Crush escrita por slytherina


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Renée começa a passar maus momentos por causa de Cissa.



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Quando Renée chegou em casa, seu pai estava furioso, pois ela havia perdido o horário da janta em família. Renée teve que ouvir o sermão calada e de cabeça baixa, esperando que a irritação dele se extinguisse. Porém ele fez questão de saber aonde ela havia ido, e não se conformou com a mesma resposta que ela dera a sua mãe. Renée ponderou se deveria contar a verdade a seu pai. Ao ver que ela estava fazendo cálculos mentais, o pai de Renée ficou possesso e ameaçou-a com surra de cinto se ela não falasse a verdade. Percebendo que seria melhor ser honesta e encerrar aquela querela toda, Renée contou que havia ido até a casa de uma colega da escola que morava no mesmo bairro. Até deu o número de telefone de Cissa para que o pai checasse a história, e assim ele fez. Falou com Cissa e sua família, só então o pai de Renée acalmou-se e dispensou-a do interrogatório.

 

 

Somente quando já estava em sua cama, esperando o sono chegar, foi que Renée pôde pensar em sua adorada Cissa. Sua colega era tão bonita, tinha longos cabelos lisos, num tom de louro mate, que mesmo sendo tingido, ficava super bem nela. E aqueles olhos então? Verdes como águas profundas, será que eram lentes de contato coloridas? E o corpo de Cissa? Ao pensar nisso, Renée colocou a mão nos olhos, envergonhada por pensar no corpo da outra. Obrigou-se a pensar em outra coisa, pois aqueles pensamentos a deixaram muito perturbada. No dia seguinte, Cissa não foi à padaria. Renée só a encontrou na escola, mas a outra apenas acenou-lhe e ficou o tempo todo com sua turma. Cissa só a procurou na hora da saída.

 

 

_O que houve na tua casa ontem?

 

_Meu pai às vezes fica paranóico.

 

_Ele te marca de perto, hein?

 

_É.

 

_É por isso que tu és tão presa e reprimida.

 

_Eu não sou presa e reprimida. Sou apenas calma.

 

_Tá legal. Tenho certeza que tu morres de inveja da vida que eu levo.

 

_Na verdade não... Talvez só um pouquinho.

 

_Confessa vai. - Cissa ao dizer isso, ficou bem próxima, quase encostando seu rosto no de Renée. Esta ficou imaginando que a vida seria muito boa se ela tivesse coragem de beijar Cissa na boca, mas... Renée baixou a cabeça e cruzou os braços sobre o peito, como se quisesse se proteger. Cissa percebeu o gesto e deu um beijo leve no rosto de Renée, que se arrepiou toda.

 

_Adoraria passar o resto da tarde ao teu lado, mas eu tenho um encontro marcado.

 

_Vai se encontrar com o namorado?

 

_Não, com um paquera. Um garoto sensacional. O nome dele é Júlio. Tu precisas vê-lo. Ele é alto, bronzeado, tem olhos cor de mel e um sorriso que me derrete inteirinha. É um doce. Acho que estou apaixonada.

 

Renée sentiu um aperto no peito. Mordeu os lábios e ficou olhando o chão.

 

_Ficaste com ciúmes?

 

_Por que eu ficaria com ciúmes? Você é mulher, tem o direito de namorar com homens. Eu não sou homem, não tenho direito de... Namorar com você. - Renée apertou ainda mais os braços em volta do peito.

 

_Quem sabe o Júlio não tem um amigo para ti? Se quiseres eu posso falar pra ele...

 

_Não!

 

_Tudo bem. Quando eu falar contigo amanhã, te conto os detalhes. Tchau!

 

_Tchau!

 

 

Renée ficou triste. Pensara que Cissa gostava dela, mas a outra tinha uma enormidade de namorados, que não lhe deixava tempo sequer para falar com os amigos. Renée percebeu que nunca poderia ser uma namorada para Cissa. Resolveu esquecer tudo aquilo e voltar a ter a mesma vida normal que levava antes de conhecê-la. Foi andando para casa com a cabeça nas nuvens, quando subitamente, alguém a agarrou pelo ombro e puxou-a violentamente. Era o Douglas, o balconista da padaria.

 

 

_Onde está Cissa?

 

_Ela... Deve tá na casa dela agora. - Renée estava assustada com a violência daquele rapaz. Achou melhor não dizer que a amiga fora se encontrar com o Júlio.

 

_Mentira! Você é amiga dela, sabe onde e com quem ela está. Vai me contar tudo o que sabe.

 

_Tudo bem. Tudo bem. Eu conto tudo. Você poderia soltar meu braço, por favor? Está me machucando. - Renée estava com muito medo.

