Madeline’s POV

— Agora vai ter que tirar a camisa, Lucas — Disse sorrindo vitoriosa.

O jogo estava indo bem. Jason estava jogando com o Lucas e eu estava jogando com o Ben, quem perdesse faria um par ou impar com o seu parceiro e ai a pessoa que perdesse no par ou impar, tirará alguma peça de roupa. O Lucas perdeu pro Jason.

— Só a camisa? — Perguntou ele dando de ombros. — Isso é fácil — Ele desabotoo os botões da camisa e a tirou jogando em baixo da mesa.

Voltamos ao jogo. Jason ajeitou as bolas e Lucas começou a passar giz na ponta do seu taco.

Comecei o jogo mais ou menos. Mas pelo menos não estava perto de perder, como o Lucas já estava novamente. Bom, só que ai a minha sorte decidiu fazer uma visitinha para o recente perdedor e ai Lucas conseguiu duas bolas em uma só tacada.

— Uhu! — Comemorou ele fazendo um toque estranho com o Jason.

— Vamos lá, Ben — Disse dando tapinhas no ombro dele.

O jogo foi se apertando para mim e para o Ben e no final, nós perdemos.

— Par — Falei rapidamente já levantando minha mão em punho.

— Ok, impar.

Contamos até três e mostramos nossas mãos. Coloquei quatro e Ben três, o que significa que eu perdi e ele ganhou.

— Ah não. Bosta! — Disse e Jason e Lucas já começaram a cochichar entre si.

— O short — Disse Jason olhando para as minhas pernas.

Tarado! E eu não podia dizer não, eu propus o jogo e agora tinha que obedecer as regras.

Abri os botões do meu short e o tirei jogando por baixo da mesa junto com a camisa do Lucas.

— Mad, não sabia que sua bunda é tão...

— Tão? — Disse me preparando pra avançar pra cima do Ben que não parava de encarar minha bunda.

— Tão bonitinha — Falou sorrindo e desviando o olhar.

Passou quatro rodadas. Ben já estava sem as calças, eu já estava só de calcinha e sutiã, Jason estava também sem as calças e Lucas estava na mesma situação que eu, quero dizer, só de cueca box.

— Temos que ganhar Ben — Disse. — Vamos deixar o Lucas peladão.

— Opa, as minas vão pirar — Ben disse afiando a voz.

Começamos o jogo novamente e me esforçava muito para não abaixar muito na hora de fazer uma tacada, pois não queria que eles tivessem uma visão dos meus seios sem eu ainda nem ter perdido a partida. Jason era o único ali que já conhece cada parte do meu corpo, mas prefiro não comentar isso em voz alta e continuar evitando me inclinar muito.

Infelizmente a posição que eu tentei jogar não estava me ajudando muito, mas Ben estava indo melhor do que eu, então estávamos a poucos pontos na frente. Virei a bebida do meu copo e já estava preparando o meu taco para jogar assim que o Jason terminasse a sua tacada. Ele não acertou nenhuma bola e pra minha sorte, fez acidentalmente uma linha perfeita para acertar a bola azul no buraco. Sorri vitoriosa, essa bola seria a minha vitória.

— Jason, eu te amo — Disse enquanto me inclinava sem o menor medo do sutiã mostrar mais do que devia. Agora era tudo ou nada, então eu não deveria me preocupar com isso.

Segurei o taco com força e então o bati na bola branca fazendo a bola azul entrar diretamente no buraco.

— Uhu! — Comemorei abraçando o Ben enquanto ele pulava junto comigo.

Jason e Lucas ergueram as mãos para o par e impar.

Adivinha quem perdeu? Sim, o Lucas.

— Há — Disse pulando mais ainda. — Pode ir tirando a cueca!

— Eu sei que você sempre me quis ver nu — Disse ele já abaixando a cueca.

— Claro, baby — Falei jogando uma piscada em sua direção.

Ele tirou a cueca jogando no montinho de roupas que já se formou em baixo da mesa e ficou com as mãos entre as pernas.

— Na hora da tacada você vai ter que tirar as mãos daí — Disse com a voz meio embolada. Com certeza era a bebida já fazendo efeito e ainda tinha um garçom que fazia questão de trazer meus pedidos até a mesa.

