Our Dark Paradise escrita por tory m


Capítulo 5
It don’t have to be a love song


Notas iniciais do capítulo

Yeh, pessoal! Quinto capítulo postadinho como prometido! :D
Um pequeno avanço temporal e na história também.
Oh, parece que alguém não quer muito amor! Haha
Respondo aos reviews do cap passado ainda hoje, ok?
Boa leitura e comentem por favoooor T.T
ENJOY KILLJOYS!
Its time to do it now, and do it loud



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X... Um mês depois ...X

FRANK



– Ah, por que você parou de cantar, garoto malvado? – Eu disse risonho logo depois de entar na cozinha e cutucar de leve a lateral das costas de Gerard, que fazia alguma coisa cheirosa e doce. Ele cantarolava ‘Jesus Of Suburbia’  ,sacudindo os cabelos longos e batucando do pior jeito possível na pia e nas minhas forminhas de cupcake sujas.




Mikey dizia que não tinha coisa mais gay que Gerard fazendo cupcakes e cantando Greenday com a voz totalmente fora do tom – . todas as noites rezava a Billie Joe que não escutasse as besteiras dele – , mas eu adorava quando seus pais saíam e nós íamos para casa dele fazer isso. Dessa vez seu irmão não estava ali para manda-lo calar a boca, e eu até achava bom. Sim, por esse motivo que você – Sr.(a) malícia – está pensado, seu(a) safadeeenho...



Gerard se virou rapidamente para mim, com o tubo de buttercream em mãos e simplesmente esparramou aquela meleca na minha cara. Emburrado, vi ele rir de mim. Meu nariz estava sujo e ele veio para o meu lado para limpar e eu virei de costas, infantilmente correndo cozinha a fora em direção a sala. Gerard me seguiu e me jogou no sofá. Ok, chamem-nos de crianças.





– Serio, eu já disse para fazerem essas merdas no seu quarto Gerard! – Separei meus lábios dos de Gerard - que ria do irmão ainda com o corpo sobre o meu.





– Papéis estão se invertendo não é, Mikes? Eu sou o irmão mais velho ainda sabia? – Ele disse e se sentou no sofá, me arrastando junto dele e enlaçando minha cintura até que eu sentasse em seu colo. Ele deu uma leve lambida na minha bochecha onde ainda tinha o resto do creme verde dos bolinhos e depois escorregou os lábios até os meus, num beijinho rápido. Mikey ia subindo as escadas. – Hey, Mikey! Pega as cupcakes para nos dois lá na cozinha, por favooor! – Ele fez cara de pidão, mas aquela carinha só funcionava comigo.





– Ah, desculpa... Eu esqueci meu avental de empregada lá em cima...




– Sínico...




X... Dias depois ...X



HELENA


Dez e quarenta. Mais um intervalo para o lanche e eu estava sentada no mesmo lugar, fazendo as mesmas coisas. Aquele pé de pêssego aparentava estar ali há provavelmente mais de um século e havia se tornado minha melhor companhia nos últimos dias. “Ok, declare-se agora louca, por dizer que sua companhia é uma árvore. Quem será a próxima? Um garfo? Está enlouquecendo de vez, com certeza...”





Eu fazia sempre a mesma rotina: o sinal soava, eu esperava que a maior parte dos alunos saísse da sala e me retirava dali com minha mochila nas costas. Sentava nos pés do pessegueiro, juntava algumas canetas e meu caderno, e começava a escrever qualquer coisa. Geralmente também tomava três ou quatro cápsulas de analgésicos – que, segundo a minha filosofia particular, serviam para curar alguma dor do lado esquerdo do peito, pertinho do pulmão, sabe?




