A Story Of Youth - Young. escrita por Wicked


Capítulo 4
Tom.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora, mas está aí mais um capítulo.
Este é Tom ou para os mais "íntimos" Loiro.
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And times when you're all alone all you do is think.



O despertador tocava em um som eletrônico estridente, Tom tateou as cegas a procura do aparelho para poder desligá-lo ou quebrá-lo, o que viesse primeiro, finalmente, achou o maldito objeto que lhe atrapalhou o sono e bateu nele fazendo o silêncio reinar em seu quarto.

Sabia que sua tranquilidade não iria durar por muito tempo, sabia que algum de seus empregados iria acordá-lo como o pai havia ordenado, porém resolveu apreciar os poucos minutos que tinha em sua cama, o que não durou nem cinco míseros minutos, pois ele havia escutado passos abafados do lado de fora.


– Já estou acordado – avisou a quem quer que fosse do lado de fora empurrando os lençóis – já estou acordado – falou para si mesmo passando as mãos no rosto tentando espantar o sono.


Por fim, levantou de sua cama, resignado, indo ao banheiro. Deixou a água quente cair em seu corpo e levar consigo suas preocupações e receios sobre o dia que teria; seria tão mais simples se ele realmente fosse somente um desses jovens fúteis de St. George.

Ao terminar seu banho, ele fechou o registro do chuveiro e saiu enrolado em uma toalha branca do banheiro. Pegou a roupa que lhe fora escolhida e vestiu, viu que sua mãe havia escolhido a gravata para combinar com os seus olhos, ou algo do tipo, suspirou. Estava igual ao seu pai.

Saiu do quarto e caminhou pelo longo e vazio corredor que dava para a escada, foi para a sala aonde costumava ter as refeições, ao chegar lá viu a mesa posta e sua mãe sentada ao lado da cadeira da ponta. Sozinha.


– Bom dia mãe – ele falou dando um beijo afetivo na testa da mulher sentando-se depois em seu lugar, a frente dela.

– Bom dia querido – ela sorriu, o típico sorriso maternal – você está muito bonito – comentou depois de levar uma xícara de chá a boca – me lembra o seu pai mais novo.


Ele deu um pequeno sorriso, apenas para deixar sua mãe feliz, e começou a se servir de torradas e algumas frutas que haviam a mesa. Ignorava o olhar pesaroso de sua mãe enquanto comia, sabia que ela não queria aquilo e também sabia que ela não podia fazer nada para mudar aquilo. Ao comer a última torrada levantou-se e foi em direção a alta mulher loira e beijou-lhe novamente a testa.


– Te vejo mais tarde mãe – falou saindo do local.

– Boa sorte meu filho – ele a escutou responder e podia apostar o dinheiro todo de sua família que havia um sorriso triste no rosto dela.


Entrou na limousine que o esperava em frente de casa e ordenou que fosse levado ao prédio da empresa que seu pai comandava, quando o carro começou a andar, deixou-se encostar no banco de couro e relaxar, ou qualquer coisa que fosse dentro daquele terno.

Fechou os olhos lembrando da discussão de seus pais sobre aquilo, gostaria de que seu pai tivesse escutado sua mãe, na verdade, gostaria de ter sido escutado.


Flashback on.

Tom andava pela sua casa tomando uma latinha de coca-cola, costumava a fazer isso quando estava entediado, que no caso, havia se tornado bem frequente naquele mês. Passou em frente ao escritório que seu pai tinha em casa, lembrou de como aquele lugar havia sido um problema, sua mãe não achava certo ter aquilo mas por mais que ela se negasse a isso no final ela acabou cedendo. Ela sempre cedia.

Com aquele lugar, Tom realmente achou que seria ótimo, pois seu pai iria passar um tempo mais em casa em vez no prédio da empresa. Doce e ingênuo engano de um garoto de sete anos, seu pai ainda passava a maior parte na empresa, porém quando estava em casa ficava trancado lá. Tom sorriu amargamente com este pensamento.

Tomou um mais um gole de sua coca-cola, não tão mais gelada, resolveu dar meia volta e ir para o seu quarto ou aproveitar o sol do lado de fora e ir até a piscina, mas as vozes exaltadas do lado de dentro do cômodo o fez parar para escutar.


– Você não vai fazer isso com ele Derek – era sua mãe e sabia que se referia a ele.

