–Seja bem vinda! - Foi a primeira coisa que ouvi da minha amiga quando cheguei à sua casa. A casa era bem grande, de dois andares e branca e verde por fora e a sala da mesma cor. A sala que era bem espaçosa estava com seis colchões além das guloseimas espalhadas em potes por todo lugar. Até onde eu podia ver, aquilo era tudo.

– Olá, você deve ser a Anny. Muito prazer, eu sou Jessíe, mãe de Zamy. - A mulher disse enquanto descia as escadas e vinha me cumprimentar.

– Sim, sou eu. - Respondi um pouco desanimada, mas a cumprimentando de volta com um sorriso mais verdadeiro possível.

A mãe de Zamy saiu e eu me dirigi até Meirín, que acabava de sair da cozinha. Abracei-a forte e fiz o mesmo com Zamy.

– E aí? Que tal a festa do pijama que fizemos para você? - A Japinha e Zay(apelido para Zamy) perguntaram em uníssemo.

– Não eram seis pessoas?

– São sim, mas eles chegam daqui a pouco. - Merín disse ficando extremamente corada.

– Eita que ficou vermelhinha! Ta assim porque o Alois vem? - Zay perguntou à ela.

– Espera aí, quem é esse A... sei lá o que?

– Ele é o mais novo paquera e futuro peguete da Japonesa - Ela me respondeu.

No meio de nossa conversa, escutamos a campanhia tocar e, dessa vez Meirín se prontifica de ir atende-la.

Minha amiga diz um tímido "Oi, meninos" e faz um gesto para que entrem ao mesmo tempo que corava mais e mais.

– Oi meninas - Joe diz entrando na sala. Perai, Joe?! PQP! Mentira. Não eu sei que não é, mas não custa nada sonhar né?

– Oque foi Anny, engasgou foi? Eu sei que sou lindo! - O mesmo idiota que me fez pirar anteriormente disse com sua modéstia mais alta que o céu.

– Aff, CALA A BOCA! - Respondi jogando um travesseiro nele.

No meio de nossa "pequena" guerra, percebo que Meirín continua na frente da porta aberta olhando para um menino mais ou menos alto, cabelos escuros, olhos castanhos e pele branca, usando uma blusa azul e um bermudão jeans. Os dois se encaravam e pareciam estar em outro mundo.

– Ô casalzinho, que tal fechar a porta? - Leo, que até agora não tinha falado nada se manifestou.

Eles saíram de seus devaneios e entraram, sentando em duas camas diferentes.

– E agora, o que vamos fazer? Que tal verdade ou consequência? - Meirín perguntou (nossa, que ideia ótima. Até porque nunca acontece merda quando brincam disso[ironia modo- on]).

Mesmo sendo uma ideia estúpida, todos assentiram por não ter nada melhor para fazer. Zamy começou girando uma garrafa de Ice Tea de pêssego, que deu EU vs JOE. Mais que sorte do c****** eu tenho...(ironia)

Acabei escolhendo verdade e a pergunta magnificamente maravilhosa(ironia) foi " Com quem foi seu primeiro beijo de língua?"

- Er... Bem... eu... ainda sou BVL... - Eu respondi.

Uma onda de gargalhadas dos meninos invadiu a casa enquanto eles falavam que isso não era possível, que eu já tinha 16 anos.Zamy se intromenteu, batendo na cabeça de cada um deles como se dissesse "cala a boca seus imbecis!" e girou a garrafa mais uma vez, dando desta vez Alois vs Leo.

- Então A. o que vai querer? Verdade ou consequência?

- É... Consequência. - Ele respondeu já esperando qual merda seria escolhida para ele fez.

Leo fez uma cara de "você está ferrado" e disse o que ele teria de fazer.

- Como eu to sabendo que a Meirín já é esperiente. Você vai ter que beijá-la.

- Mais que PO*** é essa?! - Meirín disse surpresa, mas no fundo eu sabia que ela queria beijar ele...

Depois de um tempo resistindo ele se levantou e foi até a minha amiga, a abraçou e quando foi beijá-la algo interrompeu(musiquinha de filme quando interrompe um momento importante).

- Crianças, vou sair com meu marido e volto só mais tarde. Se comportem - A mãe de Zamy disse descendo as escadas.

Assim que ela saiu voltamos nossa atenção para o casal, mas... cadê a Meirín?

Eu e Zamy saímos correndo pela casa gritando seu nome e, passando pelo banheiro escutamos um sussurro, na verdade parecia mais um choro bem baixinho. Batíamos na porta sem parar até que finalmente ela abriu a porta e vimos que nossa suspeita de choro não estava errada.

- Não chore! Se quizer nós podemos bater na cabeça dos meninos para tentar tirar a merda que tem na cabeça deles, que tal? - Disse e ela abriu um pequeno sorriso.

Sequei suas lágrimas e nós três demos um abraço coletivo. Quando voltamos à sala, os meninos conversavam animadamente sobre jogos e algumas manhas de como passar de nível mais rápido no Zelda.

– Ou ou ou, não acham que vocês devem desculpas à Meirín e a Anny?

– Não. - Eles disseram em uníssemo.

– Ah, vão se ferrar! A Meirín não ficou bem sabia Leo?

Ele fez uma cara de culpado, mas logo puxou outro assunto:

- Que tal irmos assistir um filme?

- Tudo bem, vamos ver quais os filmes que a Zay tem. - Leo disse subindo as escadas em direção ao quarto da minha amiga.

Todos os seguimos e lá no final uma Zay emburrada por ter sua "privacidade" roubada nos seguia. Depois de muita discussão sobre qual filme iríamos assistir, ficamos num empate entre Alvin e os esquilos e Tropa de elite(tudo a ver, né?).

– Vamos assistir primeiro Alvin e os Esquilos! - Eu dizia e as meninas concordavam comigo.

– Nem, primeiro Tropa de Elite! - Joe rebatia.

Então, eu e as meninas nos olhamos e pensamos a mesma coisa. Fizemos um gesto de ameaça à tortura que receberiam se não cedessem e o problema foi resolvido.

Acabamos por nos esparramar no chão e tentar assistir ao filme pacientimente, mas os meninos... eles não queriam o mesmo e faziam de tudo para atrapalhar, sem falar das piadinhas e olhares safados para nós.

- Aff, não aguento mais essa coisa de criança e também não estou a fim de assistir nenhum outro filme. Acho que tenho uma ideia melhor... - Alois disse se levantando.

– Mas...

– Vamos, o carro do Joe está lá fora. - Ele continuou, arrastando todos para fora.