The Partner escrita por ItsCupcake


Capítulo 4
Preparando para o próximo passo.




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/254680/chapter/4

Madeline’s POV

Quem sou eu? O que aconteceu comigo?

Abri os olhos lentamente e minha visão foi clareando aos poucos, conseguindo distinguir os detalhes do meu quar... Onde estou?

Olhei atentamente para o lado esquerdo da minha cama e não vi a grande porta de vidro que dava acesso a sacada. Ao invés disso, vi pôsteres de jogadores de basquetes, jogadores de hóquei e um pôster de uma mulher usando um short curtíssimo e pra piorar, empinava a bunda sentada em uma moto.

Me sentei na cama rapidamente e então senti uma pontada forte na cabeça. Não consegui mover mais nenhum centímetro. Todo o meu corpo estava dolorido. Senti um cheiro gostoso, de um perfume masculino suave, então olhei para a roupa que estava vestida e encostei meu nariz nela, sim o cheiro veio desse pano. Olhei atentamente e percebi que havia uma estampa, não era uma das minhas roupas. Então me dei conta do que poderia ser e me levantei da cama cambaleando até me encostar em uma escrivaninha cheia de papeis arrumados. E por mais que eu achasse aquele quarto repugnante, tinha que admitir que era arrumado para um quarto masculino.

Tateei a mão pela mesa até conseguir ficar consciente o bastante para chegar até a porta do quarto. Assim que a abri, fui surpreendida ao ver o McCann me encarando com a mão erguida para tocar na maçaneta da porta que eu tinha acabado de abrir.

— Você acordou. — Disse.

— O que você fez comigo? — Perguntei nervosa enquanto o empurrava em direção a parede do corredor e o prendia segurando seus braços com uma só mão.

Nem liguei para a dor de cabeça que parecia mais forte a cada segundo, nem pra sensação de enjoou e a tontura. Eu queria acabar com aquele garoto se ele tivesse feito algo comigo.

— Nada. Você que ficou bêbeda.

— E por que eu estou com a sua blusa?

— Você não se lembra de nada que aconteceu ontem a noite? — Perguntou surpreso e com um tom de voz decepcionado.

— Não me provoque. — Disse apertando meu outro braço em seu pescoço.

— Foi ótimo ouvir você gemer o meu nome... Jason... Jason...

Fiquei com tanta raiva que o empurrei com força em direção ao chão e quando fui para pular em cima dele e enchê-lo de murro, alguém me segurou por trás.

— Ei, calma. — Ouvi uma voz suave me acalmar. Era a mãe dele. Sra. Mallette.

Relaxei meus braços e ela me soltou. Jason se levantou do chão rindo e eu me controlei para não avançar pra cima dele novamente. Então, quando a Sra. Mallette me soltou, eu cambaleei até a parede e o Jason me segurou antes que eu caísse.

— Nossa, você está ruim. — Comentou Jason.

— Vou pegar algo para ela. — Disse a Sra. Mallette se afastando e descendo as escadas.

Jason passou sua mão pela minha cintura e eu a afastei com raiva.

— Não ouse me tocar desse jeito. — Disse e ele revirou os olhos.

— Eu estava brincando, a gente não transou e nem nada. Você ficou tão bêbada ontem que acabou dormindo no banco do meu carro.

— E como explica a sua blusa no meu corpo?

— Eu troquei você quando a coloquei para dormir no meu quarto. — Disse ele como se fosse a coisa mais normal do mundo.

— Você tirou as minhas roupas?

— Na verdade, você estava usando um vestido. E sim, eu o tirei.

— Como ousa? — Perguntei me afastando dele e me apoiando na parede. — Como ousa se aproveitar de uma pessoa inconsciente?

— Eu não me aproveitei de você, só não deixei que dormisse com uma roupa com cheiro de cigarro e bebida.

— Como confiar em um garoto que tem um estoque de camisinhas no porta-luvas do carro e sabe-se lá aonde mais?

— Eu sou seu parceiro, e isso basta. Você tem confiar em mim... Esqueceu que você propôs esse negócio de confiança? — Perguntou ele sério.

É claro que eu me lembrava. Ainda não estava bêbeda naquela hora, me lembrei perfeitamente do dispositivo que joguei pela janela, mas devia não ter feito isso.

— Aqui está o remédio. — Disse a Sra. Mallette me entregando um comprimido e um copo d’água.

— Obrigada. — Agradeci jogando o comprimido em minha boca e tomando a água em goles grandes.