– Ele vai tomar conta das coisas da família, Helena – a voz fria de seu pai havia parecido – que ele aprenda cedo.

– Não, ele vai cuidar daquilo que você criou – a voz de sua mãe era um misto de acusação e desespero – não vou deixar o meu filho entrar neste mundo, Derek, não vou!

– Isso não cabe a você decidir, Helena.


Tom resolveu não escutar mais, sabia que haveria gritos desesperados da parte da sua mãe, frieza da parte de seu pai e no final sua mãe cedendo as lágrimas a qualquer coisa que fosse.

Flashback off.


Tom levou seu olhar para a janela, lembrando da conversa que ouvira. No começo não entendera, era verdade, para ele, teria uma pequena parte nas ações das empresas, porém estava longe de ser aquilo e só percebera aquilo em sua viagem para Toulouse. Ele não iria ter acesso a nenhuma parte das Empresas Farrels, pelo menos não há convencional, ele teria acesso a outra parte do s negócios de seu pai, o lado negro dos negócios, ele ia comandar metade das boates ilegais que seu pai comandava e hoje seria o dia em que ele oficializaria isso.

Já havia chegado a Londres sem nem ao menos perceber por estar tão absorto em seus pensamentos. Vendo as pessoas simplórias passeando pela rua não deixou de seus pensamentos voltarem para Toulouse, a única pessoa que sabia daquilo era sua melhor amiga, Violet, também fora a única que soube e não fez perguntas, o que ela perguntou depois que ele contara foi se ele preferia assistir Pocahontas ou A Bela e A Fera, por algum motivo, aquilo havia o ajudado.

“Me ligue para me contar como foi loiro”, fora o que ela disse no dia que em que ele voltaria para a Terra da Rainha.

Sentiu o carro parar e viu que já havia chegado ao prédio, respirou fundo antes de sair do carro, ajeitou seu terno e entrou no lugar.


(...)


Tudo havia ocorrido como o esperado, na verdade, como seu havia esperado, Tom conheceu alguns “investidores” e um dos caras que surpevisionaria os negócios enquanto ele estaria na escola e o manteria informado, aquele ano ele também seria supervisionado para ver se ele tinha condições para o que lhe aguardava.

“Eu só tenho dezesseis anos”, pensou quando estava longe o bastante daquele prédio tirando o paletó, livrando-se da gravata que lhe sufocava e abrindo os botões do colarinho, “era para eu estar ganhando um carro e me preocupar se irei passar de ano”.

Não soube quando mas acabou adormecendo no caminho e só voltou a acordar quando estava em frente de sua casa. Ao entrar no local foi direto em direção ao seu quarto, estava faminto mas antes iria tirar aquelas roupas, ele não era um empresário, ele era apenas um garoto de dezesseis anos que gostaria de poder fazer escolhas e cometer erros.

Ao entrar em seu quarto foi ao banheiro, tomara outro banho e vestiu uma roupa confortável, apenas uma bermuda e calçou seus chinelos e foi procurar algo para comer na cozinha, chegou lá e preparou um omelete para si, ou melhor, prepararam.

Depois de comer sentiu o celular vibrar no bolso de sua bermuda, perguntou-se quando ele havia o pego. Viu que tinha ligações perdidas, todas de sua namorada, a qual ele parecia dedicado a ignorar as férias inteiras.

A verdade é que ele apenas estava evitando o momento de contar para ela o que tinha de fazer, pois não esconderia isso dela, não podia, a garota deveria saber os riscos que ela poderia correr com ele porque agora ele entendia o motivo de estar cercado por seguranças, de sua casa ser afastada da grande cidade, de seu pai trocar de aparelho celular praticamente toda semana. Ele estaria comandando algo ilícito, pessoas gostariam de ver aquilo destruído, pois em suas pesquisas, os locais de que seu pai era dono havia roubado clientela de muitos outros e também sabia que, por mais que parecesse, seu pai não era exatamente o chefe de tudo aquilo.

Resignado foi para a área de fora, onde havia a piscina e mais afastado o jardim se sua mãe, acenou para a mulher loira sentada na sombra, a qual devolveu com um sorriso, um sorriso triste, não precisava ser um gênio para saber o que sua mãe pensava, ela havia perdido um marido a muito tempo atrás e agora perdera um filho.

