The Partner escrita por ItsCupcake


Capítulo 10
Acampando no final de semana


Notas iniciais do capítulo

Amores, eu quero agradecer aos reviews super criativos e incentivadores que vocês tem me mandando. Estou tão cheia de inspiração que estou postando todo dia ultimamente, mas eu não sei se poderei continuar nesse ritmo, então aproveitem enquanto eu posso deixar capítulos fresquinhos para vocês todos os dias, pois quando chegar o tempo de provas e trabalhos, vai ficar muito difícil.
Quero dizer também que estou muito feliz por ter leitoras novas. Obrigada por tudo *-*



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Madeline’s POV

Ele me seguiu. ELE ME SEGUIU!

Eu não entendo por que ele está tão disposto a impedir que eu tenha relações sexuais. É tão estranho, porque ele não quer transar comigo e nem quer que eu transe com outros. E aquela desculpa dele de que me ver como irmã não cola, é claro que ele está me escondendo algo.

Assim que chegamos no apartamento, corri pelas as escadas e esqueci novamente que ele estava com a minha bolsa. Então tive que esperá-lo na porta, ele chegou com um sorriso debochado e abriu a porta para mim. Tomei a minha bolsa das mãos dele e corri para o quarto fechando a porta e só para prevenir, tranquei e movi minha cama para impedir que ele entre.

Fiquei horas sentada, escrevendo uma lista de como matar o McCann.

1 – Enforcá-lo enquanto estiver dormindo.

2 – Dar calmantes para depois esquartejá-lo.

3 – Jogar querosene nele e depois deixar um palito de fósforo cair em seu corpo sem querer.

4 – Cortar sua cabeça com um machado.

5 – Cortar seu pênis e depois matá-lo.

6 – Ele merece sofrer, então primeiro o prendo em cativeiro, dou-lhe socos até ficar entediada, parto para o choquinho e então vou cortando-o com um facão até matá-lo.

Certo, são ideias muito loucas, mas que no momento eu queria por em prática. Principalmente a 5 e a 6, que descontam toda a minha raiva.

Para me distrair do ser que está atrás da porta fazendo-se lá o quê, decidi pegar um livro para ler.

House of night, é o nome da série, estou no quinto livro. E o engraçado de tudo, foi que um dos vilões me fez lembrar do Jason. Talvez pelo modo ao qual ele foi aprisionado. Kalona transava loucamente com as índias de uma tribo cherokee, então um sábio/mago criou uma mulher perfeita feita de barro, como Kalona não resiste quando o assunto é mulher, acabou sendo induzido até uma caverna onde tentou transar com a tal mulher perfeita de barro, ela acabou se desfazendo nos braços dele o aprisionando de baixo da terra, em um abraço mortal.

Anotei um sétimo item na lista:

7 – Fazer macumba para ressuscitar a mulher de barro cherokee e fazê-la dar um abraço mortal no Jason.


(...)


Andar no meio do mato com um short curto é realmente a pior coisa a se fazer. Estou com dó da Christina, com certeza ela fez isso para atrair a atenção do Jason e está conseguindo, se não fosse os matos que arranham suas pernas a fazendo coçar loucamente.

Jason estava com uma bolsa gigante nas costas, ele ia na frente com a Christina e eu e o Daniel estávamos carregando outras duas bolsas gigantes com tudo que usaríamos, apenas Christina não carregava nada por causa do seu probleminha com as pernas, Daniel está carregando a bolsa dela. O Corsa ficou em um estacionamento pago, e como o Jason não confia em ninguém (até duvido se ele confia mesmo em mim), acionou todas as armadilhas que o Nicholas acrescentou no carro. Com certeza, quem for tentar roubar aquele carro, não vai ser uma pessoa muito inteligente, ou até pode ser um espião que nos persegue. Tudo pode acontecer.

Depois de andarmos por quase uma hora, conseguimos achar a tal cachoeira que a Christina mencionou no começo, e por sorte achamos um local bem espaçoso para montar as barracas e fazer a fogueira bem perto da mesma.

— Trouxe três barracas. — Disse Daniel dando uma piscada discreta na minha direção e eu retribui sorrindo.

— Uma para a Christine, uma para você e uma para mim e a Isabel. — Jason disse tirando a mochila das suas costas.

— Mas...

— Cara, você quem comprou as barracas e as trouxe até aqui. Nada mais justo ter uma só para você. — Disse Jason interrompendo Daniel que estava prestes a protestar.

