Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 26
Capítulo 26 - Abrindo o Coração.


Notas iniciais do capítulo

Ei! Desculpem a minha demora para postar! Estive atolada com as provas finais, simulados para prises, visitas à universidades...(o terceiro ano é foda) enfim, mas fiquei livre! e agora vou postar sem mais atrasos!
agradeço às recomendações de Ava Fabian e Lais Santos. Adoro ficar lendo e relendo *-*
e agradeço aos reviews de todos aqueles que comentaram no último capítulo: Laladhu ; pokéjohnny ; Sofia Rangel ; Lais Santos ; Wetry ; Diane Souza ; Nair Alves ; Andréa ; Mrs St Clair ; Stargirlreckless ; fefenunes ; Leth

Curtam ai! ^ ^



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Capítulo 26 – Abrindo o Coração.

Eu dormi com Hyde.

Não no sentido de que transamos (que tipo de garota eu seria se transasse com ele no nosso primeiro encontro oficial?!), mas no sentido literal: conversamos muito no sofá, ele quis ver o amanhecer, mas acabamos dormindo antes disso.

Eu só fui acordar lá pelo meio-dia, com um sol brilhante que desmentia o frio que começava a fazer com a aproximação do inverno. No entanto, alguém havia ligado o aquecedor e o apartamento estava quentinho.

Acordei com a cabeça no peito de Hyde e sentindo a sua respiração mexendo com os meus cabelos; ele estava com o rosto apoiado na minha cabeça. A princípio, nem me lembrava do que ele fazia ali e o ódio habitual voltou, mas então eu me lembrei de ontem... E acabei rindo.

De um jeito que nunca me ocorrera, eu estava feliz.

Ele se remexeu, esfregou os olhos e os abriu, sonolento.

- Do que é que você tá rindo? – Quis saber.

- De você – eu respondi.

Ele esfregou os olhos novamente e arqueou uma sobrancelha.

- De mim?

- Você é muito engraçado – continuei, dando um selinho em seus lábios secos.

- Obrigado por vir me beijar com esse delicioso hálito matinal – ele disse com sarcasmo.

- Você quer morrer, filho da puta? – bufei.

Isso era o que eu ganhava por ser carinhosa com ele uma vez na vida.

Ele riu.

- Agora sim! Agora eu te reconheço! – ele disse rindo. – Merece um beijãaaaao agora.

Ele se aproximou fazendo um biquinho patético que me fez empurra-lo e dizer com uma voz de garota fresca:

- Você não pode me beijar com esse mau hálito matinal.

Escapei de seus braços que me agarravam e me levantei do sofá. Alguns de meus músculos reclamaram de tensão, e outros incrivelmente estavam bem relaxados. Espreguicei-me sem perceber o seu olhar de predador sobre mim.

- Chi, querendo ou não eu vou te beijar agora.

Eu olhei para ele a tempo de vê-lo tentar agarrar meus braços, mas consegui me esquivar e correr de seu aperto. Ele riu, e correu atrás de mim pela sala. Agarrou o meu braço e acabamos caindo juntos no chão. Hyde caiu em cima de mim, eu mereço.

- Outch! Você está me esmagando seu gordo! – reclamei, rindo para não chorar, pois quando sentei, todos os meus ossos doíam e vibravam.

Hyde se sentou também. Ainda rindo, ele pegou o meu rosto em suas mãos e fingiu me beijar profundamente, mas na verdade só me deu um selinho. Sinceramente, preferia que ainda não tivéssemos acabado de acordar, mas não comentei nada.

- Que comercial fajuto de viagra foi esse?! Ei, vocês dois! Separem-se! Aqui é uma casa de respeito – Fred acordou de ótimo humor.

- Falou o homem que trouxe uma líder de torcida bêbada para casa ontem – resmunguei.

-... Só para transar com ela – Hyde completou.

Fred ficou vermelho e começou a dar desculpas esfarrapadas para mandar Hyde embora, mas não convenceu nem a mim e nem ao meu namorado. Sendo assim, eu fiz questão de lembrar a Fred que ele estava ali de favor e que se quisesse ir embora, a porta estava aberta. Ele pelo menos tinha dinheiro para se mandar.

Claro que eu disse isso de um jeito mais grosseiro.

- Sua antipática! Mal educada! É sorte sua que eu tenha que sair para um almoço de negócios agora! – ele brigou abotoando sua camisa social branca.

Espere... Fred saindo para um “almoço de negócios”? Isso deveria ser um bom sinal!

- Vai tratar do quê? – eu perguntei.

Ele me olhou com desprezo, mas eu estava pouco ligando para os seus sentimentos magoados com a minha falta de vontade com sua permanência em minha casa. Ah, mas desde o início eu deixei claro que ele não era bem-vindo no meu apartamento com Clarice. Falando nela... Onde será que ela estava?

