Learning How To Breath escrita por Saáh


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Olaá people.. como vão?
Bem, não estou muito legal hoje e não fui trabalhar, então estou aproveitando para tentar adiantar algumas coisas da fic.
Espero que continuem gostando e deêm suas opiniões, elas são muito importantes!
Boa leitura



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Senti o vento passando pelo meu rosto enquanto cavalgava pela pequena estrada de terra. Talvez recebesse mais alguma punição por sair sem avisar Luke, mas não me importava mais tanto com isso. Chega uma hora em que você acaba se acostumando com a dor. Precisava somente pensar um pouco, principalmente longe daquele lugar.

Há alguns dias completou um ano que aquela noite fatídica aconteceu. Um ano que meu pai morrerá. Um ano que sofria punições sem muitas vezes ter merecido por elas. De todas, as piores eram de quando tentava fugir, o que tentei durante 4 mal sucedidas vezes.

Luke parecia ter o dom de apreciar a tortura, principalmente quando era comigo. Olivia e Sofia não se convenceram quando disse que havia me acostumado. Em uma manhã, depois que dormi um pouco além do permitido e me atrasei para as tarefas diárias, Luke tentou me punir novamente mas Olivia, que não aguentava mais ter que ficar me ajudando com os machucados, tentou impedir.

- Saia da minha frente Olivia.

- Senhor, sei que não tenho esse direito, mas não acho certo o que faz com essa menina. Ela não faz por merecer os castigos que recebe.

Luke sorriu e deu um passo a frente enquanto eu observava a cena atrás do corpo de Olivia.

- Você acha mesmo? Bom, eu não concordo com isso. Talvez você queira se oferecer para ir no lugar dela. O que acha?

- Si...

-NÃO! - Gritei passando para frente de Olivia enquanto ela puxava meu braço. Podia ver que ela estava tensa mas seu olhar me dizia que ela realmente faria aquilo por mim, mas eu não podia permitir.

- Alice, eu posso..

- Não Olivia, você não pode.  - Falei firme puxando meu braço de volta. Odiava falar daquele jeito e magoá-la, mas precisava fazer isso. Não podia deixar que ela sofresse ou sequer conhecesse aquele tipo dor.

Comecei a andar para fora da casa enquanto Luke me acompanhava. Meus olhos queimaram pelas lágrimas que queriam cair mas consegui controlá-las. Luke retirou todos os cadeados e entramos no lugar que frequentemente fazia parte dos meus pesadelos. Às vezes acordava assustada durante a noite sentindo o frio e a escuridão daquele lugar e acabava ascendendo várias velas só para provar para mim mesma que não estava ali. É claro, nem sempre isso era só um pesadelo.

Caminhei em direção as correntes e Luke parou atrás prendendo meus braços. Sem dizer nada, a primeira chicotada do dia me atingiu.

Após receber a punição que ele considerou adequada, saímos das masmorras e enquanto caminhava sozinha em direção a horta para realizar o trabalho de sempre, senti meu braço sendo puxado através de algumas árvores.

- Ei, o que ele fez dessa vez?

Suspirei - Nada Kyle.

- Nada? - Ele puxou meu braço levemente e vi quando analisava minhas costas. - Isso não pode continuar assim Alice. Eu vou lá resolver isso e...

- Não, você não precisa resolver nada.

- Mas até quando você vai aguentar isso calada? Alguém tem que te ajudar e eu posso ir...

-Não! Você não sabe do que Luke é capaz.

-Eu não me importo. Ele não pode continuar tratando você desse jeito.

- Mas Kyle, você não precisa..

-Eu me importo com você, está bem?! - Ele disse dando um passo a frente e segurando meu rosto entre suas mãos - Me importo mais do que você imagina.

Kyle estava parado na minha frente me encarando e um segundo depois seus lábios grudavam nos meus. Era meu primeiro beijo e simplesmente não tinha noção do que fazer. O beijo durou poucos segundos e antes mesmo que eu reagisse, nos afastamos ao som de folhas secas sendo pisadas. Sorrimos um para o outro e fomos andando em direção a horta sem olhar para os lados. Enquanto andávamos percebi que ao sentir o toque de seus lábios contra os meus, não foi a imagem de Kyle que tinha em minha mente, mas sim a de alguém que talvez jamais estivesse ao meu alcance.

-x- 

Agora, sentada em uma pedra perto da cachoeira e bem longe de todos, tentava entender porque era tudo tão complicado e o que estava acontecendo na minha vida. Provavelmente eu deveria ter algum defeito gigante para merecer esse tipo de punição. E em relação a Kyle, por mais que sentisse um imenso carinho por ele, não sabia definir o restante dos meus sentimentos. Seria bobo acreditar nisso, mas jamais passei um dia sem pensar em Christian ou se ele voltaria. Era maldade até espelhar em outra pessoa algo que não tinha por quem desejava, mas a verdade era que sempre enxerguei Kyle como meu amigo e talvez nunca conseguisse mudar isso. Procurei Olivia um pouco depois do beijo de Kyle e ela acabou me perdoando pela forma como falei e conversamos muito até que a convenci de não tentar impedir Luke outras vezes.

Passei os dedos por meus lábios guardando novamente como era a sensação de ser beijada, realmente desejada por alguém. Olhei para minhas mãos e sorri lembrando das minhas preocupações de quando havia bolhas nela. Agora, elas estavam todas machucadas, além dos meus pulsos que tinham marcas das correntes que pareciam ser permanentes. A pele nas pontas dos meus dedos havia crescido novamente, mas ainda estavam marcadas pelas facadas. Preferia nem imaginar em que estado estariam minhas costas.

