Capítulo 56 – Confissão Parte 2

Teresa atirou-se literalmente para a cama. Klaus sentou-se ao lado dela, sorrindo.

-O que foi?

-Estou exausta.

-Não brinques. A tua energia é como pilha Duracell: dura, dura, dura – brincou ele, fazendo-a rir.

-A sério, Klaus! Sou mãe de um bebé chorão que gasta todas as minhas energias quando estou com ele, quer sempre mais (como o pai) – Klaus revirou os olhos teatralmente, não tecendo comentários. – Depois tenho a Faculdade, com trabalho atrás de trabalho para entregar e depois o emprego na empresa do Elijah.

-Se quiseres podes desistir da última parte.

-Sim, seria muito interessante explicar aos meus amigos como é que alguém me paga a Faculdade se no ano passado eu tinha que fazer horas extra no Starbucks para pagar os meus estudos.

Klaus enrijeceu e o brilho no seu olhar desapareceu.

-Desculpa, não devia de ter mencionado isso – suspirou Teresa e colocou uma mão na testa. – Acho que vou ter um colapso a cada segundo.

-Não. Não digas isso, por favor – pediu Klaus, subindo para cima dela e beijando-lhe os lábios e a ponta do nariz. – Não quero ver-te com uma depressão. Desiste do estágio com o Elijah. Podes fazer isso o ano que vem, para a tua tese. Posso abrir uma editora para fazeres traduções, criar uma empresa de eventos, qualquer coisa que sirva para ti. Até podes desistir da Faculdade! Podes sempre recomeçar quando quiseres. Sabes que dinheiro é o que não falta a esta família.

-Tu vês as coisas de uma maneira tão simples – comentou ela, sorrindo. – Eu não estou a ser mal agradecida. Sei que mudas mais fraldas do que eu, Liliana tem sido a madrinha perfeita, Elijah é bastante brando comigo e Rebekah e Kol têm-me ajudado imenso nos trabalhos para a Faculdade, mas… não deixo de ser eu. Humana.

-Se te ajuda um pouco, não és uma humana vulgar.

-Tenho medo se… se ele um dia começar a falar e eu não estar aqui. De não ver os primeiros passos dele. E se ele chama a Liliana de “mãe” em vez de mim? – os seus olhos encheram-se de lágrimas. – E depois há o gene de lobisomem dele. Como é que vamos lidar com isso, Klaus? Ele é ainda um bebé, mas vai tornar-se numa criança, num adolescente e depois num adulto. Como é que…

-Estás a pensar como uma adulta – interrompeu ele, beijando-lhe no pescoço. – Pensa menos, por favor.

-Não consigo. Passei seis meses sozinha, sem saber quem eu realmente era, a sobreviver. Devo muito a muitas pessoas e não posso desapontá-las.

-Que pessoas? – indagou Klaus, interessado.

-A começar pelo David. Ele anda no mesmo curso que eu e trabalhávamos no mesmo Starbucks. Ele ajudou-me financeiramente nos primeiros tempos.

-Podes pagar-lhe tudo agora – sugeriu Klaus.

-Não é só isso. Eu e ele…

Klaus ergueu o rosto, semicerrando os olhos.

-Bem, nós namorámos.

E simples assim, Klaus deitou-se ao lado de Teresa, olhando-a atentamente. Cruzou os braços atrás da cabeça e esperou que ela continuasse.

-Ele era a segunda opção para pai do bebé – murmurou, muito baixinho. As maçãs do seu rosto ficaram vermelhas e baixou o rosto. – Desculpa. Devia ter-te contado antes.

Klaus mediu bem as suas palavras.

-Bem, realmente devias. Mas mais vale tarde do que nunca – fez uma breve pausa. – Seria possível conhecê-lo?

-Tu queres conhecer o meu ex-namorado? – Teresa arregalou os olhos e voltou a corar. – Nem pensar! Tu não vais gostar dele, eu já sei!

-Porque não?

-Porque ele… bem, ele é o David. Ele é muito diferente de ti.

-Não é nenhum Wren, espero.

-Credo, não! – Teresa fez um esgar, rindo logo de seguida. – David é… simpático, divertido, tem sempre uma piada na ponta da língua e é muito descontraído mas igualmente responsável. Ele tem uma irmã mais nova, Elizabeth, e ele toma conta dela, já que o pai é muito ausente e a mãe desapareceu com um homem.

-Convida-a também – sugeriu. – Estou a falar a sério. Quero conhecer as pessoas com quem te relacionavas antes.

-Mas… - suspirou alto. – Está bem. Vou marcar o jantar para sexta. Eu sei que o David não trabalha nesse dia e como é jantar, eu e Elijah devemos de estar cá bem antes.

-Ótimo. Vou adorar conhecê-los.

-Há uma coisa, Klaus.

-Que é?

-Eles tratam-me por Sophie. Eu sou a Sophie Mikaelson para eles.

Klaus engoliu em seco, não querendo recordar-se do tempo em que eles tiveram que passar separados e, para a sua segurança, Teresa teve que assumir um novo nome. Uma nova identidade, uma nova vida.

©AnaTheresaC