Guess this means that I’m a whore.

Zooey desistiu de tentar contar o seu namorado a mais ou menos duas semanas, não iria insistir mais, dane-se que ele era um dos garotos mais ricos daquela escola, não seria uma dessas que correria atrás, ele que viesse atrás dela.

Encarou o seu reflexo e ajeitou uma mecha que estava fora de seu penteado, hoje iria ter um almoço com sua família e ela precisava estar perfeita, precisava mostrar que ela era muito melhor que aquela sua priminha nojenta. Contente com sua aparência saiu com um sorriso presunçoso no rosto.

A garota seguiu em direção aos jardins, onde sua mãe planejou um almoço ao ar livre. “Hippie e cafona” pensou quando escutou aquela ideia, na opinião dela, ridícula, porém não falou nada, ainda eram seus pais que pagavam seus privilégios.

Ao ver seus familiares esboçou o seu famoso – e falso – sorriso de boa garota. Beijou a face dos presentes, inclusive de sua tão odiada prima, e sentou-se perto dos pais. O almoço seguiu tranquilo, seu pai e o tio conversavam sobre algo relacionado à economia do país e sua mãe e tia fofocavam sobre algo alguma mulher que conheciam.

– Como estão as coisas, prima? – Candice, sua prima, perguntou simpática.

Zooey tirou seus olhos de seu iPhone para poder encarar a menina de cabelos castanhos com belos cachos, arqueou a sobrancelha para a mais velha deixando sua cabeça tombar para o lado. O único e exclusivo motivo para não acabar com aquele sorrisinho ali eram os seus pais. Ponto.

– Bem – decidiu responder sem ânimo.

– Hum – respondeu a prima de volta, desistindo de puxar assunto.

– Candie querida – a mãe de Zooey falou – como está indo a faculdade em Nova York?

– Muito bem tia – ela respondeu com um sorriso enorme – na volta as aulas a faculdade planejou uma viagem para Chicago – Zooey revirou os olhos – e consegui um estágio na Vanity Fair de Nova York.

Zooey teve que se segurara para não bufar, sabendo que seria repreendida por isso, resolveu prestar mais atenção ainda no aplicativo de sua tela. Além de ter que aguentar a presença de sua prima, teria que vê-la tagarelando sobre como sua vida era perfeita em Nova York.

“Acalme-se Zooey, ela só está fazendo isso para lhe irritar e te atingir”, pensou consigo, “não se deixe levar, até parece que essa panaca conseguiu mesmo um estágio”. Largou o iPhone em seu colo e tomou um gole do vinho que era servido, seus pais não tinham essa frescura de proibido bebidas por menores, ela bebia desde quando tinha treze anos, a única condição era: não dar vexame em frente as pessoas.

– Eu vi você que saiu uma pequena nota no blog da Vogue sobre você – sua mãe continuou – que seu blog é muito visitado e que agora você é considerada uma It Girl.

– Oh, isso não é nada, Tia – sua prima respondeu – é mais um hobbie mesmo, gosto mais de escrever crônicas e sobre cinema – ela falou – claro, também gosto das minhas aulas de economia.

– Nossa, como você é esperta – Zooey comentou para si sarcástica.

– E o que você pensa em fazer de faculdade, Zooey? – sua tia perguntou e por reflexo a primeira coisa que pensou foi “nada” – está no último ano do colégio, já deve ter algo em mente.

– Provavelmente literatura – responder dando mais um gole no vinho, planejava ficar bêbada se tivesse que aguentar mais esse tipo de conversa – em Oxford.

– Bom, também em Yale – falou sua tia – e sua prima estuda lá...

– Eu quero Oxford – cortou sua tia e viu que já estavam trazendo o almoço – ótimo, o almoço está sendo servido.

(...)

Entrou em seu quarto batendo a porta atrás de si, pouco se importando se seus pais, tios e prima haviam escutado. Quem aquele idiota do Thomas O’Farell pensava que era para sair por aí com Violet Bell na França? Ela era sua namorada? Não, apenas era uma sonsa que corria atrás de seu namorado. E como assim o seu nível de popularidade havia baixado? E agora a garota mais popular era Lola Tavitian? Aquela ali só sabia dar em cima de garotos e olhe lá.

– Eu vou acabar com essas infelizes – exclamou para o quarto, andava de um lado para o outro com as mãos fechadas em punhos – essas idiotas apenas me invejam e acham que podem ser melhor que eu – começava discursar – e aquele Thomas é um imprestável, não se demonstra inteligente nem mesmo para me trair, pelo menos, poderia tentar achar no mesmo nível que eu em vez daquela loira burra.