— Seu pai não pareceu muito contente por saber que você dormiu no sofá da minha casa. — Comentou a Sra. Mallette se afastando.

— Você disse que eu dormir no sofá da sua casa? — Perguntei ao Jason intrigada.

— Obrigado, mãe. — Jason disse um pouco alto para ela ouvi-lo da escada.

— Anda, o que mais você está escondendo? — Disse nervosa.

— Nada. Eu só pedi para a minha mãe dizer que você quis conhecer a minha casa e que acabou dormindo no sofá de tão cansada que estava. E como eu sou o seu parceiro, ele deve confiar em mim. Sabe que se eu fizer algo com você, acontecerá o pior comigo. E eu não sou tão burro.

— Eu só não acabo com você agora, porque minha cabeça parece que vai explodir e minha visão está péssima. — Falei e ele segurou o meu braço direito entrelaçando com o seu braço esquerdo.

— Você precisa descansar. Depois pode jogar toda a sua raiva pra cima de mim. Até por que, ainda temos uma revanche para agendar.

Deixei que ele guiasse até o seu quarto novamente e que me ajudasse a deitar na cama, mas não consegui relaxar com ele sentado ali do meu lado.

— Sai do quarto. — Mandei.

— O quarto é meu.

— Não vou aguentar ficar olhando para a sua cara. É capaz da minha dor de cabeça aumentar ainda mais.

— Bom, é melhor a sua dor de cabeça melhorar até às cinco da tarde, porque hoje nós vamos receber nossa primeira missão.

Virei minha cara para o travesseiro e murmurei um palavrão inconformada. Tinha me esquecido desse pequeno detalhe.

Jason’s POV

Depois de me arrumar no quarto da minha mãe, voltei ao meu quarto e bati na porta. Olha, só... Eu tenho que bater na porta do meu quarto, agora. Vê se pode?

— Posso entrar? — Perguntei.

— Pode. — Ouvi a voz dela do outro lado.

Abri a porta e me deparei com a Madeline usando as roupas da minha mãe. Claro que ficou folgada, mas ela conseguiu dar um jeito de ajeitar.

— Quase confundi você com a minha mãe.

— Sério? Porque a sua mãe é bonita. — Disse ela.

— Não, eu não quis dizer isso. Eu quis te chamar de velha. — Corrigi e ela deu de ombros.

— Vai ou não me dar uma carona? — Perguntou impaciente.

— Vou. Você já pegou o seu vestido que estava na secadora? — Perguntei e ela apontou para uma sacola em cima da minha cama e a pegou. — Então já pode descer que eu vou tirar o carro da garagem.

Sai do quarto e fui em direção a garagem. Assim que tirei o carro, vi ela me esperar na porta da minha casa. Parei o carro perto da calçada e entrou.

— Não diga ao seu pai que eu te levei ao Dom’s Bar — Falei no caminho. — Ou eu conto que você bebeu litros e litros de vodka.

— Não vou precisar dizer. Ele sabe. — Falou ela olhando para o celular.

— Você mandou uma mensagem pra ele? — Perguntei dando uma olhada rápida em sua direção e voltando a fitar a rua.

— Não. Ele nos seguiu. Na verdade, ele mandou alguém nos seguir e mandou “Queria ver até onde aquele garoto iria com a mentira.”

— Droga. — Praguejei batendo a mão no volante.

— Você esqueceu que estava com a filha do melhor agente do FBI. É nisso que dá.

— Seu pai não parece gostar muito das regras. Porque eu me lembro perfeitamente, que quando seu filho ou filha ganha um parceiro, os pais devem respeitar o elo de confiança. Coisa que o seu pai não fez. — Disse.

— Ele não tem culpa que você tem essa aura de inconfiável.

— Sabe, você também não é nada confiável. — Disse nervoso.

— Ah é? E o que eu fiz para deixá-lo desconfiado? — Indagou ela cruzando os braços sob os seios.

— Você... Você... Eu não sei! Você não confia em mim e eu não confio em você. É isso.

— Ótimo!

— Ótimo! — Disse encerrando nossa conversa.

(...)

Cada dupla se encontrava na pequena sala, aguardando Clark Higgins dizer para qual dos cinquenta estados seriamos mandados. A cada dupla que descobria o estado para onde iriam, o Sr. Higgins dizia o que deveriam fazer, coisas simples para começar. Como pegar um fugitivo não muito importante para os policiais ou proteger uma testemunha jurada de morte. Assim que sua missão era dita, eles saiam da sala e acompanhavam um dos agentes que os levariam para a próxima etapa antes da viagem.

