Learning How To Breath escrita por Saáh


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

E aee galera, sentiram saudade?!? haha'
Bom, ia postar só amanhã, mas me animei com os reviews e resolvi aproveitar o pouco tempo pra postar.
Yeah, não me matem pelas tragédias. Talvez eu esteja exagerando um pouco sim, mas quis pular a parte monótoma e mostrar a ação que acontecia. Posso dizer que depois desse capítulo não haverão mais passagens de tempo :)
E rezem pra eu tira o pé da cova e melhorar dessa gripe maldita e desse sol dentro de mim. O calor dos inferno u.u
Anyway, espero que gostem.
Boa leitura! :)



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– XERIFE! - gritei parando meu corpo no meio da estrada e fazendo com que ele tivesse que segurar firme as rédeas do cavalo.

– Meu Deus menina, que susto.

Me apressei para perto dele meio ofegante.

– Me desculpe, mas é que...eu preciso de ajuda.

Ele me olhou por um tempo e fez um sinal para que eu subisse no cavalo junto com ele. Enquanto via a cidade se aproximando, comecei a acreditar que talvez essa ideia realmente daria certo.

Mais uma vez estava tentando fugir. A propriedade era grande e até fácil de se conseguir isso, mas os capangas de Luke sempre me achavam antes que conseguisse ir muito longe. Na verdade, nunca tive um rumo certo. Meu único pensamento sempre foi ficar o mais longe possível de Luke. E naquela manhã, quando o xerife foi até a casa para tomar um café da manhã junto com os patrões, vi uma oportunidade surgir na minha frente, uma que talvez nunca tivesse considerado antes.

Paramos em frente a delegacia e entrei no local que também tinha alguns homens armados que me olharam estranho quando passei. O xerife entrou em uma sala e o segui enquanto ele fez um sinal para que eu sentasse em uma cadeira em frente a mesa.

– Então, o que aconteceu?

–Eu.. queria fazer uma denúncia.

– Denúncia? - Ele falou parecendo surpreso. - Contra quem?

– Contra Luke. - Vi seu olhar se estreitando e ele se aproximou mais de onde eu estava.

– O que ele fez?

– Ele..ele - minha garganta se fechou. Parecia que nunca conseguiria falar o que acontecia.

– Ele?

– Ele abusa de mim.

– Abusa?

– Sim. E faz torturas também. Ele..ele tem uma espécie de masmorra que esconde de todos. E ele também matou pessoas. Meu pai, Kyle..

– Calma, calma minha jovem.

O xerife encostou na cadeira e passou a mão pela testa, me analisando em seguida.

– Quantos anos você tem?

– 17

– E isso acontece desde...

– Quando eu tinha 16, mas as torturas são desde os 15. E as mortes fazem algum tempo.

Ele ficou quieto por segundos, até que se inclinou novamente em minha direção.

– O que você espera que eu faça?

– Bem... o senhor é o xerife. Deve ter alguma coisa que impeça que isso continue acontecendo.

Ele deu uma leve risada - Minha cara, isso não é algo com que esteja acostumado a lidar. Mulheres que sofrem esse tipo de coisa com seus maridos, ficam caladas. E você, bem, não passa de uma empregada. Luke é um dos barões mais respeitáveis dessa região. Caso tente, duvido que consiga provar alguma coisa, principalmente em relação as mortes. É a sua palavra contra a dele e nesse jogo minha querida, nos dois sabemos muito bem que será escutado.

Senti meus olhos arderem e fiquei em pé antes que começasse a chorar na frente dele.

– Se você não pode me ajudar então estou indo embora.

Ele também ficou em pé e segurou meu braço. - Olha, posso dizer que ficarei de olho na situação. Caso isso se repita, tente me avisar novamente.

– Você não entende - falei já sentindo as primeiras lágrimas caindo - Isso vai se repetir. Tenho certeza! Quantas pessoas terão que morrer antes que alguém tome uma atitude?

– Ok, calma. Vou tentar dar um jeito. Mas agora, preciso levá-la de volta a propriedade ou Luke achará que você fugiu, o que com certeza você não quer que aconteça não é mesmo?!

O sorriso que ele deu em seguida fez com que eu desconfiasse de que escondia algo. Segui ele até a saída da delegacia e dessa vez fomos em uma charrete. Permanecemos em silêncio até quando nos aproximávamos dos portões da propriedade.

–Não é tão ruim assim - O xerife disse e encarei ele confusa - Tudo irá se resolver Alice. Você verá.

– Como você sabe meu nome?

Ele sorriu enquanto olhava para a estrada. - Luke fala muito sobre você. Mais do que imagina. - Ele mudou bruscamente o rumo e saímos da estrada indo para uma parte com grama e árvores.

– Aonde vamos?

– Sabe, nos estávamos planejando uma festinha, algo íntimo para você. Com certeza seria interessante. Mas essa sua vontade em me procurar fez com que todos os planos sumissem da minha cabeça. Só consigo pensar em um agora.

Senti quando meu estômago deu um nó vendo seu sorriso e, sem esperar que ele parasse, pulei para fora da charrete. Caí de joelhos mas não me importei com a dor. Comecei a correr para longe enquanto já escutava seus passos atrás de mim. Corria em meio as árvores vendo a casa dali, mas antes que conseguisse sair das sombras, senti um corpo caindo sobre o meu e me derrubando no chão.

