A Maldição Do Corvo E A Benção Do Tigre. escrita por rafasms


Capítulo 2
Fear of Dark


Notas iniciais do capítulo

Como prometido,mais um capitulo.
Ele ficou um tanto grande,por isso tive que dividi-lo.
Espero que gostem e boa leitura ^^



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Você acreditaria se alguém lhe dissesse que criaturas horrendas rondam por ai apenas esperando para arrancar sua cabeça e drenar todo seu sangue e lhe deixar tão seco quanto uma laranja recém chupada?Obvio que não. Pois é assim que deve ser, certo? Viver sua vida de maneira mundana. Se formar em uma ótima escola, conseguir um ótimo emprego, constituir uma família ótima. Mas todos já viram algo que não souberam explicar, todos oram para esquecer algo aterrorizante, todos evitam o escuro, pois sabem que algo estará lá.
Rio de Janeiro, a cidade maravilhosa, pelo menos é o que todos os amantes da cidade dizem. Copacabana, Barra da Tijuca, Recreio, bairros classe média alta são os mais formidáveis ao anoitecer. Luzes, programas imperdíveis envolvendo bebidas e sexo, cenários de tirar o fôlego. Mas o que foi esquecido é que existe a vida que surge quando o Sol se vai, que na verdade não estamos no topo da cadeia alimentar, que na verdade não passamos de comida. 
Os velhos prédios amontoados no Centro da cidade sempre deram um toque de mistério quando a noite tocava o bairro. Estalagens acabadas que foram criadas a mais de cinqüenta anos atrás se encontravam por todos os lados, formando uma espécie de labirinto com pequenas ruas apertadas naquele bairro comercial da Av. Rio Branco, a tinta dos prédios se tornaram podres e rachaduras preenchiam cada mísero centímetro de suas superfícies. Sempre todos juntos e amontoados, sempre lado - a - lado, não passando de três andares em sua grande maioria.
Adentrava em uma das estalagens, um grupo não muito grande porem de pessoas suspeitas, composto por cinco pessoas que pareciam estar com pressa. A cada passo dos membros do grupo faziam as escadas de madeira ranger, porém mantinham o diálogo, animados.
– Essa noite foi gloriosa.- Falou uma velha senhora, a última da fileira do grupo.
– Com certeza mandamos ver, mais uma filha de Deus salva das garras de Satanás!- Agora foi a vez do primeiro falar, um homem gordo com os braços fortes e uma enorme tatuagem de um coração flamejante em seu bíceps direito.
Não demorou para chegarem em seu andar. O corredor que um dia havia sido pintado de verde, agora compartilhava da impressão asquerosa de fungos por toda a parede, parecia escorrer em determinados pontos, graças aos pontos de infiltrações. O grupo seguiu direto o corredor para entrar no quarto “103”, a porta cinza trincada um dia já fora branca e bela, a maçaneta enferrujada eram outras memórias fúnebres da antiga majestade do local.
O primeiro do grupo, o homem gordo, era chamado de Jorge ou “Grandão” por seus companheiros. Sua manzorra cobria completamente a maçaneta, com sua outra levou a chave que estava em seu bolso à fechadura, rodando-a para abrir a porta, no sentido horário, mesmo que fosse errado, afinal, aquela fechadura havia sido instalada de maneira irregular, porém para sua surpresa, as engrenagens não giraram, travando o pulso do homem que tentou colocar mais força para repetir o processo mas de nada adiantou. Intrigado, decidiu apenas abrir a porta e ao girar da maçaneta descobrindo assim que a porta estava aberta.
– Por que você não trancou, Jorge? Esqueceu de novo? - Perguntou o um rapaz magricela atrás deste, seu nome era Heitor, tinha uma estatura mediana, mas seu corpo atingia a subnutrição, era até mesmo possível observar os contornos do seu crânio. Jovem e de cabelos loiros lisos. Um pouco mais de massa corporal e seria um homem bastante atraente.
Jorge nada respondeu e apenas abriu a porta, adentrando o pequeno apartamento com os demais logo a suas costas, em fila indiana. O apartamento era pequeno, mas de certa forma confortável para apenas uma pessoa. Um banheiro, um espaço para cozinha e uma área que poderia ser divida em sala de estar e quarto. Infelizmente o grupo era um tanto grande demais para o pequeno local, mesmo muitos ali como Edna, a velha senhora, não tinham ali como um lar, apenas fazia do local como ponto de encontro e logo depois voltavam para suas vidas medíocres, no caso da velha senhora era em um casarão no Méier. 
