A Arma De Esther escrita por AnaTheresaC


Capítulo 39
Capítulo 39 - Realidade




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Capítulo 39 – Realidade

-Podemos ficar aqui para sempre? – pediu Teresa enquanto Klaus lhe fazia uma massagem nas costas no jacuzzi.

-Claro – disse ele, beijando-lhe o pescoço.

-Talvez não – contradisse ela, voltando a recordar-se de Liliana e Kol.

-Ei, ficaste tensa de repente – afirmou Klaus, virando-a para ficarem ambos a olhar um para o outro. – Relaxa. Os problemas não vão fugir.

-Não sou muito do tipo paciente, Klaus – Teresa saiu do jacuzzi e enrolou-se na toalha. – Tenho que ir.

Klaus saiu igualmente da água quente e Teresa desviou o olhar do seu corpo escultural.

-Então vamos.

Despois de enrolar uma toalha à volta da sua cintura, encostou Teresa ao seu corpo e abraçou-a com força.

-Prometo que faremos de tudo para Liliana se adaptar bem.

Não resistiu e sorriu por breves segundos, retribuindo o abraço.

-Obrigada. Não imaginas como são importantes as tuas promessas para mim – disse ela e beijou-o com carinho. – Agora precisamos mesmo de ir.

Klaus seguiu-a para fora da divisão aquática e quando saíram, colocou-a ao ombro.

-Klaus! – guinchou ela, rindo, vendo tudo de pernas para o ar.

-Assim é mais rápido.

Mas ele não ia rápido, ia até bastante devagar, enquanto que a morena gargalhava alto.

-Coloca-me no chão! – pediu ela entre gargalhadas.

-Só se for para caíres de cabeça.

-Ouch! Obrigada, Klaus.

Klaus girou no chão, fazendo Teresa rir ainda mais e fechar os olhos com força.

-Klaus mau! Klaus mau! Coloca-me no chão, seu híbrido safado! – brincou ela, tentando equilibrar-se para ficar de pé, mas mal sucedida.

Klaus subiu as escadas acompanhando-a no riso.

-Klaus – afirmou Kol, surpreendido com a situação.

-Kol – disse Klaus, parando e colocando Teresa com cuidado no chão.

-Teresa – falou Kol.

-Kol – pronunciou Teresa, fitando o rosto da loira que estava ao lado de Kol, bastante próxima dele e voltando a olhar para o irmão do híbrido.

-Agora que todos se conhecem… - disse Liliana, saindo da sombra de Kol e abraçando a amiga com força.

Klaus e Kol tentaram impedir o contacto, mas não conseguiram, a vampira tinha sido mais rápida do que eles.

-Tive saudades tuas, amiga – disse Liliana, respirando fundo e arrependendo-se disso logo de seguida. Kol e Klaus tinham razão: o sangue de Teresa era muito tentador para ela.

Afastou-se um pouco constrangida e limitou-se a pegar nas mãos da amiga, com um sorriso fraco no rosto.

-Como estás, Lili? – indagou Teresa, mudando a conversa para o português.

Por sua vez, Liliana olhou para Kol, em procura de apoio.

-Está a tentar tomar ações conscientes de uma jovem vampira – respondeu Kol, sorrindo tranquilamente para a loira.

Liliana olhou para as mãos unidas e viu as veias que sobressaíam da pele translúcida da amiga. Sentiu os olhos focarem-se apenas nelas e no sangue que elas transportavam. A dor nas suas gengivas atingiu-a. Ela precisava daquilo. Seria um vício? Seria sempre assim que aconteceria quando visse alguém humano? Quando tocasse num corpo quente, que bombeasse aquele líquido revigorante e vermelho?

Olhou para Teresa, que arregalou os olhos. O seu ritmo cardíaco aumentou e atacou-a sem pensar. A morena deu um salto para trás sem efeito, já que Liliana era muito rápida. Felizmente, Kol e Klaus agiram rapidamente, impedindo a loira de fazer algo que mais tarde se viesse a arrepender.

Kol pegou-a nos braços e Klaus puxou Teresa para trás com extrema força. De seguida, colocou-se entre elas as duas, não deixando Kol ou Liliana terem contacto visual com a mais baixa.

-Larguem-me! – gritou Liliana, tentando desenvencilhar-se do braço de ferro de Kol.

-Ouve-me com atenção: não vais voltar a atacar a Teresa – disse Klaus, não a hipnotizando, apenas transmitindo um aviso. – Ela é tua amiga, tens a certeza de que a queres matar?

Liliana parou de lutar, olhando para Klaus atentamente. O seu rosto encheu-se de lágrimas e os seus joelhos cederam. Ela tinha sido má, queria magoar a sua melhor amiga. Kol amparou-a, colocando um dos seus braços à volta da sua cintura fina.

-Não… - murmurou Liliana e começou a soluçar. – Eu quero o Carlos!

Os irmãos trocaram um olhar preocupado, que depois de breves segundos de negociações, acenaram com a cabeça.

-Quero o Carlos! Onde está ele? Eu quero-o! Eu preciso dele! Dói! Por favor, façam parar! Esta não sou eu! Por favor, por favor, por favor!

Liliana estava descontrolada e Teresa tentou ir ajudar a amiga, mas Klaus colocou um braço à sua frente, impedindo-a de avançar. Impotente, mordeu o lábio com força e ficou a prestar atenção á amiga.

A loira soluçou e encostou a sua cabeça ao corpo de Kol que a recebeu nos seus braços. Enquanto isso, olhava o irmão com atenção que em vez de avançar, ficou estático.

-É da tua conta – murmurou ele e o irmão acenou, começando a rebocar Liliana de volta para o quarto.

Assim que ouviram a porta fechar-se com cuidado, Klaus virou-se para Teresa.

-Estás bem?

-Sim… - e de seguida negou com a cabeça, colocando a mão no lugar onde Liliana a ia atacando. A sua respiração tornou-se superficial e as lágrimas logo vieram.

Klaus abraçou-a, tentando confortá-la, mas não conseguiu. O coração de ambas estava despedaçado. Uma por ter perdido tudo e outra por tudo ter perdido há muito tempo atrás. A pressão estava a abater-se sobre as duas, esmagando-as. E ambas estavam finalmente a ceder.

©AnaTheresaC


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Foi triste, eu sei, mas preparem-se porque a partir de agora vai ser uma espiral descendente, que vai levar tudo a Esther.
XOXO