Learning How To Breath escrita por Saáh


Capítulo 18
Capítulo 18


Notas iniciais do capítulo

Olaá pessoal.
Queria agradecer imensamente a todos os reviews que recebi. Realmente é muito importante e motivador saber a opinião de vocês *-*
Espero que gostem do capítulo e garanto que a "ação" aos poucos está voltando :)
Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/257692/chapter/18

Parei por um momento deixando a enxada de lado e enxugando o suor que escorria pelo meu rosto. O sol quente não estava ajudando muito para que conseguisse terminar aquilo logo. Olhei minhas mãos percebendo o sangue saindo de algumas bolhas onde a pele já quase não existia mais. A dor já estava praticamente anestesiada naquele momento. Quando abaixei para pegar a enxada novamente, ela foi tirada do meu alcance.

- Acho melhor deixarmos isso longe de você por um tempo. – Christian disse com um olhar reprovador enquanto via minhas mãos.

- Não, eu preciso terminar isso.

- Não é o seu serviço Alice.

- Mas é o do Robert, e ele está doente sem condições de vir trabalhar.

- E por que seria um problema seu?

- Porque seu pai brigará com ele se não estiver terminado até amanhã e não quero que isso aconteça.

- Meu pai não brigará Alice, ele mal deve lembrar desse serviço. Agora chega, vamos até ali para cuidar desses machucados. – ele disse apontando o pequeno celeiro próximo a uma árvore.

- Mas Christian..

-Sem mais Alice. Por favor.

Ele segurou meu braço e deixei que me levasse enquanto tropeçava em meus próprios pés. Christian caminhou até uma grande pia utilizada para colocar água aos animais e fez com que eu sentasse na beirada. Suas mãos seguraram meu queixo fazendo com que olhasse para ele.

- Você não precisa se esforçar tanto assim, Alice. Na verdade, não deveria nem ser sua obrigação trabalhar aqui. Não gosto disso.

- Não tenho outra escolha – Disse com um tom um pouco irônico, o que fez com que ele me encarasse enquanto molhava um pano limpo que estava por ali para limpar os recipientes.

- Como assim? Você pode ir e vir quando quiser, sabe disso - Ele disse enquanto passava o pano por meu rosto e vi que ele voltou para suas mãos em uma coloração mais marrom.

- Não, não posso. Você é quem deveria saber.

- Mas você já é maior de idade. Meu pai não pode obrigá-la a continuar aqui – Ele disse como se fosse óbvio e fiquei em silêncio enquanto suas mãos seguravam minha mão esquerda e tentava reprimir o impulso de puxá-la de volta enquanto ele deixava a água escorrer sobre ela, causando uma dor que antes não havia.

Olhei detalhadamente o rosto de Christian vendo as leves rugas que se formavam em sua testa enquanto ele parecia prestar extrema atenção tentando limpar minha mão. Ele nunca se interessara por qualquer assunto relacionado à propriedade ou os empregados, e Luke também não contaria algo daquele tipo a ele. Na verdade, cada vez mais começava a perceber que Luke não contava absolutamente nada. Respirei fundo e olhei para minhas mãos.

-Seu pai fez o meu pai assinar um documento antes de sair da propriedade onde Luke se tornava o responsável por mim, concordando também que eu seria sua empregada até quando ele quisesse.

Christian parou suas mãos aonde elas estavam e levantou o rosto me encarando.

-Isso não é possível.

- Como não? Por que mais eu estaria aqui então, aguentando... Enfim, já tentei ir embora antes e sempre fui impedida. Não posso sair daqueles portões sem a permissão do seu pai, não posso nem mesmo pensar ou falar sobre isso. Uma folha de papel assinada faz com que o meu futuro seja continuar aqui, possivelmente até morrer.

-Não! Não diga isso Alice. Isso não é o seu futuro. Como o seu pai ou você concordaram com isso?

- Ele não teve escolha.  Luke o havia mandado embora e, até onde sei, exigiu que ele assinasse o documento. E eu era só uma garota menor de idade que não tinha meios de discutir isso. Qualquer tipo de argumento que tentei usar não adiantou nada.

Christian parecia surpreso com o que escutava – Meu pai realmente fez tudo isso?

- Você não conhece tão bem ele quanto pensa.

-O que quer dizer...

- Christian? – Olhamos e vimos Ryan correndo em nossa direção – Estão pedindo que você vá até a sala de reuniões. Parece que é algo relacionado com o tal casamento – Ele disse fazendo uma careta mas me encarou em seguida parecendo preocupado – O que aconteceu Alice?

-Nada, só trabalho.

- Trabalho que não é seu. – Christian disse e suspirou – Tudo bem. Ryan, você pode ficar aqui e ajudar a Alice?

