Dupla de Três escrita por MrsDaddario


Capítulo 15
Porto seguro


Notas iniciais do capítulo

Acho válido dizer que esse capítulo foi escrito num momento de extrema carência, enquanto eu escutava Vanilla Twilight.



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Basicamente, eu perco o dia inteiro pensando no que fazer. Rolo de um lado para o outro da barraca, mexo nos curativos, limpo Chalinitis e minha faca, etc. Coisas que hiperativos fazem quando estão nervosos.

Quando já está quase escurecendo e eu ainda não decidi o que fazer, ouço passos se aproximando da barraca. Arranco Chalinitis do pescoço na hora, por instindo, e abro a "porta". Vale dizer que eu levo um susto com a visita.

– Qual dos dois? – pergunto, inexpressiva.

– Tom – ele responde.

Eu tenho que segurar um sorriso de alívio. Se fosse Dustin, provavelmente ele ia dar uma de pacificador ou sei lá, e eu ia me sentir pior ainda. Mas é Tom, isso significa que ele tem algo a dizer, e se ele ainda quer falar comigo, já é lucro.

– Oi – digo, saindo da barraca e ficando de pé.

Não sei se deixo ele falar primeiro ou saio cuspindo tudo que eu quero dizer. Por fim, escolho a segunda opção.

– Antes de qualquer coisa, deixa eu falar, Tom – peço. – Desculpa. Por tudo, sério. Nem sei...

– Não precisa pedir desculpa – ele me interrompe.

– Como não? Eu dei um ataque – digo, quase rindo, se é que dá pra rir num momento desses. – Olha, precisando ou não, eu quero pedir desculpas.

– Tudo bem – diz ele.

– Você me salvou, e eu saí berrando... – digo.

– Não é como se eu me arrependesse de ter te salvado – ele observa.

– Eu sei que não – digo. – Mas devia.

Ele fica pasmo e me encara por uns 5 segundos. 

– Por que você está dizendo isso? – ele pergunta. 

– Porque eu estou arrependida – digo, e abaixo a cabeça. 

– Vem cá – diz Tom, abrindo os braços. É tentador, mas eu fico um pouco cabreira e franzo as sombrancelhas. 

Não que isso adiante. Ele me puxa pela mão e me prende num abraço aconchegante. 

Por algum motivo, eu fico meio rígida... Sei lá. Mas ele percebe. 

– Por que tanto medo, Emma? – pergunta Tom, com a cabeça apoiada em cima da minha, que está afogada no peito dele. 

– Medo? – pergunto, baixinho, pois ele está nada menos que certo. 

– É – ele confirma, me apertando mais forte num gesto protetor, como se estivesse dizendo "eu estou aqui"... Ou algo tipo "você está segura comigo". – Às vezes parece que você tem medo de... estar feliz comigo. 

Eu não falo absolutamente nada. O que fazer? 

– Eu posso estar errado, mas-- 

– Não – eu interrompo, levantando a cabeça e olhando bem no fundo dos olhos claros dele. – Você está certo. 

– Mas então, o que eu fiz para causar isso? – pergunta ele. Droga! Agora sim ele está ficando errado. 

– Você não fez nada. Não é sua culpa, Tom. 

– Então me explica – pede ele. – Por favor. 

– Você não me conhecia antes de eu ir pro acampamento. Eu sempre fui sozinha, porque... – Não consigo achar o melhor jeito de explicar. – Eu não quero me decepcionar, ou iludir, sei lá. Prefiro ficar sozinha. 

Definitivamente, eu não sei expressar meus sentimentos em palavras. Mas ele, graças aos deuses, parece ter entendido. Só espero que não tenha interpretado errado. 

– É isso? – Tom pergunta. Inesperadamente, ele me abraça com força de novo. – Abre seu coração um pouquinho, Emma. 

Eu olho nos olhos dele de novo, quase que desesperada, mas seu olhar é tranquilizador. 

– Ei – diz ele, chegando mais perto de mim. – Eu não vou te decepcionar. 

E ele não vai mesmo. Ele é tudo que eu precisava: um porto seguro, alguém para confiar. Quase começo a chorar por ter sido tão idiota com ele. Eu tenho muita sorte de ter Tom e Dustin comigo. Sem dúvida, não poderia ter pedido mais.


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Notas finais do capítulo

Acho válido repetir que esse capítulo foi escrito num momento de extrema carência, enquanto eu escutava Vanilla Twilight.