Sr. Arrogante E O Chihuahua. escrita por Miss Trublion


Capítulo 27
Capítulo 27 - As panteras! Não, é Lady Gaga!


Notas iniciais do capítulo

Gente... Para me desculpar do meu loooooooongo atraso, eu estou postando esse capítulo mais rápido do que o comum (quase the flash, né?). Eu espero que vocês gostem dele! ^ ~

agradeço aos reviews de: Laladhu ; Nair Alves ; Beatriz Santos ; Leth ; Miss Wednesday ; fefenunes ; lik e Mrs. St Clair.

Beijos!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/258238/chapter/27

Capítulo 27 – As Panteras! Não, Lady Gaga!

Quando Clarice chegou à frente do prédio, ela viu o meu irmão saindo todo arrumado e estranhou. Não que Fred fosse desligado em sua aparência (por favor, ele foi modelo e chegava ao cúmulo de ser metrossexual!), porém, ela teve sua curiosidade instigada quando o viu abraçar uma garota “fora dos seus padrões” e entrar no carro dela.

“O que esse pilantra tá tramando?” ela se perguntou antes de dizer aquela frase que é o sonho de toda pessoa que quer começar uma perseguição: “Siga aquele carro!”.

E tudo isso cumulou nela, a própria Clarice, vestindo-se feito uma lésbica com uma camiseta larga e calça jeans largas e tênis desleixados, uma peruca preta curta e óculos escuros. Um cosplay quase perfeito de Jo Calderone. E  eu, realizando o meu maior pesadelo, usando uma peruca loira, lentes de contatos que deixavam meus olhos verdes claros e um minivestido preto e justo.

- Estou desconfortável – eu disse contrariada. – Porque temos que nos disfarçar para perseguir o meu irmão? E porque eu tenho ser uma putinha loira oxigenada?

Eu ignorei o olhar que o taxista me lançou pelo retrovisor.

Será que ela não sabia da minha aversão às loiras?! Não que fosse um preconceito, nem nada, eu só tinha uma repulsa incontrolável às loiras falsas. Porque a maioria delas eram... bem, o que eu iria fingir ser naquele momento. Infelizmente, Clarice pegara o melhor papel para ela.

- Por que esse é um papel tão estranho para você que seu irmão jamais pensaria que você iria querer ser isso, dã! – ela respondeu irônica. – Sem contar... Que você fica sexy com as pernas de fora! Queria que Hyde te visse assim!

 - E vamos ver se Luc se acha sexy com um olho roxo? – ameacei ironicamente.

Ela levou uma mão ao peito num gesto dramático.

- Lyne... Você se atreveria a me bater? – perguntou Jo Calderone.

- Se for para terminar com essa palhaçada...

Ela revirou os olhos.

- Você é tão chata às vezes... – ela reclamou.

- Eu só não entendi o porquê você vai se meter na vida dele! O que é uma garota “fora dos padrões” para você? Ele só foi almoçar com uma corretora! – eu expliquei. – Lembro-me que no nosso último ano do colégio, ele corria atrás de você e você nem dava papo, agora o que é isso?

Clarice ajeitou sua peruca quando o táxi parou em frente do restaurante.

- Lyne... Seu irmão é meu irmão – ela disse afetuosamente. – E não vou deixar nenhuma corretora morta de fome roubá-lo de nós!

- Mas eu quero que ele seja roubado! – choraminguei.

Ela me ignorou, pagou o taxista e saiu do carro me puxando para ela.

O restaurante era um lugar que muito me lembrou de um viveiro ou uma estufa: com enormes paredes de vidros e metal branco. Eu era capaz de ver os garçons indo e vindo com comidas, as pessoas rindo e conversando, mesmo do lado de fora. Aquele lugar novo parecia ser o tipo de lugar que as pessoas iam para serem vistas.

E aparentemente todo mundo queria ser visto também, pois a fila era enorme.

- Clarice, olha essa fila! – murmurei surpresa, tremendo de frio.