- Não precisa, está tudo bem. – disse fazendo menção de levantar, mas Christian apoiou suas mãos em meus ombros fazendo com que continuasse onde estava.

- Alice – Christian me interrompeu com um tom de reprovação e segurou meu rosto em suas mãos – Fique aqui e deixe Ryan te ajudar com esses machucados. Vou me certificar de que não acontecerá nada com Robert, ok?

- Ok.

Ele sorriu e se aproximou dando um beijo em minha testa e saindo em seguida. Olhei para Ryan, que até então estava parado nos observando. Ele sorriu parando em frente onde eu estava e analisando minhas mãos.

- Então, vejamos, você conseguiu isso com.. ?

- Uma enxada e serviços a fazer. – disse dando de ombros e colocando embaixo d’ água a mão que ainda estava suja . Fiz uma careta de dor enquanto o sangue escorria.

- E por que Christian parecia tão nervoso?

Suspirei – Não era serviço meu, mas não podia deixar de fazer ou ajudar.

Estiquei minha mão para pegar o pano, mas Ryan foi mais rápido, segurando ele em suas mãos e lavando-o para que pudesse ser utilizado novamente. Ele parou na minha frente e segurou minhas mãos, tentando limpar melhor os machucados. Quando olhei para cima e encarei seus olhos, por puro reflexo acabei puxando minhas mãos para longe dele.

-Desculpe – murmurei levemente constrangida. Tinha que lembrar a mim mesma de parar de compará-lo tanto ao pai.

- Tudo bem – Ele sorriu e esticou a mão em minha direção – Posso?

Concordei e apoiei minha mão na sua novamente.

- Acho que encontrei alguém com uma mão com mais machucados dos que a de Christian. Mas sem ofensas – ele disse e não pude evitar sorrir.

- Nem teria porque ele ter uma mão assim.

- Se você tivesse convivido com ele o tanto que convivi, provavelmente não diria isso – Ryan disse enquanto molhava o pano novamente – Eu sempre preferi ficar no quarto que dividíamos ou na biblioteca, lendo e estudando, enquanto Christian sempre foi mais ativo, gostando de passear e explorar lugares desconhecidos, conhecendo o que havia lá fora, como ele mesmo dizia. E nessas pequenas explorações, ele sempre voltava com machucados que tentávamos esconder para que ninguém mais visse. Eram bons tempos – Ryan disse com um sorriso no rosto.

Começava a me sentir quase culpada por tudo o que pensei a respeito dele. A forma como ele falava sobre Christian era extremamente fraternal, algo que só os dois, como irmãos, entenderiam. Aos poucos comecei a perceber que não adiantaria de nada mesmo continuar com esses pensamentos. Ryan era alguém que parecia apoiar Christian em tudo, independente do que fosse.

- Ele falava muito sobre você.

- Falava o que? - perguntei surpresa.

-Sobre como sentia sua falta, a saudade que tinha de poder conversar com você novamente, entre outras coisas - Ryan suspirou - Meu irmão sempre gostou de você Alice, por isso desde o primeiro momento achei ridícula a história desse casamento. Mas Christian não sabia se você ainda estaria aqui, como estaria ou se ainda lembrava dele. Ele preferiu não arriscar, mas hoje tenho certeza que se arrepende das decisões que tomou e está tentando consertá-las.

Fiquei em silêncio por um tempo enquanto observava Ryan terminar de limpar os machucados e jogar o pano fora.

- Espero que Christian consiga decidir o que é melhor para ele.

- Ele já decidiu isso quando escolheu você.

Encarei Ryan enquanto ele também me olhava. Não parecia estar mentindo, mas havia algo mais por trás de suas palavras. Mesmo assim, ouvir isso fez com que sentisse uma esperança que a muito parecia perdida. Uma esperança que era roubada por todas aquelas paredes que me cercavam.

- Acho melhor irmos para a casa, certo?

- Certo – respondi, descendo de onde estava antes mesmo que ele tentasse ajudar.

Aquele era um campo afastado dos demais, o que fazia com que tivéssemos um caminho mais longo a percorrer até chegar a casa principal. Um caminho que estava se tornando estranhamente desagradável com o silêncio e momentos depois, quando Ryan voltou a conversar, percebi que não era a única que achava isso.

- Agora entendo porque Christian gosta tanto de você.

-Entende?

-Sim. E posso dizer que até me arrependo um pouco de não ter sido seu amigo também quando éramos crianças. Você não é egoísta Alice, pensa muitas vezes nos outros antes de si mesma. Eu estava com Olivia e Sofia um pouco antes de ter que procurar Christian, e bem, as duas elogiaram muito você, por tudo o que fez durante esses anos. Olivia realmente a vê como uma filha.

- E eu a vejo como uma mãe. Na verdade, sempre a considerei minha família.

