O Amor Em Preto E Branco escrita por Lilly C


Capítulo 15
Marijuana


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, o título e tamanho do capítulo estão ridículos, mas acho que vale a pena ler.



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Não podia passar uma noite sequer sem cocaína, só de pensar entrava em crise de abstinência. Tinha começado uma nova rotina, e atividade mais importante era ir até o beco comprar meu precioso pozinho e ficar escondida atrás de uma lata de lixo em uma viela.

Esta noite não poderia ser diferente. Fui caminhando, despreocupada, até o beco, andei em meio a fumaça e encontrei os três encostados na parede, como de costume.

-Mais dois saquinhos? -perguntou Serena, eu passara a comprar e consumir dois saquinhos de cocaína por dia.

-Hoje eu queria uma coisa dife... -engasguei com a fumaça que sempre preenchia o beco, interrompendo a frase- De onde vem essa fumaça?

-Vem dos nossos cigarrinhos de marijuana...

-Quantos vocês fumam por minuto? -perguntei, irônica.

-Sei lá. Já perdi a conta de quantos foram hoje.

-É tão bom assim? -ela me confirmou com a cabeça- Então vai ser isso.

Não comprei apenas um, mas quatro cigarros de maconha. Fui para meu esconderijo na ruazinha estreita e acendi o primeiro. No começo, engasguei e tossi muito, mas depois... "Realmente é muito bom." pensei, entre baforadas.

Eu não precisava de nada e de ninguém, só da minha querida marijuana, minha nova razão de viver. 

Estava cavando cada vez mais fundo minha própria cova. Estava cada vez mais dependente, não suportaria minha vida infeliz sem as drogas, elas eram meu portal para uma alegria imaginária. Quanto tempo demoraria para ter um câncer ou sofrer de cirrose? Mas nada mais importava, morrer talvez fosse o final mais feliz que enxergava para mim mesma. E se morresse de overdose seria melhor ainda, morreria sentindo aquela sensação maravilhosa. Quanto às pessoas maravilhosas que me amavam e tentavam me ajudar? Não importavam também. As únicas coisas que existiam para mim, naquele momento, era o sofrimento e o remédio para isso. Olhando por esse lado, eu não estava me matando, estava tentando curar o que estava acabando comigo, mesmo que do jeito errado. Ou estava me matando para acabar com meu sofrimento de uma vez? Bom, não importava, se não morresse pelas drogas, seria por causa da depressão ou da automutilação. Tudo terminaria em morte.

Fui dormir, me lembrando que no dia seguinte teria uma consulta com uma psicóloga. "Mas que ótimo! Mais um para me passar sermões e discursos sobre o quanto a vida pode ser bela e blá blá blá..."


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