Learning How To Breath escrita por Saáh


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Olaá pessoal...como foi o dia das crianças ?! *-----*
Bem, tenho que dizer que vocês me deixaram bem confusa hahaha.. Adorei as ideias que todos deram e estou tentando decidir qual usar (tarefa difícil essa u.u)
Mas ainda tenho mais 1 ou 2 capítulos antes que o "personagem" novo apareça, então até lá ainda irei pensar e quem quiser mandar mais alguma sugestão também estarei aceitando ;)
Boa leitura a todos :)



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– Não vai me responder?

Engoli seco e pensei nas possibilidades. A parede me impedia de tentar sair da cama, já que estavam encostadas uma na outra. A única opção que tinha era pular o corpo de Luke, algo que não seria fácil. Senti suas mãos acariciando meu cabelo e tentei me esquivar delas mas o espaço era pequeno demais.

Com um movimento abrupto, girei meu corpo e dei uma cotovelada em Luke mas seus braços me envolveram firmemente e podia sentir agora seu corpo sendo pressionado contra o meu.

– Luke, eu não..

–Shiih.. Ei, não vamos as desculpas e implorações como sempre ok? – Engoli seco e tentei o empurrar novamente, mas seus braços me apertaram ainda mais. – Não posso dizer que fiquei feliz por você ter saído sem motivos do jantar.

–Tive motivos sim.

–Não, não teve. E o correto seria encontrar uma punição adequada para que isso não se repetisse novamente.- Senti a respiração de Luke batendo novamente em meu rosto enquanto parte de seu corpo parava sobre o meu – Mas, hoje estou querendo ser mais... delicado com você. Faz muito tempo que não temos um momento só nosso. Estou com saudades.

Ele aproximou o rosto e começou a distribuir beijos por meu pescoço. Era difícil respirar com seu peso por cima e o desespero me impedia de pensar com clareza, como em todas as outras vezes. Não era como se algo fosse melhorar ou ser exatamente igual. Não, a cada vez tudo se tornava pior e mais difícil.

Seus lábios subiram em direção ao meu queixo e senti quando suas mãos começaram a levantar meu vestido.

–Por favor..

Luke riu e me silenciou grudando seus lábios aos meus fazendo com que eu sentisse o gosto do alcoól ingerido durante o jantar. Não correspondi ao beijo, nunca correspondia e isso era sempre o que mais o irritava. Luke continuava me beijando e aproveitei um breve momento de distração que surgiu. Juntei toda a força que conseguia e o empurrei, fazendo com que ele se desequilibrasse e caísse no chão.

Levantei rapidamente e comecei a correr em direção a porta, mas seus braços me envolveram antes disso. Um breve grito escapou por meus lábios antes de ser abafado por uma de suas mãos. Ele me jogou bruscamente de volta a cama, fazendo com que minha cabeça batesse contra a parede. Por um momento me senti tonta e tudo só piorou quando um tapa foi desferido contra meu rosto.

–Acho que você não gosta de delicadeza afinal.

Luke deitou meu corpo novamente contra a cama e escutei o som do pano velho sendo rasgado até um pouco acima da minha cintura. Uma de suas mãos tampou novamente minha boca quando arfei sentindo em minha coxa o toque frio e áspero de suas mãos.

– Você é tão linda. – Luke falou enquanto olhava para meu corpo – Senti saudades do seu cheiro, da sua pele, do medo em seus olhos.

Minhas pernas foram afastadas e senti quando ele se aproximou mais para que eu sentisse em minha coxa, próximo a virilha, o volume que estava em suas calças.

–Sinto que vamos nos divertir muito hoje a noite. Não acha?

Ele sorriu e mais uma vez o pânico me tomou. Tentei me afastar a todo custo mas qualquer tentativa era inútil, não tinha forças para lutar contra ele. Ao mesmo tempo, sentia raiva por conseguir ser tão firme em meus propósitos em alguns momentos, mas em situações como essa simplesmente não ter uma reação que me favorecesse. Em alguns minutos ele tomava meu corpo para si, dizendo coisas desconexas enquanto sentia um prazer que eu não compartilhava. Sentia dor e ódio enquanto sua mão livre explorava cada pedaço e seu corpo vinha fortemente de encontro ao meu.

Por um momento fechei os olhos tentando convencer a mim mesma de que tudo não passava de mais um pesadelo, mas, os gemidos abafados contra meu ouvido impediam de que acreditasse nisso. Quando abri os olhos novamente, Luke descansava sobre meu corpo enquanto seu membro ainda continuava dentro de mim.

–Sabe, acho que não passarei mais tanto tempo sem ter você só para mim. Katy fará várias viagens futuramente.

