Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 32
Capítulo 32 - O dia em que resolvi surtar.


Notas iniciais do capítulo

Hey! Dez reviews no capítulo anterior! Muito obrigada suas lindas!! Como eu fiquei feliz com essa meta, resolvi postar um capítulo nesse domingo só para a semana começar bem... Juro que tentei fazer um pouco de suspense e (como sempre) um pouco de comédia, mas acho que não deu muito certo misturar esses dois....

De todo modo, agradeço aos reviews de: heleninha 18; Laladhu ; Pikachu ; Apaixonada por palavras ; NairTeddyBear ; Helo Chan ; Miss Wednesday ; Mrs StClaire ; Lik e Fefenunes! Obrigada!

Beijos e espero que vocês curtam essa minha crise de consciência por deixá-las esperando por muito tempo. E como várias pessoas comentaram que o último capítulo foi muito curto, esse veio para recompensar!!



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Capítulo 32 – O Dia em que Resolvi Surtar.

Se eu esperava uma boa resposta, ela não veio. Hyde estava, realmente, adormecido. Estava dormindo tão profundamente que nem acordara ao ser acorrentado à sua cama? Será que a onça rebocada estava no cio para pensar em abusar do corpo nu e inconsciente do meu namorado? Urgh, ele está doente!

E, tudo bem, ele não está nu. Está de pijama, ainda. Menos mal.

Eu soltei um palavrão, e a única coisa que me impediu de atravessar o Hall do quarto andar, onde eles moravam, e armar um barraco foi o fato de eu me preocupar em primeiro soltar Hyde de sua cama. O coitado estava realmente apagado. Será que o remédio fez isso com ele? Que remédio ele teria tomado?

Debruçando-me sobre ele, tentei encontrar um jeito de soltá-lo. Rezando para que não fosse um daqueles cadeados com chave. Felizmente, não era. Contava somente com um botão, mas isso não queria dizer que era tão fácil assim.

– Só você mesmo para me armar uma dessas – resmunguei.

De repente, ele abriu os olhos. Quase dei um pulo de susto.

– Ei... Chihu... – ele disse meio arrastado e sonolento. – Você veio...

– Não venha com esse papinho para cima de mim, Harry Deniels – resmunguei conseguindo abrir um de seus braços. Fui para o outro lado. – Depois eu quero uma boa explicação!

Ele pareceu muito confuso e olhou para o seu outro braço que eu tentava soltar. Quando eu soltei, ele se virou na cama e abraçou o travesseiro. Aninhou-se nele e fechou os olhos. Mentira que depois de tudo o que eu vi ele ia dormir!

– Ei, acorde! – briguei. – Que porra de remédio você tomou? Foi remédio para dopar cavalo foi? Não viu que uma velha tarada quase te estuprou no seu quarto, não?

– Chihuahua... sem ânimo... brincadeiras – ele resmungou. – Frio... Cobertor.

Eu revirei os olhos. Já não adiantava gritar com ele, uma vez que ele tenha caído no sono logo depois disso. Argh, malditas histaminas! Soltei um suspiro enfurecido, apesar de achar que um cara nessas condições não tinha culpa de nada... Eu precisava de uma explicação, ah se eu precisava!

Olhei para ele o cobri direito com o lençol ao perceber que ele estava tremendo.

– Ei. Não durma ainda, me explique o que a sua vizinha estava fazendo aqui! – mandei sacudindo-lhe o ombro.

– Kitty? – ele perguntou confuso, com a voz embargada. – Ela... Fez um chá. Chá bom...

Ah, por favor, digam-me que essa mulher louca não dopou o meu namorado com um chá estranho! Se bem que... Como Hyde parece bem, além de muito sonolento, é melhor deixá-lo descansar um pouco. Depois eu jogo na sua cara que ele quase deixou a vizinha maluca dele estuprá-lo na sua cama.

– Sério mesmo que você vai dormir depois disso?– resmunguei.

Ele não respondeu, pois já estava dormindo. E isso não me deixou nenhum pouco feliz.