Não acredito que ela chegaria a casa sem me acordar.

- Pode não ser dar sua conta, mas...

- Querido, se isso tiver algo haver com a sua ida em bora, é da minha conta sim – eu respondi.

Hyde sorriu e me deu um toque, apoiando.

- Mas... – ele continuou fuzilando o meu namorado com o olhar. – Eu tenho um almoço com uma corretora que vai me arranjar um lugar para a minha loja E um APARTAMENTO NOVO! Muito melhor que esse fuleira de quinta classe que você divide com a sua amiga que, por sinal, ainda não chegou em casa. Imagino como D. Ângela vai ficar decepcionada...

- Se você contar para D. Ângela... – eu ameacei.

- O que você vai fazer? Usar os golpes que EU te ensinei? – ele zombou.

- Você já conhece os meus golpes, Fred? Você conseguiu memorizá-los da última vez que eu te mandei para o hospital? – Hyde zombou com um sorriso convencido. – Se não, você teria uma nova chance de reaprendê-los.

Meu irmão olhou para Hyde com um tom de ofensa e depois saiu de casa. Ignorando o comentário de seu arqui-inimigo. E eu apenas ri.

- Eu já disse que não gosto quando alguém me defende – eu disse à ele.

Hyde revirou os olhos.

- Chihuahua, você não pode simplesmente me abraçar gritando: “meu herói” como toda garota faz?

Foi a minha vez de revirar os olhos. Mas soltei um suspiro pesado e, sorrindo forçadamente, eu disse num tom de desgosto: “meu herói” e o abracei com nojo. Sinceramente, isso não combinava tanto comigo. Eu não sou como “toda garota”. Eu sou eu, caramba.

- Seu ânimo me contagiou – ele ironizou. Levantando-se do chão e oferecendo a mão para me levantar também. – Agora eu preciso ir. A ideia de Luc e Clarice sozinhos no apartamento é um pouco aterrorizante... Da última vez eu o encontrei algemado na cama.

Eu olhei para ele, chocada.

Não imaginava Clarice no papel de uma Dominatrix.

- Esse deve ser um lado dela que nem você conhece, né? – ele comentou divertido com a minha expressão.

Eu neguei com a cabeça.

- E nem sei se eu quero conhecer. Dou-me muito bem mandando nela por aqui – respondi.

Ele sorriu e fomos até a porta do apartamento. Ele chamou o elevador e ficamos num silêncio constrangedor por um tempo. No entanto, eu percebi que havia algo que eu precisava dizer para ele e que, por algum motivo, aquele era um bom momento para isso.

- Quando você disse: “Eu te amo sua Tsundere do caramba”... – Ele me olhou cheio de expectativa. – Eu fiquei feliz, como a tempo eu não ficava. Então... Obrigada.

Eu fitava o carpete, percebendo suas partículas mínimas de poeira que faziam a Gina, Reclamona, reclamar, e uma mancha escura que fora feito pelos quatro garotos que temos como vizinhos e que eu tinha medo de perguntar o que era, exatamente. Eu preferia observar tudo, menos a expressão de Hyde. Tinha medo do que poderia encontrar nela.

- Você está me agradecendo por eu ter dito que te amava? – ele perguntou confuso.

Eu dei de ombros.

- Fazia tempo que ninguém me dizia isso – confessei.

E então eu ergui o olhar e encontrei-o dando um sorrisinho que me irritou e me agradou ao mesmo tempo. Havia qualquer coisa naquele sorriso, que era como se ele dissesse que me entendia melhor, no entanto, eu não queria ser compreendida. Tinha medo de ser compreendia e preferia continuar sendo um mistério para ele.

Mesmo assim, me agradou porque era sincero.

O que me fez lembrar do nosso primeiro, real, contato. Quando ele se esbarrou em mim e foi grosso comigo. Teria sido porque eu falara sobre sua mãe? Afinal eu dissera: “Sua mãe não te deu educação, não?”. Será que minhas palavras, a minha citação à sua mãe, teria tocado na ferida que eu só fora descobrir ontem?

Isso tem sentido para mim.

- Será que meu Chihuahuazinho só faz barulho porque é carente? – ele perguntou, de repente, divertido. Chamando-me para o presente.

Eu olhei para ele como se pudesse espetá-lo. Eu abria o meu coração e, ao invés de fazer um comentário carinhoso ou meigo, ele vinha com essa piadinha?

- Nunca mais abro o meu coração para você – resmunguei.

- O que você esperava que eu dissesse? – ele perguntou divertido. – Você me pegou desprevenido.

- Sei lá. Diga algo meigo que vai me deixar sem graça e me beije. Como qualquer outro garoto faria – eu respondi cruzando os braços. Se ele ia me dizer como “outras garotas” agiam, eu também ia lhe dizer como “outros garotos” faziam.