Ryan suspirou - Sim, você que não tem nenhum grau de parentesco com ela, a considera sua família mesmo assim. Já eu... se não fosse por todos os anos que passei ao lado de Christian, provavelmente não pensaria em mais ninguém como família.

- Mas você sempre estava ao lado de Luke quando criança - disse surpresa.

- Sim. Mas acredite, justamente por causa disso sei que ele não é o melhor pai do mundo e está longe de ser. Ainda assim, Christian tem dificuldades para enxergar certas coisas e acreditar no que já lhe disse.

- Como assim?

- Uma hora você perceberá que Christian é uma ótima pessoa, mas um pouco cego para acreditar em algumas coisas que fogem do que ele considera aceitável. Muitas pessoas são assim na verdade, simplesmente não consideram as possibilidades.

 Olhei para Ryan e ele encarava de uma forma extremamente pensativa a casa que agora estava bem próxima. Suas palavras passaram novamente por meus pensamentos e considerei elas por um momento. Havia algumas coisas que Christian não sabia, muitas das quais tinha receio de contar. Sentia como se estivesse mentindo para ele, mas não era algo que simplesmente sairia contando. Não gostava de pensar, não gostava nem mesmo de lembrar do passado, quanto mais revivê-lo enquanto contava a outra pessoa.

Ryan fez com que saísse dos meus devaneios quando voltou a falar, dessa vez sobre o clima que parecia estar mudando. Comentamos mais algumas coisas sobre isso até que finalmente chegamos ao nosso destino.

Entramos na casa pelas portas do fundo e Ryan se despediu brevemente antes que eu fosse em direção a cozinha. Olivia disse que não precisava de minha ajuda, então decidi que iria tomar um banho, mas fui surpreendida quando encontrei Luke parado no corredor que dava acesso aos quartos.

-Vejo que você está bem próxima dos meus filhos.

- Só estávamos conversando.

- Imagino que Christian, Ryan e você estarem com os sapatos e roupas sujos igualmente de terra também seja pura coincidência.

Suspirei – O que você quer Luke?

Ele desencostou da parede e se aproximou, parando na minha frente e segurando uma mecha do meu cabelo - Só lembra lá de quem é que faz as regras por aqui e espera que elas sejam seguidas.

- Que eu saiba as regras são em relação ao meu serviço - disse me afastando.

- Lembro muito bem de ter comentado algo sobre suas conversas com Christian, e bem, agora temos Ryan também. Não é algo que me agrade ver você perto deles.

-São seus filhos e meus patrões da mesma forma. Eu sei disso.

- E ainda assim, a forma como as coisas vêm acontecendo não está me agradando. Toda essa proximidade não me parece uma simples relação de patrões.

- Christian e eu somos amigos. Não é algo que você ou qualquer outra pessoa não saiba.

-Sim, mas acho que também já comentei que não gostaria que essa amizade continuasse - Ele disse se aproximando novamente - Não se esqueça Alice, você é minha.

-Sim, sou. Sou sua empregada e acredito que qualquer coisa fora disso não lhe diga respeito. Não faz parte das suas obrigações como patrão ficar prestando atenção em com quem eu converso ou estou em cada momento. Acredito que Katy não ficaria contente se soubesse toda a atenção que você dispõe a uma simples empregada, enquanto para ela, que é sua esposa, você mal escuta o que diz.

Luke estreitou seu olhar - Espero que isso não seja uma ameaça Alice. Ou será que terei que lembrá-la o por que você deve me obedecer? Com saudades de uma certa masmorra?

- Você é quem não deveria ficar fazendo ameaças.

Empurrei seu peito para o lado tentando ir em direção aos quartos, mas ele segurou meu braço.

- Não se esqueça que eu não faço somente ameaças, querida Alice. Eu as cumpro.

Luke me soltou e saiu andando pelo corredor na direção oposta antes que qualquer reposta saísse pelos meus lábios.

A manhã começou chuvosa, parecendo que continuaria assim até o final do dia mais uma vez. Por conta da chuva incessante, já fazia dois dias que a maioria dos empregados permanecia realizando serviços internos na propriedade, e como todos estavam por lá, foi justamente fora da casa que Christian pediu que nos encontrássemos. Na primeira oportunidade que surgiu, sai silenciosamente, caminhando rápido pela chuva e indo até o galpão de suprimentos. Christian já estava lá, sentado em alguns caixotes de madeira empilhados.

-Desculpe a demora.

-Tudo bem- ele disse sorrindo e se aproximou - Você sabe que posso esperar se for causar problemas me encontrar. A saudade sempre é extrema, mas sei que ela valerá a pena.

Sorri e fiquei nas pontas dos pés, segurando sua nuca e aproximando nossos rostos - Que bom que concordamos em relação a isso.

