Blood Promise Por Dimitri Belikov escrita por Jullys13


Capítulo 8
Capítulo 8




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Quando voltei até Rose desta vez ela estava dormindo, parecendo realmente cansada, então deitei na cama ao seu lado. Ela abriu os olhos e me olhou assustada, mas logo seu olhar se suavizou e ela sorriu tocando meu rosto. “Você voltou. Senti sua falta.”

Eu peguei sua mão e beijou a palma. “Eu tinha coisas para fazer.”
        Ela me olhou novamente e fez uma careta, esfregando o sangue seco em minha boca. “Então eu vejo.”

“É a ordem natural, Rose. Como está se sentindo?”

“Melhor. A não ser...”

“O que?

Ela parecia irritada e com ciúmes e eu sucumbi um sorriso.

“Eu estava na cabeça de Lissa,” eu disse finalmente. Não havia mal em contar isso para ele. Como Nathan, ele sabia onde era a academia. “E... eu fui expulsa.”

“Expulsa?”

“É... eu estava vendo através dos olhos dela comosempre faço, e então alguma força... eu não sei quem, uma mão invisível me empurrou para fora. Eu nunca senti nada como isso.”
        “Talvez seja uma nova habilidade do espírito.”

“Talvez. Só que eu estive observando ela com regularidade, e eu nunca vi ela praticar ou sequer considerar nada disso.”

Eu encolhi levemente os ombros e coloquei o braço ao redor dela. “Ser acordada te dá melhor sentido e acessibilidade para o mundo. Mas não te faz onisciente. Eu não sei porque isso aconteceu com você.”

“Claramente não onisciente, ou Nathan não iria querer tanto informações sobre ela. Porque isso? Porque os Strigois estão obcecados em matar as linhagens reais? Sabemos que eles tem – você tem – tentado fazer isso, mas porque? Porque importa? Uma vitima não é uma vitima – especialmente quando vários Strigois costumavam ser de linhagem real?”

“Isso requer é uma resposta completa. Uma grande parte de caçar a realeza Moroi é o medo. No nosso antigo mundo, a realeza está acima dos outros. Eles tem os melhores guardiões, a melhor proteção. Se ainda sim conseguirmos pegar eles, então o que isso diz? Significa que ninguém está seguro. Cria medo, e o medo faz as pessoas fazerem coisas tolas. Faz deles uma presa mais fácil.”

“Isso é horrível.”

“Presas ou –”

“Sim, sim, eu sei. Presa ou predador.”

Meus olhos se estreitaram levemente, eu não gostava de ser interrompido, mas  deixei. “Tem também um beneficio de acabar com a liderança Moroi. Isso cria uma instabilidade também.”

“Ou talvez eles fiquem melhor com uma mudança de
liderança,” ela disse.

Eu dei outro olhar a ela e ela pareceu estremecer, mas continuou. “E quanto ao resto?”

“O resto...” eu sorri. “O resto é prestígio. Fazemos pela glória. Pela reputação e a satisfação de saber que somos responsáveis por destruir aquilo que outros não foram capazes de destruir por séculos.”

Essa era a natureza Strigoi. Malicia, caçar, matar. Não precisava ter outras razões.

Meu olhar passou de Rose para o criado mudo, onde ela havia deixado todas as suas joias. Todos os presentes que eu havia lhe dado estavam ali. Passando por ela, eu ergui o nazar, um pequeno pingente em formato de olho, que supostamente servia para proteção. Ela o tinha ganhado de seu mãe. “Você ainda tem isso.”

“Sim. Mas não é tão bonito quanto as suas coisas.” Ela disse.

Então peguei um anel. “Isso eu não vi antes,” ele era estranho. Quando o toquei, me senti diferente, mas continuei segundo e observando. Ele parecia magico.

“Eu o peguei enquanto estava –” ela hesitou.

“Enquanto você estava o que?”

“Enquanto estava na sua cidade. Em Baia.” Eu parei de brincar com o anel e olhei para ela.“Você esteve lá?”

“Eu achei que você estaria lá,” ela explicou. “Eu não sabia que Strigois caçam em cidades aqui. Eu fiquei com sua família.”

Voltei a olhar para o anel. “E?”. Aquilo me despertou curiosidade e uma espécie de saudade, o que era estranho, já que eu não tinha mais nenhum daqueles sentimentos dentro de mim.

“E... eles eram gentis. Eu gostei deles. Eu passei muito tempo com Viktoria.”

“Porque ela não estava na escola?”

“Era páscoa.”

“Ah, certo. Como ela está?”

“Bem,” ela disse rapidamente. “Karolina também é boa. Ela me lembra você. Ela enfrentou uns caras dhampir que estavam causando problemas.”

