Learning How To Breath escrita por Saáh


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Olaá pessoal..
Desculpem a demora, de verdade. Foram muitos trabalhos, as provas se aproximam e tudo mais, mas com certeza mês que vem as coisas estarão mais tranquilas.. Espero '-'
Obrigada por todos os reviews *---*
E, como prometido, a vencedora do concurso sobre que "tragédia" vocês gostariam que acontecesse com o Luke é a Kelly Vasconcellos o/ Se você é uma psicopata então somos duas porque realmente gostei da ideia haha..
Esclarecendo algumas coisas: somente a personagem será incluida na história POR ENQUANTO. A tragédia acontecerá mais para frente, em um contexto que tenha sentido inclui-la. Ok?!
Nas notas finais coloco o que foi sugerido. Quanto a personagem, talvez vocês gostem dela.. ou não haha.. Lembrando que somente o nome está sendo usado. A personalidade e tudo mais são invenções minhas.
Espero que gostem do capítulo que foi um dos que consegui escrever mais rápido. Gosto de adrenalina u.u
Boa leitura!



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Os olhos da garota continuaram em mim enquanto os outros alternavam entre Christian, eu e os capangas parados logo atrás.

- Nos desculpe a visita repentina, mas Mary estava ansiosa para lhe ver e achamos adequado vir junto. - o homem se levantou e estendeu a mão para Christian enquanto reparava que aqueles provavelmente eram os pais da tal Mary, o que foi confirmado logo em seguida - Eu sou John e esta é minha esposa Kelly. - disse apontando para a mulher sentada no sofá que agora também me observava.

- Sim, claro. - Christian respondeu cumprimentando John e parecendo estar perdido com a situação.

John iniciou uma conversa breve sobre a viagem e logo em seguida começou a elogiar a propriedade.

-Aliás, seus pais são ótimas pessoas. Vejo que vocês dois tem um futuro muito promissor. - O homem disse com um sorriso e seus olhos cairam sobre mim - E essa jovem, quem é ?

-Ela é ... - Christian parou e ficou me olhando enquanto todos esperavam que ele continuasse falando.

- Sua empregada? - Kelly perguntou em um tom de curiosidade.

-Sim. É minha empregada. - ele respondeu sem olhar para mim novamente.

Minha empregada. Não deixava de ser a realidade, mas ouvir essas palavras de sua boca fizeram com que me sentisse magoada. Por fora, tentei não demonstrar nenhuma reação.

Christian se aproximou cumprimentando as duas mulheres e em seguida sentou ao lado de Mary. Antes que eles iniciassem novamente sua conversa, dei alguns passos a frente.

-Com licença. - falei sem encarar alguém realmente e comecei a andar apressadamente para longe da sala.

Ouvi alguns passos vindo em minha direção e olhei para trás, encontrando Luke bem próximo. Ele não parou de andar até que estivesse frente a frente. Luke segurou meu queixo para que o encarasse enquanto apertava meu braço com a mão antes livre.

- Espero que você tenha uma ótima explicação para esse sumiço e que tenha consciência de que existem punições muito piores das que já usei até hoje. - Ele disse e senti o cheiro de seu hálito em meu rosto enquanto via de perto o ódio em seu olhar. - Agora vá até a cozinha e faça seu serviço. Mais tarde conversamos.

Sem esperar nenhuma resposta, ele me soltou da mesma forma brusca e voltou para sala. Não foi nenhuma surpresa sua reação, mas ainda me sentia magoada pelas palavras de Christian enquanto um sentimento frio me apoderava.

Chegando a cozinha, estranhei não encontrar Olivia por lá. Ao invés disso estava uma outra mulher com quem quase nunca conversava e mal sabia o nome dela. Tanto que quando perguntei por Olivia ela não me respondeu. A contragosto continuei ali preparando o almoço, mas algo me dizia que havia alguma coisa muito errada. Olivia quase nunca ficava fora da cozinha tanto tempo assim.

Assim que o almoço estava pronto, aproveitei a distração dos empregados que estavam servindo os convidados e sai pela propriedade procurando Olivia. Fui em seu quarto, procurei pelas plantações, gualpões e qualquer lugar que imaginava que ela poderia estar, mas não tive nenhum sinal. A todos que perguntei, disseram que não sabiam de nada.

Voltei aos dormitórios pensando aonde mais ela poderia estar quando lembrei que se Katy estava de volta, isso significava que Sofia também estava por ali. Fui em direção ao quarto dela e me senti mais calma quando vi que ela estava lá.

- Sofia, você viu a Olivia? - perguntei mas senti minha voz morrendo aos poucos quando vi a expressão em seu rosto.