Todos estavam exaustos depois da noite de caçada, mas tudo havia saído como planejado e agora eram recompensados com suas consciências limpas e o sentimento do dever cumprido, pois haviam tirado uma alma inocente das garras do mal.
Jorge seguiu seu caminho para sala, estava cansado e mal esperava para se deitar, a porta dava entrada para o pequeno cômodo estava amontoado de tralhas que se ocuparam no chão da cozinha, mas precisaria passar por ali para chegar ao seu local de descanso. Enquanto andava, reparou em quadro de luzes que eram acompanhados por sons que no mesmo instante foram identificadas como vozes de celebridades, sua TVestava brilhando e gritando na sala que deveria estar completamente escura e silenciosa. Porque ela estava ligada? Ele mesmo não se lembrava de tê-la deixado desta maneira antes de sair. Decidiu checar e para sua surpresa ela não estava vazia. Um rapaz estava sentado sobre o sofá de maneira relaxada e ate mesmo folgada, assistindo TV. Jorge não ligou muito para observar a fisionomia do meliante que havia invadido sua casa, apenas reparou que estava sem blusa e que em seu peitoral uma grande tatuagem no estilo tribal se exibia. 
– Que porra você ‘ta fazendo aqui, caralho?!-Jorge não queria conversa e rapidamente levou a mão a sua arma, um revólver 45 acp, que estava preso em um coldre em sua cintura.
 Assustados, todos seus companheiros correram para sala, preenchendo todo o cômodo. Realmente era um apartamento pequeno.
O rapaz ergueu as mãos para o alto, mostrando estar desarmado e que havia desistido de todo e qualquer confronto.
– Calma, calma. Vim só conversar Jorge. Esse é o seu nome, certo?
Jorge ainda permanecia com sua arma apontada e carregada para o estranho e agora se perguntando como raios ele sabia seu nome.
A velha senhora Edna se adiantou levando sua mão ao braço de Jorge para que ele abaixasse sua arma, daria ao rapaz um voto de confiança.
– Eu sou o Corvo, já ouviram falar de mim, certo? Duvido que tenham, afinal não passam de carne para o açougue. - Disse o rapaz em um tom que suava como puro cinismo. 
A tensão havia aumentado, o clima estava tão pesado que parecia haver chumbo ao ar, Heitor forçou sua mente um tanto para se lembrar de onde havia ouvido aquele nome,mas foi em vão,mas sabia que já havia escutado sobre esse nome em algum lugar, havia familiaridade nele e iria descobrir de onde.
O irmão de Jorge era Carlos e como seu irmão também estava acima do peso e os braços fortes. Sua barba estava por fazer e seu cabelo era longo da cor castanho. Também carregava com ele um revolver 45 acp, que foi sacada rapidamente e apontada para o trombadinha. Não estava interessado naquela lenga-lenga, ainda mais agora que aquele cara os havia insultado.
– Tem duas armas apontadas para tu, otário, e você ainda quer tirar uma de fodão? É bom travar teu cu, filha da puta, se não arrebento tua cachola!
O rapaz se levantou do sofá, seus lábios sustentavam o sorriso que inspiravam o puro cinismo. Os braços ainda estendidos mostrando que não estava armado.
– Eu vim aqui para encontrar com os caçadores de vampiros. Vocês mataram duas garotas essa semana, certo?
Um silêncio pairou sobre o local, todos se perguntavam como ele sabia de tanto, mas a velha senhora se, pôs a falar logo em seguida.
– Não eram mais garotas, eram serventes do diabo!
O invasor soltou uma leve risada seca e sarcástica ironizando o dito da velha sua frente ,“serventes do diabo” repetiu, soltando outra risada.
O grupo não entendia o que se passava ali, um meliante lunático adentrava a casa de reunião de caçadores e parecia saber sobre o que faziam, ele os estava vigiando? Se estava a quanto tempo? O quanto ele sabia?
– Bem, chega de papo. Meu chefe me mandou aqui para conversar com vocês, ele estava muito interessado nessa porra que vocês fazem. - o intruso que rompeu o silêncio. 
Um rapaz, mais afastado que parecia ser o mais jovem do grupo perguntou: 
– Ele pretende nos contratar?- Perguntou de maneira esperançosa.
Ele possuía uma blusa social branca e calça social, possivelmente trabalhava em uma das grandes companhias que formavam o centro do Rio de Janeiro. Tinha os cabelos castanhos bem aparados e jogados para trás, seu nome era Danilo.
A frente deles o intruso que ainda mantinha aquele maldito sorriso cínico em sua face, soltou mais uma leve risada curta e debochada.
– Não, não. Ele não pretende contratar vocês. Eu vim aqui para matar cada um de vocês.




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