PDV Sam :

“ Ele ainda com as mãos nos meus ombros disse, bem perto do meu rosto:

- O que foi que aconteceu ? “

Pisquei. Quando me desconectei de seus olhos, me inclinei para trás. Eu estava perto dele demais. Era confuso, e eu temia. Não por ele, mas por mim. E se ele percebesse que eu me perdi em seus olhos?

PDV Geral :

- Hmm, o que você está fazendo aqui ? – perguntei com a voz rouca, porque tinha acabado de acordar.

Ele tirou a mão do meu ombro esquerdo e disse:

- A Carly foi levar os Dorfmans pra Wisconsin

- Por quê ?

- Acho que um dos primos dela teve alergia à alguma coisa com glúten que ele comeu hoje de manhã.

Sam fez uma careta de preocupação.Depois percebeu que o bolinho que ela e Carly haviam “ reaproveitado “ estava com algo que fez um Dorfman passar mal.

- Hmm, Freddie?

- Sim.

-Chantilly tem glúten ?

-Hmm, não sei, alguns têm. Por quê?

- Nada não. – Samantha disse se levantando

- Vai aonde ? – perguntou Freddie

- Ali, comprar uns Bolos Gordos.

- Ah, é claro. E depois disso você volta aqui ?

Sam suspirou, já na metade do caminho para a porta. “ Por que ele quer saber ? “

- Por que você quer saber ?

- Pra eu não ficar aqui sozinho.

O coração de Sam pulou. Quer dizer que ele não queria ficar sem ela ? Quer dizer que ele prefere ficar com ela à ficar sozinho ? Quer dizer que ele queria Sam por perto ? Parou de se iludir, e tentou formular uma resposta rápida.

- Já volto, Frednerd. Tente não morrer de saudades da minha presença agradável.

Agradeceu à Deus por ter dado uma resposta simples e sarcástica, o que faria ele pensar que ela estava em estado normal. Não com o coração batendo a mil por hora pra fora do peito.

- Okay, princesa Puckett.

Sam parou de respirar. Congelou os músculos. Não sabia porque. Ela amava quando ele a chamava desse jeito, mas nunca revelava. Ele sabia, mas nunca demonstrava. Sam arrepiou, pois se lembrou da primeira vez que ele a chamou assim, e como seus pés voaram do chão. Os dois sentiam um pouco, mas nunca se entregavam, ou davam o que o outro queria. Um pouco mais de confiança pra saber que poderia avançar. Era apenas um desejo involuntário e irreal, pois ambos sabiam que nunca se permitiram e nem dariam chance alguma a eles próprios.

Sam respondeu rapidamente:

- Okay, Freddork.

DROGA! Não era o que ela gostaria de responder. E não sabia por quê.

Sam caminhou pelas escadas e pela portaria, onde Lewbert dormia com um pedaço de salmão no nariz. Sam fez cara de nojo. Saiu pelas portas do Bushwell Plaza, e caminhou até o Groovie Smoothie. Seus pensamentos voavam. Ela questionava, porque cada palavra de Freddie Benson afetara sua mente de forma diferente essa manhã. Sam entrou na loja e viu T-Bo, segurando um espeto com alguns peitos de frango cozidos. Sam perguntou:

- Ei, T-Bo.

- Hey Sam.

- Tem Bolo Gordo ?

- Acabou.

- Ainda está com algumas costelas aí ?

- Aquelas ? – T-Bo perguntou com um sorriso no rosto

- Sim, aquelas. – Sam respondeu com um sorriso leve em resposta.

- Vou ver atrás do balcão.

T-Bo voltou pra dentro e retornou ao encontro de Samantha, com uma cara meio triste.

- Acabou Sam.

- Ah, okay.

- As melhores costeletas que eu já fiz. Onde eu vou achar aquele molho da Jamaica agora ?

- Na Jamaica ? – Sam respondeu, com sentido.

