Catch Me Before I Hit The Ground escrita por Danika
Notas iniciais do capítulo
Já há tanto tempo que não escrevia, minha deusa...
Senti tantas saudades de deixar a minha imaginação voar enquanto digito as palavras das minhas histórias... Espero que gostem deste capítulo!
Tudo parecia ter dado uma volta de 180 graus num espaço de tempo muito curto. Já havia passado uma semana desde que os meus pais tinham ido viajar em negócios e me deixaram sozinha com o Eric naquela casa que eu considerava a minha casa verdadeira. Só sentia saudades de Portugal por ter deixado as memórias do meu pai na casa antiga, pois nunca me sentira em casa lá.
- Ariadne, lava a loiça. - Disse o Eric em tom de ordem mal acabámos de jantar.
Era sexta à noite e estava enclausurada em casa com aquela criatura que mais parecia vir do Inferno. Quem diria que os demónios podiam ser tão sexys? Oh, Ariadne, por amor de tudo o que é sagrado! Não, o Ethan daria tudo por mim em cinco segundos, não vou trocar isso por alguém como o Eric. Não. Concentra-te em ser indiferente, Aria, pode ser que o consigas esquecer.
- Que eu saiba, não tens criados nesta casa, Eric. Não sei a que estavas habituado na tua casinha antiga mas aqui, certamente, não vais ter ninguém a fazer as tuas tarefas nem ninguém em quem mandar, muito menos em mim. Portanto, levanta esse traseiro gordo e nojento e vai tu lavar a loiça. - Respondi, com um sorriso irónico, saíndo da cozinha, e fui para o meu quarto.
Ao subir as escadas, consegui ouvir o Eric a lançar-me as piores maldições que alguma vez ouvira, mas decidi ignorar e ri-me. Entrei no meu quarto, liguei a minha música, levantando o volume, e deitei-me na cama de olhos fechados enquanto ouvia e sentia as notas da guitarra elétrica do Ozzy Osbourne a ecoar e infiltrarem-se nas minhas veias. Estava quase a dormir quando o toque do meu telemóvel soou mais alto que a música.
- Estou? - Disse ao atender o telemóvel.
- Ariadne? Que barulheira é essa?! - Perguntou o Ethan do outro lado.
Baixei o volume da música com um sorriso na cara, ainda que o causador deste não o pudesse ver.
- Desculpa, estava a ouvir Ozzy Osbourne. - Ri pelo nariz - Diz-me; o que é que o rapaz de olhos verdes mais bonitos deseja?
- Na verdade, como sei que os teus pais não estão em casa hoje à noite, estava a pensar se poderia ir ter contigo e... sabes... passávamos a noite juntos... - Sugeriu ele e eu pude ouvir o sorriso malandro na sua voz.
- Mi casa es su casa. Vem. - Ri.
- Estou aí em vinte minutos, sim? - E, com isto, desligou.
- ERICCCCCCCCCC! - Gritei.
- Que é que foi, chata? - Perguntou ele à porta do meu quarto.
- O Ethan vem cá. Agradecia que não nos incomodasses. - Sorri.
- Mas esse palhaço agora passa cá a vida?! - Perguntou ele, exaltado.
- É o meu namorado, vem cá as vezes que quiser e quando quiser. Agora sai do meu quarto que estás a poluir o meu oxigénio. - Retorqui.
Ele revirou os olhos e ignorou-me, saíndo do meu quarto e fechando a porta atrás de si. Idiota, estúpido, otário, parvo, filho de uma égua, lindo, perfeito, sexy... OK ARIADNE, JÁ CHEGA!
O som da campainha tirou-me dos meus devaneios idiotas. Corri para a porta e abri-a, encontrando o Ethan a sorrir como se tivesse ganho a lotaria.
- Boa noite, princesa. - Disse ele, beijando-me.
- Boa noite, meu anjo. - Sorri entre beijos.
- Subimos? - Perguntou, piscando-me o olho.
- CLARO! - Exclamei, puxando-o atrás de mim até ao meu quarto, onde fechei a porta atrás de nós, trancando-a para que o Eric não nos incomodasse.
