Era oficial. Eu e Brian, nós estávamos namorando. Eu fui com ele e com os pais dele até sua casa.

- E então, dona Khristen, seu pai tá melhor? - Perguntei à mãe dele.

Ela olhou para Brian com um olhar desconfiado.

- Tá sim, bem melhor - Ela voltou a olhar pro Brian - Graças a Deus!

- Que bom. - Eu disse dando um beijinho na bochecha do Bry.

- Vou preparar algo pra gente comer. Você fica, Bia?

- Não, não. Eu já vou indo, tá tarde. Mas obrigada. Tchau, Brian. - Dei outro beijinho nele.

- Eu vou com você até a porta.

Fomos. Saindo da casa, ele me deu um beijo.

- Tchau, pequena. - Ele me disse.

- Ah, você não escapa, precisamos conversar.

Fui embora.

No dia seguinte, Brian chegou atrasado no colégio. E na hora do almoço eu fui falar com ele. Ele não estava em lugar nenhum, então fui na sala procurá-lo. Lá estava ele... Com a Kristen. Ai que ódio, nem namorando ela larga do pé dele!

- Oi, amorzinho! - Ele me disse bem animado, se levantou e me deu um selinho.

- Oi, Bry. Oi Kristen.

- Oi.. - Ela me disse cm um sorriso falso e sem graça.

- Nós estamos terminando um trabalho aqui, quer ficar? - Brian.

- Não, não... Vou lá pro refeitório. Termina o trabalho...

- Então vou com você. - Ele virou pra Kristen - Tudo bem, Kristen?

- Aham, eu finalizo.. vai lá.

Não gostei nada disso, mas tudo bem. Eu soube disfarçar.

- O que você quer falar comigo, hein moça?

- Não sei, você tá diferente..

- Diferente como?

- Sei lá, parece que tá doente..

Ele se desanimou um pouco.

- É o clima... Lá em NY tava frio, aqui tá calor. - Ele disse passando a mão no meu cabelo.

Passaram-se 2 meses, e eu tava feliz como nunca com Brian. Acho que nunca fui tão feliz.

Era uma quinta-feira, e saí mais cedo do colégio. Eu cheguei em casa, falei com meu pai que ia sair com o Brian.

- Pai vou sair.

- Com quem?

Ah não.. essa crise de novo não!

- Com meu namorado.

- De novo?

- Algum problema?

- Por quê você não traz ele aqui em casa, ao invés de ficar saindo com ele por aí?

- Ai pai..

Meu pai só tinha falado com Brian uma vez, quando eu tinha 2 semanas de namoro.

- Tá bom, eu trago ele pra jantar com a gente. Hoje à noite.

- Vou preparar um jantar aqui pra nós então.

Meu pai preparar jantar? O que deu nele??

Saí com Brian, e pedi pra ele jantar lá em casa, ele achou ótimo. Ele adorava minha irmã e meu pai.

Jantamos, e Brian foi embora. Meu pai parecia gostar dele... Que bom!

No dia seguinte, depois da aula, eu disse pro meu pai que ia sair com o Brian de novo. Já era noite...

- De novo? Ah não Bia, vai estudar. Desgruda dele um pouco.

Como assim? Meu pai quer me deixar louca. Um dia ele ama o Bry, no outro ele odeia? Não entendo.

Liguei pro Brian, e disse que não poderia ir.

- Tudo bem, sem problemas. Eu entendo.. - Ele me disse no telefone.

Uns 10 min. depois, eu vi o Snoopy olhando pra minha janela, pulando alí. Eu juro que fiquei com medo.. Quando eu tava quase abrindo a cortinha, bateram alí. Pensei no Brian, abri a cortina.

- Ai, Brian. Não acredito! Você tá pensando que é o homem-aranha, não é?

Ele riu, eu abri a janela.

- Que foi? Tá me dando esporro porque eu to com saudades de você? - Ele me deu um beijo.

- Toda vez que meu pai não deixar eu sair com você agora, eu vou ficar alí, sentada te esperando entrar pela varandinha.

Ele riu da minha cara de idiota, e eu não aguentei. Ri também.

- Vem comigo! - Ele me disse puxando meu braço, me arrastando pela varandinha.

- Pra onde, seu louco?

- Quero te mostrar um lugar.

Eu pedi cobertura pra Carol, disse que voltava já. Nós saímos, e até esse dia eu não entendia como ele conseguia subir até meu quarto. Eu descobri uma escadinha que ele já tinha escondida alí. Ele me levou de carro até um lugar bem deserto. Nós andamos mais um pouquinho, um lugar bem estreito e deserto. Chegamos, parecia que a gente tava pisando em pedra.. Uma bem enorme. E era isso mesmo. Quando a gente chegou bem na beirinha, dava pra ver a praia toda de Miami, o céu, as estrelas. Como era lindo.

- Aqui que eu passei muitas noites quando precisava ficar sozinho. A partir de hoje, eu venho com você. Com você eu nunca me sinto sozinho, pelo contrário. Sem você me sinto incompleto. - Ele me abraçou. - Me promete uma coisa?

- Claro, fala.

- Não importa o que eu diga, o que eu faça, eu sempre vou precisar de você, sempre, no fundo, eu vou querer dizer que gosto de você, e quero ter você pra sempre.

- Por que isso agora, Brian?

- A vida é muito curta, e enquanto eu estiver sentindo o que sinto por você, eu viverei feliz, eternamente. Até aonde puder. Eu sou o seu espelho, o que você estiver sentindo eu sinto.

- Brian..

- Eu te amo, você é tudo na minha vida. - Ele me interrompeu. - A única razão pela qual eu luto, vivo.

Ele me beijou. Nós estávamos sentados, ele me deitou. Nada foi planejado, tudo aconteceu por iniciativa do destino. Ele foi levantando meu vestido, e eu tirando sua blusa. Aconteceu; foi o momento. Ficamos alí, deitados um pouco, ele com a cabeça no meu colo, e eu fazendo um cafuné. Ele se levantou, e disse em português:

- Você, é algo assim. É tudo pra mim, é como eu sonhava.. baby.

- Ah, não acredito! Você aprendeu e falou direitinho! - Eu disse em inglês.

- É, eu andei treinando muito isso... - Nós rimos.

- Brian, tenho que voltar.

- Ah não! Fica aqui comigo, pra sempre.

- Bem que eu queria, mas tenho que ir.

Ele me levou de volta pra casa, e entrei pela frente com ajuda da Carol.

Eu subi, já sonhando. Cheguei no meu quarto, tinha uma carta. Tava assim:

"Mas eu nem sei como dizer, nem de escrever, o que eu senti; nas noites em que eu não dormi, e que virei... Lembrando de você."

Deitei na cama, me senti leve e feliz. Foi a minha primeira vez... Ele nunca tinha falado que me ama, e nem precisava dizer. Estava em seu olhar.