Crime Passional escrita por Flor de Cerejeira


Capítulo 8
Um traidor entre a família Daiyoukai




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O efeito do calmante, após longos trinta minutos começou a ser processado pelo metabolismo de Sesshoumaru, e aos poucos os músculos foram relaxando, e seu corpo finalmente pareceu passar de um estado enrijecido para o de repouso absoluto.

Ao chegar, Inu-Taishou estacionou o carro perto da garagem, saiu deste e foi ate a sala de estar onde Inu-Yasha estava conversando com Miroku, Sango e Kagome.

- Inu-Yasha... – o pai o chamou e depois que ele se aproximou o pai discretamente fez um pedido. - ... seu irmão esta desacordado no carro, chame seu amigo e me ajude a colocá-lo no quarto dele.

- O que aconteceu pai? – Inu-Yasha olhou-o confuso.

- Tivemos um problema com o Musou lá na delegacia e seu irmão quase o matou enforcado, eu tive que fazer com que seu irmão dormisse antes que o pior acontecesse, agora chame aquele rapaz e vamos logo...

- O que aconteceu Inu-Yasha, seu pai parece muito preocupado... – Inu-Yasha se aproximou de Kagome, que reparou levantando-se em seguida, juntamente com Sango e Miroku.

- Miroku venha nos ajudar a carregar meu irmão, ele esta desacordado no carro, ele teve um problema lá na delegacia, depois eu conto a vocês o que houve, eu ainda não sei da historia completa. – Inu-Yasha começou a andar e Miroku o acompanhou.

- Kagome, será que ele esta bem?

- Eu não sei Sango, tem alguma coisa acontecendo, e parece ser muito grave.

Do lado de fora, Inu-Taishou abriu a porta do carro, e com cuidado, ajudou a Inu-Yasha e Miroku tirarem Sesshoumaru do carro.

- Puxa, seu irmão é pesado Inu-Yasha... – Miroku reclamou, segurando firme embaixo de um dos braços do rapaz.

- Esperem, não andem ainda... – Inu-Taishou pois as pernas do filho no chão, e andou ate onde os rapazes estavam. Abaixou-se e juntou os cabelos de Sesshoumaru, os pondo para frente do ombro direito. - ...vocês iriam pisar no cabelo dele, poderia ocasionar um acidente, o pescoço dele já sofreu muito hoje, não quero que sofra nenhum impacto mais. – ele terminou dando um sorriso, depois pegou as pernas do rapaz, e finalmente começaram a carregá-lo para dentro.

Um dos empregados viu quando os três subiram carregando Sesshoumaru desacordado para o quarto. E Kagome e Sango ficaram mais preocupadas, pois Sesshoumaru estava com o rosto um pouco pálido.

- Será que a Rin sabe disso?

- Não sei, mas deveria, se bem que ela deve estar mau por causa do que a Sara aprontou hoje... – Sango explicou, e Kagome concordou.

No quarto de Sesshoumaru, Inu-Yasha e Miroku tentavam controlar as respirações, pois subir com Sesshoumaru pelas escadas os deixaram cansados.

- Inu-Taishou-sama – começou Miroku arfante. -  ele esta bem?

- Esta sedado, só vai acordar amanha, e espero que mais calmo. Agora saiam, e Inu-Yasha, faça o favor, reúna os empregados da casa, todos esta bem...

Inu-Yasha assentiu com a cabeça e após saiu com Miroku do quarto fechando a porta depois.

Inu-Taishou ajeitou confortavelmente a cabeça do rapaz nos travesseiros, após tirou a gravata dele, desabotoou a camisa nos punhos e na frente. Tirou os sapatos e as meias, e também às chaves e celular do bolso, pondo-os em cima da mesa-de-cabeceira. Apanhou um lençol e cobriu-o.

- Você só me dá trabalho garoto... – Inu-Taishou sussurrou olhando o rosto tranqüilo de Sesshoumaru dormindo.

Após um rápido banho, Inu-Taishou desceu encontrando assim todos os empregados da casa o esperando na sala de jantar, que ao vê-lo enfileirou-se frente à mesa.

