Um Novo Caminho Para O Pequeno Amon escrita por AnyBnight


Capítulo 4
Capítulo 4 - Poder Perdido


Notas iniciais do capítulo

Não era pra ser uma fic de ship, eu juro =x=



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Estou chegando a níveis cada vez mais baixos! Como posso estar dividindo a mesa com meu maior inimigo?! Ah, aquela maga maldita, me pos sentado nessa mesa contra minha vontade! Embora deva admitir que esse tal de ensopado não seja tão ruim assim... Mas a tigela em que como é quase do tamanho da minha cabeça.

O garoto me acompanha nesta refeição. Sentado na cadeira em paralelo à mim - estou sobre a mesa - me encarando feito bobo.

- Qual é a graça, nunca viu alguém bebendo a sopa direto da tigela?

- Não desse jeito engraçadinho.

Arg, que ódio disso tudo. Eu deveria ter mantido meu plano de observá-lo a distância e descobrir suas fraquezas antes de confrontá-lo. O ataque dos goblins me deu a ilusão de que ele estava vulnerável, por isso tentei atacar. Droga de erro de cálculo.

Ele terminou de comer antes de mim - sim, eu repeti a refeição várias vezes - e quis voltar ao trabalho, sendo imediatamente repreendido pela maga.

"Não senhor. Você acabou de comer, tem que esperar um tempinho antes de voltar a fazer esforço."

Ele suspirou, e desanimado, voltou para a mesa da varanda onde terminava minha quarta tigela.


- Sirva-me mais. - Ordenei. Ele mexeu na concha dentro da panela e começou a encher minha tigela sem vontade nenhuma. - O que estão fazendo aqui? Guerreiros como vocês deveriam estar por aí, lutando contra o mal.

- Parece que o mal nos deu uma folga. - Terminou - Fomos contratados para ajudar nessa plantação enquanto o dono não está. Esses serviços nos dão recompensas que a luta contra o mal não dá.

- E os outros guerreiros, onde estão?

- Em outras missões. Só eu e Arme viemos nessa. - Nesta resposta, reparei que ele focava-se na maga, que recolhia as verduras destruídas.

- E você, como vocês dizem, é apaixonado por ela, certo?

- E-ein?!  - ele se virou para mim. Estava com o rosto vermelho, mas não vermelho de raiva.

- Estou observando-os tem um tempo. Muitas vezes você para o que está fazendo e fica olhando pra ela com uma cara de idiota e suspirando.

- B-b-bem, ela é minha amiga e uma grande guerreira e é inteligente, divertida, bonita e... É, eu gosto dela. - tombou o rosto na mesa - Mas é totalmente unilateral.

- Ela sabe que você gosta dela?

- Aonde quer chegar com essas perguntas?

- Estou apenas recolhendo informações sobre meu rival. Coisas assim podem ser úteis numa luta futura.

- Sei...

Ele passou a me encarar debruçado na mesa. Foi interessante ver como os seres... "Sensíveis" ficam abatidos quando tem seu emocional perturbado.

Estava para terminar aquela a sexta tigela quando a maga veio até nós.

- Caramba, você comeu quase tudo!

- Você ofereceu, não tem o direito de reclamar.

- É, mas assim não vai ter pra janta...

- Janta? - o elfo perguntou.

- O proprietário mandou um pombo-correio avisando que só volta amanhã a tarde. Teremos de cuidar da casa esta noite.  Em todo caso Ryan, já pode voltar ao trabalho.

- Até que enfim - Se levantava.

- Agora não tem mais que ficar com essa cara de desanimo. - Ela disse enquanto ele passava por ela. Ele virou um pouco confuso, mas ela não percebeu, vinha direto para minha com um lenço. - Pra um grande vilão, você não tem modos nenhum à mesa. - Dizia esfregando aquele lenço em meu rosto. Essa pirralha acha que eu sou um bebê ou o que? - Ai que fofo, ficou vermelhinho!

O elfo pos a mão na frente da boca para não rir e foi andando para a longe da casa. Sacudi a cabeça para me livrar da garota e fui atrás dele. Ouvi a garota suspirar mas ignorei-a. Grande parte da bagunça dos goblins fora arrumada pela maga, fazendo uso de magia, porém, quase toda a colheita foi estragada.