Imaginem como é encontrar seu namorado doente, dopado e acorrentado à própria cama, prestes a ser abusado por uma senhora de uns quarenta anos. É traumatizante. O tipo de coisa que eu contaria a um psicólogo, se eu acreditasse que eles pudessem fazer algo por mim.

– Vou fazer uma sopa – eu disse apesar de ter certeza que ele não me ouviria. – Por favor, não quero encontrar nenhuma coelhinha da playboy quando voltar, ouviu?

Ele estava dormindo profundamente e nem resmungou ao me ouvir falando com ele. Deixei seu quarto e fui para o meu pegar os ingredientes para preparar a sopa... No entanto, parei no meio do ato. Olhei para os vegetais que eu cortava e percebi que eu queria estar cortando aquela tal de Kitty!

Era hoje que eu arrancava o couro daquela onça!

...

Quando Hyde resolveu acordar, eu estava mais calma, e já era fim de tarde. Durante o seu tempo de inconsciência, eu fiz uma sopa que deixei no micro-ondas, fiquei assistindo TV e, por fim, resolvi me deitar na beira da sua cama porque estava cansada. Para a sorte dele, parte da minha raiva já tinha evaporado, mas isso não significava que eu estivesse menos magoada ou chateada com o que aconteceu.

A princípio ele não disse nada.

– Como você tá? – perguntei com frieza.

– Dor de cabeça – ele resmungou.

– Que pena, porque precisamos conversar – eu avisei me pondo de pé e cruzando os braços.

Hyde me olhou com os olhos semicerrados, deu umas tossidas e se sentou na cama. Parecia meio tonto, no entanto, era só uma gripe. Ele viver para ver o amanhã. Ao menos que ele tivesse AIDS, ou uma dessas doenças que atacam o sistema imunológico, aí poderia ser perigoso...

– O que foi? – ele perguntou preocupado.

Eu olhei para a parede branca de seu quarto impecável e pensei na pior coisa que aconteceu na minha vida (o que eram muitas). Senti lágrimas se acumularem em meus olhos e com a voz terrivelmente embargada, eu cobri meus lábios trêmulos com as mãos.

– Me desculpe Hyde... Eu... Eu fiz uma coisa terrível! – choraminguei.

Ele se espertou logo. Acho que ele sabia que eu não era do tipo que chorava por qualquer coisa, então suspeitava que algo realmente grave estivesse acontecendo.

– Eu... Eu voltei aqui da faculdade e... Encontrei a onça rebocad... Digo, a sua vizinha, Kitty... Cuidando de você e... – eu não conseguia falar e comecei a chorar.

Hyde piscou para mim.

– Kitty?! Ah, sim... Ela passou aqui mais cedo... Me oferecendo um chá que era bom para gripe... O que aconteceu? – ele perguntou alarmado.

Ajoelhei-me ao lado da sua cama, escondendo uma mão que segurava o meu celular. Lutando para tentar continuar chorando (eu não era do tipo que chorava com frequência), eu gaguejei:

- Hyde, eu... Eu... Desculpe! Mas fiquei com tanto ciúmes que... Desculpe! Eu não queria! Juro que não queria! Mas... Eu... Eu... – comecei a gaguejar e chorar copiosamente.

Ele me olhava sem compreender. Sua expressão era tão bonita que eu queria bater foto dela, no entanto, sua confusão logo se tornou um sobressalto ao ouvir o som de sirenes de polícias. Pulei em sua cama e me abracei nele. Nossa, que corpo forte ele tinha. Quase que eu me senti segura, de verdade.

– Eles vieram me prender, Hyde! Por favor, não deixem eles me prenderem! Não deixe! Juro que estou arrependida! Eu não queria jogá-la do quarto andar! Não queria! Mas ela avançou contra mim e...

– Você fez o quê sua maluca?! – ele gritou comigo.

Ele estava pálido. Mais pálido impossível... Eu não queria deixá-lo assim, ainda mais doente, no entanto, eu não poderia aceitar mais aquilo dentro do meu peito.