- Muito bem... – começou passando por trás da mesa, atrás das pessoas, estava com os braços para trás.  – ...vocês trabalham comigo há muitos anos... – Inu-Taishou caminhou e falando perigosamente manso, parou frente a eles, olhando o rosto de cada um ali presente. - ...conhecem minha família conhecem a mim... – estreitou o olhar, intimidando alguns presentes ali. - ...alguns de vocês viram meu filho Sesshoumaru crescer e Inu-Yasha nascer... – ele cruzou os braços frente ao peito, e ainda serio continuou. - ...e eu só tive que fazer esse tipo de reunião apenas duas vezes com essa. A primeira foi para instruí-los sobre como agir perante o comportamento de meu filho mais velho, quando a mãe dele nos abandonou... – Inu-Taishou aproximou-se da fila e começou a andar frente a ela calmamente. - ...eu nunca pensei que iria reuni-los novamente, mas para demiti-los. – ele parou perto do primeiro da fila, uma mulher, uma velha senhora.

- Senhor... – ela murmurou com tristeza.

- A não ser que o traidor se apresente...

- Traidor? Inu-Taishou-sama nós...

- Silêncio! – ele falou altivamente, após voltou para frente deles os olhando fixamente, para cada um. – Myouga, Toutousai, Saya, Jaken, Kaede e Kaijinbou, vocês são muito queridos pela minha família, e eu pensava que fossemos para vocês também, mas vejo que não posso confiar em vocês. Um de vocês traiu minha família, jogou na lama o nome dos Daiyoukais...

- Inu-Taishou-sama, nós o acompanhamos desde vossa mocidade e...

- Myouga faça silêncio. – pediu com grande calmaria na voz, um sinal de irritação muito grande. – Agora que todos sabem o motivo da reunião, eu quero que se apresente agora, a pessoa que esta sendo informante da Kagura. Se não se apresentar estão todos demitidos, e arrumem um bom advogado, e preparem-se para o processo que irei mover contra vocês...

- Inu-Taishou-sama nosss... – Jaken começou, mas engoliu a seco as palavras, pois recebeu o mais gélido olhar de Inu-Taishou, muito pior e mais frio do que os que Sesshoumaru lançava para ele quando reprovava algo.

- Um de vocês é o traidor, e eu vou pedir só mais uma vez, apresente-se... – todos ficaram inquietos, mas ninguém se apresentou.

Kaede a cozinheira da família, trabalhava a anos com eles, estava em prantos, e um tanto tremula. Preocupado com o estado da velha mulher, que o aconselhava junto com Myouga nas horas difíceis da vida, Inu-Taishou olhou-os, iniciando novamente a conversa após alguns minutos.

- Muito bem, ninguém é corajoso para apresentar-se. Eu irei dar uma chance ao traidor, mesmo que não mereça. Apenas o demitirei, sem processos, sem polícia. Vai embora com o que tem, e ainda darei o salário desse mês... – Silêncio... Inu-Taishou ainda paciente respirou fundo. – Vocês não estão colaborando... Sesshoumaru já teria perdido a paciência se estivesse em meu lugar... Ele teve uma crise nervosa hoje e quase matou uma pessoa, vocês não querem que eu deixe para ele resolver isso quando acordar querem? Acho que teriam muitos problemas com isso...

- Esse seu filho deveria ser internado num hospital psiquiátrico, ele é louco!!! – um dos empregados proferiu em alto tom, e Inu-Taishou arregalou os olhos.

- Então é você...

- Sim sou eu! Cansei de receber olhares frios e ameaças dele quando eu fazia algo de errado sem querer, ou quando estava perto do quarto dele aguando as plantas que ficam perto da janela... Ele é maluco, não sei como vocês conseguem trabalhar nessa casa, são todos iguais...

- Não fale assim com Inu-Taishou-sama ou da família dele seu imprestável. – Jaken quase gritou, mas logo calou-se quando Myouga começou a falar educadamente.

- Nunca pensei que seria capaz de trair essa família tão boa...