A ultima dupla a ficar na sala foi eu e Madeline.

Clark Higgings sorriu para nós e disse:

— Vocês vão para a Califórnia — Ele deu um sorrisinho e continuou. — Vou dar a vocês a missão mais importante de todas que eu disse hoje.

Revirei os olhos, como se aquilo não me surpreendesse e Madeline parecia entusiasmada com a preferência dele por nós dois.

— Tem uma pessoa. Na verdade, uma garota. Ela é filha de um traficante que foi preso recentemente. Achamos que agora que ela está de maior, ela esteja dando continuidade ao trabalho do seu pai. O que não é só traficar armas e drogas, ele também trafica chips para computadores. Esses chips dão interferência no rastreamento, e por isso muitos estão o comprando para deixar seus computadores anônimos quando qualquer um tentar rastreá-lo para absorver informações. O que anda dificultando muitas investigações.

— E como vamos fazer para destruir esses chips, destruir um por um? — Perguntou Madeline.

— Bom, vou mandar vocês para a sala de apetrechos que vão precisar durante a missão. Foi feito um aparelho exclusivamente para os dois. Ele vai desligar os chips, sem vocês precisarem destruir um por um.

— Ótimo. — Disse saindo da sala e Madeline me seguiu.

Eu sabia de cor onde era a sala de apetrechos. Até porque, Nicholas (o grande inventor de apetrechos do FBI) é um grande amigo do meu pai. E eu o conheço desde pequeno, pois mesmo que minha mãe não trabalhasse mais para o FBI, ela sempre pediu ao Nicholas apetrechos necessários para alguma situação. Como na minha graduação.

Entramos na sala dele e Madeline olhava para todas as vitrines impressionada. Nelas continham todas as invenções malucas do Nicholas, é o que ele mais gosta de fazer, inventar coisas.

Jason! — Disse ele aparecendo do nada na nossa frente.

Madeline soltou um grito e eu apenas ri. Já estava acostumado com as maluquices dele.

— C-como conseguiu...

— É fácil, eu apenas usei isso. — Falou abrindo a mão e mostrando um monte de balas mentos. — Elas conseguem transportar uma pessoa com até noventa quilos de massa.

— Uau. — Madeline disse pegando uma das balas.

— É só você focar o local em sua mente e morder a bala e puf! Você desaparece.

— Isso é muito legal — Disse tirando a bala da mão de Madeline e devolvendo ao Nicholas. — Mas estamos aqui para pegar os apetrechos necessários para a nossa missão.

— Você é como o seu pai, sempre levando o trabalho a sério. — Comentou Nicholas sorrindo e ajeitando seu óculos redondo sobre o nariz. — Me sigam. Já separei tudo que vocês vão precisar.

Segui ele, enquanto de vez em quando puxava a Madeline pelo braço toda vez que ela parava para observar uma das vitrines.

— Qual o seu problema? — Sussurrou ela para mim.

— Não se distraia. — Disse sério.

Ela deu de ombros e continuou parando no caminho para observar algo de interessante por onde passávamos.

Não queria admitir que estava tentando protegê-la. Por que ouve uma vez que eu quase perdi o meu braço quando fui pegar uma das invenções do Nicholas quando era mais novo, sem contar da vez que fiquei careca quando mordi uma barra de chocolate geneticamente modificada com efeitos contrários dos xampus anti-queda.

— Bom, separei em duas bolsas. — Nicholas pegou duas mochilas de costas e as colocou sobre sua mesa cheia de tralhas. Ele passou o braço jogando tudo no chão e abriu uma das mochilas. — Tem mentos e você já sabem para que servem. — Disse piscando para Madeline enquanto tirava três pacotes da bolsa. — Tem um iPad com aplicativos criados por mim, cada um tem instruções de uso e pelo nome já dá pra saber o que faz. Vou dar uma demonstração. — Ele pegou o iPad e virou para que eu e Madeline víssemos em qual aplicativo ele estava. Mudança de voz. — Vou falar algo e vai sair a voz da Lady Gaga. — Madeline riu e Nicholas disse: — Eu amo o Jason. — E então saiu a voz da Lady Gaga no mesmo momento que ele falou e Madeline começou a gargalhar.

— Isso é genial. — Disse ela.

— E você pode captar a voz de uma pessoa pelo gravador do celular e passar para cá que qualquer coisa que você falar vai sair com a voz da pessoa. Isso é ótimo para atrair pessoas à uma armadilha.