Se tivéssemos que aguardar naquela fila, eu ia congelar viva ou morrer de hipotermia. Merda! Estava tão frio que eu estava pensando em mendigar por um casco. Eu bem que havia tentado contrabandear

Merda! Eu estava morrendo de frio e alguém precisava me emprestar um casaco. Eu bem que tentei contrabandear um casaco, mas Clarice disse que, para a nossa missão, seria necessário que eu mostrasse um pouco do meu corpinho lindo!

- Eu não gosto de ser um sex appeal! – eu havia reclamado.

- As Panteras não pareciam gostar também, mas eram! – ela respondera.

- Nós não somos As Panteras – eu lhe lembrara.

- Como não? Temos uma morena, uma loira... – E ela tirou a peruca: - E uma ruiva!

Eu havia achado aquilo ridículo, mas agora eu só queria saber como ela faria para não me deixar congelar de frio até morte no meio da calçada. Maldito outono que se vai e maldito inverno que se aproxima! Odeio-os!

- Não se preocupe – ela me pediu de boa. – Eu tenho um plano B.

Eu revirei os olhos e segui-a para falar com o homem parrudo que estava entre nós e a entrada.

- Saiam da frente! Saiam da frente, todos! Estrelas passando! – ela gritou num súbito ataque de diva, imitando um homem.

- Tem reservas? – o Parrudo perguntou, num tom desagradável.

Ela pôs as mãos na cintura e pareceu chocada.

- E nós parecemos ser do tipo de pessoa que precisamos fazer reserva, manolo?! – perguntou. – Nós duas... Quer dizer, DOIS somos as maiores estrelas que já pisou nessa espelunca!

O homem cruzou os braços e olhou divertido para Clarice.

- E quem são vocês? – o Parrudo perguntou achando graça.

- Isso não está obvio meu filho? – ela perguntou dando estalos com os dedos no rosto do homem. – É impossível que você não nos conheça! Somos superestrelas!

- Não sei quem são vocês, então terão de ir para o fim da fila. Junto com aqueles que resolveram vir sem fazer reservas! – ele respondeu desagradável.

- Escuta aqui! Você não sabe com quem está falando não, homem?! – perguntou Clarice chateada. – Eu sou Jo Calderone e esta é... É... Ora, mas é LADY GAGA!!

Acho que ouvi as pessoas que congelavam na rua reclamarem e duvidarem. E eu olhei para Clarice, tipo: “Quem diabos acreditaria que EU sou Lady Gaga?! E Lady Gaga e Jo Calderone eram a mesma pessoa, tecnicamente!”. No entanto, ela me lançou um olhar como se pedisse um apoio meu à ideia. Relutante, eu fiz o Paws Up (erguer a mão como uma garra) com uma mão e o Poker face com a outra.

Eu mereço essa amiga. Andar com Luc a deixou louca.

 Clarice não era tão vida Loka assim.

Para a minha extrema surpresa, o cara ficou todo atrapalhado ao ver “Lady Gaga” a sua frente e abriu o cordão de isolamento para nós. Pedindo mil desculpas pelo engano e que era superfã da “Mother Monster”.

- Por favor, me dê um autógrafo! E uma foto também! – ele pediu.

Diz-se fã da Mother Monster e ainda não sabe que ela é Jo Calderone. Poser!

- Claro, claro. Na saída eu faço isso com prazer – eu disse com o máximo de simpatia que o frio me permitiu. Maldito tempo!

Quando entramos, eu não acreditei que ele realmente houvesse acreditado.

Lá dentro era um lugar espaçoso e logo nós fomos atendida por uma mulher falsamente simpática morena com um coque apertado na nuca que nos levou até uma mesa. Vi Fred somente de relance, e tive que esconder o meu rosto com um óculos escuros grandes que eu havia trazido na bolsa. Ele estava sentado numa mesa para duas pessoas com uma mulher cujo rosto não consegui ver.

Felizmente, a atendente nos deixou numa mesa às costas dele com duas mesas entre nós.

Lá dentro estava tão quentinho que meu corpo se arrepiou em choque térmico. Era quase tão bom quanto o abraço de Hyde. Vish, por que será que eu pensei nele agora?! Foco, Foco! Preciso verificar como é a garota “fora dos padrões” que Clarice suspeitou.

