Sunshine. escrita por NZombie


Capítulo 2
Capítulo Um.


Notas iniciais do capítulo

Lá vai mais um. ♥



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- Good morning, bela adormecida! – ela ouviu mais alto do que a voz realmente soara.

Acordou no susto, mas mesmo assim sentia-se um tanto lerda, custando a reconhecer a amiga rindo divertida diante de si.

- Nossa... Que horas são? – perguntou esfregando os olhos, ainda sonolenta e fazendo uma careta em razão do sol forte que batia em seu rosto através da janela.

- Já passou do meio dia, mas essa é só a nossa primeira parada. Venha, vamos almoçar! Céus, nem acredito que você veio mesmo! – Julie tagarelava com uma euforia que deixava Nathallie sem pique só de ver, no entanto, não pôde deixar de sorrir.

De fato, Julie significava muito para ela e vê-la tão animada lhe deixava feliz, mesmo que não conseguisse demonstrar e compartilhar do mesmo sentimento que a loira.

- Okay, você venceu. Como sempre. – ela deu uma risada baixa que logo foi interrompida por um palavrão dito quando tomou a iniciativa de levantar-se.

Provavelmente dormira de mal jeito, afinal, teimara em ficar na poltrona, pois queria terminar o livro que naquele instante encontrava-se fechado em seu colo. Suas costas doíam como o inferno, mas ela mesmo assim colocou-se em pé e esticou-se para pegar a mochila no bagageiro acima dos acentos.

- Nathallie, por Deus, tire essa blusa. Nem parece que você vive em um país tropical. – Julie repreendeu-a, pois o frio havia cessado havia um bom tempo e Nathallie continuava trajando o moletom pesado da madrugada anterior. – Vamos, estamos quase no Rio de Janeiro! Não está empolgada? – completou, subindo o moletom da ruiva, quase tirando-o à força.

- Sinceramente? Não. – ela respondeu honestamente, mas riu, deixando a mochila quase cair sobre si, antes de livrar-se da blusa de frio. – Não gosto de calor. – justificou-se, certificando-se de que a carteira estava em seu devido lugar, para então colocar a mochila nas costas e finalmente sair do ônibus junto de Julie.

- Ora, Nathallie pare com isso. Seu país é tão bonito, não sei porque tanta antipatia com o clima daqui. Não que eu não goste da América, mas... É tão legal sair e ver as pessoas na rua logo cedo, sorrindo, conversando, indo à praia nessa época do ano! – os olhos da loira brilharam de uma forma que sua amiga jamais conseguiria entender. – Aposto que à essas horas o dia em New York está triste e cinzento, lotado de pessoas apressadas e mal humoradas, encolhidas dentro de um monte de casacos! – suspirou e entortou os lábios em um bico, como se estivesse aborrecida com a ideia de ser inverno naquela época do ano em seu país de origem.

- Eu invejo você, sabia? – Nathallie comentou. – Não consigo me sentir em casa aqui. – deu de ombros, pegando um dos pratos dispostos em uma pilha no início do buffet do restaurante eleito pela equipe. – Mas acho que pelo menos me acostumei, afinal, são 23 anos no tal país tropical, como você diz. – completou, servindo-se de uma das opções de pratos quentes disponíveis, acompanhado de um pouco de salada.

A comida parecia bastante apetitosa, mas ela não conseguia decidir-se; sentia fome, mas não tinha muita vontade de alimentar-se. Aguardou que Julie terminasse de servir-se para sentar-se à mesa com ela.

Almoçaram conversando sobre banalidades e aos poucos o humor de Nat foi melhorando. Julie tinha o dom de contagiar as pessoas à sua volta com seu jeito tagarela e engraçado de ser, admirava isso na amiga, pois era natural. Nat só conseguia ser daquela forma depois de algumas boas doses e ainda assim, o preço a ser pago por algumas horas de euforia, muitas vezes era bastante alto.

- Termine seu almoço, ande. Você vai gastar muita energia, precisa comer direito. – Julie advertiu ao terminar seu prato.

- Não estou com vontade, Julie... – Nathallie respondeu, enrolando alguns fiapos de macarrão no garfo. – Me sinto tão... Nervosa. Céus, nem sei onde estou me metendo. – ela suspirou, levando a comida à boca mesmo contrariada.

- Não há porque sentir-se assim, eu vou ajudar você, já disse. E outra, você é muito inteligente e talentosa, sabe disso. Eu não convidei você só porque somos amigas, convidei porque sei da sua capacidade. – a loira foi incisiva na resposta.

