Always At Your Side - Season 2 escrita por Ágatha Geum


Capítulo 10
Contando as novidades - Parte I


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem e posto o próximo amanha...
Boa leitura...
Obrigada pelos comentários...
Obs: Leiam as notas finais...



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A claridade tomava conta do quarto quando Elena abriu preguiçosamente os olhos. Estava protegida pelos braços de Damon e mal conseguia se mexer. Sentia o corpo mole, dominado pela vontade de passar o dia inteiro na cama dormindo ao lado do rapaz. Era feriado de Natal, então, qualquer coisa que tivesse que acontecer, ela simplesmente não se importaria. Estava muito bem aninhada ao namorado e podia ficar assim até a chegada do final de semana.

Ao tomar coragem para ordenar seu cérebro despertá-la, o foco lhe fora concedido e ela encarou o rosto de Damon. Deu um grande suspiro ao observar o sono tranquilo que ele estava tendo. Sentiu uma ponta de pena em ter que acordá-lo, pois fazia tempo que não o via adormecer tão profundamente. Mas ele tinha que tomar seus remédios e se alimentar nos horários certos, ou ficaria muito mal no decorrer do dia.

Manhosa, aproximou-se ainda mais de Damon e beijou sua testa. O frio começou a dominá-la e nada mais certo do que se aquecer junto ao corpo dele. Carinhosa, apoiou uma de suas mãos em seu rosto e começou a acariciá-lo com todo cuidado. Não queria despertá-lo, pelo menos não naquele momento. Queria observá-lo, em silêncio. Mesmo apagado, ele era capaz de fazer seu coração bater mais forte. A noite que tiveram juntos foi a comprovação de que tudo ficaria bem. Eles se amavam e ninguém seria capaz de dispersar esse sentimento. Elena teve vontade de abraçá-lo e nunca mais soltá-lo.

Sorrateiramente, Elena se afastou de Damon. Sentou-se na cama cobrindo metade do corpo com o edredom e deixou que seus dedos alinhassem, de qualquer maneira, os cabelos castanhos. Deixou um sorriso perpassar por seus lábios ao lembrar-se da noite de amor que tivera com ele. Foi à noite de amor mais intensa da sua vida. Sem cobranças, sem pressa. Tudo o que ambos precisavam naquele momento.

Ao abaixar a cabeça e apoiar a mão na testa, podia sentir o sentimento de liberdade tomar conta de cada músculo de seu corpo. Ela percebeu que, qualquer negatividade, não fazia mais parte daquela nova Elena Gilbert que acordara satisfeita e convicta de uma vez que o amor do homem que estava ao seu lado era verdadeiro. E, acima de tudo, que não tinha motivos para ter medo de mais nada. A única coisa que a jovem tinha plena certeza é que Elisabeth Salvatore não a deixaria em paz. E, por mais ridículo que fosse, iria enfrentá-la. Aproveitou a oportunidade de quietude do quarto para reforçar em sua mente que deveria controlar seus instintos impulsivos ou em breve estaria planejando a morte da mulher.

Dando um sorriso abafado ao pensar na ideia, ela meneou a cabeça negativamente para afastar tal pensamento. Estava sendo tola todo aquele tempo e era estranho cair na real por causa das palavras ditas por Stefan. Ele foi o mais sábio da situação e isso a deixou envergonhada. Após o perrengue, Elena decidiu que Elisabeth deveria ser colocada para trás e, quando ela resolvesse infernizá-la, que fosse no melhor estilo. Ela estaria precavida.

Com toda a cautela, ela lançou um olhar para o chão à procura de alguma peça de roupa para cobrir seu corpo nu. Todas elas estavam misturadas no soalho, perdidas e afastadas a sua maneira. Ao longe podia ver seu casaco e sua blusa e, mais próxima de onde estava, a camisa de Damon. Tomando todo cuidado para não cair no chão e não descobrir o namorado por completo, ela pegou a camisa e a vestiu. O perfume dele impregnou o ar, fazendo-a levar a gola da camisa até suas narinas para inalar aquele cheiro característico do homem que amava.

Ao fechar o último botão da peça de roupa, ela impulsionou o corpo para fora da cama e deixou que seus pés tocassem o chão frio. Um arrepio percorreu sua espinha, eriçando seus pelos do braço. Seus olhos fitaram a janela, embaçada por causa da forte neblina. Podia imaginar que aquele dia seria o mais frio do ano e aceitou a ideia de ficar em casa assistindo filmes acompanhados de Damon e de uma boa xícara de chá.

Tomada pelo ímpeto de saber a previsão do tempo, levantou-se. Afastou um pouco as cortinas e deixou a mente ser guiada para as casas do outro lado da rua que estavam cobertas de neve, assim como os jardins e os carros estacionados no meio-fio. Lembrou-se do comentário de Stefan sobre uma possível nevasca. A sua noite tinha sido tão incrível que ela nem recordou que a véspera de Natal fez todos os nova-iorquino ficarem seguros dentro de seus lares.

Sua mão desembaçou o vidro para ver melhor a vizinhança. Todas aquelas casas pequenas, decoradas com árvores de Natal e, provavelmente, com crianças dormindo, fez o coração da morena apertar. Precisava escolher onde morar com Damon para que, juntos, pudessem oficializar o início de uma família e cuidar do bebê que se desenvolvia em seu ventre. Cuidadosamente, Elena repousou as duas mãos sobre a barriga e começou a acariciá-la. Ela não via a hora do seu filho ou filha se mexer. Os próximos seis meses seriam os mais longos da sua vida, ela tinha plena consciência disso. Ela logo ficaria no formato de uma bola e estaria à mercê dos prazeres e desprazeres da gravidez. E ainda tinha o estado de Damon que, de acordo com a mãe de Josh, poderia afetar não só a ela, mas o bebê devido a pressão que sofria todos os dias para dar total apoio a ele.