Levantei o volume da música e sentei-me na cama. O Ethan seguiu o meu exemplo e sentou-se ao meu lado, puxando-me para um beijo intenso. Em breve estávamos os dois deitados, aos beijos. Senti algo estranho no hálito do Ethan, como se ele estivesse estado a beber mas tivesse bochechado imenso elixir para ter um bom hálito. Ele tentou levantar-me a camisola mas parei-o, inquieta. Não queria tomar aquele passo.
- Ethan, não. - Disse-lhe, interrompendo o beijo para o olhar severamente nos olhos.
- Sim. - Disse ele.
Subitamente, rolou para cima de mim, prendendo-me e começou a beijar-me novamente, desta vez mais selvagem.
- Ethan! PÁRA! - Ordenei, tentando soltar-me, já irritada.
- Cala-te, Ariadne. - Ordenou ele em retorno, levantando-me a camisola e tirando-ma à força.
- ERIC! ERIC! SOCORRO! - Gritei em desespero. Consegui ouvir os seus passos apressados em direção à porta.
- Ariadne? Que se passa? Estás bem?! - Ouvi-o perguntar.
Antes que pudesse responder, o Ethan deu-me um estalo.
- Estás comigo e não com esse filho da puta. Não te admito que chames por ele quando estás comigo. Quem te ouvir vai pensar que me andas a trair e eu não vou permitir isso, entendeste? Não vou admitir que a minha namorada seja uma galdéria. Agora faz o que te mando e beija-me. - Podia ver no seu olhar que ele estava fora de si e não tardou a que ele me tirasse o sutian, por mais que eu lutasse para que ele não o fizesse.
- ERIC! ERIC, POR FAVOR, AJUDA-ME! - Gritei, a chorar.
- A PORTA ESTÁ TRANCADA, ARIADNE. O QUE SE PASSA AÍ DENTRO?! - Gritou-me de volta.
- ERIC, POR FAVOR, ELE ESTÁ A MAGOAR-ME! - Solucei.
Como resposta aos meus queixumes, o Ethan tapou-me a boca à medida que lutava para me despir as calças. Comecei a ouvir pancadas na porta e, em breve, o Eric estava dentro do meu quarto. Não consegui perceber na altura como ele conseguira entrar mas a verdade era que ele ali estava.
- Sai de cima dela, caralho! - Ordenou ele, puxando o Ethan de cima de mim e começando a bater-lhe.
Fiquei imóvel onde estava, sem conseguir mexer-me, ainda em choque, a ouvir os punhos do Eric baterem no rosto do Ethan e os gemidos de dor deste. Não tardou a que tudo parasse e o Eric em breve estava debruçado em cima de mim.
- Estás bem? - Perguntou, e eu pude ver a preocupação no seu olhar. Assenti, confirmando que estava, embora me sentisse demasiado em choque para saber se isso corresponderia à verdade. - Toma, veste-te...
Ele estendeu-me as minhas roupas mas eu não conseguia arranjar forças para me vestir. Era o Ethan... O Ethan... Aquele rapazinho querido que eu conhecera em pequena e que até hoje eu andara a chamar de namorado... fora ele que me fizera aquilo... Como é que ele fora capaz de me tentar violar? Como é que ele fora capaz de me fazer aquilo? O hálito a álcool, embora leve, que eu sentira nele... será que ele tinha estado a beber antes de ir para ali? Mas porquê? O Ethan não tinha esses hábitos... Sempre fora contra as bebidas alcóolicas. Porque é que ele fizera aquilo?
Ao ver que eu não me mexia, o Eric ajudou-me a levantar e enfiou-me a minha camisola pela cabeça abaixo, gentilmente.
- O Ethan? - Perguntei num murmurio.
Ele apontou com a cabeça, a boca transformada num esgar de nojo, para um canto do meu quarto, onde o Ethan se encontrava deitado de barriga para baixo, inconsciente.
- Ajuda-me a metê-lo na rua. - Pedi, noutro murmurio. Não conseguia falar mais que aquilo.