Ele sorriu e revirou os olhos.

- Você é tão vingativa, Chi – ele disse. – Mas se é isso o que você quer... – Ele do nada me abraçou colando nossos corpos e disse: - Prometo-te que todos os dias, a partir de agora, lhe farei sentir amada. Minha Chihuahuazinha carente.

Deu certo: eu fiquei sem graça.

Mas como ele não me beijou, eu o beijei. Não foi um beijo digno de Oscar na categoria de “Beijo mais Ardente”, na verdade, eu era contra casais que ficavam aos amassos em lugares públicos (como o corredor do meu apartamento). Por isso, eu me limitei somente a roçar os nossos lábios com delicadeza, no entanto, ele veio me agarrando pela cintura e querendo mais.

Acho que esse garoto tinha algum problema.

Tive que lutar para afastá-lo um pouco de mim. No entanto, mais efetivo que o meu leve empurrão, foi a porta do meu elevador se abrindo e Gina Reclamona soltando um pigarro. Com sua carranca de velha mal comida, ela estava vestindo sua roupa da igreja: um conjuntinho bege com um chapéu de véu marrom escuro e flores bregas.

- Er... Eu te ligo – ele disse sem graça.

Eu concordei com a cabeça, sem fala.

Ele esperou que ela saísse e entrou no elevador. E então eu me perguntei se ele tinha o meu celular? Será que eu ao menos havia lhe dado? Hyde lançou um último aceno antes das portas se fecharem e ele ir embora definitivamente.

- Ele não vai ligar, Srta. Ferry. Eles nunca ligam – a velha Gina avisou amargurada.

- Não se preocupe, D. Gina. Esse eu sei que liga – eu respondi divertida. Ai dele se não ligasse...

- A proposito... Ontem eu ouvi gritos durante a madrugada, a senhorita não ouviu? – ela comentou.

Eu me fiz de desentendida dando um sorriso amarelo. “Hyde, sua praga” pensei.

- Desculpe. Eu durmo como uma pedra então... não ouvi nada.

- Acho que foram esses pecadores do número 504 – ela comentou num tom de fofoca que me irritava. – Eles parecem não ter percebido que aqui mora gente descente! Vou ter que reclamar para o síndico!

Eu apenas concordei com a cabeça e dei uma desculpa qualquer para entrar em casa antes que eu acabasse sendo pega pelo vírus da fofoca. Eu sei que foi errado eu não me acusar, no entanto, o síndico certamente não iria alisar os garotos da Boyband como me alisava. Ele queria o meu corpo nu! E, como é comum eu bater em homem abusado, isso o deixava louco por mim!

Soltei um suspiro e fui tomar um banho e escovar os dentes. Vish, eu me sentia nojenta agora!

Ao me arrumar, peguei o meu celular para ligar para Clarice, perguntando-me onde ela teria se enfiado, mas ela chegou em casa naquele momento. Tomada banho, cheirosa e com uma roupa que provavelmente ela levara para a casa de Luc.

- Nunca imaginei que a doce filha de Dona Ângela viraria vida loka ao vir para Nova York! O que eu fiz com você?! – perguntei dramaticamente. – Esse rapaz está te corrompendo! Esse rapaz é o pecado! Afaste-se dele!

Ela revirou os olhos, divertida.

- Você está imitando a Gina Reclamona, é? – ela brincou me abraçando. – Ah, Lyne... Você sabe que isso ia acontecer cedo ou tarde... Além do mais, você não pode falar nada porque Hyde passou a noite fora, ou seja aqui, também!

Eu fiquei vermelha. Merda! Estava ferrada. Um interrogatório de Clarice era cem vezes pior do que o interrogatório vergonhoso das irmãs de Hyde e nem tivemos muito tempo porque eu não podia roubar as anfitriãs do resto da festa...

- Bem... Depois falaremos sobre isso. Agora, eu tô morrendo de fome. Tem alguma coisa para comer? Já almoçou? – ela mudou de assunto.

Eu neguei com a cabeça. Agora que ela falava, percebi que estava morrendo de fome...

- Ótimo, temos uma missão a cumprir. Vamos almoçar num restaurante que abriu aqui perto – ela avisou. – Preciso checar algumas coisas e quero ter um tempinho com você... Girls time!

Eu olhei para ela, com uma vontade de dizer que “girls time”s sempre me deixavam sem graça porque ela só fazia isso quando eu iria ser o foco principal da nossa conversa. No entanto, antes que eu pudesse dizer algo em minha defesa, ela me atirou uma sacola estranha.

- Vista isso! – ela ordenou.

Eu olhei para ela com uma sobrancelha erguida.

- O que é isso? – perguntei sem nem olhar o conteúdo.

- Um disfarce!


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