Ele sorriu enquanto mexia em uma mexa do meu cabelo.

–Não... eu não quero mais.. – falei entre os soluços que me atingiam me sentindo uma criança em seus braços.

Luke se mexeu fazendo com que eu sentisse certa ardência entre minhas pernas. Suas mãos seguraram meu rosto em um aperto forte fazendo com que olhasse para ele.

–Você não tem querer. E isso foi só um pequeno lembrete para que você fique longe de Christian e de qualquer outro. Você é minha Alice, só minha. E sempre será.

Ele esticou o corpo dando um breve beijo em meus lábios e se levantou colocando suas calças novamente enquanto me olhava.

–Lembre-se disso sempre. E saiba que o que faço com você, poderá ser mil vezes pior com eles. Com qualquer um deles!

Luke me encarou com um sorriso estranho nos lábios e saiu do quarto. Levantei da cama e tirei os últimos pedaços de pano que restavam, trocando-os por um outro vestido. Passei o restante da noite acordada, bem longe da cama, encolhida em um canto do quarto e olhando para o nada da escuridão.

O dia seguinte começou cedo, principalmente para alguém que mal havia dormido. Olivia me avisou que Christian havia perguntado por mim no final do jantar, mas ela disse que eu já havia ido deitar porque não estava muito bem.

Quando soube que Christian estava de volta, percebi que criei certa esperança de que ele fosse quem sempre estive esperando para salvar ou mesmo mudar alguma coisa. Mas, durante a noite, tive a certeza de que com ele ali ou não, nada mudaria e mesmo assim, eu continuaria firme para aguentar tudo isso.

No meio da tarde, estava andando distraída pelos campos e indo em direção a uma das plantações quando alguém me chamou.

–Alice!

Me corpo inteiro gelou ao escutar aquela voz ao mesmo tempo que meu coração batia mais acelerado. Olhei para trás e Christian corria em minha direção.

–Christian por favor, eu não quero falar com você - disse dando alguns passos para trás.

–Mas.. eu queria. - Christian me olhou e suspirou - Eu não sei de mais nada, não entendo o que acontece. É tudo tão confuso, tantas coisas que escuto, que vejo. Não sei o que pensar.

–Do que você está falando?

–De você Alice. É tudo um mistério para mim.

–Não tem nenhum mistério.

–Mas..

–Olha Christian, se é sobre isso que você quer conversar, não acho que deva perder seu tempo.

Ele me encarou e suspirou dando alguns passos para frente enquanto continuei parada. – Não, também queria falar sobre o jantar de ontem. Olivia disse que você não estava se sentindo muito bem. Está melhor?

–Sim, obrigada.

Ele deu um leve aceno com a cabeça e, com os pés, encurtou o espaço que nos separava. – Achei estranho a forma como você saiu. Tinha algo haver com a conversa que estávamos tendo?

–Não. Aliás, meus parabéns pelo noivado. - disse de forma monótoma.

Christian fez uma careta – Não é bem assim. Não estou noivo realmente. Tudo isso foi um grande engano que..

–Christian, por favor. Acho que ficou bem claro tudo isso. E você fez bem em seguir a sua vida. – disse enquanto sentia meu peito se apertar por dizer essas palavras. Se fosse isso que o manteria vivo e bem, eu o faria.

– Claro, você também seguiu a sua vida com o seu amigo pelo que fiquei sabendo. E aonde está ele agora hein? Trabalhando em algum lugar daqui? Está indo encontrar com ele? – ele falou de forma irônica.

Foi ai que percebi que ele se importava com isso e não sabia que Kyle na verdade estava morto. Graças ao pai dele.

– Não acho que deveríamos falar sobre isso.- disse começando a andar mas ele segurou meu braço.

–Tudo bem, então vamos voltar a ontem a noite. Há algo que quero lhe perguntar. Eles fizeram alguma coisa com você? - Tentei virar o rosto e me soltar mas ele segurou meu queixo - Alice, meu pai fez alguma coisa com você?

Enquanto encarava Christian não pude segurar as lágrimas que começaram a escorrer pelo meu rosto. Eu queria que ele soubesse? E se isso acontecesse, o que ele faria? O que Luke faria?

Sem ter certeza de como minha voz sairia, somente balancei minha cabeça negando.

–Não?

–Não Christian, e acho que isso não é da sua conta.

Juntei o pouco de esperança que me restava e acabei deixando que ela fosse embora junto com o empurrão que dei em Christian, fazendo com que seus braços me soltassem. Enquanto me afastava, escutei quando ele gritou.

–Pois saiba que não acreditei em uma palavra do que você disse.

Meu coração se acelerou novamente e comecei a correr conforme a quantidade de lágrimas em meus olhos aumentava.


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