Revirei os olhos e coloquei minha bolsa sobre os seus pés.

— Já que vamos dividir a barraca, você monta. — Falei jogando um olhar mortal nele que sorriu triunfante.

Já era quase sete horas da noite, então não seria possível entrar na cachoeira, a menos que quiséssemos morrer de hipotermia. Fiquei encarregada da fogueira enquanto os outros montavam as barracas, percebi que o Jason montou a nossa bem distante da do Daniel e um pouco da Christina. É óbvio que ele está fazendo isso de propósito.

— Vou procurar lenha para fogueira. — Disse pegando a lanterna na bolsa.

— Eu vou junto. — Jason e Daniel disseram ao mesmo tempo.

— Sei me cuidar muito bem. — Disse.

— Sou seu irmão, e se acontecer alguma coisa com você, mamãe me mata. — Mentiu Jason. Na verdade, meus pais matariam ele se acontecesse alguma coisa comigo, isso eu tenho certeza.

Sai andando, sem ao menos esperar Jason pegar a lanterna. Fui caminhando por uma pequena trilha no meio da mata e recolhendo pedaços de madeiras que pareciam ser úteis para a fogueira. Jason apareceu do meu lado com alguns pedaços de madeira também.

— Sério, o que você pensa que está fazendo? — Perguntei.

— Te ajudando com a lenha?

— Você é tão cínico. — Disse nervosa. — Eu estou me referindo a essa guerra de testosterona com o Daniel.

— Estou apenas te ajudando a cumprir a promessa que você me fez.

— Você devia se preocupar com a Christina e não comigo. Ela é o alvo, você deveria se preocupar em se aproximar dela e não de me afastar do Daniel.

Ele pegou um tronco de árvore enorme à nossa frente e o carregou por baixo do braço.

— Isso vai servir como banco para a fogueira. — Falou me ignorando. Ele pegou mais outro e carregou os dois enquanto equilibrava alguns pedaços de madeira que serviriam de lenha.

Voltamos para o local das barracas com lenha suficiente para uma fogueira durar a noite inteira.

— isso deve estar muito pesado, deixe que eu seguro. — Daniel disse pegando os pedaços de madeira da minha mão. — Não devia deixá-la carregar tanto peso.

— Ela aguenta. — Jason sorriu maroto. — E eu já estou bem ocupado. — Disse se referindo aos dois troncos enormes e a alguns pedaços de madeira também.

Sorri para o Daniel por ele ter sido cavalheiro, coisa que o Jason não foi.

Agora ficou tudo fácil. É só arrumar os pedaços de madeira, jogar álcool e tacar fogo. Pronto! A fogueira está feita. Ajeitei os dois pedaços de troncos um de frente para o outro em volta da fogueira e me sentei ao lado do Daniel rapidamente, antes que o Jason pudesse fazer algo para nos separar.

— Aqui está os marshmallows. — Christina disse entregando um saco para cada um.

Ficamos conversando sobre coisas banais enquanto segurávamos gravetos com marshmallow. Como eu sou desastre com isso, acabei queimando uns quatro antes de consegui um bom para comer e não dar dor de barriga.

— É impressão minha ou se irmão está morrendo de ciúmes de você? — Sussurrou Daniel disfarçadamente enquanto Christina falava sobre os clientes estranhos que aparecem na loja de música onde trabalha.

— Ele é assim mesmo. — Sussurrei de volta e assenti sorrindo quando Christina disse algo para que eu concordasse.

Até agora, Christina não se mostrou ser perigosa. É claro que em momento algum ela comentou sobre o seu pai para mim ou para o Jason, só teve aquela vez no Starbucks que o Daniel disse que ele “morreu”.

— Agora para animar a noite, vou contar uma história de terror. — Disse Daniel pegando a lanterna e colocando sob seu rosto.

— Faça a s garotas tremer. — Incentivou Jason sorrindo.

— Era uma vez, um homem velho que vivia na casa mais feia da cidade. As crianças diziam que ele era um feiticeiro malvado, e por isso nunca passavam perto da casa do velho. Numa linda manhã...

— Numa linda manhã? Que bosta é essa, não é uma história de terror? — Disse Christina.

