MÚSICA 

Harry’s P.O.V

Eu acabei de ver um rosto, o rosto mais lindo de todos. O rosto mais encantador e admirável de todo o mundo, o rosto de Lucy a irmã mais nova de Max. Meu Deus, que garota maravilhosa. Eu pensei que ela era uma daquelas meninas bobinhas, mas depois que eu vi que ela leu Jack Kerouac aquilo me deixou boquiaberto. A noite de Ação de Graças foi engraçada ver a família de Max daquele jeito foi uma prova de que nem as família mais perfeitas são realmente 100% perfeitas, ta...isso pode não fazer muito sentindo agora...mas mais para frente acho que sim.

- Ei Harry! É a sua vez...- escutei Max me chamar e logo me entregar o taco de golfe, estavamos no mini golf no centro da cidade. Quando digo nós, quero dizer eu, Max e a adorável Lucy.

-Ah sim! – Eu falei abanando a cabeça e me livrando dos devaneios.

- Eu vi você babando pela  minha irmã, inglesinho. – Escutei Max debochar de mim, e eu ri comentando:
-Não cara...deve ser impressão sua! Eu tenho namorada – eu disse levantando as mãos em sinal de inocência e consegui um olhar desconfiado e seguido de uma risada de Max. Me posicionei para tacar. Endireitei as pernas e ajeitei a coluna e......... errei. Escutei risadas ao fundo e me diverti junto. Olhei para trás e lá estava Lucy sentada em uma das mesas enrolando a ponta dos cabelos loiros com os dedos e rindo de minha falha, sem perceber sorri bobo.

                                               [...]

“-Wallace Styles? – eu indaguei enquanto me aproximava do  senhor que estava sentado em uma das cadeiras de madeira da biblioteca de Princeton. O homem levantou os olhos para a minha direção, desviando a atenção do livro. Pude ver meus olhos em seu rosto, aquele era o meu pai. O homem por de trás de óculos pesados e garrafais, de olhos verdes sábios, e lábios finos e mudos. –Sim. – ele respondeu gentilmente em uma voz rouca. – E você quem é? – ele indagou fechando o livro.

-Harry. – eu disse ainda perplexo por tê-lo encontrado.

=Hum...- ele murmurou – e de onde vem esse sotaque? – ele indagou voltando os olhos para o livro.

-Inglaterra. – eu respondi sem demora. E ele ficou um pouco quieto. E logo levantou a cabeça e disse tirando os óculos e coçando os olhos.

-Ah...Inglaterra! É um belo país, quando servi o exercito eu tive um bom tempo lá...

-É...eu sei... em Liverpool,não é? – eu o interrompi e ele me olhou perplexo:

-Como você sabe disso garoto? – ele indagou surpreso e um pouco irritado.

-É...por que .... eu acho...-comecei a falar meio enrolado, mas que merda! – que eu sou seu filho. – eu terminei olhando convicto. Sua boca se formava um redondo O – sou filho de Anne Styles...- finalizei.”

Fechei os olhos e cocei as minhas têmporas. As memórias do mês passado ainda me matavam. Eu não conseguia acreditar que havia encontrado o meu pai. Dizer que não estava triste seria mentira...eu estou triste, só não demonstro isso. Creio que foi uma surpresa a recepção de meu pai a mim, pensei que seria igual aquelas de filme sabe? Onde ele abriria os braços e me abraçaria e depois falaria “estava esperando todo esse tempo para te conhecer,Harry” mas foi totalmente ao contrário ele não sabia da minha existência e muito menos me reconheceu, se quer desconfiou que aquele garoto cansado era seu próprio filho. Ele nem me convidou para a noite de Ação de Graças, ele já tem uma família e uma esposa eu apenas seria um estorvo. Levantei os olhos e fitei o céu negro, a noite fria esquentava a minha alma gélida e dura feito rocha, as árvores balançavam derrubando as ultimas folhas restantes. Traguei mais uma vez.

-Também não conseguiu dormir? – escutei a voz doce de Lucy soar atrás de mim, ah...aquilo era muito bom para ser verdade.

-Erm...não! – eu respondi ainda meio bobo, e olhei para o lado, ela havia se sentado na cadeira ao lado. Com os cabelos presos em um rabo de cavalo e com o corpo enrolado em um casaco gigante. Linda.

- Eu não estou conseguindo dormir bem essa noite. – ela disse fitando o gramado – e você?

-Insônia. – eu respondi sorrindo de canto, e ela levantou os olhos e sorriu. Seus olhos mudaram de cor, do azul elétrico, seu olhos foram para dóceis tons de cinzas. – Eu jurava que eram azuis. – eu disse olhando para seus olhos, e ela arqueou as sobrancelhas de espanto.

-Eles mudam de cor. – ela disse sorrindo sem jeito – depende da estação. – ela voltou seus olhos para frente. Ah Lucy, não há olhos mais lindos que o seu.  Caindo é um estava caindo, caindo de desejos por Lucy.