Ao sentir seu corpo completamente desperto, Elena se sentiu mais forte e encorajada. Aquele dia nascia diferente, ela sabia. Suas baterias estavam recarregadas a ponto de fazê-la rir sozinha com a ideia de que poderia dominar o mundo. Quando fez menção de voltar para cama para checar se Damon ainda dormia, sua atenção foi presa por umavisão do que seria o seu futuro: uma mãe saindo de mãos dadas com uma menina de mais ou menos cinco anos, completamente agasalhada e, com certeza, muito feliz por ter ganhado um presente novo do tão querido Papai Noel.

Isso a fez sorrir e abaixar a cabeça em direção à barriga. Ela não estava muito saliente, mas podia-se ver que não estava mais como antes. Uma emoção forte começou a possuí-la ao recordar Damon acariciando seu ventre, amoroso. Ninguém conseguiria ver como ela se sentia completa. Estava estranhamente feliz e segura. E isso era um sentimento muito bom se comparado às lágrimas que vinha derramando por causa da doença que afetava o namorado e por interferências externas que tentavam feri-la a qualquer custo.

Seus dedos exploravam a barriga enquanto sua atenção ainda estava presa no momento mãe e filha do lado de fora. Ela não se conteve e voltou a rir sozinha. Ficou até chocada em escutar o próprio riso que não saia da sua garganta há muito tempo. A morena foi levada a rir mais ainda, quando duas mãos a enlaçaram pela cintura. Ela cessou o ruído quando sentiu um beijo no pescoço, fazendo-a inclinar a cabeça. Logo em seguida, ela pode ver a figura de Damon, com o queixo apoiado em seu ombro, pelo reflexo do vidro. As mãos dele acariciavam seu ventre junto com as dela, enquanto compartilhavam um sorriso cheio de orgulhoso pelo momento.

– Eu ainda acho que é um menino - disse Damon, com a voz rouca de sono, fazendo-a voltar rir.

– Eu não sei o que pode ser Dam, mas o que vier para mim já está de bom tamanho - respondeu Elena, retirando suas mãos da barriga e pondo-as sobre as de Damon.

– Eu já pensei em um nome masculino. Quer ouvir ou prefere saber quando você der à luz?

Elena girou nos calcanhares e ficou de frente para ele. O abraçou pela nuca, olhando-o com uma sobrancelha alteada.

– Claro que vou querer saber de todas as suas ideias mirabolantes. - Elena apertou o nariz dele, fazendo-o sorrir.

– Ok! Nada mais justo! - Damon mordeu a bochecha da namorada com gentileza, puxando-a pela cintura. - Como o nosso bebê será um menino, o nome dele será Aron.

Elena inclinou a cabeça para o lado fazendo uma careta que fez Damon pensar que ela não aprovou muito a ideia.

– Aron Damon? Da onde você tirou esse nome pelo amor de Deus?

– Aron, Sim! - confirmou Damon deixando a felicidade transparecer em seu rosto, sem receio algum. – Eu vi numa revista de nomes de bebês e esse nome é francês.

- Eu prefiro Oliver e é italiano. – disse Elena. Damon não gostou muito. Ele queria Aron.

- Façamos assim... Aron Oliver Salvatore soa muito bem, não acha? – disse Damon sorrindo.

– Aron Oliver Gilbert Salvatore, não tente me excluir, ok? - resmungou ela cruzando os braços. – E prefiro Oliver Aron Gilbert Salvatore.

– Claro que não, afinal, quem vai carregá-lo por nove meses é minha amada namorada - afirmou Damon em um tom brincalhão.

Elena deu um beijo rápido nele; E ele retribuiu com extremo carinho. Ao se afastarem, se olharam em silêncio por alguns instantes, trocando carícias gentis.

– Dormiu bem? - perguntou Elena, atenciosa.

– Nunca dormi tão bem em toda minha vida. - Damon a tranquilizou. - Você dormiu feito pedra. Acordei no meio da noite para ir ao banheiro e você nem se mexeu.

– Ah! Mas que mentira! - Elena desatou a rir. - Eu dormi muito bem, mas não quer dizer que eu estava no formato de uma estátua.

– Era bem por aí! - disse Damon afastando uma mecha de cabelo do rosto dela.

– Bom... Acho melhor você se agasalhar. Você não pode ficar pegando friagem desse jeito. Sua imunidade está muito baixa.

– Meu amor, desligue sua preocupação por alguns minutos, sim?

Elena meneou a cabeça positivamente, meio receosa, mas logo voltou a ficar calma ao sentir os lábios de Damon tocar sua testa.

– Você sabe que eu não consigo fazer isso, ainda mais agora que estamos rumando para a reta final – Elena se explicou, com a voz baixa. - Você fez seus exames conclusivos, Dam, e temos que ser confiantes de que a doença entrará em remissão.