- Ainda acho que isso é loucura. Eu nem me importo com Fred! – eu comentei pegando o cardápio e tentando me esconder do olhar dela atrás dele. – O que te preocupa tanto que ele esteja com outra mulher? Ele vive cercado de mulheres!

- Essa é diferente! – ela exclamou indignada. Fazendo o mesmo.

- O que há de diferente nela? – perguntei. – E o que nós temos a ver com isso?!

Clarice soltou um suspiro e seu rosto ficou levemente vermelho.

- Lyne... Eu vi as garotas com quem seu irmão saia a minha vida toda – ela começou com um tom de sinceridade. – Eram somente “nós cegos”. Garotas frívolas, frescas, magrelas, anoréxicas e bulímicas, que ele transava e jogava fora... Mas essa... Essa é... Veja você mesmo.

Eu abaixei o cardápio e olhei para a garota.

Meu queixo se abriu.

Agora eu entendia o que ela queria dizer com “fora dos padrões”.

A mulher que se sentava com o meu irmão parecia ser nova e era relativamente bonita.

Até aí, as coisas não estariam muito estranhas. Seus cabelos eram cacheados e numa cor que muito se assemelhava à minha própria: pendendo para o chocolate, e chegava quase em sua cintura marcada pela saia lápis azul marinha. Seus olhos eram castanhos cor-de-mel e a pele era morena clara. Seus seios eram fartos e eram realçados pela camisa branca de botões e os quadris largos eram realçados pela mesma saia que marcava a sua cintura.

Nada de errado até aí. Exceto que ela parecia ser uma “mulher direita”. Digo, ela parecia ser uma mulher de respeito... E também ela era gordinha. Não obesa explodindo para os lados, como era Kitty, a prostituta vizinha de Hyde (ah, ódio dessa mulher! Ela alisou o meu homem!), enfim, mas “encorpada”.

Isso não era do feitio do meu irmão.

Ela parecia ser uma mulher decidida e, apesar de nova, parecia bem sucedida em seu trabalho. Meu irmão jamais pegaria uma mulher com a autoestima maior que a dele próprio.

- Realmente... Há algo de errado nesse casal – eu comentei. Mas era impossível que houvesse algo entre eles, quer dizer, até ontem ele estava comendo uma líder de torcida sem amor próprio e bêbada! – Talvez ela seja realmente só a corretora dele.

Clarice me olhou cheia de dúvidas.

- Fala sério, Lyne – ela reclamou. – Você almoça com seus corretores?

Eu dei de ombros.

- Existe algo chamado “Almoço de Negócios” – eu respondi.

- Ah, é mesmo? – ela perguntou cruzando os braços.

- Mesmo! – respondi.

- Então me explica se existe um brinde de negócios como aquele – ela pediu gesticulando para  a mesa deles.

Eu olhei e (tcharam!) eles estavam brindando feito um casal. Feito noivos! Cruzando os braços e levando o copo de vinho até suas bocas. Tá, aquilo lá tava estranho, mas eu sei que deveria haver alguma explicação plausível e LÓGICA para meu irmão brindar com a corretora gostosa (mas que não fazia o seu tipo) daquele jeito!

- Bem... Eu não sei... Talvez haja! – eu respondi, ainda segura que não havia nada entre eles. – Aff, Clarice, você está de perseguição. E mesmo que haja algo entre eles, por que isso te interessa?

Ela abriu a boca para responder, mas um garçom se aproximou perguntando o que queríamos. Eu não havia escolhido então primeiro pedimos somente dois sucos e depois veríamos com mais calma o que iríamos comer. Eu estava faminta.

- Você tem o Luc – sussurrei-lhe enquanto o garçom anotava os dois sucos.

Ele deu um olhar suspeito, pois Clari supostamente era Jo Calderone, um homem.

- Eu sei que eu tenho o Luc. Eu amo o Luc! – Novamente, o garçom arqueou uma sobrancelha. – Mas... Não quero que qualquer umazinha siliconada ponha as mãos em Fred!

- E quem disse que ela é siliconada?!

- Parecem bem reais para mim...

