Era Uma Vez o Amor escrita por Bia Paes


Capítulo 27
Capítulo 27




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Depois de ouvir aquilo tudo de Brian, me emocionei. Ele também se emocionou junto. Aquilo tudo foi lindo, as atitudes de Tucker foram lindas. Ele ir até o quarto do hospital, dizer para Brian que se arrependeu de tudo o que fez em nome da velha amizade dos dois, foi realmente algo muito corajoso. Passar uma borracha em tudo o que aconteceu de mal com os dois deve ter sido difícil, mas aconteceu.

- Que linda essa atitude dele, Bry.

- James Tucker se redimindo... quem diria.

- Olha quem fala. - brinquei - Você também se redimiu, gracinha.

- Eu? Claro que não! - Tentou disfarçar - Bom... um pouquinho, talvez...

Nós dois rimos daqueles comentários. Rir fazia bem à ele e a mim naquele momento difícil que estávamos passando.

- Brian, eu já volto, ok? Você me espera?

- É claro... mas você vai aonde?

- Resolver alguns assuntos.

Dei um beijo nele, antes que pudesse me impedir ou fazer alguma pergunta difícil que me prendesse no quarto. Falei com a Khristen que sairia bem rapidinho, mas retornaria. Ela apenas acenou que sim com a cabeça.

Entrei no meu carro, dirigi pela estrada até que estacionei em uma área ao lado da calçada, em frente a uma casa grande e bem bonita. Caminhei até a porta dessa casa, toquei a campainha e esperei que me atendessem. Eram 20:45h da noite, até que finalmente atenderam a porta:

- Pois não? - indagou.

- Oi... - respondi um pouco sem graça.

- Bia!? O que houve?

- Será que podemos conversar?

- Aconteceu alguma coisa?

Olhei para trás, na intenção de dizer que precisávamos conversar em um lugar mais privado e menos frio. Lá fora estava um gelo.

- Ah, desculpe-me. Entre, por favor. - A porta foi mais aberta, e o braço da pessoa se estendeu, me convidando para entrar.

Entrei naquela casa pela primeira vez, era tudo muito bem mobiliado.

- Não há ninguém em casa. Pode ser aqui mesmo, ou quer subir?

- Não, não. Aqui está bom... Só queria sair de lá de fora, está um gelo.

- Hum... Mas então... Algum problema? Quer alguma coisa? Água, suco...

- Não, obrigada. Estou bem. Eu... - fiquei um pouco sem graça de falar, pois havia muito tempo que não me comunicava com essa pessoa - Bom... Eu queria te agradecer pelo que fez, Tucker. Muito obrigada mesmo.

- Ah, então é isso? Pensei que tivesse acontecido alguma coisa. - ele riu alto - Não tem nada que agradecer. Só fiz o que deveria ser feito há muito tempo, e o  melhor é que ele se desculpou também. Então está bem melhor assim. Voltamos a ser amigos... Eu não era o único culpado.

- "Ah, ele não muda..." - pensei, e ri alto, balançando a cabeça negativamente - Sabe... você é mais legal assim. Do seu jeito...

Ele riu... só riu.

- Senti sua falta.

- É... também senti, eu acho. - Nós dois rimos, pois sabíamos que era apenas uma brincadeira minha.

- Você quer alguma coisa? - perguntou

- Não, já estou de saída. Obrigada.

- Mas já?

- Tucker, o Bry está me esperando.

- Ah sim. Avise a ele que vou amanhã visitá-lo, ok?

- Ok.

- Bem... então... até amanhã, certo? - Ele disse com a mão na cabeça, meio sem graça.

Eu sorri, pulei nos braços dele, dando um abraço amigável. Ele retrubuiu o abraço.

- Certo. - sorri.

- Eu abro a porta pra você.

- Obrigada.

Caminhamos até a porta, ele abriu e eu fiquei do lado de fora.

 - Tchau, Bia.

- Tchau, Tucker. - andei em direção ao meu carro - Ah! - ele abriu a porta que estava quase fechada - Desculpe-me também.

- Tá tudo bem.

Agora sim, entrei no carro e voltei para o hospital. Bati na porta do quarto, e encontrei o Brian com o pai dele, conversando.

- Ah! Desculpa. Eu volto daqui a pouco.

- Não. Pode entrar. - Math disse se levantando - Nós já conversamos, não é meu filho?

Ele estava chorando; Passou a mãos nos cabelos de Brian, veio em minha direção e me deu um abraço. Logo saiu do quarto e nos deixou sozinhos.

- Então, pode me dizer aonde estava, mocinha?

- Posso, mocinho. Eu fui até a casa do Tucker...

- Tucker? - Ele interrompeu.

- Posso falar? Então, fui até a casa dele, para agradecer o que ele fez, e me desculpar também.

- Hum...

- Ah, Brian! - falei em um tom meigo, e o enchi de beijos por todo o rosto.

As horas se passaram, e a hora de ir embora foi chegando mais perto. O tempo ao lado dele passava rápido de fora, e ao mesmo tempo bem devagar. Eu avisei a ele que tinha que ir embora, pois naquela noite os pais dele passariam com ele. Me despedi do meu namorado, e saí do quarto.

- Bia... - Khristen me chamou.

- Eu já estou indo embora...

- Eu... aliás, nós queríamos falar com você, pode ser?

- Claro! Pode falar.

- É sobre o Bry.

- O que que tem?

- O estado de saúde dele... - disse Math - Não é bom.

- C-como assim não é bom? - disse gaguejando, não querendo acreditar naquilo - Ele está melhorando! Vai sair daqui rapidinho, vocês vão ver!

- Não. Não está melhorando. Ele já está há um tempo no hospital... Nós conversamos com o médico. Precisamos encarar a realidade. - Ele estava chorando.

- Não! A gente tem que acreditar! Ele vai sair dessa! O que há? Vocês são os pais, devem acreditar!

- Bia... Ele está... mal... - Khristen disse - Pode não aguentar.

Ela começou a soluçar, a chorar forte. Math abraçou sua esposa, não aguentando saber o que poderia acontecer. Eu tampei meus ouvidos, não querendo escutar nenhuma palavra sequer que contrariasse minhas afirmações. Ao ver aquela cena, passei a acreditar que nunca mais fosse ver o Brian. Não consegui pensar em nada, e sinceramente nem sei como consegui dirigir. Só sei que pra mim, o mundo quase acabou alí; naquele momento. Só não acabou porque eu sabia que Brian ainda estava vivo, e eu lutaria pela sua sobrevivência. Ele não vai. Ele não pode ir...


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