O Eric assentiu e, ajudando-me a levantar, pegou no Ethan e levámo-lo para baixo. Abri a porta da rua e o Eric deixou-o abandonado do lado de fora do nosso quintal. Voltámos para dentro, trancámos a porta e eu voltei para o quarto, onde desabei em lágrimas, agarrada à minha almofada. Senti o colchão da minha cama afundar e não tardei a sentir uns braços morenos a abraçarem-me pela cintura, fazendo-me derramar lágrimas mais convulsivamente.
- Shhh... Vais ficar bem... Estou aqui, meu anjo... está tudo bem, ele já não te pode magoar, eu não deixo... - Disse a voz rouca do Eric ao meu ouvido, num sussurro suave.
Dei meia volta na cama, de forma a ficar de frente para o Eric e, sem pensar, abracei-o fortemente, chorando contra o seu peito à medida que ele me afagava o cabelo.
- Estou aqui, não chores... - Disse ele e pareceu-me ouvir as lágrimas na sua voz.
Continuei a chorar até adormecer. A primeira coisa que me lembro, quando acordei, é dos braços do Eric ainda firmemente colocados à minha volta protetoramente. Aproximei-me dele, colando os nossos corpos enquanto fingia ainda estar a dormir. Queria aproveitar aquele momento, uma vez que era raro estar tão em paz com o Eric. Só a lembrança da noite passada me estragava esse momento.
Levantei-me, tentando não acordar o Eric e fui fazer o pequeno almoço, como sinal de agradecimento pelo apoio daquela noite. Não tardou a que ele se levantasse e eu meti as panquecas na mesa.
- Bom dia. - Disse ele, entrando na cozinha de cenho franzido.
- Bom dia, Eric. - Sorri, tensa.
- Estás bem? - Perguntou.
- Fiz-te o pequeno almoço... como agradecimento, sabes? Foste um ótimo amigo ontem... Obrigada. - Disse eu, fugindo à sua pergunta.
- Não tens de quê. Não consigo sequer imaginar o que poderia ter acontecido... Mas não respondeste à minha pergunta.
- As panquecas vão ficar frias...
- Não quero saber. Como estás, meu anjo?
- Bem.
Ele arqueou uma sobrancelha, como que a duvidar de mim.
- A sério. - Disse-lhe, forçando um sorriso.
- Mentes muito mal. - Sorriu daquela maneira que me fazia derreter.
Encolhi os ombros e comecei a comer as minhas panquecas.
- Dormiste bem? - Perguntou.
- Sim... e tu?
- só haveria uma maneira de dormir melhor... - Ele suspirou.
- Qual?
- Tu estares bem. - Ele encolheu os ombros, forçando um sorriso.
Levantei-me, ignorando a sua resposta e fui para o meu quarto. Eu não queria sentir-me assim! Não queria sentir isto pelo Eric, não queria lembrar-me do Ethan, não queria lembrar-me da noite anterior e da maneira como o Eric me encontrara nua da cintura pra cima e não tentara fazer-me nada, nem um único comentário obsceno... Não queria sentir-me assim.
- Aria? - Chamou ele à porta do meu quarto que se encontrava ligeiramente em mau estado. Agora que via, ele deveria ter arrombado a porta ao tentar salvar-me.
- Diz...
- Eu amo-te. Nada me custou mais que ver-te naquele estado ontem à noite... mas fiquei feliz por ter conseguido chegar a tempo... Não sei o que teria feito àquele cabrão se ele te tivesse magoado... eu iria tratar-te bem. Eu amo-te.... - Disse ele, num tom de voz quase inaudível.
Voltei a cabeça para ele e as palavras que saíram a seguir, saíram por vontade própria.
- Eu acho que também te amo... Há muito tempo... E o Ethan sabia disso mas mesmo assim queria que eu lhe desse uma oportunidade para me conquistar. E pareceu-me certo. Eu não quero sentir isto por ti, Eric...
- Porque não?
- Porque não está certo.
- Desde quando é que o amor está certo ou errado? Tu sente-lo com o coração, no entanto, é a tua cabeça que te diz que está errado. Mas diz-me. O teu coração diz-te que está errado? Pensa nisso, Ariadne, e depois vem falar comigo. Agora descansa... Tiveste uma noite complicada.
E com isto, ele sorriu-me levemente e saíu do quarto. O que faria eu agora?
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