Acordei mais cedo para colocar a roupa que usaría na festa dentro de minha mochila. Depois da aula iría direto para casa da Carol, pois tinha certeza de que meu pai não me deixaria ir na festa se soubesse que haveria uma. Antes de todos acordarem já estava pronta. Já tinha feito tudo, para não sobrar nada que aquela mulher pudesse fazer por mim.

Como era de se esperar eu dormi nas duas primeiras aulas, e as que eu permaneci acordada foram um tédio. Assim que o último sinal tocou eu e Carol fomos para sua casae enrolamos até chegar a hora de nos arrumarmos. Um pouco antes do horário que íamos sair eu já estava pronta, e Lucas e Gustavo também. Resumindo estavámos todos esperando a Carol.

- Anda Carol! - Disse. - Pra que tá se arrumando toda? Você já tem um homem.

- Ué, só por isso não posso ficar bonita? - Respondeu enquanto passava delineador.

- Mas você já está bonita, vamos logo.

- Nossa, que pressa é essa? Pensei que você não curtia muito festas. É tudo isso por causa do meu irmão?

- Que? Não... - Fiquei vermelha. - Bem, eu quero ver a reação dele quando me ver assim. Ele sempre me vê feia, e de uniforme.

- Isso vai ser engraçado então, porque você sabe que ele não é do tipo que tenta esconder suas reações.

- É, eu sei...

- Pronto! Vamos? Ah! Olha o seu celualar aqui, você já ia esquecer - disse me entregando o celular.

- Não, eu vou deixar ele aqui mesmo, tenho que mante-lo desligado para meu pai não me ligar.

Saímos do quarto e a cena realmente foi meio engraçada. Lucas arregalou os olhos discaradamente, mas depois tentou disfarçar e virou de costas “para olhar o relógio da parede”, Carol começou a rir (acho que a cara de pau é genético), Gustavo ficou com uma expressão de quem diz “o que está acontecendo?”, e eu fiquei mais vermelha do que um tomate. Depois disso Carol foi chamar seu pai para nos levar (sim, eu finalmente conheci os pais dela).

O lugar da festa era imenso. Estava todo decorado, a festa deve ter custado uma fortuna. Assim como os convites, como foi que Gustavo arranjou isso? Antes de sairmos de casa Carol tinha me dito que ela e Gustavo não iam ficar se agarrando o tempo todo, e que eu podia ficar com eles sem correr risco de segurar vela. Mas eu já tinha decidido que não ia ficar perturbando eles. Resumindo, eu teria que ficar com Agatha a noite toda se Lucas não se apaixonasse por mim e passasse a noite toda comigo logo.

Então foi assim, chegamos e Lucas  foi logo procurar não sei quem, e eu disse para Carol que ia no banheiro, mas ela provavelmente percebeu minha intenção depois de eu ter passado ter passado vinte minutos no “banheiro”.Depois de despistá-la fui procurar Agatha. Achei ela perto de Fernanda. Minha escola toda estava nessa festa?

- Oi Agatha, tudo bem? - Disse.

- Oi Alice! Tudo ótimo, e você? Já está aproveitando a festa?

- Não - me diz de novo porque que eu concordei em vir para cá mesmo? Então eu olhei em volta e vi Lucas, ele já estava cantando uma garota. Lembrei, eu vim aqui para me torturar vendo o Lucas pegar várias garotas. - Me diz uma coisa, a escola toda veio pra essa festa?

- Não, só a cidade toda. Você não sabe que a festa de formatura dessa escola é o maior evento anual que temos? - Até a Agatha sabe mais de festas do que eu.

- Ah ta...

Depois de meia hora conversando com ela já não estava mais aguentando ela falar de besouros rola-bosta e Lucas agarrando a segunda garota. Isso é tortura! Lembrei daquilo que sempre vejo em filmes, quando você está numa situação insuportavel encha a cara! Resolvi que era isso que eu faria. Descobri que sou fraca com bebida, porque depois do terceiro copo eu já estava no meio da pista dançando até o chão.