— Não me interrompe, assim você acaba com a história. — Daniel disse jogando marshmallow nela. — Bom, voltando... Numa bela manhã velho quebrou sua perna, e quando acordou no hospital estava com uma perna de ouro. Ele não sabia como ela foi parar no lugar onde sua perna foi amputada, já que ele nunca teve dinheiro suficiente para pagar as contas. Ele nunca soube a resposta para essa pergunta, pois quando recebeu alta do hospital, ele foi assassinado. As pessoas ficaram comentando durante meses sobre esse ocorrido e então de noite, exatamente as 3:00 a.m. as pessoas começaram a ouvir passos nas ruas desertas. Uma garotinha foi abrir a porta para ver o que era e viu uma perna de ouro andando sozinha pela calçada da sua casa, a menina ficou com tanto medo que acabou ficando louca. E assim as pessoas daquela cidade não saiam de casa a partir das três horas da manhã e fechavam todas as janelas e portas da sua casa. Aquela perna vagava pela cidade até o dia em que a próxima pessoa caísse e quebrasse sua perna a ponto de ser amputada. E se essa pessoa acordasse com a perna de ouro, era morte na certa... E as pessoas da cidade viveram felizes para sempre. Fim.

— Isso foi uma história de terror? — Perguntei semicerrando os olhos na direção do Daniel.

— Você não ficou com medo?

— Certo, dá um pouco de medo e tal... Mas você é muito ruim para finalizar histórias. — Christina disse se levando do tronco e limpando seu short. — Vou dormir, amanhã quero acordar bem cedo para aproveitar a cachoeira.

— Eu também. — Falei me levantando e limpando minha legging.

Jason e Daniel se levantaram também.

— Boa noite. — Disse Jason e Daniel e Christina responderam, menos eu que já seguia até a barraca.

Assim que a abri vi apenas um colchão inflável.

— Não vou dormir ai. — Disse indignada.

— Ou é aqui ou é no mato, você escolhe. — Jason disse entrando na barraca e se sentando no colchão enquanto tirava um cobertor da bolsa.

Bufei indignada e entrei na barraca me deitando no colchão com os braços abertos.

— Ei, vai mais para o canto. Eu também vou dormir ai. — Jason disse me empurrando.

Ele se deitou ao meu lado depois de nos cobrir com o cobertor e desligou a lanterna.

Não consegui dormir, fiquei fitando o nada, já que a barraca estava escura a ponto de eu só conseguir enxergar o brilho da fogueira lá fora. Ninguém teve coragem o suficiente para pegar água na cachoeira para apagá-la, e não foi por causa da história de terror que o Daniel contou (se é que se pode classificar a história como terror), é porque a água está muito gelada e já não está muito quente aqui dentro da barraca imagine nas margens da cachoeira?

— Por que ainda não dormiu? — Disse Jason baixinho.

— Por que você ainda não dormiu? — Disse no mesmo tom de voz.

— Por que dá pra ouvir seus pensamentos e isso atrapalha meu sono.

— Virou Edward Cullen agora? — Perguntei irônica.

— Claro. — Disse ele mordendo minha bochecha.

— Que nojo. — Falei limpando meu rosto e ele riu.

— Agora é sério. Por que não está dormindo? Está com muito frio? — Perguntou enquanto me puxava para deitar em seu peito. Ele passou seus braços em volta do meu corpo e me abraçou.

— Se eu te responder que estou sem sono você vai acreditar?

— Um pouco. — Ele levantou sua mão e começou a acariciar meu cabelo.

— Estou pensando na missão.

Shhh. — Jason disse. — Não podemos conversar sobre isso aqui. — Sussurrou.

— Ok, ok. Você que me perguntou o motivo de eu não conseguir dormir.

— Pensei que estivesse com medo da história do Daniel.

— É, foi muito assustadora. — Concordei sarcástica.

Ele enrolou uma mecha do meu cabelo em seu dedo e me perguntou:

— Está com raiva de mim?

— Se você está se referindo ao fato de ter batido num cara que é modelo e que agora deve estar me odiando e odiando você por não poder trabalhar durante algum tempo por ter hematomas no rosto... Sim, eu estou com raiva de você.

— Sabe, encontrei uma lista na sua bolsa.

— O quê? — Perguntei surpresa fazendo menção de me levantar, mas ele me puxou de volta para perto.

— Sério que você pretende cortar o meu pênis para depois me matar?

— É uma das coisas que eu pretendo fazer. — Disse.

— E o item sete. Não entendi a parte de fazer macumba para surgir uma mulher de barro para me dar um abraço mortal. É pior do que ter o pênis cortado?

