POV Harry

Após eu encerrar um pequeno beijo, me afastei um pouco e parei para observar Katherine. Como ela era linda! Eu tava com uma sensação estranha, porque só passei uma noite com ela e senti necessidade do corpo dela... De vez em quando ela era estranha comigo e respondia meio seca, o que fazia meu ego abaixar um pouco.

– O sinal abriu! – ela me avisou quebrando o silêncio.

Coloquei as mãos no volante e dei uma encarada nela, então seus olhos fugiram do meu. Ela observava a janela e não dizia nada, a única coisa que ficava no carro além o cheiro do perfume dela, era a música. Fiz um cruzamento acelerando bastante, que acabou cantando pneu e senti ela me olhar com pânico. Eu iria leva-la para o Joe’s, um restaurante muito bom e que eu adorava. Quando chegamos, parei o carro na porta e veio um cara em minha direção, desci do carro.

– Eu estaciono pro senhor. – disse o homem.

Fui para o outro lado abrir a porta para ela, mas Kath já havia saído.

– Assim você corta meu cavalheirismo.

– Tá tudo bem, não preciso disso não... – ela riu.

Envolvi um de meus braços em sua cintura e fui em direção a porta do restaurante. Assim que abriu a porta, olhei para a primeira mesa e uma mulher loira conhecida sorriu pra mim. Ignorei. Fomos sentar, logo um garçom veio com o cardápio e saiu para nos deixar a vontade.

– O que você vai querer? – perguntei, olhando para o cardápio.

– Acho que eu vou pedir esse hambúrguer do Joe’s.

– Tudo bem, minha gata! – zombei. – Então, Kath...

– Oi, dá licença! – fui interrompido. Olhei para trás e era a loira que sorriu pra mim. – Então, Harry...

– Oi?! – respondi sem mostrar muito interesse.

– Ah, já sei... – ela olhou pro lado, sorriu e voltou a me olhar. – Não lembra de mim, né?

Caaaaralho, quem é essa mulher? Katherine me encarava. A loira usava uma roupa não muito grande, seu decote era enorme e não pude deixar de observar meus seios. E que seios!

– Claro que lembro! – menti.

– Tá, duvido um pouco, mas eu sou a Lana. – passou a mão em seus cabelos.

– E ai, Lana? – levantei para cumprimentar.

No momento, ela me deu um abraço e eu pude sentir seus silicones. Logo veio uma imagem de todas as garotas que eu dormi e puta que pariu, foram tantas.

– Então, Harry, acho que você não lembra muito de mim, né? – ela sorriu com as mãos em meu ombro. – Eu fui em seu apartamento depois da festa do seu amigo Tyler e bom...

– Ahhhh, como ia me esquecer de você? – forcei um pouco.

– Ai não sei, amor! – ela riu. – Eu que não pude esquecer de você. – sussurrou, passando a mão em minha barriga.

– É, é... – olhei para Katherine e ela não tava como uma cara muito boa. – Bom, estou em um jantar de negócios. – disse, me afastando.

– Ah, desculpa atrapalhar. – sorriu. – Tchau, querida! E me liga hein, Harry. – e voltou para sua mesa.

POV Katherine.

Harry se sentou, bem sem graça e olhou, dando um sorriso do tipo “Então né...”. Mas que cena idiota, me senti bastante irritada com isso, não pelo fato dele ter deitado na cama com ela, nem ligo... Mas que cara de pau de ter vindo na nossa mesa e ele falar que era jantar de negócios. Eu não iria aguentar ficar ali por tão pouco.

– Então, jantar de negócios? – perguntei, com certa fúria.

– Desculpa, Kath, é porque...

– Ela foi umas das garotas que você já saiu pegando por aqui, não foi? – perguntei e já sabendo da resposta.

– Isso não tem nada a ver com o viemos fazer aqui. – respondeu, nervoso.

