Era Uma Vez o Amor escrita por Bia Paes


Capítulo 28
Capítulo 28 - O fim pode estar perto




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Quando me desliguei um pouco do assunto, perceb que já estava no meu carro, e por sorte dirigindo no caminho certo. Consegui chegar "bem" em casa. "Bem", entre aspas, por chegar segura; porque bem eu não poderia estar. Me joguei na cama de tanto cansaço, com os fones de ouvido deixando as músicas levemente entrarem, fazendo minha alma acalmar, ao mesmo tempo em que deixavam minhas lágrimas rolarem. É incrível... quando você está apaixonada, qualquer música romântica e lenta lembra seu amor. Aos poucos o sono foi chegando, e como meus olhos já estavam fechados, só faltava me aprofundar no sono. Era tudo o que eu precisava naquele momento.

As horas se passaram, e eu acordei com uma mão tirando meu fone de ouvido. Consegui ouvir algumas palavras.

- Bia, acorda...

- Hã? Que horas são? - Falei olhando para a Carol.

- Já era, perdeu a aula.

- Que bom.

- Que bom? Ah, então é isso que você quer. Perder a aula. - Uma voz grossa e masculina interrompeu a conversa, despertando meu sono.

- Pai? Não tinha te visto aqui... - Falei um pouco nervosa, me sentando na cama.

- Eu entendo seu cansaço, e tudo bem faltar a aula hoje... - voltei a deitar na cama - Também entendo sua preocupação com ele, sua tristeza. Entendo tudo o que você está passando. Mas não acha que tem que se preocupar um pouco com você? Você não pode se esquecer assim, se largar de mão, agir como se só ele existisse. E os seus estudos? Se ele se for, como você vai ficar?

- Pai! - Interrompi.

- Eu estou dizendo a verdade. Eu, como seu pai, me preocupo com você.

- Por favor... - Pedi, quase chorando novamente. Não aguento mais chorar!

Ele me abraçou. Percebeu que falou coisa errada na hora errada, mas ele é pai. É normal se preocupar comigo, e ele estava certo. Eu esqueci mesmo de mim.

- Enquanto ele estiver alí, naquele hospital, eu me preocuparei apenas com ele, pai. Desculpa. Eu só queria que você entendesse isso... O senhor e a Carol não estão precisando de nada. Por favor, deixa eu tentar fazer o Bry sobreviver.

- Eu tento entender.

Ele se levantou, e foi em direção a porta.

- Mas não é você que vai salvar a vida dele.

E ele tinha razão. Mas eu poderia ajudar. É claro que poderia! O Brian me ama, e fica feliz quando eu estou do lado dele. Ainda mais agora... Mas meu pai não sabe de nada. E só vai saber no momento certo. Mas quando?

Levantei, entrei no chuveiro quente, me sequei, troquei de roupa e desci para comer alguma coisa. Carol havia preparado o almoço todo, e fiquei na mesa junto aos dois. Havia um tempo que eu não fazia isso. Meu pai tinha razão, não só esqueci de mim, como esqueci da minha família. Não sei mais o que faço. Posso estar errada, mas minha preocupação com Brian é maior, pelo menos nesse momento. Meu pai e minha irmã não estão precisando de nada por enquanto, e quando precisarem, eu estarei ao lado deles.

Almoçamos, eu fiquei um pouco conversando com eles, sem tocar no assunto de namorado. Só a Carol que estava falando do novo suspeito namorado dela. Rimos, como não fazíamos juntos há um tempo. Logo nós duas subimos, cada qual para seus respectivos quartos. Peguei o telefone, liguei para Khristen, e avisei que só iria a tarde. Entrei no quarto da Carol enquanto a hora não chegava, e fiquei por lá, atrapalhando a privacidade dela, pedindo um carinho fraternal.

Finalmente a hora de ir visitá-lo chegou. Eu fui para o quarto, troquei de roupa em um estilo esportivo. Com tênis, jeans, polo e rabo de cavalo. Me despedi de meu pai e minha irmã, entrei no carro e dirigi. Cheguei no hospital, e quando ia entrar no quarto, alguém me impediu.

- Bia. Não pode entrar agora.

- Como assim? Por que?

Era a mãe dele. O rosto dela era o mesmo, abatido. Espera... está pior.

- Aconteceu alguma coisa por aqui?

- Aconteceu.

Paralisei na hora quando ouvi aquilo. Não era possível. Toda vez que eu perguntava aquilo a resposta era sempre a mesma: "não". Mas hoje foi diferente. Não queria ouvir aquilo, não hoje que eu estava tão bem em casa! Eu não queria mais chorar. Eu fui dirigindo com o pensamento positivo de que tudo ia acabar bem, não seria justo acabar mal. Mas pra variar, alguma coisa tem que me contradizer. O que? Eu tenho alguma maldição? Tudo de acontece de bom na minha vida acaba mal. Por que eu não posso ser feliz para sempre? Por que o Brian não pode ser feliz? Meu Senhor, eu apelei tanto para te pedir a vida do Brian.

Eu fechei os olhos não querendo ouvir o que estava por vir. Mas não deu certo, pois eu teria que tapar os ouvidos. Eu não queria, de jeito nenhum. Sabia que não devia ter perguntado! Mas perguntei, e foi tarde demais. Para a minha infelicidade, a notícia foi ruim. Ela disse.

Eu só quero paz! E um pouco de felicidade. Minha paz e minha felicidade se resume à vida do Brian. E é isso que eu quero.


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Notas finais do capítulo

E aí, como ficou? :D
Beijoss queridinhos! :*