- Você nunca deveria ter feito isso... – Saya comentou maneando a cabeça negativamente.

- Você traiu a família por tão pouco, isso só prova que você sempre foi um inútil...

- O que?! Toutousai você só esta dizendo isso porque a Kaede-sama o subiu de cargo, colocando esse inútil do Saya em seu lugar, ele não entende nada...

- Você foi um discípulo muito indigno... eu não o ensinei traições, olha o que fez, envergonhou o nome da família que te acolheu, que lhe deu um bom emprego...

- Silêncio... – Inu-Taishou pediu. – Rapaz pegue suas coisas e vai embora, e muito cuidado para não cruzar o caminho de meu filho, ou estará correndo um serio risco de vida... ele não perdoara se o encontrar...

- Seus loucos, são todos malucos... – Kaijinbou saiu da sala muito aborrecido, indo fazer o que Inu-Taishou o mandou.

- Kaijinbou, não fale assim com Inu-Taishou-sama!!! – Jaken quase gritou novamente, mas calou-se com o olhar reprovativo de Inu-Taishou.

- Podem voltar a seus afazeres, Kaede, por favor, me faça um chá calmante eu vou estar nos meus aposentos.

- Sim Inu-Taishou-sama... – com um sorriso único, a velha senhora acatou as ordens, estava feliz por não ter sido demitida.

Na sala de estar, Inu-Yasha continuava conversando com o grupo, mas minutos depois Miroku resolveu ir ate a casa de Rin, já que Sesshoumaru não iria poder o ajudar na matéria que teria prova no dia seguinte.

No quarto Inu-Taishou estava lendo, mas sua leitura foi interrompida por uma leve batida na porta.

- Entre Kaede...

- Aqui esta o chá Inu-Taishou-sama. – Kaede pois a bandeja perto dele, e depois de servir a xícara perguntou. – O menino esta bem senhor?

- Kaede, nos dois sabemos que ele não é mais um menino... mas ele esta bem, apenas esta sedado...

- A crise nervosa que ele teve foi muito forte, ele nunca precisou ser sedado antes...

- Sim Kaede, mas agora tudo vai se tranqüilizar, ele conseguiu fazer com que Musou fosse preso por estuprar a pequena Shiori, e eu acabei de demitir Kaijinbou... agora nossa vida se normalizara... sente-se vamos conversar...

- Sim senhor...

- Sesshoumaru tem os nervos de aço, mas ser tratado como um... comparsa de um estuprador...

- Apesar de ser frio como o pai, tem um bom coração, e ficou mais tranqüilo depois que essa menina entrou na vida dele... o senhor pode não acreditar, mas eu ouvi ele cantando no chuveiro outro dia...

- Como é? – Inu-Taishou olhou-a surpreso.

- Ele estava cantando uma canção no banho, eu estava passando na porta do quarto e ouvi...

- E... você sabe qual é a canção? – Inu-Taishou não perderia a chance de satirizar aquela noticia.

- Sei sim senhor... – Kaede respondeu com um sorriso.

Eram quase oito horas da noite quando a campainha do apartamento de Rin tocou, ela estava assistindo televisão, e olhando alguns documentos que Sesshoumaru havia deixado lá, as provas a favor de Musou, e os exames da menina. Logo ela levantou-se e atendeu a porta.

- Vocês! O que aconteceu? – Rin perguntou surpresa, dando espaço para que entrassem.

- Eu estou precisando que me explique uma matéria, já que Sesshoumaru não pôde fazer isso porque... – recebeu uma cotovelada nas costelas de Sango.

- Ele não pôde explicar a matéria, mas o Sesshy nunca faltaria com a palavra...

- Ah! Rin-chan não se preocupe tanto – começou Sango sorrindo falsamente. – ele chegou um pouco cansado em casa e logo foi dormir...

- Cansado... mas ele sempre me liga antes de ir dormir... aconteceu alguma coisa com ele?

- Não, não ele só estava cansado mesmo, quando chegou nós nem o vimos, foi o Inu-Taishou-sama que nos disse que ele não poderia nos atender Rin-chan... – Miroku mentiu. - ...mas por favor, nos explique essa matéria, eu e a Sango estaremos perdidos se não estudarmos com sua ajuda.