Damon a abraçou apertado sentindo uma bola de saliva se formar na garganta. Por mais que transparecesse que estava bem, toda vez que se lembrava do possível status do câncer, sentia uma vontade cruel de gritar e sair quebrando as coisas. Seria muito tempo de espera e isso significava um bom período de tortura até que soubesse dos resultados. Enquanto não recebesse os exames, ele não poderia declarar para si que estava livre do fardo e que poderia engatar sua vida mais uma vez ao lado de Elena, sem fazê-la perder a cabeça por sua causa.

– Saberemos em janeiro, não se preocupe. - Damon soltou Elena e deu um meio sorriso. - Enquanto isso tenho que fazer minha parte. Tomar os remédios, comer e dormir bem.

– Exatamente, Sr. Salvatore - concordou Elena com firmeza. - Nada de burlar o sistema enquanto estiver em casa. Entendido?

– Mais do que entendido, Srta. Gilbert! - Damon bateu continência. - Não é você que tem um cronograma de sobrevivência para cada dia da semana a ser obedecido.

– Diga que você não vive sem mim, Damon Salvatore.

Damon aproximou sua boca da dela, mordendo seu lábio inferior.

– Não, não vivo!

Elena se pendurou no pescoço de Damon e o beijou com extrema vontade. Parecia que fazia muito tempo que não sentia o toque de seus lábios. Quando as línguas se encontraram, ela pode sentir o mesmo calafrio percorrer sua espinha, um calafrio bom que a fazia desejá-lo de uma maneira mais obscena.

– Bom saber disso... - sussurrou Elena com a voz fraca, separando-se dele com certa dificuldade. - Eu te amo, Damon.

– Eu também amo você - respondeu ele, no mesmo tom, apoiando sua testa na dela.

– Vai dar tudo certo, não vai?

– Já está dando tudo certo, Lena. Não tem nada para se preocupar.

Elena soltou um suspiro doloroso, que pareceu ter machucado até sua alma. Damon ergueu a cabeça e segurou seu rosto com as duas mãos, buscando seu olhar. Aqueles olhos intensos, de encontro ao seu, fazia seu medo se dissipar, pois estava ao lado da mulher que amava e poderia contar com ela para sempre.

– Dam, preciso te contar uma coisa. - Elena pigarreou e endireitou o corpo meio tensa.

– Quando você vem com esse, algo bom não é. - Damon enrugou o cenho e se sentou na cama. Esticou as mãos para Elena, puxando-a para ficar ao seu lado.

– Bem, depende do ponto de vista.

Damon alisou a testa imaginando o que viria logo a seguir. Parecia que o relacionamento deles nunca teria paz, pois ambos enfrentavam uma bomba diferente a cada dia.

– Ok! Conte-me! - disse Damon, paciente.

– Seus pais sabem que estou grávida.

Elena falou de uma vez, sem rodeios. Poderia ter feito um discurso, mas estava exausta de tentar justificar qualquer coisa antes de dizer o que tinha em mente. Ela evitou o olhar de Damon, mas notou que ele estava surpreso, pois ele nem se movera e demorou muito tempo para expressar sua opinião sobre o que acabara de revelar.

– Lena, como eles sabem? Foi durante a discussão no mercado? - ele se recuperou. Estava abobalhado com a morena que o encarava desolada.

– Sim, foi. Eu não me aguentei. - Elena juntou as mãos e mordeu o lábio inferior. - Foi uma briga muito baixa, Damon. Senti-me uma imunda diante dela, ela chamou nosso filho de bastardo, mas eu simplesmente não me segurei. Qualquer ser humano normal não aceitaria ser humilhado em tão curto espaço de tempo, e ainda mais em público. Eu queria ter sido mais fina e elegante, estar com uma aparência melhor para enfrentá-la, mas sua mãe me tira do sério. O que diabos eu fiz para ela me odiar tanto?

Damon ficou enraivecido. Se pudesse ele voaria no pescoço da própria mãe. Como aquela megera tem a capacidade de chamar meu filho de bastardo? Damon pensou. Damon abraçou Elena pela cintura e a puxou para que ela ficasse mais próxima dele. Ela estava irada com a situação, era evidente, mas tratando de sua mãe, era normal que qualquer pessoa ficasse daquela maneira.

– Eu não sei por que minha mãe desdenha do nosso relacionamento. Eu já me envolvi com criaturas piores e ela nunca disse nada. Nem sequer reclamou das vagabundas que já namorei.

– Não precisa xingar as suas ex-namoradas - pediu Elena entre risos. - Senão, vou ter que te matar se terminarmos um dia. Ai de você se me citar como uma dessas ordinárias.

Ele gargalhou, dando um beijo no rosto da morena. Até indignada ela ficava linda e Damon tinha vontade de mordê-la por inteiro.

– Ok! Não usarei mais esse linguajar coloquial - brincou ele, pegando uma mão da garota. - Bom... Agora ela sabe que seremos pais. Isso poupou nosso trabalho de criar uma missa sobre o assunto.

– Ela está pau da vida, Dam - alertou Elena com uma sobrancelha erguida. - Mais ainda porque dei dois tapas nela.

Dam se afastou de Elena e a encarou com os olhos arregalados.

– Você bateu na minha mãe?

– Ah! Dam! Eu perdi as estribeiras, ela xingou nosso filho, me desculpe.

Elena ficou perdida quando ele desatou a rir a ponto de ficar quase sem ar.

–Lena, meu amor, você não é a primeira a fazer isso. Acredite em mim! - confessou Damon, recuperando o fôlego com certa dificuldade. - Minha mãe já recebeu umas bordoadas da minha tia, mas de nada adiantou. Ela já deve estar acostumada com bofetões, relaxe.