Ele parou diante da horta e fechou os olhos, estava se concentrando. Pousei ao seu lado e fiquei a observar. Em algum momento, ele estendeu as mãos e tive a impressão de que algo fora lançado de seus dedos. Quando abriu os olhos, haviam pequenos brotos, quase imperceptíveis, surgindo aos poucos. Pasmei, impressionado.


- Incrível... - deixei escapar.

- Obrigado, mas isso é tudo que posso fazer ou vou acabar sem energia nenhuma. Elas terão que crescer por conta própria. Arme - ele virou o rosto para chamá-la. - Depois você pode usar o truque do regador outra vez?

- Pode deixar!

Continuei focado na obra dele. Nephirims tem poderes para ajudar a natureza, sempre soube disso, e acabei me pegando pensando no que me fez trair a causa.

- Quer ajudar também?

- Ham?

- Do jeito que está olhando pro canteiro, parece interessado.

- Eu só  estou interessados nos poderes do Nephirim branco - dei as costas -  o só isso.

- Claro - ele riu - talvez eu possa ensiná-lo algumas coisas.

Olhei pra ele, confuso. Somos rivais, inimigos, como ele pode cooperar tanto com alguém como eu?

Depois, ele seguiu para outros canteiros, fazendo o mesmo. A garota vinha atrás, usando a lâmpada como regador. Não usava uma água comum, pois os brotos cresciam um pouco quando regados. Por um segundo, pensei se ela não possuía poderes de Nephirim também, mas logo descartei a idéia.

Ouvi barulhos vindos de fora da área cercada, apenas folhas balançando. Como não havia vento, mantive-me em alerta. De alguma forma, não queria que os goblins voltassem.

Algum tempo depois, a maga e o elfo trabalhavam em lugares diferentes. Ela continuava cuidando das hortas nos fundos enquanto ele foi cuidar do jardim da frente. Se é que se pode chamar aquilo de jardim. Só um monte de folhas murchas sobre um espaço de terra. Ele parou na frente daqui e sentou-se no chão.


- Qual o problema?

- Desde que chegamos aqui estou intrigado com esse. Esse canteiro não floresce por mais energia que eu ponha nele.

- Huh, então se eu conseguir realizá-lo, terei superado você.

Peguei um punhado da terra dali. Ela tinha uma textura diferente, de um modo que eu não consigo explicar. Tentei fazer como ele, concentrar energia ali, mas meus poderes só estragavam mais aquela terra até transformá-la em uma pedra de barro, que se quebrou e caiu por meus dedos.

- Seus poderes de Nephirim não funcionam mais, não é?

- Eu só tenho que me esforçar mais.

- Sabe, desde que nos enfrentamos eu tenho essa curiosidade. O que te fez "cair"?

- Ambição não é um sentimento só dos humanos. A promessa de ''poder" seduz qualquer criatura, seja um Nephirim como você ou uma maga como a garota.

- Então, a Elena...

- Cazeaje foi uma forte influencia para todas as criaturas de Ellia. Ele prometia a eles poderes inimagináveis em troca de sua serventia. Ninguém pensou duas vezes antes de aceitá-los. Nem mesmo o "anjo das terras de Ellia".

Ficamos em silêncio enquanto eu continuava a falhar com a terra. Pela expressão preocupada dele, deveria estar pensando no que eu acabei de lhe contar. Ele tocava o resultado de minhas falhas como se as analisasse.

- Mesmo que conheça meus poderes, não vou deixar que vença a revanche.

- Pode ficar tranquilo, não pretendo copiar sua estratégia - Finalmente mudou a expressão, sorrindo serenamente.

Eu já estava exausto depois de tanto esforço em vão. Não é a toa que o garoto não conseguiu, esta terra parecia envenenada antes de eu chegar a tocá-la. Se ainda fosse o mesmo nephirim de antes, isso já teria sido resolvido. Se bem que, nem me lembro mais como eu era antes de me tornar Amon Negro. Cansei, cedendo para trás.

- Desistiu?

- Só preciso descansar um pouco. Vou provar que sou um nephirim melhor que você, Nephirim branco.

- Boa sorte então - disse se pondo de pé. - Vou pra dentro, quer carona?

- Não me subestime - Levantei também.

Ele deu de ombros e foi andando. Não consegui levantar vôo então fui atrás dele por solo. 


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