Sabia que Nat tinha motivos para estar um pouco apreensiva, afinal, por maior que fosse a vontade despertada nela, jamais havia trabalhado em nada relacionado à música, e começar logo com um festival de porte tão grandioso era mesmo de assustar, mas sabia das qualidades da amiga e não podia deixá-la abater-se por essa insegurança.

- Vou tentar relaxar. – a ruiva limitou-se a responder, sentindo-se aliviada ao perceber que finalmente havia terminado de almoçar. – Pra onde vamos agora? – perguntou, olhando em volta – Ou melhor, onde estamos?

- Em São Paulo ainda, no interior. – ela riu. – Não me pergunte o nome da cidade, okay? Não exija tanto de mim, sou uma turista por aqui! – ela fez uma pausa breve e virou em um só gole a cerveja que ainda restava em seu copo. – Chegaremos ao Rio no final do dia e iremos direto para o hotel. Dá tempo de recarregar as baterias para a noite. – pronunciou a última parte em um tom um tanto malicioso, simulando uma dancinha que fez Nat rir um pouco mais alto do que ela gostaria.

- Festa? Porra, Julie, me explique de onde você tira tanta energia! – perguntou, já bem humorada.

- Eu é que não sei de onde você tira tanto desânimo! A velha aqui sou eu, então trate de agir como alguém de 23 anos, por favor! – repreendeu-a novamente, porém, entre as risadas gostosas de ouvir que ela tinha.

Sua idade nem era tanta assim, mas a loira insistia em tirar sarro de si mesma com isso. Talvez fosse pelo fato de ela ser uma das mais veteranas naquela equipe, o que fazia Nathallie sentir-se mais honrada ainda pelo convite que recebera, mas ao mesmo tempo, sabia que sua responsabilidade também crescia. Sentiu um frio na barriga, não queria decepcionar Julie, a admirava tanto...

- Vamos! A próxima parada será definitiva, baby, come on! – a loira já havia rodeado a mesa e puxava a mais nova pelo braço para que voltassem ao ônibus de tour, interrompendo seus pensamentos.

- Holy shit. – ela resmungou ao checar o celular, enquanto aguardava a vez na fila do caixa.

Havia mais de dez ligações perdidas de sua antiga casa e ela sentira imediatamente seu coração apertar. Estava adiando o momento de ligar para ele por pura covardia, mas teria de fazê-lo naquele instante.

- O que te tira do sério, meu bem? – Julie novamente a interrompeu.

- Meu pai... – ela iniciou a frase, mas não conseguiu terminá-la, pois o nó na sua garganta apertou e ela apenas conseguiu suspirar.

- Vá ligar para ele, sim? Deixe que eu acerto a conta, depois você me paga. – aconselhou, demonstrando total compreensão com a amiga, que lhe agradeceu apenas com o olhar lançado antes de sair do local.

Quando Julie saiu do restaurante, notara que com exceção de Johnattan, todos já estavam dentro do ônibus, o que a fez olhar para os lados com certa preocupação, por não saber se Nat já havia entrado também, ou se ainda estava falando com o pai pelo celular. Não demorou muito para que avistasse a garota em um cantinho mais reservado ainda com o aparelho junto ao ouvido. Mantinha a cabeça baixa, assim como seu tom de voz, o que fizera a loira sentir-se aliviada; nada de problemas com César, o tão amado pai de sua amiga cabelos cor de fogo.

- Nat. – ela disse baixinho, tocando com delicadeza o braço dela que rapidamente voltou-se para si. – Temos que ir. – completou no mesmo tom, dando uma piscadela para a amiga que assentiu.

- Eu preciso ir agora, papai. Vou ficar bem, juro. – disse, encaminhando a conversa para o fim, enquanto começava a andar junto da amiga. – Mas prometa que também irá ficar, okay? –ela fez uma pausa, esperando que César respondesse. – Eu também te amo. E me perdoa de novo por ter te preocupado. – despediu-se enfim, com um fio de voz.

Não disse nada à amiga e ela também não lhe perguntou. Achava melhor assim, conhecia a ruiva, sabia que quando quisesse, falaria. Não iria insistir. Passou o braço ao redor dos ombros da menor, conduzindo-a para o ônibus e deixando que ela entrasse primeiro. Deu um tapinha na testa de Johnattan que lhe fez uma careta que mandava o recado de que aquilo teria volta.

- TODOS À BORDO! – o garoto gritou para o restante da equipe ao certificar-se de que todos estavam de fato lá dentro. – ROCK IN RIO, HERE WE GO!


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Notas finais do capítulo

Alguém? ;)