Nós duas olhamos para o garçom que havia dito essa última frase.

- Meu filho, como é que você escreve suco hein? Eu pedi sucos e não otorrinolaringologista! – Exclamei dando estalos na sua frente. – Vá pegar o meu suco! Traga o meu suco agora!

- Lady Gaga não gosta de esperar pelo seu suco! – Clari brigou fazendo o mesmo.

E então ele foi embora, amedrontado.

Clarice olhou para a mesa de Fred novamente, como se quisesse algo para criticar na mulher quando de repente, ela diz num tom chocado:

- E por acaso existe um “oral de negócios”?!

Eu olhei rapidamente para a mesa do meu irmão, vendo que ele não estava sentado no seu lugar e, sim, “fazendo alguma coisa” debaixo da mesa. Pela cara cômica que sua acompanhante voluptuosa estava fazendo, eu não queria acreditar que ele realmente fazia aquilo!

- MEU DEUS! FREDERIC FERRY SEU DEPRAVADO FILHO DA PUTA! – eu gritei sem me conter.

Ele se levantou com pressa, assustado ao ouvir o seu nome, e acabou batendo a cabeça na ponta da mesa e olhando ao redor, assustado. Clarice me escondeu com um cardápio, depois de ela mesma ter me segurado para eu não ir até lá dar-lhes uma bolçadas. Mas que depravado filho da puta! Aqui era um lugar de família! Tinham crianças por ali!

A mulher que estava com ele olhou ao redor também, procurando quem o havia xingado. Mas ambos não nos encontraram, graças a Deus.

- Ih, ele tava só pegando uma caneta que tinha caído. Foi mal – Clarice se corrigiu.

Olhei para ela, querendo estrangulá-la. Só não o fiz, porque o garçom fofoqueiro colocou o meu suco sobre a mesa e resolvemos fazer os nossos pedidos. Eu já estava morta de fome.

- Quer saber de uma coisa, Clarice... Por que você tem tanto medo que Fred se arranje de verdade? – eu perguntei, não suportando mais aquela brincadeira. – Você nunca o quis...

- Ah, eu sei lá Lyne! Eu só não confio nessa “zinha” aí – ela disse com desgosto.

- Com tantas garotas que ele saí você prefere não confiar naquela que parece a mais séria de todas?! – eu perguntei surpresa. – Sabe o que isso me parece? Recalque!

Ela me olhou feio, mas não desmentiu. Aposto que era porque nem ela sabia o que estava sentindo de verdade. Só sentia estranho que o mesmo cara que lhe jurava amor eterno desde que ela pisara no ensino médio e quando se mudou para a nossa casa, estivesse subitamente mudando de alvo. Eu entendia o como ela se sentia, apesar de nunca ter passado por isso antes.

Mas eu já vira muitas vezes isso acontecer.

- Você tem razão – ela suspirou quando o garçom trouxe a comida. - Eu sou uma recalcada e olha só no que eu meti a gente! – disse triste. – É só que... Eu fiquei tão...

Eu dei tapinhas na costa de sua mão estendida sobre a mesa para reconfortá-la e mandei-a comer antes que esfriasse o seu peito de piru em cima de uma salada. Pelo incrível que pareça, o verme que eu crio em meu estômago não estava com fome, então meu apetite estava normal naquele dia. Sendo assim, pedi só um prato qualquer.

- Vamos só comer e dar o fora daqui tá? – eu disse. – Daqui a pouco tenho um show em Nevada!

Ela riu, percebendo o quão ridículas éramos.

- Não acredito que ele realmente achou que você era Lady Gaga! – ela riu.

- Nem eu! – concordei comendo o meu prato. – Quer dizer, eu nem tenho aquele nariz dela!

Clarice concordou com a cabeça, rindo.

- E, apesar dela ser baixinha, você não tem nem a altura dela! – ela disse.

Então eu parei de rir e fiquei encarando-a. Ela sabia que nunca, em hipótese nenhuma, minha altura deveria ser motivo para risadas. Então ela parou de rir e disse que era melhor ela comer.

- Boa ideia - eu ameacei.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!