– Você tem razão... Tem razão... – eu murmurei, limpando as lágrimas que escorriam salgadas pelo meu rosto. – Eu fiz algo terrível e tenho que pagar por isso... Só quero que você diga à Ellie... Que não era a minha intensão deixá-la órfã de mãe! Eu juro que não fiz por mal!

Hyde estava paralisado. Acho que ele estava cogitando a ideia de estar em um pesadelo, pois aquilo devia estar sendo muito surreal e chocante para ele. No entanto, agarrei seus ombros descobertos (ele dormia só com uma regata) com minhas mãos. Usei tanta força para representar meu desespero que minhas unhas cravam em sua pele.

– Mas antes que a polícia me leve... Me dê um beijo, por favor. Me beije e me perdoe!

Sem que ele pudesse responder, eu o agarrei.

A princípio ele não respondeu, mas então me beijou de volta. Seus lábios amassaram os meus com força e desespero. Acho que ele estava se dando conta do que havia acontecido e o motivo do meu medo. Por isso ele me agarrou com mais força contra o seu corpo e me beijou ardentemente.

Seus braços envolviam a minha cintura e puxavam meu corpo contra o dele, o que não era uma boa ideia uma vez que eu estivesse com as pernas em volta da sua cintura. Minhas mãos criaram vida própria e subiram pelo seu torso até seus cabelos suados e bagunçados. Geralmente, eu achava suor de homem nojento, mas agora isso era o que menos me incomodava no momento.

Sua língua roçou na minha com desespero e viramos nossos rostos procurando por ar e uma posição mais profunda. Acho que eu nunca havia beijado Hyde daquela maneira, e as coisas já estavam fugindo do meu controle. Um calor que eu sentira somente poucas vezes na minha vida, subia pelo meu corpo; despertando-o para algo que eu me recusara a sentir: desejo. Prazer.

Ele percebeu isso também, e se afastou. Ofegante como eu.

– Eu não entendi o que você fez... Mas te perdoo, Chihuahua. Eles não vão levar você. Eu não vou deixar – ele murmurou entre golfadas de ar.

Beijou meu rosto e o meu nariz.

Hum, tudo bem, não era isso o que eu esperava.

– Hyde... Eu não mereço isso... Eu matei Kitty... Matei-a por você! – exclamei assustada. – Isso não te assusta?! Você não fica bravo comigo?

Ele negou com a cabeça.

– Sim, isso me assusta – ele respondeu. – Mas eu não vou entregar a minha Chihuahua.

Olhei em seus olhos e eu vi diversão neles. Merda. Eu fiz algo errado.

– Tá. Você sabe, não é? – perguntei.

Ele sorriu para mim e concordou com a cabeça. Deu-me um selinho nos lábios.

– Que você não matou Kitty? Sim, eu sei – ele respondeu. – E você quer fazer seu celular parar de soltar esse alarme, por favor. Se você queria se vingar de mim por alguma coisa, essa maldita sirene com a minha dor de cabeça já é castigo o suficiente para um doente.

Eu bufei.

– Quando você descobriu? – Eu quis saber.

– Quando não ouvi nenhum policial dizendo “saia com as mãos para cima”, ou quando você começou a me agarrar. Você é do tipo que age primeiro e conversa depois, mesmo assim, é prática. A essa altura você estaria no Canadá e me ligaria para explicar o motivo da sua fuga. – ele respondeu com um sorriso bobo. – Mesmo assim, quase morri de susto. Você é perversa...

Eu bufei. Saí de seu colo para pegar o meu celular debaixo da sua cama e desliguei o alarme. Ele me deu um sorriso maroto que parecia dizer: “você quase me pegou, mas eu sou mais esperto”.

– Então... O que você fez com Kitty e porque você fez o que fez? – ele perguntou.

Eu revirei os olhos e me lembrei daquela tarde.

... O que Realmente aconteceu ...