- Tudo bem, sentem-se, eu vou buscar alguns livros, e depois fazer um chá para nos... esperem só um momento.

Rin, após fazer o que disse, sentou-se para estudar com os dois. Os ponteiros do relógio não paravam, e de sete e cinqüenta ate às dez horas eles ficaram concentrados, e Rin não parou de explicar ate que eles entendessem.

Depois que terminou, eles recolheram o material, e Rin o levou para o escritório. Nisso, um estranho acontecimento ocorreu:

Sango e Miroku ainda estavam na sala e esperavam Rin para despedir-se, mas de repente, a porta do apartamento se abriu, e uma sorridente mulher adentrou, fechando a porta depois...

- Kagura, o que esta fazendo aqui? – Sango perguntou assustada, nessa hora Rin estava fechando a porta do escritório, e ao ouvir essa pergunta apressou-se, e ao chegar à sala, deparou-se com Kagura, sorrindo ironicamente.

- Então você esta mesmo morando de favor... – ela começou ainda sorrindo com ironia. - ...esta se dando melhor do que esperava não é?

- O que você quer Kagura?

- Nada... – ela andou ate perto de Rin, parou por um instante e continuou andando, parando perto do quarto de Sesshoumaru. – Aqui... – ela tocou a porta, - ...eu tenho muitas lembranças desse quarto... – deixando a mão escorregar ate a maçaneta depois.

- Vai embora Kagura, a Rin já sofreu demais por hoje... – Miroku pediu muito serio.

- Eu não tenho nada com isso... e depois eu quero me lembrar um pouco – ela abriu a porta. – de quanto prazer sentia quando deitava-me naquela cama com o Sesshoumaru...

- Kagura... – Rin andou apressadamente ate ela e após pôr se a frente dela a fez recuar e fechou a porta do quarto. – ...vai embora, eu não quero me aborrecer com você, por favor eu estou pedindo com educação...

- Porque eu deveria atender seu pedido, afinal você nem esta na sua casa...

- Pare Kagura, isso não é nem um pouco gentil. E depois a Rin esta na casa dela, pois quem toma conta daqui é ela não é?

- Ela tem razão Sango, não estou na minha casa... mas estou na casa do meu namorado, portanto eu peço que saia daqui, ou eu a processarei por invasão de privacidade e constrangimento...

- Ai! Eu devo temer a suas ameaças... – debochou Kagura dando uma risada depois.

- Saia!!! – Rin quase gritou, estava quase chorando...

- Você não é digna de ter o Sesshoumaru, se eu fosse namorada dele estaria cuidando dele há essa hora! – Kagura alterou-se, fazendo Sango e Miroku se entreolharem.

- Do... do que você esta falando?

- Ah, você não deve saber que o Sesshoumaru chegou em casa carregado pelo irmão, o Miroku e o pai por estar sedado por causa de uma crise nervosa que teve depois de quase matar um homem na delegacia ...

- Miroku... – Rin olhou-o com muita tristeza.

- Rin-chan, não queríamos te deixar preocupada... – Sango aproximou-se.

- Você é uma fofoqueira e tanto Kagura, mas saiba que sua fonte foi demitida por Inu-Taishou-sama...

- Eu sei, mas antes ele me informou coisas muito preciosas, como onde você mora... Alem de coisas muito intimas de Sesshoumaru, coisas que nem você Rin, sabe... – Rin olhou-a com muito ódio, e caminhou rapidamente ate a porta e a abriu.

- Fora, todos vocês, fora daqui, ou eu vou chamar a policia!!!

- Rin-chan, me desculpe eu... – Sango pediu após aproximar-se dela, mas ela não os ouviu.

- Saia...

Kagura com um sorriso vitorioso saiu, e foi a primeira a pegar o elevador. Rin fechou a porta muito triste, e começou a chorar encostada nela.

- Será que ela vai nos perdoar? – Sango perguntou a Miroku, preocupada com aquela situação.