— Esquece essa lista. — Falei dando um tapa em seu braço. — Se eu for te matar, não vou dizer qual item vai ser.

— Pode ser qualquer um, menos aquele que terei o pênis cortado. Isso é tortura.

— É um castigo para aprender a não sair espalhando seu esperma por onde quer que você vá.

Ele riu e me abraçou mais forte.

— Isso te incomoda tanto?

— Sim. Ainda mais quando colocar “aquilo” em risco. — Disse me referindo a missão.

— Já que você prometeu não transar com o Daniel, é justo eu prometer que não vou transar com a vizinha.

— E com mulheres desconhecidas. — Completei.

— Não. Você teve uma exceção com aquele modelo, eu também devo ter. Então só vale para a vizinha.

Ta bom. — Disse por vencida.

— Acha que consegue dormir agora?

— Só se você cantar uma canção de ninar. — Brinquei.

— Tá. — Concordou ele começando a cantar.

Eu não esperava que ele fosse fazer mesmo isso. Mas até que eu gostei. Sua voz rouca cantou Brilha Brilha Estrelinha, e por mais que a música fosse irritante, ele a fez parecer tão calma e bonita. E com a voz dele em meus pensamentos, acabei dormindo melhor do que pensei que dormiria no meio do mato dividindo uma cabana apertada com o Jason.



Depois de comer um maravilhoso sanduiche, esperando a comida descer tempo suficiente para podermos nadar. Eu e Christina, tivemos que nos trocar nas barracas super desconfiadas de que os meninos pudessem estar espiando, então revezamos como vigias.

— Quem chegar por último desmonta as barracas. — Gritou Daniel.

Desmontar as barracas, realmente é pior coisa de um acampamentos, depois de montá-la. A barraca é a pior coisa do acampamento. Pra desmontar a barraca é fácil, difícil é dobrá-la a ponto de caber numa bolsa que ainda tem que ter espaço para mais duas.

— No três. — Disse Christina quando estávamos todos alinhados. — 1... 2... 3!

Sai em disparada na frente, Jason estava logo atrás. É claro que ficamos na frente, durante nossa vida inteira fomos treinados para sermos mais rápidos que o papa-léguas e o Sonic juntos. Assim que cheguei na cachoeira, dei um pulo bola de canhão, caso eles inventarem a desculpa que só vale para quem estiver dentro da cachoeira. Jason pulou em seguida e alguns segundos depois chegou Daniel que também pulou e por último Christina que tropeçou na pedra e quase bateu o corpo na água.

— Você está bem? — Jason perguntou assim que ela emergiu.

— Estou sim. — Respondeu sorrindo para o Jason.

— Nossa — Daniel disse tirando a água do rosto. — Vocês correram super rápidos. Por acaso fazem exercícios?

— Bom, eu jogava vôlei no colegial. — Disse e não é mentira.

— Eu era o capitão do time de basquete. — Vangloriou Jason.

— Isso explica vocês serem rápidos? — Christina perguntou confusa.

— Acho que ser rápido é coisa de família. — Inventei na hora e pisquei para o Jason que sorriu.

Ta no sangue. Um dos nossos tios já participou de uma maratona. — Jason afirmou minha mentira.

Daniel e Christina não fizeram mais perguntas. Na verdade, Daniel tentou me afogar enquanto eu fugia do Jason que começou a atacar água em mim. Daniel mergulhou e conseguiu pegar o meu pé me puxando para baixo. Submersos na água, ele se aproximou de mim e me envolveu num abraço, quando ele foi tentar me beijar em baixo d’água escapei dele sorrindo e emergi ofegante. Olhei ao redor da cachoeira e não vi o Jason e nem a Christina. Então quando ergui meu olhar, vi os dois sentados na pedra que minutos antes ela tinha escorregado. Jason estava com a mão pousada em sua coxa e ela passou a mão pela nuca dele o puxando para um beijo.

Não sei o que aconteceu, mas me senti incomodada com isso. Talvez porque ele me recusa de um jeito que chega a provar que eu não sou boa o suficiente para ele. Certo, mas a Christina é o alvo, ele é o andorinha, ele está fazendo certo em beijá-la e eu tenho apenas que aceitar.

— Vocês são irmãos ciumentos demais para o meu gosto. — Comentou Daniel ao meu lado fitando os dois se beijarem.