– E também não viemos falar de negócios. Eu não ligo se você deitou com ela ou não... Mas que eu saiba, eu não sou algo para “negociar”. Afinal, devo ter sido igual a ela, apenas uma transa depois de uma balada, capaz de me encontrar amanhã e nem lembrar quem sou eu. – respondi irritada e me levantando.

– Aonde você vai? – me olhou.

– Pra casa, irei deixar você com seus negócios... – dei de ombro e sai do restaurante.

Eu tava puta, isso mesmo, puta! E aquela piranha não se tocava que não era negócios? Já era de se imaginar, não sei nem porque me envolvi com ele.

Sai andando do restaurante e senti alguém me puxar por trás.

– Katherine, deixa eu explicar. – Harry olhava bem no fundo de meus olhos.

Permaneci em silêncio.

– Eu dormi com ela sim, tá bom? Como eu dormi com várias outras, capaz de você sair andando por ai e encontrar umas dez garotas que já abriram a perna pra mim em uma só semana.

– Abriram a perna, uau! – fiquei surpresa com a forma que ele falou. – Bom, eu infelizmente sou uma delas né.

– Claro que não! Me escuta – segurou meu rosto com as mãos. – Sempre que eu durmo com uma garota, eu a dispenso, não gosto de me prender. Só que você tá sendo diferente, tá me entendendo? Não, eu não sou apaixonado por você, na verdade não deu tempo porque nos conhecemos esses dias... Mas eu senti a necessidade de te ver e de te ter de novo, eu senti com você o que eu não senti com essas outras. Eu te chamei pra jantar comigo pra tentar dar um passo.

– Você sente tesão em mim, é isso? – eu ri.

– Isso! Parece idiota, não é? – ele riu olhando pro lado. – Eu gosto da sensação de estar dentro de você.

Gelei. Isso mesmo, g-e-l-e-i. Nunca me falaram isso... Estar dentro de mim, me senti tão vulgar, tão banalizada. Abaixei o meu olhar.

– Katherine... – ele me chamou levantando meu rosto.

– Me senti tão vulgar com você falando essas coisas. – tentei parecer normal.

– Que vulgar? Você de vulgar não tem nada... Você é gata, vai chamar a atenção de qualquer cara, mas só pelo o seu jeito já dei para entender que você não é como essas, talvez deve só por isso que nosso sexo foi diferente.

– Harry, eu não quero me enrolar com ninguém, eu já... – ele me interrompeu.

– Eu não to pedindo pra namorar com você e nem casar. Eu tenho cara de quem gosta de compromisso? – ele tirou as mãos de mim e fez um gesto apostando pra ele mesmo.

– Não! – respondi a verdade, ele não tinha mesmo.

– Só diversão, entende? Tipo... – parecia que ele procurava a palavra certa. – Amizade colorida.

Eu ri. Nunca imaginei uma amizade colorida e com um cara que conheci esses dias. Eu corei só de pensar na possibilidade, mas depois dei conta que tinha sido muito bom e que eu repetiria, então sorri pra ele e decidi esquecer realmente, de todos os jeitos o Leonardo.

– Para de me deixar falando sozinha, estúpida! – disse irritado.

– Estúpido é você! – dei um tapa em seu ombro.

Harry se aproximou de mim, me puxou pela cintura colando nossos corpos. Passou uma mão por baixo do meu cabelo e ficou manipulando minha cabeça pela nuca.

– Está vendo como não dói ter uma amizade assim? Então, estamos começando uma agora.– ele sussurrou em meu ouvido.

Harry foi chegando com seu lábio próximo ao meu, eu observava-o com certa ansiedade no olhar. Ele olhou bem fundo em meus olhos enquanto ameaçava encostar nossos lábios. Sentia sua respiração se misturando com a minha e meu coração se acelerava cada vez mais. Eu queria aquele beijo. Então, para finalizar com a ansiedade, Harry olhou para meu lábio seguindo de um sorriso, dando em tão, inicio ao beijo.