- Ela esta nervosa, esta triste pelas coisas que a Kagura disse...

- Eu não estou me sentindo confortável com isso, me sinto uma traidora...

Sango parou de falar de repente, quando viu Rin sair com um capacete na mão. Sem olhá-los ela desceu as escadas. Miroku e Sango se entreolharam, e depois foram atrás de Rin, ela estava chorando e descia as escadarias correndo.

- Rin-chan, o que vai fazer? Já esta muito tarde... – Sango chamou-a, mas ela continuou descendo, e ao chegar no estacionamento, ela correu em direção a sua moto, e rapidamente pois o capacete, montou a moto e depois de ligar o motor ela acelerou umas quatro vezes depois saiu muito rápido.

- Miroku, ela pode se acidentar viu como estava correndo?

- Não podemos fazer nada Sangozinha, só esperar.

Rin correu em alta velocidade pelas ruas da cidade, ate chegar frente à mansão da família Daiyoukai. Ao chegar, viu algumas luzes acesas, e depois de adentrar os portões, pendurou o capacete no guidão da moto e correu ate a porta tocando a campainha depois.

Não esperou muito, pois Myouga logo atendeu, surpreendendo-se com a visita inesperada.

- Menina Rin?

- Eu vim ver como Sesshoumaru esta! – Rin apressou-se em dizer, com muita preocupação na voz.

- Entre... – Ele pediu educadamente, e acompanhou-a ate a sala de estar. – ele esta sedado, não poderá atendê-la hoje.

- Eu sei Myouga-sama, por isso vim vê-lo...

- O Sesshoumaru-sama não gosta que ninguém entre no quarto dele quando esta dormindo... – Jaken falou serio.

- Mas eu preciso vê-lo, estou muito preocupada com ele...

- Sinto muito, mas não poderá vê-lo hoje, volte amanha...

- Myouga, quem esta ai?

- Inu-Taishou-sama, não se incomode ela já esta de saída...

- Jaken seu idiota, você estava mandando a menina Rin ir embora, se ela veio ate aqui a essa hora foi porque teve um bom motivo.

- Eu ia consultar o senhor, mas o Jaken tomou a frente não me deixando falar... – Myouga explicou serio.

- Menina Rin, o que aconteceu?

- A Kagura esteve lá no apartamento e me contou sobre o estado de Sesshoumaru, eu estou muito preocupada com ele queria vê-lo...

- Claro, vamos lá em cima...

- Inu-Taishou-sama, o Sesshoumaru-sama não gosta que...

- Jaken, vá cuidar de seus afazeres. – Inu-Taishou olhou-o friamente, um olhar muito parecido com o de Sesshoumaru.

Os dois subiram as escadas da mansão, e ao chegar na porta do quarto, Inu-Taishou abriu-a e deu espaço para que ela entrasse primeiro.

A primeira visão foi de um vulto, sob os lençóis, mas ao aproximar-se mais pode ouvir a respiração tranqüila dele, Inu-Taishou acendeu a luz do abajur no lado da cama dele, e ela olhou o rosto de Sesshoumaru. Estava tão tranqüilo.

- Ele quase matou Musou hoje... – sussurrou.

Rin inclinou o rosto um pouco e uma lagrima caiu de seus olhos. Estendeu a mão e delicadamente acariciou o rosto dele. Afastou a franja teimosa, e ao ver que ela voltou ao lugar deu um sorriso.

- Eu vou deixar vocês à vontade... – Inu-Taishou sorriu e Rin retribuiu o sorriso, vendo depois ele sair e fechar a porta delicadamente.

Rin voltou a olhar o rosto de Sesshoumaru, estava tão... angelical. Viu-o suspirar, mas não mexeu-se muito, apenas virou o rosto para o lado, e uma mecha de seus longos cabelos escorregou sobre seu rosto, mas Rin a ajeitou.

- Eu te amo Sesshy, não sei se viveria mais sem você... – mais uma lagrima correu no rosto da garota. Estava sentindo saudades do sorriso dele, dos abraços cálidos e apaixonados.

