – ele continua com o sorriso e estende a mão pra Charlotte.

         Charlotte fica mais vermelha que o normal, parecia que ia explodir.

         – E-Eu não sou a namorada do Harry... – ela diz se encolhendo, minha família tem sérios problemas. É porque na verdade, toda vez que levo uma menina em casa, geralmente é minha namorada, eles já se acostumaram.

         – Arh... Desculpe Charlotte... S-Sou o Robin. – meu padrasto diz um tanto sem graça e estende a mão de novo. Charlotte o cumprimenta e se vira pra Gemma.

         – Arh, Charl, essa é minha irmã, Gemma. – falo estendendo o braço pra mostrá-la – Charllote, Gemma, Gemma, Charlotte.

         – Muito prazer... – Charlotte diz estendendo a mão e Gemma levanta pra cumprimentá-la com dois beijinhos.

         – Eu já te vi em algum lugar... – Gemma diz fechando os olhos e estralando os dedos pra lembrar.

         – Eu sou a irmã do Liam... – Charlotte diz.

         – AH É! – Gemma grita – Nossa, você cresceu!

         – Você também... – Charlotte diz e sorri – Acho que você tinha uns 15 anos quando te conheci.

         – É mesmo! – Gemma diz sorrindo.

         – Ahn, Harry e Charlotte, lavem as mãos e venham almoçar. – minha mãe diz.

         Charlotte assente com a cabeça, eu faço o mesmo e mostro um sinal pra ela me seguir.

         Quando entramos no banheiro:

         – Meu Deus, eu nunca fiquei tão vermelha na minha vida! – ela diz passando a mão nos cabelos e soltando um suspiro. Eu dou uma risada bem alta.

         – Desculpe por eles, Charlie... É que as poucas vezes que trouxe menina aqui em casa, eram minhas namoradas, sabe?

         – Eu não sei como uma menina pode te namorar, Harry, sério.

         Eu a encaro com uma cara de tédio e ela ri.

         – Charlie, Charlie, Charlie... – digo sorrindo e a viro pro espelho fazendo nós dois encararmos nossos reflexos – Você já me viu antes? – falo com um sorriso travesso e ela faz uma cara de desgosto.

         – Tá, você é bonito, e daí?

         Para tudo!

         – Vo-Você me acha bonito?
         – Harry, eu não gosto de você, mas eu não vou mentir que você é bonito.

         Eu dou um sorriso maior que a cara.

         – Sério, Charl?

         – Ninguém nunca te disse isso? – ela pergunta confusa voltando a olhar pra mim.

         – Já, mas não esperava isso vindo de você... – fico meio pasmo ainda – Obrigado, Charlie... – sorrio e a viro pro espelho de novo – Eu não sei como você não tem namorado! Olha só pra você, que linda.

         Suas bochechas ficam rosadas, ela solta um sorriso tímido, mas vira pra mim e ergue a sobrancelha. Eu continuo sorrindo.

         – É isso mesmo? Nós dois trocando elogios?
         Eu rio.

         – É... Isso tá ficando estranho.

         Ela sorri e se vira pra pia. Pela primeira vez, eu e a Charlotte sorrimos um pro outro, de forma sincera, sem ser irônico, sarcástico ou falso. Isso é... bom.

         – Mas enfim, Harold...

         – Começou...

         – Ok, Harry. – ela sorri – O que importa em um garoto não é a beleza física... É o que está... – ela encosta o dedo em meu peito – aqui. – ela sorri – Não interessa ser o mais lindo, se você não tiver caráter, personalidade ou cabeça o suficiente pra levar um papo normal.

         – Como nós dois não temos, né?

         Ela sorri.                                                  

         – Talvez...

         – Hm.

         – Harry, isso realmente tá ficando estranho.

         – É, eu sei... Como a gente nunca conversou normalmente?

         – Sei lá, você sempre fala coisas fúteis.

         – E você só me dá patadas.

         – HARRY! – ouço o grito da minha mãe.

         Charlotte seca as mãos, me espera fazer o mesmo e seguimos até a copa.

        [Charlotte]

         Eu e Harry agindo como humanos! Tá, exagero. Agindo como colegas... Isso é estranho. Ele é até... simpático. Na verdade, tô me precipitando, ele só me elogiou, deve continuar a mesma merda.

         Chegamos na copa e todos nos encaravam.

         – O que estavam fazendo? – Robin, padrasto do Harry, pergunta.

         – Lavando as mãos, dã. – Harry diz se sentando.