Ele sorriu pra mim e então se preparou para jogar depois que o Ben já tinha arrumado a mesa e já tinha dado a tacada inicial. Claro que eu não tirei os olhos do corpo nu dele. E pra piorar tudo, havia urubus observando. Acredita que três garotas de uma mesa lá do cafundé (n/a: uma gíria que eu adoro ahahahaha) veio dar as caras aqui e tiveram a cara de pau de irem cada uma em direção a cada um dos meninos?

Há, isso não ficaria assim.

— Hei, solta o meu marido — Disse batendo na bunda de uma das garotas que já estava se pendurando no pescoço do Ben.

Corri atrás das outras duas por todo o bar e com certeza isso era culpa da bebida. As garotas eram rápidas, mas estava de salto, e como eu estava descalça conseguia atingir elas com o meu taco.

— Nunca mais se aproximem dos meus maridos — Disse com a voz meio embolada quando as vi voltarem para a sua mesa de sinuca.

— Nossa gata, você é perigosa hein? — Falou um bêbado ousando passar a mão na minha bunda.

Sinceramente, aquilo me irritou mais do que as garotas em cima dos meninos.

Num gesto rápido, acertei meu taco nas costas do cara o fazendo cair no chão. Depois coloquei meu pé esmagando o seu rosto no chão.

— Nunca mais faça isso, seu idiota — Disse batendo o taco em sua barriga.

Voltei para a mesa onde os meninos me fitavam boquiabertos.

— Nossa, minha marida, você foi demais. — Ben disse me abraçando de lado.

Jason terminou a bebida do seu copo e jogou seu taco em cima da mesa.

— Acho melhor parar por aqui. Lucas já está pelado, e já se passou das três da manhã. Vamos antes que o pai da Madeline venha buscar ela e nos veja assim.

— Nossa, seu chato. A gente mal começou a se diverti — Disse rindo histericamente.

— Olha só o estado em que você está. Vamos agora — Jason falou autoritário.

Lucas puxou o bolo de roupas que estava de baixo da mesa e começou a pegar as suas. Ben também pegou sua calça e eu peguei meu short e minha blusa. Depois que todos nós nos vestimos. Jason fez questão de pagar a conta.

Ben foi até o carro do Lucas e eu segui o Jason.

Não me lembro de nada no caminho. Talvez tenha dormindo novamente no banco do carro, não sei.

–

Jason’s POV

Madeline mais uma vez havia caído no sono dentro do meu carro. Ela com certeza não é muito forte pra bebidas. Tive que parar com o jogo, porque ela estava a ponto de matar um homem bêbado e não queria que ela fizesse algo pior, algo que chamasse mais atenção do que bater o taco em três meninas e quase cometer um assassinato.

Não estava mais vendo o carro do Lucas, com certeza deve ter ido deixar Ben na casa dele. Pedi que avisasse ao pai da Madeline que ela ficaria na minha casa hoje, e pedi para que dissesse que Erin iria levar Jaxon e Jazmyn para dormir lá hoje, então Madeline teve que ficar a pedido da Jaz. É claro que eu tive que ligar imediatamente para a minha casa para minha mãe confirmar a mentira e arranjar um jeito de disfarçar tudo, do que jeito que só ela sabe.

Fui dirigindo com cuidado, porque a última coisa que quero é um carro de polícia me perseguindo e conseguir constatar que há álcool no meu organismo.

Passei em frente a casa do Chaz e o vi sentado nas escadas de frente a porta. Ele viu o meu carro e o acompanhou até eu virar a rua.

Guardei meu carro na garagem e peguei a Madeline com cuidado no colo. Assim que entrei em casa encontrei minha mãe de roupão e com o cabelo todo desgrenhado.

— Não acredito que você fez isso de novo com ela — Minha mãe disse balançando a cabeça negativamente para mim.

— Pode levá-la para o meu quarto? — Pedi.

— Por quê?

— Tenho assuntos para resolver — Disse entregando a Madeline nos braços da minha mãe que a segurou mais firme do que eu, que já estava um pouco sobre o efeito do álcool.

— Jason, você não vai até a casa do Chaz, né?

— Mãe, eu preciso.

