Daisuki escrita por AC3


Capítulo 5
Aprendendo com uma Fujoshi




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A semana seguinte começou tranquila. Tudo parecia ter voltado do normal. Foi como se eu nunca tivesse me declarado para Shion-kun. Nem consegui vê-lo...

Foi assim, pelo menos, na escola.

Ao chegar em casa, a situação foi diferente: mal fiquei sozinho com Rin, ela já começou com suas “aulas” de yaoi, shonen-ai e sei lá mais o que.

Realmente. Tudo apenas parecia ter voltado ao normal.

— Tá pronto, Len?

— Acho que tô... – eu não tinha muita escolha.

Estávamos no quarto dela, que não tinha muitas diferenças do meu. O armário repleto de mangás devia ser a mais significante delas.

— Você já leu aquela pilha que eu te mostrei?

— Só alguns.

Eu estava sentado na cama dela, em perna-de-índio, com um travesseiro amarelo em meu colo.

— Muito bem, – ela estava pé na minha frente, segurando uma prancheta e um canetão preto. – hoje vamos às bases de qualquer casal yaoi.

— Que seriam...?

— Semes e ukes. – Rin escreveu esses dois nomes na folha presa a prancheta.

Ela esperou que eu falasse algo, mas fiquei quieto.

— Semes são os “machos” da relação – a expressão me causou certo espanto. – Eles cuidam e protegem seus parceiros, sendo, geralmente, os que ficam “por cima”.

Fico vermelho ao ouvir aquilo – como se isso fosse novidade...

— Ukes são as “fêmeas” as relação – me pergunto quem seria a “fêmea”: eu ou o Shion-kun? – No seu tipo de yaoi, eles são inseguros e envergonhados. E, geralmente, ficam “por baixo”.

Demorei um pouco para absorver as perversões que ela me ensinava.

— Como assim “meu tipo de yaoi”? – perguntei.

— Hum... – ela escreve “lemon” e “dark lemon” na folha. – como o seu romance é do tipo fofinho, ele é lemon. Se fosse algo um pouco mais pesado, seria dark lemon.

— Dá um exemplo.

— Estupro.

Nesse momento, eu fiquei realmente chocado:

— Co... co... como?

— É. Estupro. – estranha era a naturalidade com que ela falava. Comecei a achar que a minha irmã é que era pervertida. – No dark lemon, apenas o seme deseja o relacionamento, então ele obriga o uke. Na verdade, eu escrevi uma fic nesse estilo uns dias atrás, se você quiser, eu te mostro.

— Não precisa... – eu estava ficando assustado.

Rin sorriu para mim e disse:

— Eu falei que poderia te traumatizar.

— Mas eu não ter que...? – minha voz sumiu no meio da frase.

— Claro que não, Len! – ao escutar isso, suspirei, aliviado. – O seu romance seria classificado como lemon, isso, é claro, se vocês já fizessem sexo...

— Sexo?!

—... mas, como você gosta do Shion-kun e ele também gosta de você... – ela não pareceu ter me escutado.

— Ele ainda não gosta de mim!

— É só você aguardar. – ela fez um sorriso malicioso e voltou a falar. – Enfim, vocês vão construir o sentimento de amor juntos... relaxa!

— Falar é fácil!

Rin largou a prancheta e o canetão no chão, aproximou-se de mim e acariciou minha cabeça. Depois voltou a falar, com um dos sorrisos mais sinceros que já vi ela fazer:

— Você gosta dele, não gosta?

— Gosto... – temia o rumo que aquela conversa poderia tomar.

— E ele não tá se esforçando para poder ficar com você?

— Tá...

— Então, não percebe? Ele já gosta de você, só que não descobriu isso ainda...

— Mas, se nós vamos acabar juntos, por qual razão eu tenho que aprender sobre esses mangás yaois?

— Para você fisgá-lo mais rapidamente. Antes que alguém tente convencê-lo a não gostar de você. – ela pega a prancheta e a caneta do chão. – Falando nisso, você entendeu o que é seme e o que é uke?

— Sim... mas ainda não vejo utilidade nisso e esse negócio de “ir rápido antes que tomem de você” não me convenceu...

— Isso não importa... – como “não importa”? É a minha opinião! – toda essa explicação é pra te fazer uma pergunta...

— E qual seria?

— Você quer ser seme ou uke?

— Como?

— Você quer ficar “por cima” ou “por baixo”?

A vermelhidão surge, novamente, em meu rosto.

— Como você pode me perguntar uma coisa dessas?!

— Não se acanhe pequeno Len.

— Depois eu é que sou pervertido...

— Claro que é! – exclamou ela. – Na verdade, acho bom você aproveitar a oportunidade que está tendo, se continuar assim, você não vai ter escolha.

— E o que eu seria? – perguntei, curioso.

— Você ficaria “por baixo”.

— O que?!

Ela desiste da prancheta e da caneta, jogando-as na cama. Coloca a mão esquerda na cintura e aponta para mim com a outra.

— Não se faça de inocente, Len Kagamine! Você sabia muito bem como seriam as coisas se você gostasse de outro cara!

— Calma...

O pior é que ela estava certa.

— Eu... – eu já estou cansado de ficar vermelho! – não sei, Rin. Na verdade, eu não faço a menor ideia! Não seria melhor essa classificação ocorrer naturalmente?

Rin não respondeu diretamente, o que me deixou temeroso com a possível reação que ela iria ter.

Felizmente, ela pulou em cima de mim e me abraçou:

— É por isso que eu te adoro, Len!

O abraço durou alguns minutos, sendo que eu já estava sem ar quando ela me soltou.

— Por que essa felicidade repentina? – perguntei.

— Você é muito kawaii! Shion-kun vai adorar!

— Quer dizer que as “aulas” já acabaram? – a esperança tomou conta de mim.

— Claro que não! – respondeu ela. – Eu ainda tenho que te ensinar como cortejar o Shion-kun – cortejar? – Além disso, você não terminou de ler os mangás que eu te emprestei...

Nem consegui contestar, pois ela já voltou com a “aula”.

O resto da semana continuou da mesma maneira: tudo normal na escola e várias “aulas” de perversão em casa.

Parecia que a Rin nunca mais ia me deixar em paz...

 


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo é uma prova que reviews podem mudar uma fic. Se não fossem os comentários de vocês, não teria as ideias que precisei para fazê-lo
Essa foi a primeira aula da Rin...
O que acharam, foi útil?