Dupla de Três escrita por MrsDaddario


Capítulo 11
Parada em Springfield (não a dos Simpsons)


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem que o capítulo de hoje é grande (:



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Nós ficamos em torno de duas horas viajando, até que começa a escurecer. Dustin finalmente acorda.

– Bom dia! – diz ele, se espreguiçando. – O que eu perdi?

– Mato – responde Tom.

– Ótimo – diz Dustin. – Onde estamos?

Tom checa o GPS e informa que estamos em Springfield.

– Espera. Springfield não é a cidade dos Simpsons? Por quanto tempo eu dormi?

Eu e Tom começamos a rir.

– Tem várias cidades chamadas Springfield nos Estados Unidos – explico. – Inclusive uma em New York.

– Ah. Ainda nem saímos do estado! – Dustin resmunga.

– Sossega, cara – diz Tom. – A viagem é longa.

– Não devemos parar para dormir? Tantas Springfields nos Estados Unidos, não é possível que essa não tenha um hotel de estrada – diz Dustin.

– Boa ideia – Tom concorda.

Eu pego o GPS e procuro pelo hotel mais próximo. Nós continuamos por mais alguns quilômetros até chegar na placa chamativa do hotel, e Tom entra com o carro no "estacionamento".

Tom bota a mão na maçaneta para abrir a porta do carro, mas eu sou mais rápida e seguro a mão dele.

– O que houve? – pergunta ele.

– Você não pode simplesmente sair do carro – explico pacientemente. – É o mundo mortal, pode haver monstros em qualquer lugar, e eles sentem cheiro de semideuses.

– Então faremos o que? – pergunta Dustin. – Entrar no hotel com o carro?

– Entrar armados – digo, pegando uma faca na mochila e colocando na bainha, além de minha fiel companheira Chalinitis, que está sempre pendurada no colar. – Peguem suas espadas. E prestem atenção em todos os funcionários do hotel, senão a Névoa nos engana. Se notarem qualquer coisa etranha em alguém e acharem que pode ser um monstro, avisem e nós sairemos na hora.

– Não vamos nos separar, né? – pergunta Dustin. – Por favor.

– Não, calma – diz Tom. – Vamos ficar juntos. É só precaução.


Nós entramos no hotel grudados uns nos outros e vamos para a recepção. Há quatro funcionários no balcão, e um deles vem logo nos atender.

O hotel é bem arrumadinho. Não é dos melhores, mas é o suficiente para três semideuses não-exigentes passarem a noite. Desde que não tenha aranhas, por favor.

– Boa noite. Como posso ajudar? – diz o funcionário.

– Nós queremos um quarto para passar a noite – digo.

O funcionário olha para nós três, um de cada vez, como que analisando a situação.

– Quartos separados ou um só para os três? – ele pergunta.

– Um só, pelo amor dos deuses – Dustin deixa escapar.

Eu dou um chute bem dado no tornozelo dele que o faz calar a boca.

– Ok – diz o funcionário, mexendo no computador a sua frente, e então pergunta, olhando para mim: – Uma cama de casal e uma de solteiro? Ou três de solteiro?

Eu fico vermelha-quase-roxa de vergonha instantaneamente; Tom não consegue segurar a risada. Eu calo a boca de Tom com um chute no tornozelo dele também.

– Três camas separadas – digo.

O funcionário nos dá a chave do quarto depois que pagamos metade da diária; a outra metade será paga quando sairmos. Nós subimos um andar, entramos no quarto, trancamos a porta e jogamos as mochilas nas camas.

– Vocês dois precisam de mais treinamento de como agir no mundo mortal – digo, e olho para Dustin. – "Pelo amor dos deuses", Dustin?

– Foi mal – ele se desculpa. – Ah, Emma, suas bochechas ainda estão vermelhas.

Eu viro de costas para os dois, constrangida, e enfio minha mochila embaixo da cama. Tom e Dustin fazem o mesmo.

Eu checo a janela do quarto. Não é tão alto assim, de modo que, se por algum motivo precisarmos sair, dá pra pular ou sei lá. Tirando meu pequeno trauma com cair de altura.

Eu fecho a janela e depois vou ao banheiro. Fecho a janelinha do boxe e o registro geral de água do chuveiro. Confesso: culpa de um filme de terror em que a garota foi amarrada e deixada embaixo do chuveiro até a banheira encher e ela morrer afogada. Quando saio tranquilamente do boxe, dou de cara com um dos gêmeos parado na porta do banheiro. Eu quase dou um pulo.

– Que susto, Dustin! – exclamo.

– Dustin está no quarto – diz ele, rindo. Tudo bem, eu já estou acostumada. – Você está tentando nos matar asfixiados aqui dentro?

– Eu sou uma menina precavida – digo.

– Até demais. Quando terminar a fiscalização do quarto, Dustin encontrou coca-cola.

Eu volto para o quarto e nós fazemos um pequeno lanche com coca-cola e biscoitos que Tom comprou na lojinha do hotel, apesar dos pedidos de não nos separarmos em momento algum.

– Nós deixamos algo no carro? – pergunta Tom, quando eu estou jogando as latas no lixo.

– Sim, as barracas – respondo. – Nós vamos sair daqui amanhã assim que acordarmos.

– Pra que tanta pressa? – pergunta Tom, tirando os tênis e se jogando na sua cama.

– Porque tem uma menina sendo atacada por monstros que precisa de ajuda – digo. – A oito horas daqui, em Columbus.


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Notas finais do capítulo

O capítulo de hoje foi dedicado à minha amiga Andrea (@AndreeaBrandao) que salvou minha sanidade durante um momento de desespero quando tentaram hackear meu twitter (@MrsDaddario) de manhã.
.......deixem reviews :) :) :)