— Jason, deixe as coisas como estão. Vamos fingir que nada aconteceu.

— Desculpe, mas não dá — Falei já abrindo a porta e saindo de casa.

Andei alguns metros até chegar a casa dele. Chaz ainda estava sentado e se levantou quando me viu.

— Acho que precisamos conversar — Disse tentando manter a calma.

— Não acha que está muito tarde? — Perguntou irônico.

— Olha, vou deixar um aviso pra você — Falei erguendo o dedo na direção dele. — Nunca mais encoste um dedo na Madeline ou eu não me responsabilizo pelos os meus atos.

— Fica tranquilo. Estou longe de sequestrar a namoradinha do meu melhor amigo novamente.

Dei um soco em seu rosto e ele ficou com a mão no maxilar, tentando diminuir a dor. Vi o pai dele aparecer na porta, mas ele fez sinal para que ele recuasse.

— Ex melhor amigo — Falei. —, e já dei o aviso.

Olhei na direção dos pais dele que me fitavam na porta. Tudo ainda era muito novo para mim. Há um mês atrás eu estava apenas brincando de bater no Chaz na formatura, mas nunca pensei que fosse socar a cara dele com tanta raiva como fiz hoje.

Minha mãe tinha razão quando disse que a vida de um agente pode dar muitas voltas. Em menos de um mês eu mudei muito, com certeza estou mais atento as pessoas ao meu redor, mais desconfiado e preparado para qualquer coisa. Só não espero sair com colete a prova de balas todos os dias daqui há alguns meses.

(...)

Nome: Jennifer Suter Johnson

Data de nascimento: 22/04/1994 (dezoito anos)

Nome dos pais: Robert Suter Johnson e Rachel Johnson

Cursos: Fez o Ensino Fundamental e o Ensino Médio em Atlanta High School (n/a: sem ciatividade para nomes), curso de Francês e desistiu na metade do ano, concluiu o curso de espanhol e já foi atacante do time de vôlei quando uma das jogadoras quebrou o braço.

Hobbies: Andar de skate, comer hamburguês e ler livros da Agatha Christie.

Observações: Já namorou com dois garotos do ensino médio (ambos uns manes, mas isso não vem ao caso), recebeu suspensão no segundo ano quando jogou uma casca de banana em um dos jogadores de basquete que a chamou de gostosa (o felizardo foi o Rick) e pelo que pude ver ela jogou fora o número de um dos seus ex namorados e arrancou uma página no seu diário que dizia “algo está diferente e...” (sim, eu andei revirando o lixo dela), o resto era tudo papel de bala, salgados e algumas latas de coca amassadas. No histórico do seu computador tem apenas links de sites de relacionamentos e fanclubes das bandas Slipknot e Guns N’ Roses. No seu celular, as últimas ligações foram para a sua prima de Nebraska, cinco para o Chaz e uma para a sua mãe.

Algo a acrescentar: Já me contou muitos segredos e com certeza tem uma certa desconfiança de que eu e o Chaz não nos falamos mais (deduzi pela página do diário). Sem me esquecer que ela não foi com a cara da Madeline e percebi que ela sorriu demais para o Lucas durante as nossas voltas de skate.

Essas foram as informações que peguei sobre a Jenny, nada que eu não saiba, com exceção do que eu encontrei no seu lixo e nos seus aparelhos eletrônicos. Não queria invadir a privacidade dela, mas eu não fiz isso antes com o Chaz e me arrependo profundamente. Talvez devesse ter ido mais fundo nas informações que ele me passava. Deveria ter desconfiado que ele conseguiria mentir para mim a partir do momento que conseguiu tirar A em teatro quando interpretou Link Larkin em Hairspray. Só que eu também havia tirado A interpretando Danny Zuko em Grease, então ele pediu minha ajuda para fazer a peça e eu achei que a nota boa era apenas fruto do meu trabalho como professor.

— Jason? — Disse Madeline com a voz abafada pelo travesseiro.

— Você está sentindo alguma coisa? — Perguntei colocando meu iPad de lado e me virando em direção a Madeline deitada de bruscos.

Ela estava deitada na minha cama e como eu não quis dormir no sofá novamente, dormir ao lado dela. Acordei um pouco mais cedo e por isso comecei com a minha investigação. Assim que voltei, Madeline ainda dormia, então decidi ficar sentado na cama ao seu lado até ela acordar.