– Se você está me dizendo, eu acredito. - Elena o olhou de canto, meio surpresa com sua revelação. Tinha pensado seriamente que ele bateria as portas por ela ter sido tão insolente com a mãe dele. - Enfim, que fique registrado que não irei me importar em mandar um convite do chá de bebê para ela. Super quero a esmola financeira dos Salvatore e mais uma chance de dar uns tapas nela.

A risada do casal ecoou pelo quarto. Ambos se contorceram só de imaginarem a cara de Elisabeth ao receber qualquer convite que tivesse relacionado a eles e ao bebê. Ela surtaria, possivelmente, chamaria a polícia.

– Minha mãe é sem noção. Não entendo essa mulher.

– Ela te ama Damon, mas de uma maneira egoísta. Você é filho único, um homem muito inteligente e tem direito a muito dinheiro. Qualquer mulher seria melhor para você, menos eu. Isso de acordo com os pensamentos geniais de Elisabeth. - Elena passou a língua entre os lábios para umedecê-los. Ouviu um ronco alto vindo da sua barriga, dando indícios de fome. - Mas, eu fui à escolhida. Vou roubar sua herança e fugir com Stefan.

– Logo com o Stefan? - perguntou Damon com falsa indignação.

– Ele é tão ferrado na vida quanto eu. Seríamos um ótimo casal.

Damon riu e jogou seu corpo sobre o de Elena fazendo-a deitar sobre a cama. Ele afundou o rosto no pescoço dela, distribuindo beijos delicados, fazendo-a se contorcer com o toque.

– Agora só precisamos contar a família Gilbert. - Damon ergueu a cabeça com um sorriso maroto nos lábios. - E eu já sei que eles vão amar serem avós. Eles sempre me amaram. Principalmente quando tocava sua campainha e saia correndo.

– Sobre a parte dos avós, tudo bem, mas a parte deles te adorarem duvido muito - discordou Elena acariciando as costas dele. - Meus tios vão querer te matar primeiro, depois aceitarão a proposta.

– O que você acha de falarmos com eles hoje?

Elena foi dominada por uma expressão de confusão e engoliu em seco ao encarar o olhar decidido de Damon. Parecia precoce tomarem a decisão naquele dia e contar aos seus tios sobre a gravidez, sem um plano para safa-los se algo desse errado. Os Gilbert eram bondosos e aceitavam novidades, mas quando eram ditas de maneira errônea, eles surtavam. Por mais que seus pais fossem receptivos e compreensivos, ela era a filha/sobrinha mais nova, e os cuidados que recebeu sempre foram mais excessivos se comparados à proteção fraternal que envolvia Meredith.

– Você quer mesmo fazer isso? - perguntou Elena recuperando o foco da conversa.

– Sim, eu quero. Sei que é feriado e tudo mais, mas pode ser a nossa chance de tirar mais esse peso dos nossos ombros.

A morena considerou a ideia e percebeu que Damon tinha razão. Esconder a gravidez vinha sendo um peso a mais e desnecessário para os dois. Ela ficaria com o bebê de qualquer jeito e ao lado dele, mesmo que sua expulsão da casa dos Gilberts fosse declarada.

– Tudo bem! Acho melhor nos aprontarmos. - Elena deu um selinho carinhoso no namorado. - Vá tomar banho primeiro. Vou preparar o café, pois não acho certo você simplesmente sair daqui de barriga vazia.

– Sim, senhora!

Damon ergueu o corpo e saiu de cima de Elena. Foi até o guarda-roupa e encarou todas as peças que lá havia, sem pronunciar uma palavra. Elena o observou, sabendo que ele começou a entrar em conflito sobre o que vestir mais uma vez.

– Dam, jeans, camiseta e moletom é o suficiente - avisou Elena, atraindo a atenção dele. - Se você for de terno e gravata, meus tios vão achar que você vai a um velório.

Ele se virou para a morena e sorriu. Ela retribuiu o gesto, feliz por saber que o tinha acalmado.

– Eu vou colocar um terno na mochila. Vai que eu mesmo seja velado por ter te engravidado.

Elena saiu da cama entre risos. Foi até ele e analisou seu guarda-roupa com o dedo indicador no canto da boca.

– Você tem roupas legais, Dam. Não sei por que essa reflexão toda - Elena afastou as roupas com extrema rapidez, fazendo uma careta com o som dos cabides. - Essa camiseta polo é estilosa e esse moletom. Vista essa calça jeans também. Você vai ficar com cara de nerd e eu vou ter que me segurar para não te agarrar.

Damon sorriu fazendo-a suspirar mais uma vez. Aquele sorriso enfeitiçava Elena de uma maneira inexplicável. Ele era um homem charmoso, de qualquer jeito.

– E o que eu faço com a minha falta de cabelo? - Damon perguntou, apontando para a cabeça.

Elena alisou a testa e voltou-se para o guarda-roupa.

– Você tem alguma touca? Se não tiver aqui, tenho certeza que Stefan tem várias.

– Eu tenho, mas não sei onde elas estão - afirmou Damon dando de ombros. - Quando eu sair do banho, eu procuro.

– Tudo bem! - Elena ficou na ponta dos pés e lhe deu um beijo na bochecha. - Estarei lá embaixo.

Damon afagou os cabelos da namorada e não se demorou a se trancar no banheiro. Elena aguardou um tempo para abandonar o aposento até ouvir o barulho do chuveiro. Sabia que Damon demoraria no banho, pois ele voltou a manter sua vaidade. Isso a faria ter tempo o suficiente para preparar o café da manhã.