Fiquei por algum tempo ali, observando a água passando pelas pedras. Quando percebi, o sol já estava se pondo e com um longo suspiro resolvi que era hora de voltar. Assim que deixei os estábulos e seguia em direção a casa, encontrei Luke no caminho.

- Você já sabe!

Revirei os olhos e sem dizer nada mudei o rumo de onde andava. Porém Luke segurou meus braços e começou a me arrastar em direção a casa novamente.

- O qu..

- Fique quieta.

Entramos na casa e ela ainda estava escura. Sem velas acesas ou vozes.

- Onde estão todos? – Perguntei enquanto ele me puxava pelas escadas.

- Se você tivesse ficado aqui durante a tarde, saberia que o bondoso patrão resolveu dar uma pequena folga aos empregados com uma festa no outro galpão. Todos estão lá.

“Todos estão lá.” Então o que nós fazíamos ali?

Luke seguiu por um corredor e me empurrou, entrando em um quarto e fechando a porta em seguida. Olhei em volta e paralisei percebendo aonde estava. Não era qualquer lugar, era o quarto dele e de sua esposa. Algumas joias de Katy podiam ser vistas em uma penteadeira perto de um armário com alguns vestidos caros a mostra.

- Por que você me trouxe aqui? – Perguntei ouvindo minha voz um pouco falha pelo nervosismo.

Luke andou e parou na minha frente.

- Queria conversar um pouco. Fiquei sabendo esses dias que Christian está muito bem.

Meu coração se acelerou  - Christian?

- Sim. É um aluno exemplar, além de um ótimo partido para várias moças. Há pais o procurando oferecendo as mãos de suas filhas. Duvido muito que sinta alguma falta daqui.

Senti uma pontada em meu peito quando escutei isso, mas continuei calada.

- Ele está se tornando um belo rapaz. Assim como você está cada vez mais bonita. - Suas mãos pararam perto do meu rosto enquanto ele me olhava. - E acredito que não seja só eu que estou vendo isso, não é mesmo?

- O que quer dizer...?

- Bem, ouvi algo que não me deixou satisfeito. Sobre você e aquele tal de Kyle.

Meu coração se acelerou - O que você ouviu?

Luke me analisou por alguns segundos - Não importa. Já cuidei para que isso não se repita.

- O que quer dizer com isso? - Ele me ignorou e se aproximou mais ainda.

- Sabe Alice, toda essa história de torturas é interessante, mas chega uma hora que cansa um pouco todo o drama. Resolvi tentar algo novo.

E antes que eu desse qualquer resposta, seus lábios se esmagaram nos meus. A sensação era mais uma vez estranha para mim. Seus movimentos eram mas brutos que os de Kyle e senti quando sua língua tentou invadir minha boca, mas eu não queria isso. Não ali e não com Luke.

Empurrei seu peito tentando me afastar mas Luke segurou seu corpo ainda mais próximo do meu. Ele me empurrou e senti quando o colchão, o mais macio e confortável que já havia deitado em toda minha vida, parou sobre minhas costas. Antes mesmo que eu reagisse, Luke começou a desamarrar os fios que prendiam meu vestido. Consegui me afastar um pouco buscando ar enquanto seu corpo estava em cima do meu.

- Luke, pare. Eu não..

- Não vou parar Alice. Não vou parar até que você seja minha. Totalmente e somente minha.

Senti meu coração se acelerando com suas palavras. Não, isso não podia acontecer. Tentei afastar seu corpo do meu mas era impossível. Luke, desajeitadamente, conseguiu retirar meu vestido me deixando somente com as roupas de baixo. Não percebi como mas suas calças também já não estavam mais em seu corpo.

Uma de suas mãos estavam em meus seios enquanto a outra tentava afastar minhas pernas. Tentei impedir mais uma vez, mas Luke era mais forte. Entre uma batida e outra do meu coração, senti uma dor dilacerante quando Luke me penetrou. Meu grito foi abafado por sua mão que tampou minha boca. Logo depois ele começou a distribuir beijos e mordidas por meu pescoço e colo enquanto investia contra meu corpo cada vez mais.

Naquele momento tive certeza que preferia a tortura a ter que sentir suas mãos se aproveitando de cada pedaço de pele enquanto seu corpo permanecia dentro do meu. Todos os sonhos e qualquer fantasia que criei lendo os romances se desfizeram com suas atitudes.

Depois de um tempo, Luke exigiu que eu colocasse minhas roupas novamente enquanto me levava para ver uma "surpresa". Não conseguia mais ter lágrimas que expressassem o ódio que sentia de mim mesma por ser fraca e não ter forças suficientes para impedi-lo.

Senti meu corpo esfriar novamente quando vi que ele me levava em direção a masmorra. Mas por que? Ele iria me torturar mais ainda depois de ter abusado de mim? O que ele faria?

Pensei em tentar correr mas seu aperto forte em meu braço impedia isso. Descemos as escadas e paramos em frente a cela em que geralmente era deixada. Ali, de frente para mim, estava Kyle acorrentado com o corpo totalmente desfigurado e ensanguentado. Tremi imaginando que tipo de torturas ele havia passado. Mais alguns segundos o analisando e percebi que ele estava parado demais ao ponto que nem seu peito mexia. Meu corpo inteiro gelou. Não, isso não estava acontecendo de novo.

Senti Luke tirando meus cabelos da nuca e se aproximando de meu ouvido para sussurrar - Isso Alice querida, é pra provar que você é minha. Somente minha!

Talvez nunca houvesse uma esperança para mim afinal.


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Notas finais do capítulo

Algo me diz que nos próximos capítulos algo pode mudar.. Para melhor.. ou pior hahaha'