Um som ensurdecedor soava pelo quarto de Isabella, mas pela primeira vez em muitos anos aquele som não fez com que ela se estressasse ou se sentisse mal. Ela abriu seu olhos já com um sorriso nos lábios, as mãos de Jacob estavam por cima de seu corpo e ela teve dificuldade para se levantar da cama, mas mesmo assim ela não se abalou. Ao levantar da cama ela ergueu seus braços de forma preguiçosa e caminhou até o banheiro, de forma ágil se livrou-se da roupa e entrou na ducha. Estava ansiosa para ir ao trabalho. Em poucos minutos ela saiu do banheiro, já trocada de roupa e devidamente maquiada, ela caminhou novamente até a cama e abaixou-se ao lado de Jacob colando os lábios de ambos dando-lhe um “selinho”.

– Você não sabe como fez eu me sentir bem ontem à noite. – sussurrou e caminhou até a sala, pegou sua bolsa e as chaves de seu carro, abriu a porta rapidamente e quando se deu conta já estava em seu carro.

Muitas pessoas ficam felizes por motivos nobres, mas Isabella não ficava feliz por esse tipo de motivo. Quando foi para Nova Iorque tinha apenas um objetivo: Se vingar do homem que acabou com sua vida, quando chegou lá descobriu que isso não seria tão fácil. Encantou-se pela filha de um assassino e lhe doía pensar em ver Mary sofrendo por causa dela, mas no dia anterior quando Jacob e Alice apareceram em frente à casa de Edward ela teve uma ideia. Faria com que Jacob namorasse Alice e a deixasse perdidamente apaixonada e manipularia ambos ao seu favor. A perdição de Edward seria sua irmã.

Isabella estacionou o carro em um supermercado, pegou sua bolsa e certificou-se que ninguém conhecido estaria por perto. Saiu do supermercado o mais rápido que conseguiu e antes de ir para o consultório passou em uma lanchonete onde comprou dois cappuccinos e rosquinhas, iria agradar o chefe. Ela riu ao pensar na ideia. Andou por mais algumas quadras, poderia pegar um táxi, mas estava com vontade de andar, há um bom tempo ela não fazia caminhadas.

– Bom dia. – Murmurou ao passar pela recepção do prédio. Ela caminhou até o elevador e quando parou nele o encontrou. Edward. – Bom dia, senhor. – Forçou um sorriso e uma simpatia que não queria dirigir a ele.

– Bom dia, Isabella. – O sorriso dele foi verdadeiro. – Chegou mais cedo hoje. – Ele a analisou.

– O senhor também.

– Já lhe disse que não precisa me chamar de senhor. – Ele tentou, mas não conseguiu se controlar e a analisou de cima abaixo. Estava impecavelmente arrumada, como sempre. – Como sai mais cedo ontem resolvi remarcar as consultas para hoje de manhã, antes do expediente e como você saiu tarde ontem de minha casa resolvi não incomodá-la.

– Não seria incomodo. – O elevador parou em seu andar e ambos saíram. – Você sabe que me divertir muito ontem. – E dessa vez ela não mentiu para ele. – Mary é uma menina adorável, você a criou muito bem.

– Dou todos os dias o melhor de mim para ela. É meu dever como pai.

– Nem todos os pais são assim... De onde eu venho a maioria das crianças haviam sido abandonadas pelos pais, não foi meu caso, mas mesmo assim passei grande parte de minha infância culpando meus pais por estar sozinha.

– No entanto não foi culpa deles. – Edward sussurrou desconfortável.

– Não. A culpa foi do assassino. – Isabella deu um meio sorriso e o encarou e naquele momento ele teve um leve pressentimento de que ela sabia que era ele o assassino, porém esse pressentimento logo passou. – Trouxe para você. – Ela estendeu o copo com o cappuccino. – Talvez não esteja tão quente, me perdoe. – Ela riu baixinho.

– Já lhe disse que não gosto de café muito quente? – Ele riu também tirando a tampa do copo e levando-o até a boca. Ela repetiu seus movimentos.

– Eu também não. – Deu de ombros abrindo o saco com as rosquinhas. – Trouxe isso também para você, mas receio que vai ter que dividir comigo. Primeira vez que faço uma caminhada e sinto tanta fome em seguida. – Completou pegando uma rosquinha no pacote e levando até a boca.

– Creio que não poderei aceitar. – disse olhando para frente e vendo um grande número de pessoas já na porta de seu consultório. – Acho que as pessoas levam a ordem de chegada muito ao pé da letra. – riu e começou a andar um pouco mais rápido. – Bom dia. – cumprimentou ao parar entre seus pacientes.

Isabella já buscava a chave do consultório em sua bolsa, ela o abriu e todos entraram. Edward foi diretamente em direção a sua sala e lá entrou. Bella terminou de tomar seu cappuccino em segundos e já começou a organizar os papéis. Algo lhe dizia que a manhã seria longa.

[...]

Passava do meio dia e o último paciente de Edward acabara de sair. Isabella organizada as papeladas em uma gaveta enquanto Edward arrumava os seus equipamentos em sua sala. Ela contava os minutos para sair dali.

– Isabella? – Edward se aproximou da garota que parecia estar pensativa. Ela ergueu o olhar para ele, mas não disse nada. – O que irá fazer depois daqui?

– Bom... Eu irei para casa almoçar e depois irei para a faculdade. – Ela deu um meio sorriso. – Precisa de algo?

– Na verdade sim... – Isabella pode notar que Edward estava nervoso e aquilo fez com que seu sorriso aumentasse. – Gostaria de recompensá-la por ontem. Ficou o dia todo com minha filha e saiu muito mais tarde do que seu horário habitual.

– Eu já disse que foi um prazer para mim ficar com sua filha, ela é adorável.

– De qualquer forma gostaria de chamá-la para almoçar.

– Eu e você? Almoçar? – Infelizmente ela pronunciou seus pensamentos em voz alta.

– Se não quiser tudo bem, não precisa aceitar só porque sou seu chefe. – Ele riu de forma nervosa.

– Eu não negaria nada a você, Edward. – Ela sorriu e pegou sua bolsa. – Acabei por aqui, vamos?

O rapaz deu um largo sorriso e caminhou até a porta do escritório abrindo-a para ela.

– Vamos.