Um Novo Caminho Para O Pequeno Amon escrita por AnyBnight


Capítulo 6
Capítulo 6 - Resposta


Notas iniciais do capítulo

Viajei legal nesse capítulo.



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Já havia amanhecido quando despertei. Abri os olhos e me encontrei deitado dentro de um das barracas. Lembrava-me vagamente de ter ouvido algo enquanto desmaiado.

"Você viu aquilo?!”

 “Eu pensei que ele não possuísse mais esse tipo de poder, muito menos que conseguiria usá-lo”

 “Foi realmente surpreendente, derrotou os goblins sem sequer afetar a terra"

"Isso é o que mais me intriga."

"Talvez tenha sido a intenção de proteger a plantação que..."

Não me lembro de mais nada após isso.

Ainda meio zonzo, me levantei. Vi que estava sozinho e ouvia barulhos do lado de fora. Saí da barraca, mas nem sinal daqueles dois, em vez disso, havia algo entre as folhagens de uma das hortas. Como eu tinha acabado de acordar, o sol tornava minha visão um pouco distorcida, mesmo assim, pude reconhecer algo parecido com um chapéu pontudo.


"Não pode ser, aqueles infelizes voltaram?!"

Ignorando minha moleza e avancei contra o invasor. Saltei sobre ele e o imobilizei. Ele se debatia gemendo, foi quando ouvi a voz do elfo.

- O que está fazendo?!

- Me livrando da ameaça, o que mais?

- Saia de cima dele. - Dizia enquanto me separava do invasor - Ele não é uma ameaça.

- Ein?

Pisquei muitas vezes e cocei os olhos até que minha visão se normalizasse. De fato, não era um goblin ali e sim um cogumelo vivo. Agachado diante dele, o elfo acariciava seu chapéu.

- Esse é um cogumelo Pepe. A espécie dele é um ótimo polinizador.

- Ele parecia estar comendo da plantação.

- O chapéu dele coleta e distribui pólem, por isso ele se esfregava nas folhas.

O cogumelo saiu correndo, pulando, sei lá, indo para outro canteiro. Fiquei olhando para a plantação, me sentia aliviado.

- Obrigado - Ele disse. - Se não fosse por você os goblins teriam estragado ainda mais isso tudo.

- Eu só estava treinando, só isso.

- Não minta pra si mesmo. Tá na cara que sua intenção era proteger a plantação, e foi o mesmo quando viu o Pepe.

- E-e se tiver sido? - Me recusava a encará-lo.

- De qualquer forma, você está sendo de grande ajuda.

- O canteiro da frente... Como ele está?

- Na mesma - ele suspirou - nem a magia de cura da Arme está surtindo efeito.

Sem dizer mais nada, dei a volta na casa. Encontrei a maga regando o canteiro sem vida. Foi a primeira vez, desde que cheguei, que a vi com aquela expressão de desânimo. Isso devia explicar porque o elfo também parecia abatido.

- Não entendo o que há de errado... - Falava sozinha até me perceber - Ah, bom dia Amon.

- Dia.

- Obrigada por ontem, você nos salvou.

- Não foi nada. - Parei diante do canteiro - Esse canteiro...

- Eu nunca vi algo assim antes, nenhuma de minhas magias funciona nele. Ainda há muito que fazer por aqui então eu e Ryan estamos nos revezando pra tratar dele.

- Quero cuidar disso. Por favor, deixe esse trabalho comigo.

- Tem certeza? Mesmo que tenha conseguido usar seus poderes ontem, não há garantia que vá funcionar outra vez...

- Vou conseguir. - Eu disse determinado.


Percebi que ela sorriu antes de me desejar boa sorte e me deixar lá sozinho. Respirei fundo e cavei alguns buracos rasos, firmando meus pés na terra. Precisava esvaziar minha mente e me concentrar na recuperação daquela terra.

Livrar-me do sentimento de vingança.

