Catch Me Before I Hit The Ground escrita por Danika


Capítulo 11
Acidente


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo vou escrever uma POV do Eric :3 vou começar a fazer isso de vez em quando na fic para poderem ver a reação do Eric a certos eventos :p



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Eric POV

Talvez ela simplesmente não quisesse saber dos meus sentimentos, talvez ela não sentisse realmente o mesmo por mim. O ambiente entre nós tinha ficado esquisito desde que eu me declarara, no dia seguinte à estupidez do Ethan. Estávamos mais distantes que nunca e eu odiava isso. Sempre achei que quando me declarasse a ela, ela viesse a correr para os meus braços para eu a beijar e nunca mais a deixar ir embora... Oh, Ariadne, se soubesses o quanto eu te amo...

- Eric? - Ouvi-a chamar no andar de baixo. Já devia ter acabado as aulas.

- No meu quarto. - Respondi, sentindo o meu coração bater acelerado como reação à sua voz.

Passados alguns minutos, ouvi-a subir as escadas e, alguns segundos depois, ela entrou pela porta do meu quarto, com um sorriso tímido que me fez arrepiar. Ultimamente ela sorria sempre assim para mim, já não sorria da maneira arrogante de antes... como se algo tivesse mudado entre nós... Na sua mão estavam dois copos, um cheio de chá e outro com sumo; ela entregou-me o último.

- Achei que poderias ter sede. - Justificou-se.

- Obrigado, Aria. - Sorri-lhe. - Outra vez a beber chá? Quem te vir, vai pensar que és, realmente, inglesa, a beber tanto chá como bebes. - Brinquei.

- Tenho-te a informar que foi uma rainha portuguesa que trouxe esse hábito para Inglaterra quando se casou com o rei que governava este país na altura. - Ela deitou-me a língua de fora, como que a dizer que era mais esperta que eu, e corou logo de seguida. - O chá acalma-me sempre, é a minha bebida preferida... - Confessou em voz baixa.

- É melhor que bebidas alcoólicas. - Ri.

- Sim...

Ficámos em silêncio, apenas bebendo as nossas bebidas e evitando olhar nos olhos um do outro. Ela assentiu com a cabeça e voltou-se para ir embora, hesitando.

- Ouve... eu realmente sinto que te amo... Mas já há muito tempo que eu não confio em ninguém e... bem, eu confiei no Ethan e vê onde isso me levou, Eric... - Disse ela, já voltada para mim mas sem olhar nos meus olhos. Ela olhava para as suas mãos, as quais estavam irrequietas, mexendo constantemente, denunciando o quão nervosa ela estava ao falar dos seus sentimentos. Realmente, a Aria nunca fora menina de falar dos seus sentimentos e os seus amigos confirmavam isso. - Eu compreendo se não quiseres esperar por alguém como eu, se não quiseres lutar... não te censuro... caramba, eu também não iria querer esperar por alguém como eu - ela soltou uma risada nervosa - estou quebrada e, cada vez que caio, custa-me ainda mais a levantar que da última vez... não quero que tenhas de lidar com isto a toda a hora. - Quando eu ia responder, ela levantou a mão, pedindo-me silêncio. - Não respondas já... Pensa primeiro e depois diz-me qual foi a tua decisão.

E, com isto, ela saíu, fechando a porta atrás de si. Pouseii o meu sumo, quase intocado na secretária, fechei os livros da escola e deitei a cabeça na madeira fria, tentando pensar, em vão. Não precisava de pensar se queria esperar por ela, pois já sabia a resposta... eu IRIA esperar. Mas precisava de pensar como poderia ajudá-la a ter força, a não se sentir tão hesitante em confiar em mim... Mas por mais que pensasse, não me lembrava de nada...

Ao fim de algum tempo, desisti e saí de casa, sem avisar a Ariadne que iria sair, mas não era necessário, pois ela estava novamente deitada no telhado a observar o céu e, ao ouvir a porta de casa a bater, olhou para baixo e viu-me entrar no meu carro. Ao arrancar, vi pelos espelhos que ela se tinha sentado, centrando toda a sua atenção no meu carro que se afastava rapidamente de nossa casa. Nossa casa... não podia esperar pelo dia em que tivessemos a nossa própria casa, sem os nossos pais... com os nossos filhos a correr pelos corredores...

Por um lado, odiava o Ethan por ter magoado a minha pequena. Quer dizer, como é que ele fora capaz de magoar alguém tão perfeito como ela? Mas por outro lado, fora graças a isso que eu conseguira aproximar-me dela, fora graças a isso que eu fora capaz de lhe mostrar que não era assim tão mau como ela pensava. Podia parecer egoísta, eu tinha a certeza que o era, mas ninguém poderia imaginar a minha dor ao vê-la ser feliz com outro rapaz... Naquela noite, no cinema, quando ela beijou aquele idiota à minha frente, senti um ódio tremendo por ele. Ele não a merecia... Ele não a iria tratar tão bem como eu iria... e, detesto dizer isto, mas eu tinha razão.

Estava tão distraído com os meus devaneios que não reparei que passara o sinal vermelho e só reparei tarde demais, quando vi um carro a vir em grande velocidade na minha direção, apitando como que a dizer para eu sair do caminho. Rodei o volante, tentando desviar-me, mas perdi o controlo do carro e este começou a fazer peão, despistando-se. A última coisa que me lembro é de ter pensado no rosto moreno da Aria, nos seus olhos castanhos que ficavam verdes por vezes - coisa que ela odiava de morte - e ter pensado que não podia morrer antes de a chamar de minha. Depois, ficou tudo negro.

