Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 8
Capítulo 8 - Nos Entendemos Como Podemos...


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Ando meio sem tempo ultimamente, mas arranjei um tempinho para postar um capítulo.
Quero agradecer às leitoras Mayyy,Piscicottica, Lara Leal, enzaaa e dar as boas-vindas à Thatai!
Beijos,
M.C. - Miss Trublion.



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Capítulo Oito - Nos entendemos como podemos...

Dois meses se passaram depois daquele "tratado".

E, como eu previ: minha relação com Hyde começou com um completo desastre.

Parecíamos um casal discutindo o relacionamento desgastado. Tivemos de recomeçar duas ou doze vezes! Porque, como Jarred havia dito, nós mandávamos muito. Éramos como dois genes dominantes com características diferentes, mas um teria que ser o recessivo para podermos funcionar em paz. As brigas acabaram quando decidimos que ora eu estava certa, e ora ele estava certo. Foi difícil para ele admitir no inicio, mas ele acabou aceitando.

– Pela terceira vez, Hyde, pare de pegar as minhas batatas! - mandei o vendo esticar o braço pela oitava vez.

– A culpa não é minha se a grama do vizinho é sempre mais verde, Chihuahua! - ele respondeu comendo a batata roubada.

– É a única coisa que eu tive certeza que era comestível! - comentei.

– E por isso acabou muito rápido! - ele exclamou. - Por que você não aprende a ser solidária como Clarice? Ela sim está dividindo sua batata com Luc e nem reclama!

Desviei o olhar para Clarice e Luc. Sem dúvida o casal mais meloso que eu já vi na vida, mas não estou surpresa. Eles começaram a namorar a pouco tempo e o relacionamento deles está "só flores". Mas também, havia outro motivo pelo qual eu não dividia a batata com Hyde: para começar eu nem de longe estava em um relacionamento com ele.

Não que eu me sentisse mal por isso!

– Eu não divido comida - respondi. - Mas vou abrir uma exceção para você só porque estou sem a mínima vontade de começar uma discussão.

Ele sorriu satisfeito quando eu pus o meu prato no nosso meio.

– Ah! É disso que eu estou falando! - ele disse sorrindo de orelha a orelha. - Não custa nada ser boazinha, Chihuahua!

– Pare de me chamar de Chihuahua! - mandei.

Infelizmente, ele ganhou esse péssimo hábito. Ao invés de me chamar de Lyne, como até Luc estava me chamando, ele ficava com essa mania de falar Chihuahua, ou só Chihu, às vezes. Ridículo! Esse, sem dúvida, é o apelido mais ridículo que já tive na vida.

– Então. O que você vai fazer nessa quinta-feira? - ele me perguntou.

Olhei para ele incrédula. Estreitei os olhos, ele não estava me chamando para sair, estava?

– Não sei. Por quê? - perguntei.

Ele riu ao ver meu rosto.

– Porque Luc vai sair com a sua amiga, não estou com a minha vontade de transar com Quinn e acho deprimente ficar sozinho em casa - ele respondeu. - Vamos fazer alguma coisa divertida! Hm, eu tenho um filme de Bruce Lee que conta com Chuck Norris e Kareen Abdul Jabbar, tá a fim de ver?

– Qual é? - perguntei.

Jogo da Morte. Um dos mais famosos filmes de Bruce Lee! - Ele sorriu. - Infelizmente, Bruce Lee nunca chegou a terminar esse filme porque morreu antes...

Tudo bem. Foi quase impossível não ficar empolgada!

– Hm, então tudo bem. Passa lá em casa e vamos ver! - eu concordei.

– Por que na sua casa e não na minha? - perguntou.

– Porque eu não tenho carteira de motorista. Eu exploro Clarice como minha motorista. O que está ficando difícil se levarmos em consideração que ela só vive com Luc agora - respondi.

– Bem, então me explore agora!

Sua frase soou tão duplo sentido que eu tive que me lembrar de que ele estava se referindo à ser motorista.

– Só quando eu quiser morrer! - disse. - Jamais subirei na sua moto!

– Está falando isso só porque parece perigoso. Você vai ver como não há coisa melhor do que subir em cima de uma moto e sentir a adrenalina - ele respondeu. - Aposto que você vai gostar! E eu não me importo de ir te buscar e ir te levar.

Fiquei um pouco em dúvida no que fazer. Não gostava de me impor deste modo (mas quem impôs foi ele!)... Tudo bem, eu admito, nunca peguei carona com um garoto e nunca deixei que um garoto se tornasse o meu amigo. Mas era incrível notar como parecíamos como se fôssemos amigos-inimigos.

– Hm, tudo bem, então - eu concordei. - Mas vai ser só nós dois? Isso soa como um encontro.

Ele revirou os olhos.

– Não, isso não é um encontro. São somente dois amigos entediados na quinta-feira - ele respondeu. E recriminou-me com os olhos estreitos: - Como você é maldosa!

– E eu não tenho motivo para ser maldosa? Devo regressar a dois meses atrás? - questionei.

Ele ficou sem graça e desviou o olhar.

– Acho que não vai ser necessário - respondeu. - Ainda tenho a vívida lembrança de sua mão pesada, obrigado... Na verdade, estou curioso para saber como é que alguém tão baixinha pode ser tão forte!