Ficou ali, acariciando-o e o observando por quase uma hora; ao olhar no relógio, ela não se apressou, deu um beijo na testa dele e outro nos lábios, que mesmo adormecidos, ainda eram sedutores e quentes. Ouviu um gemido enquanto o beijava, e ao afastar o rosto, matou parte de sua saudade, pois ele estava com um sorriso muito dorminhoco nos lábios.

Talvez essa reação tenha sido por ele ter sentido no coração, o amor com que Rin o beijou. Ela desejou que aquela visão durasse para sempre em sua mente, e poderia, queria ficar a noite toda o velando, mas tinha que ir embora...

Levantou-se de vagar, e depois de apagar a luz, caminhou de vagar ate a porta e antes de abrir a, olhou uma ultima vez, depois saiu e fechou a porta.

Rin desceu as escadas e ao chegar à sala, viu Inu-Taishou conversando com uma senhora e esperou.

Após ele terminar, dirigiu-se a ela.

- É melhor que fique por esta noite, esta muito tarde para que vá.

- Eu não poderia Inu-Taishou-sama, já o incomodei muito por hoje e...

- Eu tomei a liberdade de pedir a Kaede que lhe preparasse o quarto de hóspedes, e depois meu filho ira adorar tê-la conosco para o desjejum.

- Desculpe-me pelo incomodo Inu-Taishou-sama.

- Não é incomodo algum menina Rin, fique a vontade,  - Inu-Taishou viu a empregada chegar e quando ela aproximou-se, ele tocou a no ombro. – a Kaede vai lhe mostrar o seu quarto; tenha uma boa noite. – ele sorriu e depois saiu, indo em direção as escadas.

- Vamos Rin-chan?!

- Ah sim, Kaede-sama... – Rin a acompanhou e logo chegaram a um confortável quarto.

- Tem toalhas no banheiro, se quiser pode dormir à vontade... tenha uma boa noite.

- Kaede-sama... – Rin chamou antes que ela começasse a andar, mas não disse nada.

A velha senhora, experiente por sinal, sabia o que a preocupava.

- Não se preocupe, ele vai estar bem ao acordar, só vai estar um pouco mal humorado...

As duas sorriram e após, Kaede dar dois carinhosos tapinhas no ombro de Rin saiu, fechando a porta depois.

 Quando Rin despertou no dia seguinte, eram quase seis da manha; ficou na cama olhando para o teto durante alguns minutos, mas logo levantou-se e após um rápido banho, saiu do quarto e caminhou ate a sala de refeições, onde Jaken preparava a mesa para o desjejum.

- Bom dia senhorita...

- Bom dia... – ela fez uma pausa o olhando.

- Meu nome é Jaken, sou o copeiro senhorita.

- Jaken-sama, onde esta Kaede-sama?

- Na cozinha, ela é a cozinheira e governanta dessa casa... – Jaken não parava de arrumar a mesa, caprichando.

Sempre foi assim, antes da família se levantar, os dedicados empregados cuidavam de um saudável desjejum. Sempre foi assim, desde a contratação destes.

- Bom dia menina Rin, acordou cedo.

- Bom dia Inu-Taishou-sama. – ela cumprimentou sorrindo.

- Sente-se, vamos desjejuar... – ele convidou, e Rin antes de sentar-se, olhou as escadas procurando por alguém. – Não se preocupe, daqui a algum tempo ele ira acordar...

Ao contrario dos pensamentos de Inu-Taishou, Sesshoumaru não acordou tão cedo. Eram quase nove horas da manha, e com a ajuda de Kaede, Rin levou o desjejum ate o quarto de Sesshoumaru. Ele ainda estava dormindo quando elas entraram no quarto.

Kaede, após deixar a bandeja sobre o móvel nos pés da cama dele saiu, fechando a porta suavemente.

Rin aproximou-se da cama e olhou por alguns minutos para o rapaz, e ainda dormindo, virou-se de ventre para o alto. Então Rin sentou-se ao lado dele e carinhosamente tocou-o no rosto e o acariciou, e com esse gesto ele abriu os olhos de vagar, mas sua visão estava desfocada, piscou duas vezes e depois fixou o olhar no rosto de Rin.

