Era Uma Vez o Amor escrita por Bia Paes
Depois de ouvir aquilo tudo de Brian, me emocionei. Ele também se emocionou junto. Aquilo tudo foi lindo, as atitudes de Tucker foram lindas. Ele ir até o quarto do hospital, dizer para Brian que se arrependeu de tudo o que fez em nome da velha amizade dos dois, foi realmente algo muito corajoso. Passar uma borracha em tudo o que aconteceu de mal com os dois deve ter sido difícil, mas aconteceu.
- Que linda essa atitude dele, Bry.
- James Tucker se redimindo... quem diria.
- Olha quem fala. - brinquei - Você também se redimiu, gracinha.
- Eu? Claro que não! - Tentou disfarçar - Bom... um pouquinho, talvez...
Nós dois rimos daqueles comentários. Rir fazia bem à ele e a mim naquele momento difícil que estávamos passando.
- Brian, eu já volto, ok? Você me espera?
- É claro... mas você vai aonde?
- Resolver alguns assuntos.
Dei um beijo nele, antes que pudesse me impedir ou fazer alguma pergunta difícil que me prendesse no quarto. Falei com a Khristen que sairia bem rapidinho, mas retornaria. Ela apenas acenou que sim com a cabeça.
Entrei no meu carro, dirigi pela estrada até que estacionei em uma área ao lado da calçada, em frente a uma casa grande e bem bonita. Caminhei até a porta dessa casa, toquei a campainha e esperei que me atendessem. Eram 20:45h da noite, até que finalmente atenderam a porta:
- Pois não? - indagou.
- Oi... - respondi um pouco sem graça.
- Bia!? O que houve?
- Será que podemos conversar?
- Aconteceu alguma coisa?
Olhei para trás, na intenção de dizer que precisávamos conversar em um lugar mais privado e menos frio. Lá fora estava um gelo.
- Ah, desculpe-me. Entre, por favor. - A porta foi mais aberta, e o braço da pessoa se estendeu, me convidando para entrar.
Entrei naquela casa pela primeira vez, era tudo muito bem mobiliado.
- Não há ninguém em casa. Pode ser aqui mesmo, ou quer subir?
- Não, não. Aqui está bom... Só queria sair de lá de fora, está um gelo.
- Hum... Mas então... Algum problema? Quer alguma coisa? Água, suco...
- Não, obrigada. Estou bem. Eu... - fiquei um pouco sem graça de falar, pois havia muito tempo que não me comunicava com essa pessoa - Bom... Eu queria te agradecer pelo que fez, Tucker. Muito obrigada mesmo.
- Ah, então é isso? Pensei que tivesse acontecido alguma coisa. - ele riu alto - Não tem nada que agradecer. Só fiz o que deveria ser feito há muito tempo, e o melhor é que ele se desculpou também. Então está bem melhor assim. Voltamos a ser amigos... Eu não era o único culpado.
- "Ah, ele não muda..." - pensei, e ri alto, balançando a cabeça negativamente - Sabe... você é mais legal assim. Do seu jeito...
Ele riu... só riu.
- Senti sua falta.
- É... também senti, eu acho. - Nós dois rimos, pois sabíamos que era apenas uma brincadeira minha.
- Você quer alguma coisa? - perguntou
- Não, já estou de saída. Obrigada.
- Mas já?
- Tucker, o Bry está me esperando.
- Ah sim. Avise a ele que vou amanhã visitá-lo, ok?
- Ok.
- Bem... então... até amanhã, certo? - Ele disse com a mão na cabeça, meio sem graça.
Eu sorri, pulei nos braços dele, dando um abraço amigável. Ele retrubuiu o abraço.
- Certo. - sorri.
- Eu abro a porta pra você.
- Obrigada.
Caminhamos até a porta, ele abriu e eu fiquei do lado de fora.
- Tchau, Bia.
- Tchau, Tucker. - andei em direção ao meu carro - Ah! - ele abriu a porta que estava quase fechada - Desculpe-me também.
- Tá tudo bem.
Agora sim, entrei no carro e voltei para o hospital. Bati na porta do quarto, e encontrei o Brian com o pai dele, conversando.
- Ah! Desculpa. Eu volto daqui a pouco.
- Não. Pode entrar. - Math disse se levantando - Nós já conversamos, não é meu filho?
Ele estava chorando; Passou a mãos nos cabelos de Brian, veio em minha direção e me deu um abraço. Logo saiu do quarto e nos deixou sozinhos.
- Então, pode me dizer aonde estava, mocinha?
- Posso, mocinho. Eu fui até a casa do Tucker...
- Tucker? - Ele interrompeu.
- Posso falar? Então, fui até a casa dele, para agradecer o que ele fez, e me desculpar também.
- Hum...
- Ah, Brian! - falei em um tom meigo, e o enchi de beijos por todo o rosto.
As horas se passaram, e a hora de ir embora foi chegando mais perto. O tempo ao lado dele passava rápido de fora, e ao mesmo tempo bem devagar. Eu avisei a ele que tinha que ir embora, pois naquela noite os pais dele passariam com ele. Me despedi do meu namorado, e saí do quarto.
- Bia... - Khristen me chamou.
- Eu já estou indo embora...
- Eu... aliás, nós queríamos falar com você, pode ser?
- Claro! Pode falar.
- É sobre o Bry.
- O que que tem?
- O estado de saúde dele... - disse Math - Não é bom.
- C-como assim não é bom? - disse gaguejando, não querendo acreditar naquilo - Ele está melhorando! Vai sair daqui rapidinho, vocês vão ver!
- Não. Não está melhorando. Ele já está há um tempo no hospital... Nós conversamos com o médico. Precisamos encarar a realidade. - Ele estava chorando.
- Não! A gente tem que acreditar! Ele vai sair dessa! O que há? Vocês são os pais, devem acreditar!
- Bia... Ele está... mal... - Khristen disse - Pode não aguentar.
Ela começou a soluçar, a chorar forte. Math abraçou sua esposa, não aguentando saber o que poderia acontecer. Eu tampei meus ouvidos, não querendo escutar nenhuma palavra sequer que contrariasse minhas afirmações. Ao ver aquela cena, passei a acreditar que nunca mais fosse ver o Brian. Não consegui pensar em nada, e sinceramente nem sei como consegui dirigir. Só sei que pra mim, o mundo quase acabou alí; naquele momento. Só não acabou porque eu sabia que Brian ainda estava vivo, e eu lutaria pela sua sobrevivência. Ele não vai. Ele não pode ir...
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