Saindo do quarto, Elena desceu as escadas ainda com os pés desprotegidos. Foi até o sofá e pegou sua bolsa. Tateou a procura do celular e, ao encontrá-lo, não se surpreenderam em nada com as 52 chamadas perdidas de Bonnie. Sem demora, se apressou a retornar, caminhando até a cozinha com o aparelho na orelha.

– ONDE DIABOS VOCÊ ESTÁ?

Elena afastou o celular da orelha, entre risos. Bonnie estava indignada, claro, pois ela marcou a ceia de Natal com todos os amigos mais próximos. E ela simplesmente não apareceu.

– Estou na casa do Damon - respondeu Elena voltando a colocar o aparelho na orelha. Foi até a mesa e começou a desempacotar as compras.

– Não era isso que eu queria ouvir, Elena Gilbert. Era para você estar aqui. - Bonnie disse ainda com certa indignação na voz. - Todos morreram na minha casa. Stefan está roncando no sofá de tanta bebida que tomou.

– Cê jura? - Elena gargalhou enquanto ia até os armários à procura do pó de café.

– Juro! - exclamou Bonnie deixando o tom divertido tomar conta de sua voz. - Você deveria estar aqui. Você me traiu.

– Não te trai, Bonnie. Apenas aconteceu o inesperado.

– Como se eu não soubesse que você ficou aí porque estava fazendo sexo com Damon.

As bochechas de Elena enrubesceram instantaneamente. Um calor floresceu em seu corpo levando à tona a vergonha causada pela declaração de Bonnie.

– Para ter ficado quieta, realmente acertei em cheio. - Bonnie riu. - Por conta disso, eu te perdoo.

Elena caminhou até a cafeteira e começou a preparar o café. Aquele cheiro agradável do pó a fez sorrir como uma criança que acaba de ganhar um chocolate.

– Obrigada por ter me perdoado.

– Claro que te perdoo, minha amiga. Não é todo dia que se faz sexo nessa vida.

A morena tentou controlar outra risada, mas deixou que ela esvaísse de seus lábios, ao mesmo tempo em que se ocupava em preparar uma tigela de cereal para comer. Sentia um desejo quase desesperado de comer a caixa inteira.

– E você fez sexo com Jeremy, certo?

– Lena, as mulheres grávidas tem mais desejo sexual. Já deixe Damon avisado, pois ele terá que dar conta de você. Minha gata feroz.

Bonnie era a única pessoa próxima dela que conseguia ser tão desencanada diante de todas as causas que tendiam a empacar sua vida. Poderia ser o assunto mais grave do universo, mas ela sempre explorava o lado positivo da coisa para acalmar quem estava com problemas. A sua melhor amiga era assim, desinibida e tinha enraizado com ela o fator de se preocupar com o que realmente importava.

– Vou avisar ao Damon. Apesar de que li isso em algum lugar.

– Na internet, para variar.

– Deixa de ser boba, Bonnie. - Elena abriu a geladeira à procura do leite e jogou uma quantia generosa sobre o cereal. - Sua festa ocorreu bem?

– Eu tenho que agradecer ao Damon por você não ter vindo. April apareceu aqui e eu tenho certeza que ela queria causar problemas.

Elena se serviu de uma colherada grandiosa do cereal e o mastigou. Era um momento de puro deleite, que a saciou ao saborear o gosto de açúcar penetrando em seu corpo, satisfazendo-a.

– Eu não me importo com ela mais. - Elena respondeu depois de ter engolido o cereal. - Prefiro fingir que ela não existe. Ela me deve desculpas por estar agindo assim, mas não vou forçar a barra. Uma hora April vai perceber que estava errada.

– Concordo plenamente com você - disse Bonnie com sinceridade. - Eu ainda fico chocada com ela, sabe? Todo esse amor estranho pelo Damon...

– Não é amor, Bonnie. - Elena ocupou uma cadeira e deixou a colher deslizar por todos os extremos da tigela. - Amor é o que eu sinto por ele. Simples! April dormiu com ele uma vez, assim imagino, e acha que tem direito de fazer isso quantas vezes quiser. Damon não é o Stefan.

– Uma hora ela vai entender que estava errada. - Bonnie assegurou, botando fim no assunto. Não queria estressar a melhor amiga logo cedo. – Mas deixa eu te contar... Josh estava todo abestalhado pro lado da Lexi menina...

Elena gargalhou.

- Eu sei – disse Elena animada – Ele disse que gostou dela e disse para ele que ela estaria ai na sua casa.

- Que bom... Quero que ele seja feliz – disse Bonnie – E ai... Planos para hoje à tarde?

Elena sentiu uma falta de ar repentina.

– Damon e eu vamos à casa dos meus pais. Vamos contar sobre a gravidez.

– COMO É?

A morena acalmou a amiga lhe contando sobre a discussão com Elisabeth e a maneira como ela acabou dizendo que estava grávida no meio do supermercado. E não se esqueceu de mencionar que Stefan estava com ela a todo o momento, que Damon não ficou enfurecido por ela ter tomado partido sem antes consultá-lo e que deu dois tapas na sogra.

– Mulher maldita - concluiu Bonnie cheia de raiva no final do relato de Elena. - Vou colocar o nome dela na macumba, bote fé.

Elena se serviu de mais uma colherada de cereal e afastou a tigela. Começava a sentir o famoso enjoo matinal.