- Bom dia Sesshy. – disse com uma voz aveludada e um sorriso único nos lábios.

- Rin?...

- Eu e a Kaede-sama trouxemos seu desjejum... – ela tocou a mão dele e a segurou entre as suas. – ...você esta se sentindo bem?

- Sim... – ele sentou-se, olhou a mão enfaixada lembrando assim do que aconteceu.

Deu um profundo suspiro, e depois olhou para Rin novamente, mas dessa vez estava séria e com uma expressão preocupada.

Ele estendeu a mão enfaixada e fez uma delicada caricia no rosto dela, e ela sorriu, vendo ele assumir uma aparência mais alegre, com um sorriso disfarçado nos lábios.

- A que horas chegou?

- Ontem a noite, eu fiquei muito preocupada com você depois que soube o que lhe havia acontecido, então vim vê-lo.

- Quem te avisou desse infortúnio?

- Sesshy... – ela soltou a mão dele e levantou-se, virando de costas depois.

- Rin... – ele levantou-se preocupado com aquela reação dela e caminhou ate ela. Com isso ela virou-se e fitou-o nos olhos, e ele pode sentir muita angustia vindo do olhar dela.

- Foi a Kagura... ela... esteve no seu apartamento...

- A Kagura, mas o que ela foi fazer lá?

- Ela me falou coisas horríveis, então eu fiquei muito preocupada com você, e sai de casa eram quase onze horas quando cheguei, então seu pai... me convidou para passar a noite aqui... – Rin de repente o abraçou, e começou a chorar. – me perdoe Sesshy, por não estar aqui quando precisou de mim...

- Ei – começou com uma voz sussurrante. – fique calma, você sempre esta presente quando preciso...

- Não – ela afastou-se e o olhou, estava serio, mas a olhava com muito carisma.  – eu não estava aqui ontem...

- Meu anjo, o que poderia fazer se não sabia o que tinha acontecido, mas eu me sinto um homem de muita sorte, por ter um anjo de guarda como você... – ele sorriu, e viu ela corar e sorrir também.

Ele aproximou-se e  parou bem próximo a ela, e pois a mão, boa, no pescoço dela, entrelaçando os dedos nos cabelos, e com o polegar acariciou-a.

- Você poderia me esperar aqui enquanto eu tomo um banho rápido?

Rin assentiu com a cabeça, estava sorrindo.

Ele tocou o queixo dela com uma caricia e depois virou-se e a caminho do banheiro tirou a camisa...

Rin, enquanto ele banhava-se, arrumou a cama, e alguns objetos que estavam fora do lugar na mesa-de-cabeceira, e viu nesta um porta retratos, estava meio escondido, e quando ela ia o pegar para ver quem era, ele saiu do banheiro, secando os cabelos com uma toalha.

- O que esta fazendo? – ele viu-a assustar-se virando para ele em seguida.

- Eu estava... -  parou de falar e arregalou os olhos, e depois de corar virou-se.

- Não se preocupe com a arrumação, depois alguém ira fazer isso...

Ele aproximou-se e ainda secando os cabelos, sentou-se na cama, estranhando que Rin não o olhou mais, continuando virada para o lado.

Depois de alguns segundos ele interpretou aquele gesto e sorriu para si. Levantou-se e foi para o banheiro, e Rin finalmente virou-se, mas ele logo voltou, sem a toalha na mão, e aproximou-se de Rin e a abraçou por trás.

- Sesshy...

- Você esta com vergonha de olhar par mim? – perguntou num sussurro ao pé do ouvido.

- Não... – ela disse maneando a cabeça, ainda estava corada.

- Então porque você desviou o olhar quando me viu?

- Eu... eu... – ela gaguejou.

Sentiu os braços dele a apertar suavemente, e o corpo todo encostado nela a deixou um tanto excitada. Pode sentir o corpo tremular quando ele a beijou no pescoço, dando suaves mordidas com os lábios.