O-o que? — Gaguejei. Nem havia notado que ele me observava.

— Ele não gosta quando estou perto de você e parece que você não gosta quando ele está beijando a Christina.

— Não é isso. Só tenho medo de que ele vá magoá-la. Michael é muito mulherengo. — O que não era mentira, tirando a primeira parte.

— Christina sabe no que está se metendo. Ela gosta de correr riscos. — Ele mergulhou na água e então emergiu perto da pedra. Segundos depois, Jason e Christina estavam xingando o Daniel por ter jogado água neles e interrompido o beijo. — Eu só fiz isso para não chegar ao ponto da pornografia. Temos uma garota direita aqui gente. — Ele piscou para mim e eu sorri.

Aham, muito direita. — Ironizou Jason e dessa vez quem jogou água nele foi eu.

— Cala a boca. — Disse.

Jason’s POV

Fomos interrompidos pelo idiota do Daniel que jogou água em mim e na Christina. Certo, não vou negar que eu adorei beijá-la, ainda mais vendo-a com aquele biquíni azul super sexy. Ela tem um corpo perfeito, sem contar que beija super bem.

— Eu só fiz isso para não chegar ao ponto da pornografia. Temos uma garota direita aqui gente. — Daniel disse logo em seguida piscando para a Madeline.

Aham, muito direita. — Disse irônico e ela jogou água em mim.

— Cala a boca. — Falou ela.

Dei um sorriso cínico e peguei na mão da Christina ajudando-a levantar da pedra.

— Vamos voltar para a água? — Perguntei.

— Claro. Vamos pular juntos.

Sorri travesso e a peguei no colo. Quando ela disse “vamos pular juntos” ela queria que eu pegasse em sua mão, não que eu a pegasse no colo. Então ela começou a gritar e dar tapas no meu braço, só que eu corri e pulei com tudo na água. Assim que emergi ela me olhou furiosa e começou a nadar atrás de mim me xingando e rindo ao mesmo tempo.

— Ei, você quase bateu essa sua mão grande em mim. — Reclamou Madeline que estava na minha frente e se desviou de mim.

— Desculpa, maninha.

Maninha, é estranho chamá-la assim. É estranho ter que me acostumar com as nossas lendas ao lado de qualquer pessoa na Califórnia. Michael Johnson? Tá mais pra Michael Jackson, a nossa cobbler teve muita criatividade para criar nossos nomes, sentiu a ironia na frase?

Resumindo toda a nossa tarde de domingo: passamos o dia inteiro na cachoeira. À tarde Christina começou a desmontar as barracas, enquanto eu, Madeline e Daniel guardávamos as outras coisas na mochila. Viemos no meu Corsa, mas ele está num estacionamento que já deve ter conseguido uma boa grana com o meu carro lá, já que eles cobram por hora. Fomos andando pelo mesmo caminhos que viemos, dessa vez Christina não estava de short, e eu fiquei triste, pois as pernas dela são fantásticas, mas acho que o mato não foi muito legal com ela na vinda.

— Cento e cinquenta dólares? — Perguntei arregalando os olhos. — Qual estacionamento cobra tudo isso?

— O nosso. — Respondeu o cara gordão como se fosse óbvio.

— Tudo bem. — Tirei duas notas de cem e lhe entreguei. — Fica com o troco. — Sorri para ele e entrei novamente no Corsa onde todos me esperavam.

— O que aconteceu? — Perguntou Christina que estava sentada ao meu lado.

— O cara me cobrou cento e cinquenta dólares só por ter deixado o carro aqui por algumas horas.

— Que roubo. — Comentou Daniel.

— É. — Concordei.

No caminho fomos conversando, e até cantamos algumas músicas da rádio. O que foi hilário já que todos fizeram uma voz de taquara rachada. Deixei Christina na casa do Daniel, pois como ela ainda não me levou até a sua casa, eu não sei onde é.

Rapidamente chegamos ao apartamento e Madeline correu para o sofá.

— Ah, conforto! — Suspirou com a cara em um dos travesseiros.

— Está dizendo que meus braços não são confortáveis? — Perguntei indignado.

— Sim, os seus braços e aquele colchão inflável.

Como ela estava de bruscos no sofá, aproveitei a chance e me joguei por cima dela.

JASON, seu gordo! — Berrou tentando sair de baixo de mim.

— Só saio quando você disser que meus braços são super confortáveis.