Ele sentou-se na beira da piscina tirou o celular do bolso e o colocou ao seu lado, ele estava vibrando novamente e letras apareciam na tela formando “Zooey”, mais uma vez sua namorada ligava e mais uma vez ele iria a ignorar, sem qualquer sombra de dúvida recusara mais uma chamada e com isso mergulhou na piscina.

Sentiu o choque da água gelada em seu corpo, aquilo o desligou do mundo e antes que percebesse dava braçadas e mais braçadas até chegar ao outro lado e quando chegou voltou a repetir s movimentos. Naquele momento as únicas coisas que importavam era continuar o ritmo das braçadas e concentrar-se em respirar. Aquele era seu vício, não eram as bebidas ou drogas, era nadar e nadar por horas. Pelo menos isso não fora tirado de sua vida.

Apenas parou quando ouviu sua mãe lhe chamar, seu corpo agradecera aquilo já sua mente não, mas ainda sim saiu da piscina, pegou a toalha que já estava estrategicamente colocada ao lado de seu celular, provavelmente uma das empregadas de sua mãe que havia colocado lá.

Após secar-se colocou a toalha em volta de seu pescoço e pegou o celular, mais quarenta e seis chamadas não atendidas, todas da namorada, porém viu que a freqüência havia diminuído, também sabia que iria escutar muito quando a visse

Quando entrou foi novamente para a cozinha e pegou uma latinha de coca-cola, abriu e saiu de lá dirigindo-se ao seu quarto, chegou lá sentou-se na cadeira da escrivaninha e pegou seu notebook e o ligou, apenas abriu o seu email e logo o fechou, apenas emails inúteis com a maioria provavelmente contendo vírus, tomou mais um gole antes de abrir a caixa de enviar e começar a mandar um email para Violet.

Não sabia se aquilo era errado, ignorar a namorada mas ainda falar com a melhor amiga, mas mesmo que fosse errado para ele não fazia diferença, aquilo não ia mudar, ele continuaria a falar com a melhor amiga. Antes de apertar o “send” o celular vibrou sobre a mesa, estranhou ao ver no visor o nome de seu pai. Pegou o aparelho e abriu a mensagem e ficou surpreso com o que via:


“Estou orgulhoso de você, filho.

Avise sua mãe que me atrasarei para o jantar”


Claro, a parte de se atrasar para o jantar não era novidade alguma, a verdade é que ele nem se quer viria jantar, mas em todos os seus dezesseis anos seu pai nunca tinha trocado uma palavra de carinho com ele, imagine uma declaração como aquela.

Passou a mão pelos cabelos ainda incrédulo com o que leu, levantou-se e foi procurar a sua mãe, não para dizer que seu pai estava orgulho de seu filho, não. Ele ia avisá-la para não esperar o seu pai sozinha enquanto a comida esfriava.

Foi encontrar a sua mãe lendo na biblioteca, ignorou o fato de parecer que ela havia chorado, apenas abraçou ela a surpreendendo.


– Thomas, você vai me molhar seu irresponsável – ela exclamou tentando esconder o tom risonho – você irá estragar minha roupa, é Chanel... Exclusivo!

– Soltei senhora O’Farrel – disse soltando sua mãe de seu abraço – não quero estragar o Chanel exclusivo ou sei lá o que – riu – mas vim avisar que o pai não vem jantar hoje – pode ver que sua mãe tentou esconder o desapontamento – então estava pensando, podemos jantar pizza hoje!

– Pizza?

– Sim, como nós fizemos daquela vez assistindo filmes quando tinha treze anos – ele passou a mão nos cabelos os bagunçando – podemos fazer isso novamente.

– Hum, vou pedir então para que o Colè faça...

– Nada de Chef Colè nessa história, iremos pedir – ele falou – deve ter alguma pizzaria que não fique muito longe – ele deu de ombros.

– Sim, então vá se arrumar filho – ele riu do que sua mãe disse mas foi fazer o que lhe fora pedido.


Voltou para o seu quarto e foi tomar outro banho, um pensamento passou por sua mente. Talvez, mas só talvez, não seja tão ruim o que lhe acontecera, talvez ele consiga colocar sua família de volta nos eixos.



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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do Tom e espero que tenham entendido que ele agora vai controlar alguns prostíbulos espalhados pela Europa, poor guy. Ele só tem 16 anos!
Enfim, comentem (:
E tentarei MESMO não demorar para atualizar.



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