O Amor Em Preto E Branco escrita por Lilly C


Capítulo 16
Mais para mandar em mim




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Já eram duas horas da tarde de um sábado ensolarado e eu ainda não tinha saído da cama. Minha mãe batia na porta, trancada, do quarto, gritando para que eu acordasse e me arrumasse, porque só faltava meia hora para a consulta com a psicóloga. "Ah! É mesmo... A maldita consulta!"

Levantei-me, mal humorada, e fui batendo os pés até meu armário, peguei uma roupa qualquer, não me importava mais em me vestir bem. Desci as escadas e fui para a cozinha, minha mãe estava fazendo panquecas para meu "café da manhã", mas nem o cheiro doce e maravilhoso tirou meu mau humor. Mastiguei as deliciosas panquecas com raiva, ignorando totalmente a presença dos meus pais, e rumei novamente para meu quarto. Quando estava no meio da escada, minha mãe me chamou:

-Ellie. -levantei o olhar para ela- Você está usando uma blusa verde e uma calça roxa.

-E? -é claro que não tinha como eu saber qual era o problema dessa combinação, afinal, não via as cores.

-Bom, é que isso não combina. Tem umas calças jeans na sua terceira gaveta que combinam com essa blusa.

Revirei os olhos e bufei. Que saco! Peguei outra calça e vesti, desci novamente e fiquei esparramada no sofá esperando a hora de sair.

O consultório ficava a vinte minutos da minha casa, porém demoramos mais de meia hora para chegar lá, por causa do engarrafamento no trânsito. Passei todo esse tempo pensando como seria essa psicóloga, imaginei uma senhora velha, de óculos, meio corcunda, cabelos grisalhos, rabugenta e com uma voz irritante. Pensar nisso me fez ficar ainda mais desanimada para essa consulta. Provavelmente ela me recomendaria vários livros e filmes de autoajuda e encontraria soluções altruístas para os problemas que eu a contaria, e seria assim todas as semanas.

Sai do carro com resistência, não queria e não precisava de mais um me dizendo o que fazer, definitivamente, não. O que seria um espaço para desabafar acabaria se tornando um tribunal, onde, se eu contasse a verdade, seria condenada. Sabia bem que não podia contar para uma estranha tudo o que eu estava passando, diria apenas o que ela queria ouvir: que eu estava com problemas de autoestima e estava entrando em depressão. Fui arrastada pela minha mãe através de um corredor, onde haviam portas dos mais diferentes tipos escritórios ao longo de sua extensão. Chegamos ao final do longo corredor, minha mãe bateu na porta.

-É aqui. -ela me olhou hesitante.

Na porta de madeira escura havia uma placa de metal onde se lia: Dra. Samantha Parks-Consultório de Psicologia. Ouvi o barulho de chaves e tive vontade correr, mas já era tarde. A porta se entreabriu. "Não tem mais como fugir Ellie" pensei, suspirando.


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