 

_Eu vou soltar, mas não tente nenhuma gracinha pra cima de mim. - Douglas soltou o braço de Renée e ficou olhando para ela, esperando uma resposta.

 

 

Assim que Douglas lhe soltou o braço, Renée apertou os livros fortemente e desatou a correr em direção a sua casa. Só que Douglas estava atento e alcançou-a fácil, segurando em sua blusa. Ao ser puxada novamente para trás, Renée perdeu o equilíbrio e foi ao chão desajeitadamente, quebrando o cotovelo. Ela começou a chorar de dor.

 

 

_Sua patricinha de uma figa! Você vai dizer-me onde está Cissa, ou vai começar a apanhar aqui no meio da rua.

 

 

Se for pra sofrer mais ainda, então Renée iria ficar calada. Sentia que o cotovelo estava muito machucado, e era tudo culpa daquele brucutu. Douglas agarrou seus cabelos e sacudia sua cabeça com esse movimento. Renée começou a chorar alto.

 

 

_Fale de uma vez sua puta desgraçada. - Douglas levantou o braço com a mão aberta para que Renée visse que iria ser espancada, quando alguém o segurou pelo braço e o fez virar-se para levar um soco na cara.

 

 

Douglas caiu estatelado no chão, com o nariz sangrando. Após isso, várias pessoas que estavam assistindo tudo de longe resolveram correr para ajudar o salvador de Renée. Esta olhou para seu herói e o reconheceu, era o Haroldo, um dos namorados de Cissa. Este ainda foi para cima de Douglas para dar-lhe mais sopapos. Alguém segurou Renée pelas axilas e ajudou-a a levantar-se. Pegaram-lhe o cotovelo sangrante, ela não pôde evitar de gritar e chorar de dor. Agora se ouviam muitas vozes, muitas perguntas. Renée não conseguia responder nenhuma. Fizeram-na entrar em uma ambulância. Um policial fez-lhe várias perguntas. Renée respondeu como pôde e evitou a todo custo tocar no nome de Cissa. Ela chegou ao Pronto Socorro e foi guiada por mãos desconhecidas até uma sala branca onde a fizeram deitar-se em uma maca. Ela ficou lá inerte, abandonada. Todo o cortejo de pessoas estranhas desapareceu. Ela ficou olhando para o teto branco com luz branca. Somente uma imagem ocupava sua mente: Cissa e seu radiante sorriso.

 

 

Algum tempo depois ela sentiu que alguém lhe beijava a testa e chorava sobre seu rosto. Sua mãe. O médico constatou que havia quebrado o cotovelo e que deveria ter o braço engessado. Assim foi feito. Sua mãe levou-a para casa. Renée sabia que seria submetida a mais interrogatório quando chegasse em casa. Sua mãe ajudou-a a trocar a farda do colégio ensangüentada. Quando seu pai chegou, chamou-a para o interrogatório. Sua mãe resolveu apoiá-la ostensivamente, enlaçando-a pela cintura, enquanto seu pai a olhava como um inquisidor no Santo Ofício a uma bruxa.

 

 

_O que aconteceu?

 

_Esse rapaz, o Douglas, que trabalha de balconista na padaria, me atacou no meio da rua e quebrou meu cotovelo.

 

_Por quê?

 

_Ele puxou a minha blusa de aula, aí eu caí pra trás e me apoiei de mau jeito sobre o cotovelo, aí ele quebrou.

 

_Eu não perguntei por que você quebrou o cotovelo, mas sim por que ele te atacou.

 

_...

 

_Hein? Eu não ouvi sua resposta. Por que ele te atacou, Renée?

 

_Ele queria saber onde estava uma amiga minha.

 

_Que se chama...

 

_...

 

_Como é o nome dessa sua amiga Renée?

 

_...

 

 

O pai de Renée tentou esbofeteá-la, mas sua mãe meteu-se na frente e levou a bofetada na cabeça. Ela gritou e ambos começaram a discutir. Renée percebeu que eles iriam brigar feio e que poderiam acabar se magoando inutilmente. Resolveu abrir o jogo, para acabar a briga entre seus pais.

 

 

_O nome da minha amiga é Cissa. Eu apanhei na rua porque não disse àquele homem onde ela estava.

 

_Pois de agora em diante você está proibida de voltar a falar com essa garota. Você me entendeu Renée?

 

_Sim senhor, papai.

 

 

 

Fim do Capítuloa279;

 

 

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Não queria apelar para violência física tão cedo, acho que é porque eu não sei elaborar muito bem a interação física dos personagens. Vai ver é falta de imaginação mesmo.



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