Os olhos estavam inchados e levemente molhados de lágrimas recentes, deixando claro que ela estava chorando a um bom tempo. Em seu rosto havia um vergão vermelho indicando que alguém a havia acertado e tive mais certeza ainda disso quando vi marcas parecidas em seus braços.

-Sofia!?

Corri em sua direção e ela abriu os braços me abraçando apertado enquanto chorava ainda mais.

-O que aconteceu?! - perguntei ouvindo o desespero em minha voz e entre os soluços ela começou a me responder.

- Você não apareceu.. Eles perguntaram... Queriam saber aonde você estava.. Mas nós não sabíamos, não sabíamos mesmo... E eles insistiram - Ela parou enquanto mais lágrimas escorriam por seu rosto.

-Onde está a Olivia?

- Eles a levaram...

-Pra onde? - perguntei e segurei seus braços a chacolhando quando ela não me respondeu - Aonde?

- Luke a levou para a masmorra.

Luke. Sempre ele. Mas agora ele havia passado dos limites.

- Fique aqui.

- Alice, onde você...

- Só fique aqui. Vou trazer a Olivia de volta - Falei dando um beijo em sua testa.

Caminhei a passos largos para fora da casa sem me preocupar em quem esbarrava. Minha visão estava nublada pela raiva que estava sentindo. Ele não podia fazer isso com elas, não podia!

Mas antes mesmo que conseguisse chegar até a porta da masmorra, fui impedida por uma linha de homens armados que disseram que eu não podia passar ali.

Não perdi tempo discutindo inutilmente com eles. Caminhei de volta a casa sem me importar se Luke estava com outras pessoas por perto ou não. A sala já estava vazia e vi pela janela ao longe, próximo de um dos campos, Katy e Christian junto com a família de sua noiva provavelmente mostrando a propriedade a eles. Voltei a caminhar pelos corredores desertos e encontrei Luke sozinho em sua sala. Entrei sem nem ao menos pedir licença, indo em direção aonde ele estava em pé, de costas,  ao lado de uma estante.

- Luke, solte a Olivia!

Ele se virou e uma expressão debochada surgiu em seu rosto.

- Não imagino o que você quer dizer com isso.

- Você sabe muito bem! - Falei elevando um pouco o tom da minha voz. Sentia a raiva pulsando em minhas veias e o ódio por ele aumentando cada vez mais.

- E você também sabe muito bem as consequências de seus atos. Então, talvez seja seu erro não ter pensado nisso antes. Aliás, adoraria saber aonde vocês estavam que não apareceram para recepcionar nossos convidados. Christian fez uma ótima escolha para construir uma família, deveria dar mais atenção a ela.

Senti minhas mãos se fecharem em punho e tentei lembrar a mim mesma que ele só estava tentando me provocar.

- Olivia não sabia aonde estávamos, não tem porque prender ela ou fazer qualquer coisa. Por favor Luke, ela não merece isso. Nem ela e nem a Sofia. Eu fui responsável por tudo o que fiz.

- Você não respondeu o que eu queria saber. Aonde vocês foram e o que aconteceu nesse tempo todo? - Ele perguntou de forma acusatória.

- Não vou responder isso. Não aconteceu nada demais.

- Então Olivia continuará aonde está. Ótima troca não acha?!

Dei alguns passos e parei de frente para Luke o encarando.

- Olivia não tem nada haver com isso e se você quer me punir novamente, que faça. Mas você sabe muito bem que nunca segui suas regras ou vontades e não será agora que irei fazer isso!

Luke manteve o sorriso nos lábios e levantou a mão segurando meu rosto - Não é o que me parece quando estamos só nós dois em nossos momentos mais íntimos. Já disse que você não tem escolhas Alice, eu é quem decido por você. Se disser que você deve me obedecer, você irá, porque é assim que as coisas funcionam por aqui. Se eu quiser punir qualquer um, eu farei isso, e principalmente - ele falou aproximando ainda mais seu rosto do meu - se disser para ficar longe de alguém, você deve ficar. Agora porque não volta a ser a boa menina obediente e me agrada com quem sabe, começando a retirar sua roupa?! - disse enquanto sentia sua mão agora passeando por minha cintura.

A raiva me consumia e por seu olhar, jurava que ele esperava que a qualquer momento eu começasse a chorar e obedecesse suas ordens. Ao invés disso, dei um soco em sua cara ouvindo o som gratificante quando algum osso de seu nariz quebrou. Não foi o melhor dos golpes e a dor em meus dedos e pulso indicavam que havia feito algo errado, mas ver o sangue escorrendo por seu nariz me fez sentir feliz por um momento e não pude evitar o sorriso que surgiu em meus lábios. Agora era eu quem sorria enquanto Luke tinha um olhar espantado e sua expressão aos poucos se tranformava em raiva.