– Vamos esquecer-nos da mãe do Damon. - Elena se levantou e foi até a lixeira se livrar do que comia. - Ela não é mais problema.

– E como estão os preparativos para contar a verdade para os seus tios?

– Não terão preparativos. Simplesmente iremos lá e contaremos. - Elena apoiou a mão livre na pia depois que colocou a tigela sobre ela. - Seja o que Deus quiser!

Bonnie sentiu uma vontade grande de abraçar a amiga. Sabia que ela estava apavorada, mesmo tendo noção que os pais dela eram muito gente boa.

– Vai dar tudo certo, Lena.

– Eu sei que vai - concordou Elena dando um suspiro logo em seguida. - Escute, eu vou terminar de preparar o café do Dam e terei que tomar um banho. Assim que meu dia acabar eu te ligo, ok?

– É para me ligar mesmo, Srta. Gilbert - disse Bonnie em um tom mandão. - Boa sorte, melhor amiga.

– Obrigada melhor amiga! - agradeceu Elena apoiando a mão sobre a barriga e finalizando a ligação.

Ela apoiou o celular na pia e sentiu um solavanco no estômago. Sua visão escureceu por alguns segundos e uma tontura fez seu corpo bambear. Sem pensar duas vezes, subiu as escadas, entrando no primeiro quarto para usar o banheiro. Em menos de cinco segundos, a morena estava debruçada na privada, botando para fora o que mal tinha digerido.

– Lena?

Ela ergueu a cabeça limpando a boca com as costas das mãos. Damon estava na porta, olhando-a preocupado.

– Enjoo matinal. Não me olhe assim porque é normal.

Damon entrou no banheiro pegando uma toalha, molhando-a na torneira. Agachou-se ao lado de Elena e limpou seu rosto com cuidado.

– Você comeu alguma coisa?

– Fui seca comer cereal, mas esqueci do detalhe que tudo que como, eu boto para fora.

– Vai ver o Aron não gosta de cereal.

Elena riu, abaixando a mão do namorado que segurava a toalha.

– Ele vai ter que aprender a gostar porque a mãe dele ama cereal - brincou ela, respirando fundo. Levantou-se com dificuldade com a ajuda de Damon.

– Use o chuveiro do Tyler. Eu te trago uma toalha e suas roupas, tudo bem?

– Tudo bem!

Sem demora, Elena se jogou no chuveiro, depois de se despir com extrema facilidade. Mergulhou a cabeça na ducha quente, sentindo cada parte do seu corpo amolecer. Suas mãos a mantinham em pé, pendentes na parede com o pouco de força que lhe restava. A jovem não via a hora de aqueles enjoos passarem, pois isso a deixava mais fraca e indisposta.

– Aqui, Lena. - Damon pendurou uma toalha limpa no boxe e sentou na tampa da privada. Não iria deixar a namorada sozinha. - Está melhor?

– Sim, estou - afirmou ela com a voz abafada por causa do pedaço de vidro que os separavam. - Mas eu vou querer comer de novo de qualquer jeito.

Damon riu com o comentário dela. Ficou quieto, aguardando-a sair do chuveiro, ajeitando as roupas dela em seu colo e largando seus sapatos perto da pia. Quando o barulho da água cessou, ele colocou-se de pé, largando as peças na tampa da privada e lhe estendendo a toalha.

– Aqui! Vem cá! - Damon abriu a toalha, cobrindo o corpo nu da namorada. Enxugou seus ombros e seus braços carinhosamente, fazendo-a ficar aquecida.

– Eu peguei um moletom meu. Está muito frio lá fora. Nem sei como sairemos daqui, pois tudo está atolado de neve.

– Daremos um jeito - assegurou Elena se cobrindo completamente com a toalha. - Seu café está pronto. Há pães sobre a mesa e, claro, meu amado cereal. Se quiser comer, fique à vontade.

Damon sorriu e deu um beijo no rosto de Elena.

– Vou comer então. Caso o mal-estar volte, me avise.

– Ok!

Ele deixou a namorada sozinha e caminhou até a cozinha. Abriu o armário próximo da porta e consultou o relógio de parede. Estava na hora de tomar alguns de seus remédios e era melhor que fizesse isso rápido ou Elena puxaria sua orelha sem dó e nem piedade.

Quando engoliu os pequenos comprimidos com o auxílio de um copo modesto de água, foi pego de surpresa pelo barulho da campainha. Não estava à espera de ninguém e era feriado, então, nem poderia ser o correio. Largou o copo sobre a bancada e foi até a porta. Ele torcia para que não fosse ninguém indesejável. Girou a chave na maçaneta e a abriu sem ter tempo de identificar quem era. Sua visão escureceu quando um corpo pulou de encontro ao seu, quase o tombando em direção ao chão.

– SEU LINDO!

Ele reconheceu aquela voz e retribuiu o abraço com força.

– Caroline! O que você está fazendo aqui? - perguntou Damon, depois de se ver longe dos braços da prima.

- Estou apenas visitando meu priminho lindo - respondeu ela com um grande sorriso nos lábios. Estava feliz em poder rever o primo. Muito feliz, mesmo.

– Você estava endemoniada com o término da relação. Toda trabalhada na maldade de

– Eu já ia perguntar o que você faz na cidade, mas já percebi que sua presença fez parte de mais um capítulo natalino da família Salvatore.

– Exatamente! E digo que as coisas estavam muito tensas - contou Caroline apoiando as mãos sobre os ombros de Damon. - Você está bem, meu primo?