         Eu fico ali em pé olhando pras cadeiras. Era uma mesa de 8 cadeiras, ou seja, sobraram 4 pra eu poder sentar. Anne e Robin estavam um do lado do outro, Gemma estava sentada numa ponta e Harry sentou em um canto. Eu realmente não sabia onde sentar. Harry olha pra mim e rapidamente se levantou puxando a cadeira que estava do seu lado.

         – Senta, Charl. – ele fala corando de leve, eu sorrio, agradeço com a cabeça e me sento.

         Tá, ele é até fofinho.

         Fica um silêncio mortal, o único barulho que se sobressaia era dos garfos batendo nos pratos. Até que Robin quebra:

         – O que vão fazer hoje?

         Harry olha pra mim e eu respondo:

         – Vamos fazer um trabalho de geografia.

         – É sobre o quê? – Anne pergunta.

         – Temos que pesquisar sobre um país, pegamos o Brasil. – Harry fala.

         – Legal. – Gemma fala.

         Continua o silêncio mortal até o fim do almoço. Insisto a Anne pra ajudar a arrumar a mesa, mas ela diz que tudo bem e Gemma se oferece. Sorrio com a fofura deles e Harry faz um sinal pra segui-lo até seu quarto.

         Eu fico um tanto admirada. Era até arrumado, um computador em um canto e sua cama de solteiro no outro, alguns pôsteres pregados na parede de um azul claro, mas ao mesmo tempo escuro, bem bonito. Um tipo de estante com vários CD’s, um guarda-roupas e só. Um quarto pequeno, mas bem espaçoso.

         – Então... Vamos fazer o quê? – ele pergunta se jogando na cama.

         – Acho que devíamos fazer slide ao invés de cartaz.

         – É. Definitivamente mais fácil. – ele diz se sentando.

         – Tá, então vamos começar, liga o computador.

         – Você anotou aquelas coisas chatas?

         – Yes.

         Ele se levanta e faz o que eu peço.

         – Vou colocar alguma música, pode?

         – Contanto que você não desconcentre... – ele riu – E coloca música boa!

         – Tipo...?
         – Gosta de Coldplay?

         – Ah para, Charlie! Vo... – ele vira a cabeça pro lado um tanto surpreso – Perai, Coldplay?! Você gosta de Coldplay?! – ele tava quase gritando.

         – Adoro, por quê?

         – Eu também! – ele deu um sorriso tão grande que até me fez sorrir – Na boa, a primeira menina que eu conheci que gosta de Coldplay!

         – Não, a Jade gosta muito de Coldplay.

         – A Jade é toda errada. – ele fala rindo, me fazendo rir – Geralmente vocês gostam de Justin Bieber e sei lá o quê.

         – Eu amo o Justin Bieber, Harry.

         Ele faz uma careta.

         – Pelo menos adora Coldplay, menos mal. Qual sua música favorita?

         – Ham... Definitivamente In My Place, aquele solinho do início é vida! – ele ri – Mas claro, amo Paradise, Every Teardrop Is a Waterfall, ham...

         – Clocks! – ele grita e eu concordo com a cabeça.

         – Gosto de Charlie Brown... Gostei também aquela com a Rihanna. AH CLARO! Viva La Vida.

         – É, Viva La Vida é Viva La Vida, né?

         Eu rio.

         – E The Scientist?! The Scientist é muito boa. – falo sorrindo e ele cada vez sorria mais largamente. Meu Deus, que sorriso lindo.

         – Amo! E gosto de Fix You...

         – É muito boa! E Yellow!

         – Sim! Speed Of Sound também é uma das melhores. – sorrio concordando – Vou colocar um dos CD’s! – ele diz animado se levantando da cama e indo até sua estante de CD’s. Vejo que ele pega Mylo Xyloto, o último do Cold e põe Paradise.

         Nós dois começamos a cantar alto e em “para-para-paradise” começamos a pular e estava divertido. Nunca imaginei me divertindo com o Harry. Não mesmo.

        [/Oiiiiiiiii! Desculpa a demora e espero realmente que tenham gostado. Fiquem tranqüilas, essa melação não vai durar muito tempo, se não, não vai ter graça. Ashuashuas, espero reviews fofinhos como sempre, e muito obrigada por eles! AMO vocês, beijos! AAAAAAAH! E obrigada a recomendação da PandoraCrazy, thanks linda e obrigada por conversar comigo no twitter, kkkk, é sempre legal. Quem não tem, @rafanassimb. :3\]


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Notas finais do capítulo

REVIEWSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS??????????????????!!!