Eu sorri imaginando minha irmã lutando com outros dhampirs. “Eu posso ver Karolina fazendo isso. Ela já teve o outro bebê?”

“Sim...É uma menina, Zoya.”

“Zoya,” eu repeti olhando para ela. “Não é um nome ruim. Como está Sonya?”

“Está bem. Eu não a vi muito. Ela estava um pouco sensível... Viktoria disse que era por causa da gravidez dela.”

“Sonya também está grávida?”

“Sim. Seis meses, eu acho.”

Meu sorriso diminuiu, eu não gostava do modo que a minha família levava a vida. “Eu suponho que fosse acontecer cedo ou tarde. As decisões dela nem sempre são sábias como a de Karolina. Os filhos de Karolina foram uma escolha.... estou supondo que o de Sonya foi uma surpresa.”

“Sim. Eu também tenho esse pressentimento.”

Eu mencionei o resto dos membros da família. “Minha mãe e avó?”

“Er, bem. As duas. Sua avó me assustou um pouco.”

Eu tive que rir com este comentário. “Sim, ela faz isso com as pessoas.”

“E ela fingiu não falar inglês.” Ela falou parecendo irritada com isso.

“Sim, ela faz isso também.” Eu continuei sorrindo. “Eles todos ainda vivem juntos? Na mesma casa?”

“Sim. Eu vi os livros que você me contou. Aqueles bonitos – mas eu não consegui ler eles.”

“Foi onde comecei a ler sobre o faroeste americano.”

“Cara, eu adoraria gozar de você por causa disso.”

Eu engasguei. “Sim, entre isso, seus estereótipos sobre a música europeia ocidental, e toda a coisa do “camarada” você tem muita matéria.”

Ela riu também. “’Camarada’ e a música eram meio fora de linha. Mas você mesmo trouxe as coisas de cowboy para si, entre a capa de couro e –”. Ela parou e eu percebi seu desconforto.

“Então você os deixou e veio para Novosibirsk?”

“Sim. Eu vim com aqueles dhampirs com quem eu estava caçando... aqueles outros não prometidos. Mas quase não vim. Sua família queria que eu ficasse. Eu pensei sobre fazer isso.”

Eu ergui o anel na luz, pensativo. Ele me trazia uma sensação estranha. “Você provavelmente deveria ter ficado.”

“Eles são boa gente.”

“Eles são,” eu hesitei suavemente. “Você poderia ter sido feliz lá.” Falei colocando o anel de volta na mesa e então me virei ela, trazendo nossas bocas juntas, num beijo suave e doce, mas que logo se tornou furioso e faminto.

Eu me afastei do beijo e ela falou novamente. Ela estava muito falante hoje, mais do que de costume. “Como é?”

“Como é o que?”

“Beijar.”

Eu franzi a testa. “Como assim?”

“Você disse que estar desperto aumenta todos os sentidos. Beijar é diferente então?”

“Ah. É, mais ou menos. Meu senso de cheiro é mais forte do que costumava ser, então seu cheiro é muito mais intenso... seu suor, o xampu em seu cabelo... é além de tudo que você pode imaginar. Intoxicante. E é claro, o gosto é mais afiado e o toque melhora.” Eu me inclinei e a beijei novamente, e ela continuou perguntando. 

“Quando estávamos do lado de fora na outra noite, as flores eram realmente fortes. Se o cheiro é forte para mim, então são demais para você? Eu quero dizer, o cheiro não é demais?” E assim começou um interrogatório, perguntando sobre os aspectos da vida de Strigoi, como era, como eu me sentia. Ela parecia curiosa e entusiasmada. E eu respondi satisfeito, pensando que provavelmente ela estava começando a realmente considerar ser despertada.

Conversamos por algum tempo e então ela pareceu cansada, bocejando entre uma pergunta e outra. “Tinha tanto que eu não conhecia... ainda não conheço...” ela falou esfregando os olhos.

“Eu te disse que era incrível.”

“Eu tenho mais perguntas,” ela murmurei, fechando os olhos e suspirando. “Mas... estou tão cansada... eu ainda não me sinto bem. Você não acha que tenho uma concussão, acha?”

“Não. E quando você despertar, não vai mesmo importar.” Eu estava pronto para fazer isso, para despertá-la.

“Mas não até você responder o resto das minhas perguntas.” Ela falou abafando um bocejo.
        “Ok. Não até lá. Mas o tempo está acabando. Eu te disse isso antes.”

Suas pálpebras estavam se fechando. “Mas não é o segundo dia ainda...”

“Não, ainda não.”

Ela deitou na cama, com a respiração pesada.

Fiquei deitado ao lado dela, por alguns minutos, mas ela parecia realmente dormir, então me movi cuidadosamente, saindo e fechando a porta atrás de mim. Por hora ela teria seu descanso.


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