– Estou melhor do que antes, acredite em mim – afirmou ele dando um meio sorriso. - Ainda bem que você partiu, sabe. Não queria que você tivesse presenciado tudo o que eu passei.

Caroline deu outro abraço apertado no primo. Sentiu saudades dele, mesmo que a convivência tenha sido marcada, em boa parte do tempo, por discussões sem sentido. Caroline só via Tyler e mal às vezes. Ela é uma pessoa extremamente cabeça dura e Damon sabiam disso. Por isso, ele aprendeu a relevar muitas coisas que partiam da personalidade da prima. O mais importante entre a relação dos dois é que não havia cobranças. Eles agiam naturalmente um com o outro, mesmo que isso rendesse dias sem se falarem.

– Eu queria ter te visitado mais, mas a faculdade tomou todo meu tempo. - lamentou Caroline, soltando o primo. - Acredito que tudo tenha ficado pior, pois até onde me lembro, meus tios meio que te abandonaram.

– Você não perdeu nada, acredite em mim. Minha relação com meus pais se tornou mais conflituosa que o normal e, antes que você me pergunte, eles não me ajudaram. Em nada.

– Não acredito nisso. - Caroline levou à mão a boca horrorizada. - Eu adorava meus tios, gostava de me sentir querida na casa de vocês. Mas depois de ontem, tive que encontrar um quarto de hotel no fim do mundo para fugir dali. Não aguentava mais ouvir seus pais brigando.

– Brigando por quê? - perguntou Damon confuso.

Caroline se calou ao ouvir passos na escada. Ao ver Elena, deixou um sorriso enorme dominar seu rosto, assustando a jovem que estava surpresa ao vê-la ali, indo até ela com braços abertos.

– Elena Gilbert! - Caroline a abraçou, mas não da mesma maneira que tinha feito com Damon. Foi mais cautelosa e não a apertou tanto quanto gostaria sua melhor amiga.

– Caroline Forbes! - Elena procurou o olhar de Damon, que também expressava o mesmo sinal de confusão. Eles não sabiam por que causa ela estava tão eufórica. Mais do que ela já é.

– Não vou te apertar muito porque sei que serei "tia”. - disse Caroline desenhando aspas no ar.

Elena e Damon se encararam no mesmo instante. Pelo olhar do namorado, o motivo da visita de Caroline se tornou mais claro que cristal.

– Vai me dizer que meus pais te contaram sobre a gravidez da Lena? - perguntou Damon tentando manter toda a calma do universo.

– Eles berraram praticamente a gravidez da Lena para todos os empregados e convidados. Eu mal tinha largado as malas e eles estavam aos berros - Caroline cruzou os braços, cheia de revolta. - Elisabeth está fora de si por motivos que ninguém entende. Para você ter uma noção, seu pai não estava em casa hoje quando acordei. Ele dormiu fora.

– O que eles estavam comentando? - perguntou Elena sem saber se a pergunta era uma coisa boa a ser feita. Sabia que Elisabeth a crucificou da pior maneira possível.

– Elisabeth estava falando horrores de vocês dois. Que ambos eram imaturos demais para assumir a responsabilidade de ter um bebê. Que Damon não tinha condições de ser pai e blábláblá... Minha tia quer levar você de volta para casa e chutar a traseira da Elena.

Elena foi de encontro a Damon no mesmo instante. Abraçou-o pela cintura, na defensiva. O corpo dele estava tenso, dominado pela raiva que guardava dos pais.

– Fique tranquilo, Dam. Seu pai não quer te buscar. - Caroline deu de ombros ao encarar os dois juntos.

– Como você pode ter tanta certeza? - indagou Damon, enfurecido. - Eles quase me arrastaram da última vez.

– Stevan está do seu lado. - Caroline disse com convicção. - Acho que ele percebeu muito tarde o erro que cometeu, não só com você, mas com a Elena também.

O casal trocou um olhar cúmplice. Elena lembrou como Stevan Salvatore a observou depois de ter brigado com sua esposa. Ela achou que era uma miragem, mas parecia que a pequena discussão entre as duas mulheres no dia anterior, surtiu algum efeito.

– Eu sempre fui mais apegado ao meu pai - explicou Damon para Elena, meio desolado. - Sinto falta dos dois e tudo mais, mas não entendo porque essa pressão toda. Eu estou bem, estou namorando a mulher que amo muito e vou ser pai. O que há de errado em tudo isso, Caroline? Diz-me!

Caroline sentiu uma ponta de pesar pelo casal, mas a sensação logo foi substituída por uma grandiosa admiração. Pensou se eles ainda estavam segurando as pontas tanto da doença quanto do relacionamento. Agora, frente a frente, ela chegou à conclusão de que não conhecia nenhuma pessoa mais forte do que as duas que estavam diante dela, com as mãos dadas, protegendo um ao outro.

– Eu sou a última pessoa a responder isso, mas utilizei meu lado maléfico para descobrir algumas coisas. - Caroline sorriu maliciosa. - Elisabeth estava com Davis no telefone hoje durante toda a manhã. Xingou ele de todos os nomes possíveis. Chegou a ameaçá-lo por oferecer moradia a vocês.

– Sua mãe acha que estamos morando juntos. - revelou Elena, mordendo o lábio. - Eu me esqueci de mencionar esse detalhe.

Damon riu debochado.

– Minha mãe e suas ideias geniais. Como se ela fosse mesmo parar Davis de fazer alguma coisa. - disse Damon revirando os olhos.