Então ele foi explicando cada apetrecho que havia na mochila e dizendo o que faziam. Depois que terminou, no entregou as bolsas e indicou a sala de uma mulher que seria nossa cobbler¹(n/a:leia as notas finais) na missão.

O nome dela estava na porta, Aprilyne Malkin. Ela já nos aguardava sentada em sua mesa enquanto avalia alguns papeis.

Jason Drew McCann e Madeline Marie Cabblen McPherson. — Disse ela nos olhando através da sua mesa. — O FBI está investindo muito em vocês dois.

— Disseram que você é nossa cobbler. — Disse.

— Sim. E eu já tenho as identidades falsas. — Falou ela jogando dois envelopes fechados em cima da mesa. — Em cada envelope contém informações sobre a “nova vida” de vocês. — Disse ela fazendo aspas com as mãos. — E eu vou passar algumas informações básicas sobre a garota, além das que estão em cada envelope. — Ela pegou fotos na gaveta de sua mesa e as espalhou. No total, quatro fotos. — Essa é a garota. — Disse apontando para uma foto que mostrava umagarota loira dos olhos azuis, com um corpo perfeito e nem parecia ter a minha idade. — Esses são os amigos dela. — Falou apontando para a outra foto onde tinha uma garota morena baixinha e um garoto do cabelo castanho e olhos mais azuis que a do nosso alvo. — E essas duas ultimas, mostram a casa dela e o lugar que ela mais frequenta.

— Uma Starbucks. — Respondeu Madeline olhando para a foto. — Existe milhares delas por toda a California.

— Não uma com essa pichação ao lado. — Disse mostrando um desenho estranho na parede que tinha entre a cafeteria e uma lavanderia.

— Certo, é só isso? — Perguntei.

— Só. Leiam com atenção todas as informações do pacote. — Disse entregando para cada um de nós.

Madeline’s POV

Tive que arrumar minha mala em pouco tempo. Amanhã de manhã eu partiria para a California.

Meu pai não parou de falar sobre o quanto discordava daquilo. Ele não gosta do Jason e disse que vai fazer de tudo para mudar o meu parceiro, e sua paranoia piorou depois do ocorrido de ontem no Dom’s Bar.

— Eles deram uma missão tão avançada. — Falou minha mãe. — Trafico de armas? Sabe o quando isso é perigoso?

— Eu sei me cuidar muito bem, mãe. Fui treinadas pelos melhores agentes do FBI. — Disse tranquilizando-a.

De noite, antes de dormir, dei uma olhada nos papeis que seria a minha lenda². Meu nome seria Isabel Johnson, irmã de Michael Johnson (no caso, o McCann). Ele será o nosso andorinha³. Uma coisa que ele vai adorar fazer, já que tem um estoque enorme de camisinhas no porta-malas do carro, aposto que vai levar um monte pra viagem.

Dei mais uma lida em tudo para ficar preparada. Nosso alvo se chama Christina Soriano. E ela é incrivelmente bonita. É um rosto que você jamais desconfiaria que estaria metida em trafico de chips para grandes caras da máfia. Seus amigos se chamam Vivian Laurent e Daniel Parker. Vivian viajou para a Inglaterra para cursar medicina e Daniel está ao lado dela, é ele que a leva ao Starbucks todas as manhãs. Os dois não tem nenhum caso, e se conhecem desde a quarta série do Ensino Fundamental. Acho que isso já é o suficiente para esta noite. Amanhã, durante a viagem, eu termino de ler tudo.

Guardei os papeis de volta no envelope, guardei as identidades e passaportes falsos e joguei na minha bolsa que levaria durante todo o caminho. Ajeitei o edredom e dormir.

Amanhã minha primeira missão vai começar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

. . . . . Significado das palavras dos Agentes/Espiões. . . . .
1-COBBLER: Uma pessoa designada a criar identidades falsas aos agentes/espiões.
2-LENDA: Documento com toda a história falsa do agente/espião.
3-ANDORINHA: Um agente escolhido para seduzir uma pessoa relacionada a missão.
. . . . . Links . . . .
Roupa de Pattie que a Melanie está usando:
http://www.polyvore.com/cgi/set?.locale=pt-br&id=25973476
-
Christina Soriano, a garota "Alvo" da missão:
https://fbcdn-sphotos-a-a.akamaihd.net/hphotos-ak-snc6/s720x720/255308_454454004573729_277327059_n.jpg