Abri a porta do apartamento dele, nem me preocupando em fechá-la, e bati na porta ao lado. A peste de cabelos loiros e olhos claros foi quem atendeu. Sua carinha sonolenta fez com que parte da minha raiva se esvaísse. Ué, ela estava dormindo? Há essa hora da tarde?

– Sua mãe está? – perguntei pacientemente.

– Tá sim... Deixa eu chamar para você... – ela disse pondo a cabeça para dentro (nem pedindo para eu entrar). – Ô mãe! A Maria-Macho proprietária do Hyde quer falar com você!

Eu estreitei meus olhos “proprietária do Hyde”? Ah, tá, até parece que eu mandava na vida dele... Hu-hum, claro. Eu também adorava acorrentá-lo na cama e brincar de Ana Steele e Sr. Gray. Cruzei os braços e esperei.

– Eu não estou! – a mulher gritou de volta.

Parecia que eu estava falando com a mãe do Howard de The Bigbang Theory... Que medo.

Revirei os olhos, abri a porta direito e passei pela garotinha. Eu já havia entrado naquele apartamento uma vez, eu podia prever onde ficava o seu quarto. E como ela não estava na sala-de-estar, era óbvio que ela estaria no seu próprio quarto (a não ser que ela pensasse em se esconder no quarto cor-de-rosa de Ellie).

Invadi a casa da pequena e entrei no quarto da mulher.

A mulher estava deitada em sua cama, ainda com a roupa de sadomasoquismo. Ela realmente esperava que sua filha me impedisse, e isso resultou no seu sobressalto e no pulo que ela deu da cama. Levantando-se muito assustada. Eu bufei e fechei a porta, passando a chave; deixei Ellie de fora.

– Vamos conversar de mulher para mulher agora – eu avisei empurrando-a para que se sentasse na cama. Vi que ela estava com medo de mim. Ótimo, porque hoje seria o dia em que ela conheceria Madelyne Ferry! – Escute aqui, madame... Eu posso aturar que se insinue para o meu namorado, posso aturar que você se jogue em cima do meu namorado, e aturar que você passe a mão pelo braço dele... Mas uma coisa que eu não vou admitir é você entrar na CASA dele, DOPAR ele com um chá que só deus sabe o que tem e TENTAR ABUSAR dele! Fui clara?!

A mulher não me respondeu. Estava pasma com o meu acesso de loucura.

– Talvez você não me conheça – continuei. – Meu nome é Madelyne Ferry. Acho que não fomos apresentadas devidamente, mas enfim... E eu sou a namorada do seu vizinho. Me entendeu?! Namorada dele! Não amante! Não ficante! Não pegete! Não uma garota que dormiu com ele! Então é melhor você começar a gastar suas energias com outras coisas que não seja ele! Fui clara?!

Novamente, ela não me respondeu e eu tive de socar o colchão ao seu lado para despertá-la. Ela enfim deu um sobressalto e gritou:

– Sim!

Eu recuei e respirei fundo. Senti-me tão melhor agora depois de surtar... Bem que disseram que eu era uma neurótica incorrigível. No entanto, voltei-me para ela novamente.

– E se eu te pegar tentando estuprar meu namorado novamente, juro que vou te cortar em pedaços tão pequenos, que nem o FBI vai conseguir te reconhecer! – ameacei.

Depois dei-lhe a costa, alinhei-me e sai do quarto com uma expressão calma e sofisticada. Ah, quem dizia que eu era uma garota grosseira, sem sofisticação e maluca certamente não me conhecia! Hoje eu poderia ter deixado um diabo órfão de mãe, mas não o fiz, por que eu sou boa demais para sujar as minhas mãos (ainda).

– Relaxa garota. Eu não matei a sua mãe... ainda. Só a mande parar com essas gracinhas dela, O.K? – Eu disse à Ellie, que me esperava do lado de fora.

– Você é louca! Sua Yandere! – ela me acusou.

Que injusto, eu não era tão Yandere assim, não...

Mas se alguém acha que Hyde vai sair impune desta, está redondamente enganado! Ainda vou fazer aquele cara pagar pela cena traumatizante que eu tive que presenciar.


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