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Abri os olhos para dar de caras com um quarto branco e um cheiro esquisito. "Hospital", pensei. Comecei a sentir o meu corpo e arrependi-me de ter acordado quando as dores se apoderaram do meu corpo. Olhei em volta no quarto, tentando encontrar algo que me distraísse da dor e vi a Ariadne a dormir no pequeno sofá do quarto. O seu rosto moreno parecia desfigurado devido à expressão assustada que se apoderara dele, fazendo-a parecer outra pessoa. Ela susteve a respiração repentinamente e acordou, as lágrimas nos seus olhos. Percebi que ela tinha tido um pesadelo pela maneira como ela se lavantou rapidamente e começou a andar de um lado para o outro do quarto. Ultimamente, ela tinha sempre pesadelos...

Demorou apenas alguns minutos até ela se aperceber que eu acordara. 

- Eric! - Exclamou, sorrindo, correndo para agarrar a minha mão. Reparei que o meu braço direito estava engessado, assim como a minha perna. - Minha deusa, tinha tanto medo que não acordasses!

- Hey. - Sorri, embora a rouquidão da minha voz me fizesse ficar apreensivo. - Há quanto tempo é que estou aqui? 

- Dois dias... - Disse ela e as lágrimas voltaram a apoderar-se dos seu olhos. - Tive tanto medo de te perder, Eric... - Sussurrou.

- Achas que eu te ia largar agora que sei que me amas? Nem sonhes, não te livras de mim tão facilmente. - Brinquei.

- Idiota. - Ela revirou os olhos, embora sorrindo.

- Parvinha. - Retorqui, soltando uma leve gargalhada.

- Estúpido. - Ela fez beicinho.

- Linda. - Levantei o braço bom e passei-lhe a mão pelos cabelos, prendendo uma madeixa atrás da sua orelha, sentindo a sua pele ferver por debaixo da minha mão.

- Perfeito. - Sussurrou, corada.

- Amo-te, pequena. - Disse-lhe, num sussurro.

- Amo-te mais, olhos cinzentos. - Ela inclinou-se suavemente para me beijar e eu gemi de dor quando ela fez uma leve pressão no meu braço magoado, mesmo quando ela estava prestes a colar os seus lábios aos meus. Ela afastou-se rapidamente, avaliando-me receosa.

- Estou bem, não te preocupes. - Tranquilizei-a, ansiando por aquele beijo que não acontecera devido à minha lesão idiota.

Ao contrário do que eu desejava, ela manteve-se afastada, cruzando os braços e colocando uma expressão zangada no rosto.

- O que raio é que te deu para para passares o sinal vermelho?! Não aprendeste no código da estrada que quando está vermelho é para parar? - Resmungou.

- Distraí-me... - Foi tudo o que eu disse.

- És burro, por acaso?! Sabes as consequências que isso poderia tido?! Podias ter morrido, Eric! - Disse-me, exaltada.

Para alguém que começara por me receber tão apaixonadamente, a Ariadne mostrara-se imperdoável ao lembrar-se da razão para eu estar naquele estado.

- Hey... eu estou bem, é o que importa... Relaxa, pequena... - Tentei acalmá-la.

- Mas podias não estar! - Gritou. Depois respirou fundo e, ainda irritada, voltou à carga - sabes como eu iria ficar se te perdesse?! Tens a mínima ideia, Eric?! Consegues sequer imaginar como eu me iria sentir quando ouvisse "O Eric teve um acidente. Não sobreviveu"? Imaginas o estado em que o meu coração iria ficar? Iria ficar destroçado, Eric! Eu não te posso perder, não agora. Como é que pudeste ser tão descuidado e sujeitar-me ao sofrimento de imaginar a minha vida sem ti?! - Disse ela de rajada, tapando a boca a seguir ao perceber tudo o que tinha dito. Eu sorri, feliz por ouvir aquelas palavras egoístas e doces saídas da sua voz. Egoístas porque ela só pensara no sofrimento que iria sentir se ficasse sem mim. Penso que é natural, pois se eu morresse não iria sentir dor alguma no outro mundo. 

- Pequena, eu estou aqui. Desculpa... Não fiques assim, vá. Eu nunca te deixaria. És a minha menina. E um dia hás-de o ser oficialmente. Não te livras de mim sem eu te poder chamar de minha mulher. - Disse-lhe, sorrindo.

Ela foi para o lado direito da minha cama de hospital e deitou-se na cama. Felizmente, só o meu lado esquerdo é que estava magoado. Envolvi os seus ombros com o meu braço direito e ela deitou a cabeça no meu peito.

- Seu idiota. Eu tive mesmo medo, Eric... E tu não te mexias há dois dias... cheguei a pensar que... - Eu tapei-lhe a boca com a mão, impedindo-a de continuar.

- Eu estou bem. Estou aqui contigo, não poderia estar melhor. - Disse-lhe, beijando-lhe a testa. - Eu amo-te, Ariadne, não imaginas o quão bem eu estou contigo aqui ao meu lado.

Ela suspirou e beijou-me a face.

- Amo-te, Eric. Nunca te esqueças disso. - Sussurrou contra a minha pele.

Ficámos ali em silêncio, deitados naquela cama de hospital, acabando por adormecer. A única maneira de este momento ser mais perfeito, seria se as dores desaparecessem, mas só de estar com ela, sentia-me anestesiado. Eu era dela e ela era minha e nada mais importava. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram? :) deixem reviews xx ♥