— É claro que são, você é obeso. — Resmungou ela.

— Agora que eu não saio mesmo. — Disse apertando meus braços ao seu redor.

— Mas eu disse que seus braços são macios.

— Mas me chamou de gordo.

— Tá — Ela bufou irritada e então disse. — Você não é gordo.

— Eu sou o quê...? — Insisti.

— Você é — Ela fingiu uma tosse e continuou: — Gostoso.

— Ok, mesmo assim não me convenceu.

Sai de cima dela e ela se sentou no sofá fingindo estar com falta de ar.

— Meu Deus, você pesa o quê? Uns trezentos quilos?

— Trezentos quilos de gostosura.

Ela riu e então se levantou indo em direção ao quarto.

— Vou tomar banho, estou um caco.

— Quer que eu vá junto? Sei passar sabonete muito bem. — Disse e pisquei.

— Engraçadinho. — Disse ela entrando no quarto e fechando a porta.



No jantar, Madeline fez questão de preparar lasanha. É claro que eu não protestei, amo massa, e aquelas lasanhas para microondas não são lá essas coisas.

— Sabe, quando eu fui na casa do Daniel ele preparou estrogonofe de frango. — Comentou Madeline enquanto cortava um pedaço da lasanha para mim.

— E...?

— E que estava uma maravilha. Acho que vou pedir a receita.

— Não gosto de estrogonofe. — Menti. Tudo relacionado ao Daniel me dá repulsa.

— Mas eu sim, e sou eu quem pega no pesado, então eu que escolho o que cozinhar. — Disse ela colocando meu pedaço no prato, quase acertando a minha cara com a espátula.

— Ok. — Falei erguendo minhas mãos em forma de rendimento.

Enquanto comíamos, decidi falar algo que há muito tempo estava pensando em dizer, mas não sabia qual seria a reação dela. Mas agora é hora.

— Tenho uma coisa a dizer sobre a nossa Seleção.

— O quê foi? — Perguntou erguendo a cabeça para me olhar nos olhos.

Merda, por que ela tinha que olhar bem nos meus olhos?

— Ouve um erro.

— O que? — Perguntou confusa e colocando seu prato para o canto. — Como assim um erro?

— Desde o começo eu desconfiei do Sr. Higgins, e então eu liguei para o Nicholas nos primeiros dias aqui na Califórnia. Nicholas não pode dizer tudo, mas disse que alguém invadiu os computadores e nos colocaram como uma dupla.

— Sério? — Madeline arregalou os olhos. — Mas o FBI...

— Nunca comete erros. — Completei. — É isso que o Sr. Higgins quer que acreditamos. E na verdade, Lucas Besson não era a segunda opção, ele era a primeira antes do sistema ser invadido.

Ela ficou em silêncio durante algum tempo. E então mordeu o lábio inferior.

— Isso quer dizer que era para eu ser a parceira do Lucas, ele que devia estar no seu lugar.

Assenti sem saber o que dizer a seguir. Na verdade, eu já estava me acostumando com a Madeline, e fiquei com receio de contar, mas uma hora ou outra ela saberia. E novamente ela ficou quieta e eu também. Não consegui comer mais nenhum pedaço da lasanha, e isso é estranho porque poucos minutos atrás eu tinha certeza que conseguiria comer a travessa inteira.

— Acho que vou dormir agora. — Falou ela colocando seu prato na pia.

Me levantei também e antes que ela pudesse ir para o quarto, segurei seu braço.

— Isso te incomoda?

— Um pouco. — Confessou.

— Isso quer dizer que você não quer ser a minha parceira? — Perguntei sério.

— Olha, ser parceira do Lucas é uma coisa que eu planejo desde pequena, desde que o conheci, nós dois sempre planejamos isso — Ela suspirou e então sorriu. — Mas nunca pensei que gostaria tanto de um erro do FBI.

Soltei seu braço e sorri para ela.

— Boa noite. — Disse.

— Boa noite. — Repetiu ela indo em direção ao quarto.

Fui em direção ao balcão para tirar o meu prato, quando ouvi meu nome.

Jason. — Disse Madeline apoiada na porta do quarto.

— Sim? — Me virei.

— Sabe, odeio admitir isso, mas eu gosto de você.

Sorri convencido e ela me mostrou a língua.

— Se isso te ajuda, também gosto de você. — Pisquei e ela sorriu novamente entrando no quarto em seguida.


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