Fazia dez minutos que eu escrevia aquele poema/música – chame do que quiser. – o qual já estava começado a algum tempo, acredito que tenha sido na época em que estive no hospital, sozinha como sempre. Eu não tinha nenhum título para ele ainda, apenas estava escrito “cancer”, com letra minúscula, mesmo. Estava ali só para que eu – ou qualquer um que lesse frases soltas dele – não o confundisse com uma canção de amor. Tentava dar um ritmo para ele batendo a lateral do lápis no all star mais imundo que eu já tive.







… and if you say, goodbye today… I’d ask you to be true… ‘cause the hardest part of this, is leaving you…’cause the hardest part of this is leaving you…






– Ah, mas já acabou? – meu coração galopou em meu peito. Tão dispersa e envolvida no que estava escrevendo que mal percebi que cantarolava em sussurros baixinhos aqueles versos. Girei levemente meu tronco, me deparando com uma cabeleira aloirada – delicadamente selvagem, eu diria – adornando o rosto de um garoto alto que me oferecia um sorriso, como a muito não faziam.







O reconheci sendo um colega de classe mas mesmo assim nem nunca havíamos nos olhado direito. Vendo toda a minha ‘não-ação’ ele tropeçou uma palavra ou outra, abobado.






– Er, bem, eu tava aqui atrás e... ouvi você cantar. Bela letra. – Ele gesticulava compulsivamente e em algum canto de mim eu achei graça daquilo.






– O-Obrigada. – Não queria prosseguir com mais inteiração. Por mais gentil que o garoto estivesse sendo, eu não gostava de longas conversas. Ele acabou insistindo.






– Sabe, eu tenho um amigo que também escreve. – Eu apenas sorri, desconfortável. – Oh, desculpe. Prazer, sou Ray, Raymond... – Continuei o encarando, ainda procurando algo o que dizer. – Raymond Toro... E você é Helena, não é... ?






– Ah, sim... Prazer, Helena Luver. – Devíamos estender as mãos para o outro, mas aquela minha barreira gelada impedia quaisquer contato que fosse.






– Ray, que diabos aconteceu para você dem... – Ele parou, eu parei. Aquele mesmo brilho de novo, pronto para afrontar minha proteção e me fazer ir e voltar ao nada e do nada. Mais uma vez, o Way de olhos felinos. – Ah, er… Desculpe eu, vou lá ver… o Frank tá me chaman…







– Oe, Gee! Que isso! – Raymond passou o braço ao redor do tal ‘Gee’ – ou Way, como eu me acostumei a me referir a ele. Não que eu me refira tanto assim à ele, mas... ok, continuemos assim então... – Calma, a gente não vai te morder! – ele riu e eu permanecia parada. – Só se você pedir, sabe...








– Er, eu tenho que ir, ok? Ah... adeus... – Abaixei meu olhar, e recolhi alguns de meus pertences sentindo algo de errado com minhas bochechas depois do que Raymond disse sobre ‘morder o Way’.








Ok, eu não conseguia mais ficar a tão perto dele sem querer gritar ou correr e fugir dali. E o pior de tudo aquilo era que eu começava a ligar os pontos e descobrir toda a razão do meu nervosismo. Eu escrevia sobre aquilo, mas pensei que, na posição em que sempre me colocava perante aos outros, eu nunca seria atingida por aquele sentimentozinho ríduculo.






“IDIOTA, IDIOTA, IDIOTA!!! VAI CAIR NESSE ABISMO DE NOVO, HELENA?”







E antes que você se pergunte, sim, tudo começou com aquele olhar vazio no primeiro dia de aula, me dando boas vindas a minha mais nova perturbação particular. Os dedos trêmulos e as pernas mais moles do que deviam quando eu sentava próxima a ele era o que eu achava ser resultado dos remédios que eu tomava antes de sair de casa, mas nas ultimas três manhãs eu percebi que e a ínfima vontade de passar o dia de olhos fechados, só para ver aquele brilho que nenhum dos outros olhos um dia possuíram deviam ser efeitos colaterais de outra coisa.




CONTINUA...




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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? *w*