Parou no meio de seu quarto e respirou fundo, passou as mãos pelos cabelos e tentou achar algo para contornar a situação em que se encontrava. Foi para o computador e pesquisou algo que, no final, achou o que queria.

– É isso aí – sorriu maliciosamente, iria matar quatro coelhos com um tiro só.

(...)

Para o seu plano dar certo, infelizmente, teria que se fazer de simpática para Candice até a garota ficar suficientemente bêbada para deixá-la em paz. Zooey falou com o segurança e, sutilmente, entregou uma quantia significante de euros para o homem e entrou com sua prima na boate que acabara de inaugurar em Munique.

Eram apenas nove horas da noite e o lugar encontrava-se cheio, Zooey puxou sua prima pelo braço e a levou até o bar. Pediu dois shots de tequila, uma para si e outra para Candice, agora era só deixá-la bêbada para continuar com o seu plano.

“Pensei que ia ser mais difícil”, pensou levemente desapontada ao ver que a prima já ficara bêbada com o sexto shot de tequila, “melhor pra mim”.

– Vamos dançar – gritou para com uma música eletrônica quase abafando sua fala.

– Vamooooos! – Candice exclamou claramente bêbada.

Zooey foi para o meio da pista de dança e junto com sua prima começou a dançar seguindo o ritmo da música, de minutos e minutos, entregava uma bebida diferente para sua prima, que bebia sem reclamar e de vez em quando soltando como a cor de uma era bonita.

– Irei ao banheiro – avisou a prima e se afastou sem nem se quer escutar a resposta da mais velha.

“Idiota”, pensou ao se encostar em uma pilastra e observando a prima, revirou os olhos ao ver a prima cair no papo do primeiro cara que apareceu, não havia nem terminado a sua bebida quando dançava perto do moreno alto.

“Agora é minha vez”, pensou sorrindo maliciosamente e indo para a área VIP do lugar. O ambiente estava um pouco mais vazio do que o lugar que estivera antes, porém ainda tinha uma quantidade de pessoas que dificultavam sua caminhada até o bar.

– Uma vodca com gelo e limão – pediu para o bartender que lhe lançou um sorriso sedutor – pode tirar esse sorriso do rosto, não saiu com pessoas que ficam do outro lado do bar servindo – falou depois dele servir seu drink.

Passou o olhar pelo local até achar alguém que fosse bom suficiente para ela; e o encontrou. Observou o homem, visivelmente um pouco mais velho que ela, e viu que ele também a observava, lançou um sorriso malicioso para ele antes que fosse para o meio da pista de dança e começar a se mover sensualmente ao ritmo da música que tocava.

Não demorou muito para que sentisse mão fortes ao redor de sua cintura e o corpo dele perto de suas costas, sorriu com aquilo, porém não virou seu rosto para encará-lo. Continuaram naquele joguinho de sedução, vendo quem provocava mais o outro.

– Não vai nem se quer me olhar – ele sussurrou em seu ouvido, beijando seu pescoço em seguida – ou pelo menos me dizer o seu nome.

A garota sorriu satisfeita e virou-se para encarar o homem e constatar que ele era mais lindo ainda de perto, abriu um falso sorriso inocente aproximando mais ainda os seus corpos, roçou seus lábios nos dele porém quando ele ia tentar algo se afastou.

– Acho que é melhor continuarmos no anonimato – sussurrou e depois mordeu o lóbulo.

Ela viu o homem sorrir maliciosamente ao ouvir aquilo, ele colou seus corpos não deixando um espaço se quer entre eles, Zooey aproveitou aquilo e começou a mover-se lenta e sensual. O homem sem nome mordeu os lábios e a garoto soltou uma risada maliciosa. Quando uma nova música tocou ele a puxou e selou seus lábios.

Zooey respondeu o beijo com ferocidade e subiu uma de suas mãos para o ombro do homem enquanto a outra bagunçava os cabelos do mesmo. Não deixou de pensar consigo, se Thomas não a queria, outros muito melhores estavam muito dispostos a tê-la.

(...)

Eram quase cinco horas da manhã quando chegara em casa, seus sapatos em mãos, seus cabelos bagunçados e as roupas amassadas. Caminhou lentamente até a cozinha onde pegou um morango na geladeira e subiu as escadas para o seu quarto.

Passou no quarto de hóspedes, onde era para sua prima passar a noite e viu a cama vazia, sorriu divertida, tirou sua roupa e foi para o banheiro. Depois de um banho rápido deitou-se na cama e sentiu seu corpo relaxar em seu colchão.

Antes de cair no sono, concluiu que aquela noite fora bem produtiva.