Considerei isso um elogio.

– Ela pratica box todo fim de semana - denunciou Clarice, prestando atenção em nossa conversa.

Fuzilei-a com o olhar. Ele não precisava ficar sabendo.

– É... - concordei. - Mas desde que eu te conheço eu estou dizendo para tomar cuidado em me provocar! Eu aviso, mas, por algum motivo, as pessoas riem como se eu estivesse contando alguma piada!

– Talvez seja porque soa ridícula a ideia de alguém tão baixinha tentar bater em alguém maior - Hyde respondeu com sarcasmo. - Geralmente as mulheres contam com um namorado para isso.

Eu gargalhei.

Jamais, e eu digo que JAMAIS, deixaria um homem tomar uma luta por mim. Meus irmãos não faziam isso por mim e não vai ser um estranho pervertido que vai. Não que eu tenha apanhado muito dos colegas do colégio... Mas houve momentos em que precisei de alguém para me defender, e ninguém o fez.

– Isso é ridículo - eu respondi quando me controlei. - Nunca que eu deixaria um homem brigar por mim. Ele não vai estar lá o tempo todo para me proteger e a ideia de ser dependente de alguém me dá nojo.

Percebi que Luc e Hyde me olhavam com uma expressão indecifrável. Na verdade, era como se eles estivessem tentando me decifrar. Olhei para Clarice e vi que ela me olhava com um meio sorriso.

– Eu não queria comentar nada, mas você espanta os homens assim - Luc disse.

Dei de ombros.

– Que peninha! - eu disse com sarcasmo.

– Eu não me incomodo de Lyne ser como é - Clarice disse em minha defesa.

E era bom mesmo que ela não se importasse! Se não, eu teria que relembrar de todas as vezes em que eu lutei por ela. Que eu espantei os caras que a assustavam, que eu bati nas garotas que a invejavam, quando eu joguei terra nos cabelos daquelas que a chateavam porque ela era bonita!

Eu e ela tínhamos uma história juntas. Percebendo que os garotos ainda me olhavam, senti-me desconfortável.

– Vou dar uma passada na biblioteca - eu disse pegando a minha mochila. - Pode ficar com as batatas, Hyde.

Levantei-me e saí do refeitório.

Fui para a biblioteca, onde encontrei Jarred, e não fiquei muito surpresa. Ele geralmente comia algo leve antes de entrar lá e depois entrava para estudar bastante. Mas ele não é tão nerd quanto eu pensei que ele fosse. Na verdade, ele faz parte de uma fraternidade, a Ômega Pi, e praticamente todo fim de semana ia à algumas festas.

– Você está trabalhando por aqui, é? - brinquei.

Ele tirou os olhos do livro que lia, e riu.

– Acho que sim - ele disse animado. - E aí? Tudo na boa?

Dei de ombros e me sentei ao seu lado.

Era incrível como ele diferente de muitos garotos que eu já conheci. Para começar, ele era alguém maduro. Inteligente... E ainda não havia se insinuado (tanto) ou tentado dar em cima de mim descaradamente. Gostava disso. Pelo menos me dava a impressão de que ele não queria somente transar comigo.

– E com você? - perguntei.

Ele sorriu e concordou com a cabeça.

– Tudo... Só um problema... – ele comentou.

– O que foi? Aconteceu alguma coisa? - perguntei.

Ele olhou para mim e vi um brilho de desculpas em seus olhos.

– A Ômega Pi vai dar uma festa esse sábado e eu preciso levar alguém comigo, mas não conheço muitas garotas... - ele fechou o livro e balançou a cabeça. Tentando organizar os pensamentos. - Na verdade, o que eu quero saber é se você pode ir comigo à festa esse fim de semana!

Eu fiquei muda.

Ele estava me convidando para uma festa?!

– Eu não quero abusar de você, então não precisa ir se não quiser - ele se apressou em dizer.

– Não! Eu adoraria ir! - respondi sorrindo. - Seria muito legal!

Ele sorriu de volta e pediu meu endereço para ir me buscar às oito. Então eu me lembrei do meu pacto com Clarice. Eu não podia sair em um "primeiro encontro" sem ela! Assim como ela não podia sair em um "primeiro encontro" sem mim.

– Espere... Isso é um encontro? - perguntei, mesmo que envergonhada.

Ele ponderou e concordou com um sorriso.

– É. Acho que sim - respondeu.

– Então eu vou ter que levar a minha amiga e o namorado dela comigo - respondi. - Foi uma promessa que fizemos uma a outra. Desculpa.

Ele pareceu surpreso e riu.

– Claro. Eles podem ir também - concordou ele.

Sorri e o sinal tocou. Tivemos que nos despedir e seguir para a nossa próxima aula.

Ao fim, Clarice demorou um pouco para chegar ao carro, provavelmente porque estava se despedindo de Luc. Mas quando eu a vi, eu mal pude me conter e fui dizendo:

– Clarice! Tenho um encontro esse sábado! E você tem que ir comigo!

Ela pareceu surpresa, mas sorriu.

– O quê?! - Foi Hyde quem disse surpreso, eu nem havia percebido ele ali!



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