No momento seguinte, Christian me envolvia em seus braços e puxava meu corpo para si enquanto nos beijávamos. Dei alguns passos para trás e acabei esbarrando em outras caixas. Christian segurou minha cintura e fez com eu sentasse em cima dessas caixas, parando seus braços ao lado do meu corpo em seguida e quebrando o beijo.

- Como estão suas mãos?

- Bem - disse enquanto ele as segurava e analisava as marcas avermelhadas que começavam a cicatrizar - Estou acostumada com esse tipo de machucado.

- Não deveria - ele falou com uma careta - Mas bem, queria te encontrar pois acho que tenho uma boa notícia, de certa forma.

-Qual?

- Meus pais estão começando a concordar que o casamento com Mary talvez não seja uma boa ideia. Ryan está me ajudando e isso pareceu fazer com que eles finalmente nos escutassem. O único problema está sendo John mesmo, que não aceita que sua filha fique difamada. Hoje vejo que fiz uma grande besteira aceitando esse casamento - Ele parou, secando alguns pingos da chuva que ainda escorriam do meu cabelo e passavam pelo meu rosto, e sorriu - Mas quero consertar isso e bem, espero que você concorde, pois assim que todos esses problemas estiverem resolvidos e Mary não estiver mais aqui, irei anunciar a todos que estamos juntos.

Sorri por um momento sentindo a felicidade estampada em meu rosto, até que lembrei de Luke e o sorriso se desfez enquanto estremecia.

- O que foi? Você ... não concorda? Não é isso o que quer? - Christian perguntou parecendo preocupado.

- Sim, é isso o que quero sim. Mas..

- Qual o problema então?

- Nós ainda somos diferentes Christian, quer dizer, de famílias completamente diferentes. Seus pais aceitaram Mary muito bem, mas não acredito que eles teriam a mesma receptividade se fosse comigo.

- Bem, se eles aceitarão ou não é algo que ainda não sei, mas não importa mesmo. Já foi a época em que precisava da aprovação deles para alguma coisa. Se você estiver feliz, é isso o que importa para mim -  ele disse enquanto seus olhos brilhavam estampando toda a felicidade e sinceridade no que ele dizia.

Christian sorriu e se aproximou novamente, juntando nosso lábios em um beijo mais urgente enquanto o barulho da chuva forte atingia o telhado do galpão. Senti suas mãos em minha cintura enquanto meus dedos estavam espalmados sobre seu peito sentindo seu coração batendo acelerado. Minha respiração também já estava descompassada quando encostei na parede e Christian se aproximou ainda mais. Subi minhas mãos para seu cabelo os puxando levemente enquanto as mãos de Christian agora percorriam minhas costas. Aos poucos, senti quando seus dedos começaram a desabotoar um a um os botões do vestido. Tinha a leve consciência de que talvez devesse pará-lo ou voltar a conversar, mas não era bem isso o que queria que acontecesse. Minhas mãos imitaram seus movimentos e em pouco tempo sua camisa já estava no chão enquanto o vestido se tornou mais frouxo em meu corpo e senti o arrepio quando as mãos de Christian percorreram pela primeira vez minhas costas nuas. Mas o momento se foi enquanto ele se afastava, ainda com as mãos espalmadas pelas minhas costas.

- O que é isso?

- O que? - perguntei confusa.

- Isso - senti seus dedos passeando novamente pela minha pele e então soube o que ele havia encontrado. Cicatrizes. Marcas que, por mais que o tempo tenha passado, não sumiram.

- Eu.. -  tentei pensar em qualquer coisa, mas seu olhar me desconcentrava. Puxei uma das alças do vestido que havia caído e o afastei para que pudesse descer das caixas.

- O que aconteceu Alice?

- Nada.. eu caí e ... - levantei e ia começar a abotoar o vestido novamente quando ele segurou meus braços e virou meu corpo. O silêncio que seguiu foi pior do que qualquer palavra.

- Eu..

-Alice – Christian disse com sua voz aparentando preocupação e mais alguma coisa – Por favor, não me esconda mais o que está acontecendo.

 Virei e encarei seu rosto percebendo que dessa vez não conseguiria fugir e talvez, eu não quisesse mais isso. As palavras de Ryan rondaram minha cabeça, mas eu confiava em Christian e talvez realmente havia chegado a hora de contar todas as verdades.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem, gostaria de divulgar para vocês uma nova fic que estou escrevendo junto com o Sr. Davi u.u A trama dela com certeza é bem diferente da LHTB, mas quem quiser acompanhar também, ficarei imensamente feliz :)
O link dela é http://fanfiction.com.br/historia/310304/O_Diario_Dos_Mortos/
Obrigada a quem pelo menos der uma passada por ela e hoho, como vocês acham que serão essas revelações da Alice? u.u