Louis POV

Depois daquela entrevista cansativa, tudo que queria era voltar para casa. Milhares de perguntas de fãs, todas sobre Larry Stylinson, querendo saber a minha opinião. O que eu poderia responder? Neguei tudo, apesar de ficar pensando sobre isso por um bom tempo. De novo, eu não sou gay. Eu acho. Quer dizer, não sou, sei lá, que confusão.

Ao entrar no apartamento, encontrei Liam e Zayn jogando Call of Duty, e Niall ao lado, devorando um pacote de salgadinhos. Como os três estavam concentrados demais para responder meu oi, decidi ir ver como Harry estava, mas eu o encontrei na cozinha, comendo um pedaço de bolo.

- Hazza, você não pode ficar andando por aí! – falei, indo até ele e segurando seu braço, mas o mesmo apenas revirou os olhos.

- BooBear, você percebeu quem que era para estar cuidando de mim o dia inteiro? Se não fosse você ter me abandonado e minha fome, eu ainda estaria deitado na minha cama – ele falou, fazendo cara de choro, mas depois começou a rir.

- Não diga uma coisa dessas – eu falei, e ele passou o braço em volta dos meus ombros e me apertou.

- Brincadeira, BooBear. Magoou, por acaso? – ele riu, e eu acabei rindo também, não conseguia ficar sério.

- Há quanto tempo eles estão ali, hipnotizados?

- Desde que o Zayn chegou, lá pelas onze da manhã...

- Eles estão sentados ali há sete horas? – perguntei, e Harry assentiu. – Já chega – fui até eles e desliguei o console, e todos me olharam, irritados.

- Porra Louis, não tava vendo que nós estávamos jogando? – Zayn perguntou, bufando.

- Vi muito bem. Caras, chamei vocês aqui para cuidarem do Harry e ele teve que se cuidar sozinho?

- Isso prova que ele pode ficar sozinho por doze horas sem nada terrível acontecer – Liam falou, se levantando. Olhei para Harry, que assentiu lentamente.

- Bom, é melhor eu ir encontrar a Perrie – Zayn falou, e saiu do apartamento com um aceno de cabeça.

- Vamos também, Niall – Liam falou, ajudando Niall a se levantar. Ambos se despediram e correram para pegar o elevador com Zayn.

- E você... – olhei para Harry, que não mudara sua expressão.

- Vai me deixar de castigo, BooBear? – ele me fitou, enquanto um sorriso malicioso surgia em seu rosto.

- Se é o que você quer... – devolvi o sorriso malicioso, mas depois voltei ao normal. – Vai tomar banho, Harry.

- Ok, mamãe, me ajuda a ir até o banheiro – ele falou, estendendo o braço, e eu o segurei pela cintura.

- Vai precisar de ajuda lá dentro também, mala? – perguntei, parado na porta do quarto.

- Imagina Louis, não preciso não. Só estou com uma perna engessada... poderia até mesmo correr numa maratona agora – ele falou, irônico.

- Calma, Hazza, você sabe que eu ajudaria – falei, indo até ele.

Ele fechou a porta, e eu disfarcei enquanto ele tirava a roupa, como fazia todos os dias. O ajudei a entrar na banheira e a ajeitar sua perna para fora da água, e sentei ao seu lado, tirando as ataduras de seu braço.

- Lou... – ele me chamou baixinho, enquanto eu terminava de enrolar as ataduras e as jogava no lixo.

- Diga – falei, e ele suspirou.

- Você acha que alguém que sempre foi hétero pode começar a gostar de... pessoas do mesmo sexo? – ele me pegou de surpresa com a pergunta.

- Por que essa pergunta de repente, Hazza? – desviei meu olhar para uma mancha no chão, bem ao meu lado. Eu tinha deixado na cara? Ou era ele?

- Só queria saber sua opinião sobre isso – ele falou, e eu balancei a cabeça.

- Não sei. Acho que depende da relação da pessoa com a outra – respondi, e ele assentiu.

Depois de pelo menos vinte minutos em silêncio, ele terminou de tomar banho, e lá ia eu de novo ajudá-lo em tudo. Refazer o curativo no braço, secar seu cabelo, até ajudá-lo a se vestir eu tinha, mas nunca reclamaria, sabia que esse tipo de coisa ele não conseguiria fazer.

- Hazza, eu acho que precisamos conversar sobre... – comecei a falar, mas fui interrompido pela campainha. Fui até a porta, e quando a abri, Eleanor entrou, séria.