– Você é muito bonita sabia. - Ele falou enquanto eu estava de barriga para baixo com seu corpo em cima do meu - Muito, muito bonita. - Suas mãos passaram por meus cabelos e tentei me soltar dele mas foi em vão.

– Lu..Luke não vai gostar de saber disso. Ele não vai... - disse tentando me afastar.

A risada rouca dele em meus ouvidos fez com que sentisse um arrepio percorrendo meu corpo.

– Alice, realmente Luke é extremamente protetor com você. Mas sabe, ele me deve muitos, muitos favores. E todas às vezes em que vim a propriedade fiquei observando você, imaginando como seria poder tê-la. - Senti quando ele respirava mais próximo do meu cabelo e aproximava ainda mais seu rosto do meu.- Ele sabe do meu interesse e estava disposto a me dar o que pedi. Não acho que vá se importar por ter adiantado um pouco as coisas.

Nenhum grito ou pedido de socorro seria escutado daquela parte, e tanto eu como ele sabíamos disso. Consegui dar algumas cotoveladas em sua barriga mas isso só pareceu incentivá-lo mais. Ele conseguiu virar meu corpo embaixo do seu e levantou meu vestido até a cintura, puxando para o lado minha roupa íntima.

– Não.. por favor... -solucei entre as lágrimas que já caíam.

Ele sorriu e me penetrou de forma lenta e dolorosa. Não existia prazer nisso, somente meu ódio e raiva enquanto nossos corpos se chocavam e me sentia sendo usada mais uma vez. Um objeto, como Luke dissera. Ali ficamos até que ele saciasse toda sua vontade. Fui largada como uma boneca velha em meio as folhas secas. Só depois de muito tempo é que consegui levantar e caminhar novamente em direção a casa. Passando perto da entrada, vi quando Luke e o xerife conversavam. Os dois olharam para mim e sorriram com seus rostos famintos e garras prontas para me atacar.

Corri o mais rápido que pude e acabei dentro do banheiro vomitando todo o mal que agora sentia dentro de mim. Olivia apareceu um pouco depois.

– Alice?

Não pude responder. Vomitei mais uma vez enquanto as lembranças me atingiam e ela ficou ali ao meu lado. Olivia me ajudou a tomar banho e vi quando seus olhos analisavam meu corpo sem dizer nada. Por fim, ela me enrolou em uma toalha e logo depois em um lençol, caminhando junto comigo até meu quarto.

Sentamos em minha cama e ela ficou de frente para mim.

– Alice.. o..

– Olivia, eu não aguento mais isso. - falei me debruçando sobre seu corpo e chorando dolorosamente enquanto ela afagava meus cabelos.

– O que aconteceu? O que fizeram com você minha menina?

Depois que os soluços passaram, consegui contar a ela tudo o que escondia durante esse tempo. Não havia nada que ela pudesse fazer para impedir, mas me sentia segura em seus braços naquele instante, algo que não acontecia em muito tempo





2 anos depois...





3 dias. Mais 3 dias perdidos naquela masmorra. Bufei, soltando meu braço das mãos que o seguravam. Comecei a caminhar novamente em direção a casa sentindo o ar fresco da tarde em meu rosto. Respirei fundo e um leve sorriso se espalhou por meu rosto. A sensação de liberdade, mesmo que por breves segundos.

Luke havia me deixado ali durante esse tempo pelo simples fato de ter tentado jogar uma panela nele, quando via enojada seu olhar sobre meu corpo enquanto seus braços estavam sobre o corpo de sua mulher. Por sorte, ou meu azar, acabei errando. Pelo menos não recebi nenhum castigo além de ficar ali na solidão que já começava a me acostumar. Não podia dizer que as coisas estão melhores ou piores, mas o fato de suportar tudo o que acontecia ainda era um mistério. Imaginava que tirava forças talvez de meu pai, Kyle, Christian ou qualquer outra pessoa que tenha sido prejudicada pelas ações de Luke.

Entrei dentro da cozinha e vi Olivia e Sofia parando tudo o que faziam e vindo em minha direção.

– Alice. - As duas disseram juntas me abraçando.

– O que fizeram com você? Te machucaram? Me conte tudo, não esconda - Olivia disse e revirei os olhos. Era sempre o mesmo discurso.

– Não, não fizeram nada além da solidão de sempre. E da fome. - falei sentindo o cheiro da janta que estava sendo preparada.

Ela sorria mas podia perceber que parecia meio nervosa.

– Venha, vou preparar um prato de comida para você. - Olivia me puxou e sentei em uma das cadeiras ao lado da mesa em que alguns legumes estavam.

Fiquei observando as duas e tive certeza que estavam escondendo algo. Quando Olivia colocou o prato na minha frente, apesar da fome gigantesca, ignorei ele por um momento e segurei seu braço.

– O que aconteceu?

As duas trocaram um olhar estranho e fechei mais ainda minha expressão.

– Me falem.

Olivia suspirou e sentou em uma cadeira na minha frente enquanto Sofia também se aproximava.

– Bem, talvez tenha mais de um motivo para Luke ter te deixado por esse tempo presa.

– O que? - perguntei confusa.

– Talvez ele quisesse evitar algo, mas percebeu que é impossível fazer isso. - Sofia disse.

– Não estou entendendo. Do que vocês estão falando?

Olivia respirou fundo mais uma vez. - Christian está de volta.



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Notas finais do capítulo

Ahá... será que agora as coisas mudam ?!? Pra melhor ou pior? haha'
Beijoos galera, até o próximo! ;)