Livrar-me da frustração de ser preso nesta forma e do banimento de meus poderes.

"Se não há para onde voltar, encontre outro caminho siga em frente”.

As palavras da maga repetiam-se em minha cabeça vezes e mais vezes e eu ainda não entendia seu significado.

A terra que cobria meus pés endurecia, da mesma maneira que aconteceu das vezes em que falhei no dia anterior. Ao invés de me irritar pelo fracasso, preferi manter a calma.

Não sei por quanto tempo fiquei fazendo aquilo, mas em algum momento, lembranças de um passado distante voltavam aos poucos.

Numa destas visões, eu estava numa situação parecida só que de proporções maiores. Uma floresta devastada. Tinha certeza de que era eu ali embora não conseguisse identificar minha forma. Lembrava da sensação de esforço de quando o fiz e da satisfação de realizá-lo. Concentrei-me naquela visão, buscando respostas. De repente, eu estava cara a cara com aquele eu, mas a minha visão era ofuscada por sua luz.


"O que está procurando?"

- O que?

"Você não é mais um Nephirim de luz, o que está tentando fazer agindo como um?"

- Eu não sei. Apenas sinto que quero fazer isso.

"Mesmo que o faça, isso não lhe trará a redenção".

- Não é a redenção que busco.

“Pretende apenas recuperar os poderes para que cause ainda mais mal para este mundo?”

Quis recuar diante desta pergunta, mas não o fiz. Apertei forte minhas mãos em punho antes de responder.

- Não, a destruição não é mais o caminho o qual quero trilhar.

“Mesmo que não queira seguir este caminho, não existe mais volta para você”.

- Então eu irei... – lembrei-me das palavras da garota – encontrar um novo caminho e seguir em frente!

Percebi um sorriso brotando no rosto daquele que um dia eu fui. Depois disso, tudo foi tomado por uma luz branca, que era de alguma forma, acolhedora. Ainda sem abrir meus olhos, pude sentir a terra que cobria meus pés se tornar úmida e solta. Uma vitalidade estranha fluía para mim através de meus pés. Algo se criava em minhas mãos fechadas.

Quando enfim abri os olhos, encontrei um cenário totalmente diferente. Todo aquele canteiro de terra seca se tornara um canteiro de terra viva e saudável. Levantei uma das pernas e a terra se soltou de mim com grande facilidade. Ao abrir as mãos, havia muitas pequenas sementes em minhas palmas. Não eram como as sementes que o elfo me mostrou então pensei que variava de um Nephirim para outro.


- Eu consegui...

Antes de comemorar, joguei as sementes na terra e tentei fazê-las brotar. Não importa o quão eu tentasse nada dava certo. Talvez eu estivesse fraco por ter usado muita energia de uma vez só. Não queria desistir estando tão perto de completar meu objetivo.

- Por que estou falhando agora?

- Wow!

Escutei a voz surpresa do elfo e me virei. Ele vinha em minha direção e parou diante do canteiro revivido maravilhado com a visão.

- Você conseguiu! Revitalizou a terra!

- Também consegui criar sementes, mas não consigo fazê-las brotar.

- Você dominou as sementes também? Que incrível!

- Você ouviu quando eu disse que elas não brotam?

- Ah, isso. Bem, já foi um grande feito reviver a terra e criar sementes, você deve estar sem energia. Pode comemorar seu sucesso agora.

- Não terei completado meu objetivo se não for capaz de fazer as sementes brotarem.

- Vou ajudá-lo então. – Disse alongando os braços para frente – Que tipo de planta gostaria que brotasse aqui?

- F-flores... – eu vi muitas flores naquela visão, pensava em criar algo parecido. – Muitas flores...

- Concentre-se na imagem delas e a energia fluirá naturalmente de seus ideais para a terra.

Acenti à suas instruções. Tornei a fechar os olhos e estender minhas mãos sobre o canteiro. Tentei me concentrar na imagem das plantas que eu almejava criar. 


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