- Não, bobinha. O Nelson morreu. – ele fez um bico triste

Sam fez cara de desespero. Não sabia como reagir quando alguém ficava triste.

- Hmm, - ela soou insegura – ele está no céu agora Costela. Ele está bem.

Sam fez careta. “ Que horror. “ pensou.

T-Bo se recompôs .

- É isso aí Puckett. – Sorriu, também inseguro. – Vai querer o que ?

- Duas vitaminas. Uma de baunilha e uma de morango. Aliás, mais uma de chocolate.

- Pode deixar.

Costela virou-se para preparar o pedido de Sam, enquanto ela mandava uma mensagem de texto para a Carly. Escreveu. Só que depois apagou. Consertou outras três vezes e tornou a apagar. Finalmente desistiu e colocou o celular no bolso.

- Está aqui Sam. – Disse T-Bo, entregando as vitaminas a Sam.

Ela pegou-as com dificuldade, e tornou a pegar a carteira no bolso de trás.

- Quanto dá , Costela ?

- Dá oito pratas.

Sam entregou o dinheiro pro Costela e foi andando em direção a porta.

- Falou, T-Bo.

- Falou Sam.

Sam andou até o Bushwell Plaza e subiu de elevador até o 8º andar.

Chegou lá e encontrou a sala vazia. Deu uma olhada na cozinha e ela também estava calada.

Ia subindo as escadas quando pensou novamente e pegou o elevador, parando no 3º andar, no estúdio do iCarly.  Chegou lá e viu Freddie jogando o vídeo game da Carly. Ele largou a guitarra no momento em que Sam entrou no cômodo.

- Hey, Fredward.

- Puckett. Trouxe o que ?

- Umas vitaminas do Costela. Quer uma ?

- Claro. – ele respondeu

- Pega ai. – ela disse, demonstrando desdém por fora, mas quase explodindo por dentro com medo de ter errado o sabor favorito da vitamina de seu nerd. Que dizer, do Freddie. Fredward Benson, seu colega de trabalho.

Ele logo pegou a de baunilha e começou a beber. Após um tempo, ele fez a seguinte pergunta:

- Sam, como sabia que a minha vitamina preferida era a de baunilha?

Sam fez um claro poker face. Olhou para o chão e fez questão de lhe responder olhando para o mesmo ponto.

- Mamãe conhece seus colegas de trabalho. – ela disse blefando.

- Sério ? – ele disse, desafiando-a – então, qual é a vitamina favorita do Gibby ?

Sam irritou-se. Mas sabia que deveria responder à pergunta.

- Hmm, Blue... Berry ? – ela disse, com medo da reação de seu nerd.

- Há ! Peguei você, Puckett. O smoothie favorito do Gibby é o de banana com limão.

- O Gibby não faz sentido nenhum. A culpa não é minha. – Sam disse.

- Não nenhum motivo que eu saiba pra você saber qual a minha vitamina favorita e a do Gibby não.

- Eu já conheço você faz tempo. O manezão do Gibby já em novo em cena.

- Parece que a mamãe ai está prestando atenção na vitamina do Freddie... – ele disse provocando-a

Sam não sabia pra onde correr. Ele nunca fez uma brincadeira tão clara em relação aos dois. Sam gostaria de estar quebrando seu braço naquele momento. Apesar de seu interior estar gritando e confirmando tudo o que Freddie havia dito. Mesmo Sam não tendo noção do porquê.

- Cala a boca, nerd.

- Vamos fazer uma aposta então.

- Que aposta ? – Sam perguntou

- Em uma partida de Guitar Hero. Se eu ganhar, você escolhe o que faz comigo. Se você perder, eu faço brincadeiras maliciosas em relação a nós. Durante um mês.

Sam hesitou, mas não deixou isso ser demonstrado. Logo pegou as mãos quentes do nerd que vem tomando um espaço interessante em sua cabeça  nesse dia longo.

- Apostado. – Puckett disse com um sorriso.