No dia seguinte, nós nos vimos no colégio, mas só rolou um selinho. Nós conversamos, mas só como amigos. Ainda estava aquele clima meio ruim, e eu não tinha coragem de tocar no assunto "Kristen", mas també não queria que aquele clima continuasse daquele jeito.

Fomos embora, cada um pro seu canto. Eu não aguentava mais aquela situação por uma coisa tão boba. Tomei coragem e liguei pra ele, a fim de resolvermos o que estivesse atrapalhando o nosso relacionamento.

- Brian, eu preciso te ver agora. Aonde você tá?

- Bia, eu tô indo pra New York.

- Como assim?? Por quê?

- Meu avô. Ele voltou para o hospital.

- E você já sabe quando volta?

- Não, mas quando estiver voltabdo eu te ligo.

- Ok, melhoras pro seu avô.

- Obrigado... Beijos.

- Beijos... - Eu respondi. - ... te amo.

Eu demorei muito pra dizer aquilo. 3 segundos foi o tempo suficiente pra ele desligar o telefone. Ele não ouviu o "te amo". Eu nunca tinha falado isso pra ele. Vai ver foi até bom ele não ouvir, não devia ser o momento certo. Ele não estava muito bem, a voz tava fraca, sofrida, novamente.

Uns 5 dias depois, ele me ligou.

- Bia, já tô voltando.

- Que bom, me espera que eu vou no aeroporto.

- Não. - Ele disse meio apressado. - Me encontra no mesmo lugar, lá na praia. (Aquelas pedras).

Ótimo! Ele tava preparando alguma coisa pra gente se acertar! Toda vez que ele viaja agora, ele volta inspirado.

Eu saí de casa com um sorriso imenso no rosto, cheguei lá e fiquei esperando por ele uns 10 minutos. Ele chegou e eu o abracei. Bem forte. Mas a expressão do rosto dele não era muito boa.

- O que aconteceu? - Eu perguntei. - É o seu avô?

- Não.. - Ele respondeu olhando pra baixo. - É a gente.

Eu me espantei e dei um passo pra trás.

- O que tem a gente?

- Não vai dar certo.

- O que você tá dizendo, Brian? Aquilo foi uma coisa boba, uma idiotice minha! Não faz isso!

- Não é por isso! Não só por isso! Imagina, se já estamos assim por uma coisa boba, se acontecer alguma coisa mais grave vai ser pior!

- Brian, não faz isso! Não tem nada a ver o que você tá dizendo!

- Desculpa, Bia. Mas tem que ser assim.

- Não, não tem! Eu ainda lembro do que você me disse, aqui mesmo! Tudo o que você disser de ruim, é o que você quer dizer ao contrário! Brian! - eu ergui sua cabeça - Olha pra mim.

- Mas dessa vez não é! - Ele voltou a olhar pra baixo - Eu sinto muito. Muito mesmo.

- Brian! - Eu gritei. - ... eu te amo! - Falei mais baixo e ajoelhei com as mãos no rosto.

Ele ia saindo, mas parou. Ele queria voltar, eu sei.

Ele saiu, me deixou alí... Sozinha, chorando.

Eu e fiquei no mesmo lugar, ajoelhada por um bom tempo. Não tinha cabimento nada do que ele me disse. Parecia uma desculpa qualquer pra terminar comigo. Mas por quê? O que aconteceu? Eu não tinha uma explicação pra nada! Eu sou muito orgulhosa, mas dessa vez eu não queria perder o Brian! Ele era tudo pra mim. Eu cheguei em casa, subi as escadas correndo, passei voada pelo meu pai e por minha irmã. Peguei o telefone, liguei pra casa dele, a mãe dele atendeu. Ela disse que ele tinha ido à festa da Cameron. Ela gostava da Kristen, a única diferença entre elas era o H no meio do nome da mãe dele. Mas ela não impedia nosso namoro, ela gostava de mim.

Eu fui correndo atrás dele com a mesma roupa, tentei dar uma ajeitada, mas minha cara toda vermelha não tinha jeito. Eu também não tinha paciência nem cabeça pra pensar no visual agora. Eu estava focada em Brian, desesperada. Parecia que meu mundo tinha caído.

Cheguei na festa, Gabi veio falar comigo.

- Amiga, o que é isso? Caiu no buraco?

- Eu preciso falar com o Brian! Cadê ele?

- O que aconteceu, Bia???

- CADÊ O BRIAN?

-Tá lá pra dentro, calma!!

Eu saí correndo, esbarrando em todo mundo, derrubando tudo o que eu via pela frente e perguntando pelo Brian. Eu o avistei. Ele estava lá sentado no sofá. Não é possível que ele não esteja abalado com tudo isso, nem um pouco triste pra estar em ua festa. Será que ele queria ficar com outras e não queria me trair? Não, o Brian não é assim!

Fui chegando mais perto, e vi ao lado dele... ao lado não, em cima dele, a Kristen. Ele não sorria, só disfarçava. Dava pra ver que era ela que se insinuava pra ele.

Eu apareci pros dois. Não falei nada, só o ódio que subiu em mim. Ele queria ultrapassar minha cabeça, esgotar aquela casa, transbordar o mundo. Eu olhava pros dois com um olhar fatal, Brian estava espantado com aquela situação, e Kristen foi saindo de cima dele aos poucos. Ela realmente pensava que eu não percebia aquilo.

- Agora eu entendi, Brian. Era só ter falado a verdade. - Eu disse tentando manter a calma.

- Bia, não é nada diss....

- Cala a boca, sua vadia! - Eu gritei, interrompi Kristen.

Eu saí dalí, e quem veio atrás de mim foram as meninas: Gabriela, Audrey e Ashley. O Brian sabia que não era o momento certo de ir falar comigo, a não ser que ele quisesse morrer. Ou vai ver ele nem queria falar comigo mesmo...

Eu cheguei em casa, não queria receber ninguém. Tranquei a porta, peguei minha caixinha das 30 cartas com letras de músicas brasileiras que ele me escreve, ou escrevia... Tinha uma nova, uma fechada. Eu abri, tava assim:

"Um dia você para pra entender..."

Eu tinha raiva. Quase rasguei todas as cartas. Mas quando eu reli todas, não sabia qual sentimento falava mais alto. O Amor... ou o ódio. Naquele momento eu queria voltar pro Brasil, esquecer que ele existiu na minha vida. Esquecer que eu o amo.

Por quê ele fez isso comigo? Por quê?