Dei alguns passos para trás enquanto ele olhava para suas mãos vendo elas sujas pelo próprio sangue.

- Você é quem deveria ser preso naquele lugar e torturado! Você é quem deveria ser punido por todo o mal que fez.

-Alice - ele falou e estava claro em sua voz toda a raiva que ele estava sentindo - acho que ainda não ficou claro para você que sou quem decido as coisas por aqui. Eu escolho o que..

- EU faço minhas escolhas Luke. EU! Chega dessa história que é você quem manda, você quem escolhe. A vida é minha e sou eu quem escolho. Você não pode continuar impedindo isso!

Luke sorriu, aquele mesmo sorriso doentio que me trazia calafrios, mas dessa vez me mantive firme enquanto ele se aproximava cada vez mais.

- E sempre faz suas escolhas erradas. Se não tivesse fugido junto com Christian não teria acontecido nada com Olivia ou mesmo com a Sofia. Elas estariam bem. Mas não, você quis ir, achou que estava certa mas Alice querida, acho que seu papai esqueceu de lhe ensinar os conceitos de certo e errado. Ou quem sabe ele não teve tempo.

Ele parou com alguns centímetros de distância e sorriu mais uma vez. Senti o último fio de auto controle indo embora.

- SEU IDIOTA! - gritei encurtando a distância e indo de encontro ao corpo dele, dando um empurrão em seu peito - VOCÊ MATOU ELE, VOCÊ CAUSOU TUDO ISSO!

-Ah mas tudo é por sua culpa Alice - ele falou enquanto tentava segurar meus braços para se defender - se você fizesse tudo que mando desde o começo talvez algumas coisas tivessem sido evitadas e estaríamos nos divertindo muito mais. Mas sabe, até que é interessante essa sua rebeldia.  - Ele segurou meus braços com mais força e me empurrou fazendo com que batesse as costas em uma das estantes, derrubando alguns livros. - Chega até a me deixar mais excitado.

Luke se aproximou e deu uma mordida forte em meu pescoço fazendo com que eu soltasse um grito de dor. Ele tampou minha boca rapidamente com uma das mãos dando mais um olhar reprovador. Sua outra mão foi em direção ao meu ombro o arranhando e rasgando a alça de um dos lados do vestido, apertando meu seio com força. Aproveitei minhas mãos livres e dei mais um tapa ardido em seu rosto, fazendo com que por alguns segundos ele me soltasse.

Foi o suficiente para que conseguisse correr alguns centímetros.

-Alice!

-SOCORRO! - gritei com todo o ar que tinha - ALGUÉM...

Antes que continuasse, Luke me segurou pela cintura e tampou minha boca.

- O que pensa que está fazendo hein?! Você está passando dos limites dessa vez Alice. - ele disse soltando minha boca e girando meu corpo para que ficasse de frente pra ele.

- VOCÊ é quem passou dos limites. Você é um monstro, tenho nojo de você. Nojo pelo que faz, por enganar sua família, por enganar a todos com seu falso carisma. Eles precisam saber a pessoa desprezível que você é. O idiota que usa de um título e do dinheiro para...

- Você não irá falar nada Alice - Ele disse me interrompendo e segurando meu queixo com mais força - NADA!

Soltei uma leve risada - Quero ver você me impedir.

No momento seguinte fiquei tonta pela força do tapa que me atingiu no rosto. Senti quando cai no chão e o gosto de sangue começou a preencher minha boca. Antes mesmo que meus olhos focalizassem direito, senti o corpo de Luke parando sobre o meu. Sua mão me acertou mais uma vez do mesmo lado e o movimento teria sido repetido se não fosse por um som diferente que minha mente confusa demorou alguns segundos para processar.

-PAI! - foi o grito que escutei e olhando para porta consegui focalizar as sombras de uma platéia que nos encarava.


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Notas finais do capítulo

ATENÇÃO. Pequeno spoiler do que a Kelly sugeriu e irá acontecer na fic:
"...quanto a ''tragédia'' com o Luke, eu pensei em algo que eu vi na serie Game of the thrones um método de tortura em que se põe um balde com ratos amarrado a pessoa e coloca-se fogo em baixo do balde, assim os ratos comem a pessoa viva...."
Gostaram?! *---* Odiaram?! Ok, só não me queimem viva u.u SHAUHU