– Sim! Davis deve ter sido grosseiro, pois ela praticamente quebrou o telefone. - Caroline olhou de um para o outro. - Mas ela não quer que vocês durmam em paz. Antes de eu sair da casa, ela estava de saída atrás de Stevan.

– Meu pai deve ter se cansado das pressões dela - Damon deu um suspiro cansado.

– E não é novidade que Elisabeth quer nossas cabeças - completou Elena dando de ombros.

– Parece que minha mãe nunca saiu do maternal.

Caroline e Elena compartilharam uma risada enquanto Damon tentava se recompuser.

– Por isso, não se surpreendam se Stevan bater na porta. - Caroline alertou o casal, calmamente. - Eu acho que ele está muito arrependido de ter feito o que fez Dam. Ele está assim... Muito acabado. Nem sequer ficou muito tempo na mesa durante a ceia. Ele se fechou no escritório até Elisabeth enlouquecer.

Elena apertou um pouco mais a mão de Damon. Ele assimilava o que a prima acabara de dizer e não conseguiu engolir a situação. Depois de tudo o que ele passou, seu pai fica arrependido? Ainda mais agora que ele já tinha sofrido tudo o que já tinha que sofrer?

– Eu não me importo. - Damon pronunciou com a voz seca.

– Você se importa Dam - frisou Elena. - Você sente falta dos seus pais. Principalmente do Sr. Salvatore, mas nunca admitiu para ninguém.

Ele ergueu a cabeça para olhar para a namorada.

– Eu não quero prolongar a raiva entre a família Salvatore, mas quem sabe ele esteja sendo honesto.

– Eu não consigo confiar mais nos meus pais, Lena - disse Damon com a voz engrolada. Era muita raiva acumulada, pensou a morena ficando triste pela situação dele.

– Não precisa confiar neles, Dam. Pelo menos, se Stevan vier falar com você, o escute.

– Tenho que concordar com ela - apoiou Caroline meneando a cabeça positivamente. - Se precisarem da minha ajuda fico feliz em ajuda-los. Vocês são muito especiais para mim – disse Caroline

- Você que é especial amiga. – disse Elena sorrindo – Um anjo.

– Você também é especial para mim, Lena. Dam só está bem por sua causa. - Caroline sorriu fazendo Elena e Damon sorrirem também.

– Nem tanto assim, vai - disse Elena em um tom debochado. - Eu fui apenas uma parte boa.

– Muito boa por sinal - afirmou Damon com um sorriso malicioso atraindo a atenção da morena.

Caroline abriu um sorriso ainda maior quando eles trocaram um beijo rápido na frente dela. Só mesmo um demente para não reconhecer que eles formavam um casal lindo.

Caindo na real, a prima de Damon deu um sobressalto, seguido de um tapa na testa. Notou meio tarde que o casal estava arrumado demais para uma manhã de domingo e perguntou:

– Vocês estão indo para algum lugar? - Caroline enrugou a testa. - Passei aqui com a ideia de te chamar para almoçar.

– Na verdade, estávamos de saída. Vamos até a casa dos pais de Lena - respondeu Damon pedindo desculpas com o olhar.

– Ah! Que droga! - resmungou sua prima, dando um muxoxo.

– Você pode ir com a gente se quiser. - Elena sugeriu. - Meredith vai adorar conhecer uma pessoa que entende de moda e tudo mais.

– Ai! Sério? - perguntou Caroline dando um saltinho.

– Sim! Ela vai se casar no próximo mês e acho que ela está perdida com o vestido das madrinhas.

– Vou adorar ajudá-la. - Caroline bateu palminhas. - Quando vamos?

– Agora! - exclamou Damon rindo divertido com a cena e, ao mesmo tempo, surpreso com o convite de Elena. - Como anda a situação nas estradas?

– Uma porcaria! Quase furei o pneu - contou Caroline mal humorada. - Mas como a nevasca durou até umas dez horas da noite anterior, a neve deu uma diminuída. O tempo só está fechado, mas os homens do tráfego já tiraram boa parte da neve das pistas. Os motoristas só precisam dirigir muito devagar, quase em câmera lenta.

– Você está de carro? - perguntou Damon em um tom rotineiro.

– Estou sim. Dou uma carona para vocês, se quiserem.

– Ah! Só perguntei para saber, pois meu carro está lá fora.

– Deixa de ser idiota! Eu levo vocês.

Elena trocou olhares com Damon enquanto Caroline caminhava decidida até a porta. Ao abri-la, um vento muito frio tomou conta da casa, fazendo à morena se encolher.

Elena sorriu para Damon, enlaçando sua mão com a dele. Seu cérebro deu um estalido, fazendo-a vasculhar o bolso do casaco e tirando dele uma touca.

– Vamos, antes que eu perca a coragem de enfrentar meus tios. - ela disse com certa dificuldade, cobrindo a cabeça de Damon com a touca.

– Tudo vai dar certo, você vai ver - assegurou Damon lhe dando um beijo no topo da cabeça.

Damon esperou Elena deixar a casa para poder trancar a porta. Ultrapassando o caminho de neve como se fosse um obstáculo de Olimpíada, logo os três estavam dentro do carro, rumando para a casa dos Gilberts cheios de expectativas sobre o que viria a seguir.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Como querem o casamento de Bonnie? Sugestões para nome de bebês para o filho/filha de Bonnie e para Elena também...
Mandem nomes de Menina e menino para os filhos de Elena e Bonnie... Ui Spoiler hein hahaha...
xoxo