Our Dark Paradise escrita por tory m


Capítulo 2
Stars fade from your eyes


Notas iniciais do capítulo

Hn, e que comece a história não é?
Meus DEAD!readers, aparecam ok? Não quero saber de fantasma nenhum puxando meu pé de noite, porque eu não agradei vocês com a fic, ok?
Espero que gostem!
Narrado pela HELENA! Personagem criada por mim, e podem usar como base para a aparencia a Tracy (a Helena do clipe) o/
ENJOY KILLJOYS!
Its time to do it now, and do it loud



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HELENA

Passos pesados sobre a grama macia e verde daquele campus era o que eu dava como boas vindas aquela maldita escola. As mãos enterradas e os dedos gelados nos grandes bolsos do casaco – que parecia me engolir –, era o ponto mais alarmante de que eu não estava confortável no meu novo ambiente estudantil.

“Só mais uma escola para entrar no meu currículo.” – pensei, admitindo estar espantada com a quantidade de alunos ali, todos me encarando feito um filhote de pato em meio uma ninhada de coelhos. Na verdade, a comparação anterior é perfeitamente ignorável, mas eles faziam o mesmo que você está fazendo nesse exato momento: me julgando.

Oh, não! Mas uma adolescente revoltada com tudo e com todos por motivo algum. Vejamos aonde vai dar...

Em partes, isso era certo. Nem tudo me agradava, mas estando a passos de voltar a ser a estranha aluna nova – pela quarta vez, desde a sexta serie –, eu queria mesmo é que tudo se explodisse e que se possível eu também, junto de todos os comprimidos e cápsulas dentro da mochila pesada que eu arrastava nos ombros.

Lembranças de um câncer, pode-se dizer.

Mesmo depois de dois anos de quimioterapia, eu ainda me via presa aquelas caixinhas com tarjas pretas e diversos antidepressivos. Apenas para que conste, foi exatamente ai onde tudo o que eu conhecia como “ser normal” – dentro do ponto de vista clássico – foi deixado de lado. Os coleguinhas de 12 anos rejeitaram a menininha careca e pálida que voltou do hospital e nem mesmo meus pais faziam questão de sair de casa e apresentar a princesinha deles ao mundo.

Depois tudo o que se seguiu – até que com 14 anos eu chegasse aqui – são só acontecimento em meio a remédios, rock ensurdecedores e alguns cortes nos pulsos. Típico tipinho adolescente revoltado, você diria. Sim, nisso eu devo concordar com você.

Depois do que pareceu-me uma eternidade, escutei ao longe um sino – ou qualquer outra coisa parecida –, soar em meio aos gritos e gargalhadas de alguns alunos. Olhei pela sétima vez o papel a minha mão: “8ª serie – 9ºano escolar, sala 208 – 2º andar”. Uma correnteza de corpos passou por mim, que apenas suspirei agradecendo por ser ali ao menos invisível. Um homem mais alto disse algo para mim, mas eu apenas o segui.

De pronto, linhas brilhantes e sólidas foram em minha direção até que eu visse um par de olhos perdidos por aquela sala fria, naquele 4 de agosto.

– Alunos. Essa é a Senhorita Luver, ela foi transferida para nossa instituição esse mês. – Senti o coração falhar duas batidas. “Malditas apresentações” – Gostaria de nos falar algo? – Rolei os olhos até o senhor de cabelos grisalhos a minha frente. Em resposta a ele, eu apenas permaneci encarando-o e apertei os livros contra o peito mais fortemente. – Bem, acho melhor conversar com os outros depois, não é... Bem, pode se sentar ali.

Caminhei em passos falsos até uma das cadeiras no meio do grande espaço sendo devorada por orbes vampíricos de alunos, sentindo como se tudo ficasse grande, em escalas exorbitantes e amedrontadoras, pronto para me engolir e levar-me dali, até que voltasse ao normal, ficasse pequeno e aumentasse de novo. Murmurei qualquer coisas antes de  respirar fundo numa pequena vertigem – causada provavelmente pelos dois ou três comprimidos a mais que havia tomado naquela manhã. Sentei-me, e sendo levada pelas pequenas ondas que repentinamente passaram a me embalar naquele arquipélago de olhares metediços, eu vi de novo sutis e aveludados orbes caírem sobre os meus. Com as pálpebras bem abertas, curiosas e instigantes, ele parecia querer me dizer ‘Oi’.

Por três segundos tentei encontrar uma cor para eles, mas feito um gato de rua, eles correram, fugindo do alcance do meu lento reflexo, escondendo-se por debaixo dos fios negros e ligeiramente compridos dos cabelos de seu dono, encolhido sobre os papéis espalhados em sua mesa.

Ajeitei o tecido grosso do casaco, recostando melhor na carteira pequena demais para que eu me sentisse confortável. Ainda pensava naqueles olhos.

Eles não eram verdes brilhantes e iluminados, nem fáticos verdes escuro com as matas dali perto. Prefiro dizer que seus olhos estavam a beira do cor-de-mel. Brilhavam num tom entre o dourado e o verde-musgo, iluminando alguém que se escondia por não querer brilhar. Ele tinha olhos cremosos, felinos, os mesmos que durante a monótona aula de literatura descobri serem inquietos, instigados, dançando sobre uma folha secreta que ele escondia com os braços.

– Senhor Way. Posso ver o que tanto lhe chama atenção em seus cadernos? – Não olhei, nem mesmo fiz questão de prestar atenção na figura do professor ao meu lado, resmungando algo para o tal Way de olhos felinos.

Pare de chamar as pessoas assim, sua idiota” – Repreendi-me mentalmente, enquanto deslizava os dedos sobre a capa de um dos livros. Algumas risadas foram dadas, mas não me interessei em saber o motivo.

“Talvez seja eu... ou o Way”

Suspirei, fazendo uma nota mental sobre parar de pensar nele, e até mesmo referir-me a tal. Passei a mão por meus cabelos curtos – mal nos ombros esbarravam –, e deixei que meu olhar se perdesse em algum canto da sala de aula preenchida por alunos inquietos e produtores de som e murmúrios cada vez mais altos. Por fim fechei os olhos, vendo brilhar em meus pensamentos algo brilhante, num tom entre o dourado e o verde-musgo.

Every time I close my eyes

Is like a dark paradise

- Lana Del Rey

CONTINUA…


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Notas finais do capítulo

Hey! Estou aprovada? KPSOAPOK
Só mesmo um comecinho para a história. Hell conheceu o Gerard e por agora tudo deles se resume a olhares e só. Mas será que fica só nisso?
PRÓXIMO CAPÍTULO TEMOS O FRANK (mostrando como ele é um grande homem) ~morre~ Ok, comecei bem, fazendo uma piada tosca sobre o Fronks, mas ok...
Se tiver algum erro, me falem! õ/
Mereço reviews? *-*
So long, Destroya³¹