— Minha cabeça dói — Resmungou fazendo careta.

— Isso que dá beber muito — Falei rindo enquanto ajeitava o cabelo dela para longe do seu rosto.

— Sua mãe ainda tem remédio para dor de cabeça?

— Serve aspirina?

— Claro, seu idiota — Falou.

Sai do quarto e fui até a cozinha. Minha mãe já preparava o café da manhã.

— Madeline já acordou? — Perguntou ela.

— Sim e necessita de aspirina — Falei abrindo o armário até encontrar.

— Você saiu cedo hoje, não foi? — Disse ela cruzando os braços.

— Tive que ir até a casa da Jenny.

— Pensei que tivesse ido novamente até a casa do Chaz. Mas o que você foi fazer na casa dela?

— Olha, eu precisei investigá-la. Depois de descobrir que meu melhor amigo é um agente da CIA, acho que eu me sinto no direito de duvidar da minha melhor amiga também.

— Cuidado para isso não subir a sua cabeça.

— Não vai acontecer — Fui em sua direção e depositei um beijo em sua bochecha. —, fique tranquila.

Corri para o meu quarto com um copo de água na mão e o comprimido na outra. Madeline tinha voltado a dormir, então deixei o remédio e a água no criado mudo e voltei a analisar as informações que consegui sobre a Jenny.

–

Madeline’s POV

Acredita se eu disser que eu sonhei que estava beijando o Chaz?

Talvez a bebida tenha afetado também os meus sonos, mas eu tenho certeza absoluta de que era ele.

A cena estava totalmente distorcida, Chaz era o único em foco no meu sonho. Lembro-me dele dizer algo que me fez sorrir, mas não sei ao certo quais foram as suas palavras, talvez um Eu te amo, não sei. Só sei que eu fiquei tão feliz em ouvi-lo dizer alguma coisa que avancei em sua direção e tasquei um beijo bem demorado nele. Parecia tão real, nossas bocas juntas e as mãos dele me segurando de uma forma totalmente desajeitada por eu ter o surpreendido.

Só que ai eu acordei e tudo que vi foi a fronha do travesseiro. Estava no quarto do Jason e ele prometeu pegar um remédio para mim por conta da dor de cabeça insuportável pós-bebida.

Tentei manter meus olhos abertos, com medo de retornar ao sonho, mas não consegui. Novamente voltei a dormir, mas pra minha sorte não sonhei mais com o Chaz. Não sonhei com ninguém. Só não consegui dormir mais porque a maldita dor de cabeça não deixou. Então virei na cama vendo o Jason sentado ao meu lado analisando alguma coisa no iPad.

— Você pegou o remédio? — Perguntei.

— Está no seu lado — Disse ele apontando para o criado mudo.

Vi um copo de água e um comprimido. Peguei os dois e primeiro coloquei o comprimido na boca e tomei a água para ajudar na digestão. Voltei a deitar na cama e dessa vez fiquei fitando o Jason.

— O que você está fazendo?

— Estou analisando as informações que consegui da Jenny.

— Você andou investigando ela? — Perguntei me sentando e olhando para a tela do iPad.

— Acrescentei mais informações na Queima sobre o Chaz. Quanto mais informações tivermos, melhor.

— Você me parece muito preocupado.

— Não é a toa né? — Falou olhando para mim. — Descubro que meu melhor amigo é agente da CIA e que planejou o tempo todo sequestrar minha parceira, então eu acho que posso ficar preocupado com as outras pessoas ao meu redor.

— Desculpa — Disse escorregando na cama até me deitar novamente.

Jason colocou seu iPad de lado e se deitou ao meu lado.

— Sinto muito por jogar a minha raiva em você. Só estou tentando absorver direito tudo isso.

— Tudo bem — Sorri para ele e passei a mão pela sua nuca.

Jason entendeu o recado e então encostou seus lábios nos meus. Estava aproveitando aquele momento até a hora em que ouvi uma pessoa pigarrear. Afastei-me do Jason e dei de cara com a Pattie nos encarando na porta do quarto com uma bandeja nas mãos.