Sesshoumaru era um exímio sedutor, e qualquer gesto que ele proferisse contra ela a faria se entregar. Ele aproveitou que ela estava receptível e usou dessa habilidade.

Virou-a para si, e sem espera que ela dissesse algo, começou a beijá-la, e a cada toque das línguas aveludadas, os corpos se desejavam mais, arrepiando-se.

Sesshoumaru tocava-a avidamente, as mãos queriam ir alem das roupas seguindo seus próprios instintos, procurava pela pele quente dela.

Ele beijou seus lábios, seu queixo e seu pescoço, parecia mais faminto a cada beijo, e enquanto o fazia, desabotoou a blusa que Rin usava, desceu do pescoço para o colo, e ela não pode resistir quando uma das mãos dele tocou na delicada pele do seio, e gemeu. Ele a encaminhou com beijos para sua cama e ela só percebeu quando já estava deitada e sendo coberta de beijos molhados, e com isso não pode resistir, entregando-se assim aquele tórrido momento.

Ainda a beijando sentiu os músculos do ventre se contraírem, quando ela passou os dedos suavemente numa caricia totalmente excitante, o fazendo gemer entre seus lábios. Ao fim do beijo, ele abriu os olhos e Rin surpreendeu-se mais uma vez com aqueles olhos dourados, que pareciam ser alimentados por fogo, uma chama constante, ávida, estonteante. Tinham o poder de aquecer-lhe a alma e para completar, os lábios, tão quentes que pareciam brasas queimando a pele ao tocar-lhe.

Sem freios, ambos desejavam misturar corpos e almas, queriam saciar aquele desejo avassalador sem racionalização, e sendo sacudidos pelo prazer de um corpo explorando o outro, com toques e com a calidez que os envolviam a cada segundo.

Com beijos abrasadores e provocantes, ele desnudou-a, e logo sobrepôs-se, e a ânsia dos corpos ficou mais intensa.

Os úmidos cabelos do rapaz escorregaram para frente dos seus ombros, e algumas mechas espalharam-se pelas costas deixando com que as pontas destas escorregassem suave e dinamicamente por suas costelas, se dependurando.

Rin tocou o rosto dele com suavidade e o viu dar um fraco sorriso, mas ficou serio e fechou os olhos no momento em que seu corpo pode sentir a quentura do de Rin por dentro ao invadi-la com muito carinho e suavidade. Os dois entregaram-se a mais tórrida paixão.

Ele deitou-se suavemente sobre ela, apoiando-se nos seus próprios braços, e com isso, não deixando seu peso sobre ela. Peito e seios se encontraram, ela entre os braços dele e ele a aquecendo ainda mais seu corpo, que queimava.

O amor de Sesshoumaru e Rin era tão natural quanto à própria respiração, como se fossem um os corpos se harmonizavam, como o instrumento e a canção. Sem um o outro não vive.

Eles se tocavam e se beijavam sem ansiedade. O desejo não era premido pela urgência.

Ali juntos, ele a conduziu a momentos de puro e infindável prazer, o qual corpo e alma regojizavam. A avidez dos movimentos corporais encarcerava cada vez mais as ondas entorpecidas de prazer. E como se estivessem juntando cada momento como um material explosivo dentro de cada corpo e que só estava esperando pelo maior aquecimento para explodir. E foi o que aconteceu. A proximidade o ápice aqueceu os corpos retesados pelo prazer mútuo. O orgasmo teve a força de uma explosão colossal, espalhando as ondas de prazer por todo o corpo, sendo representadas quase que fielmente por gemidos.

Sesshoumaru podia sentir todos os músculos relaxando, e tremerem de satisfação.

Ao fim, ambos arfavam, mas sorriam.

Assim como entrou, ele se retirou com tanta suavidade que parecia que estava a acariciando por dentro. Deitou-se ao lado, e ela aninhou-se em seu corpo. Ele passou seu braço forte por baixo dela e apertou-a contra si. Acariciando com a outra mão o quadril nu dela, e ela retribuiu, acariciando-lhe o peito.

- Como consegue?... – perguntou a ele num sussurro.

- Consegue o que meu anjo?

- Ser tão... sedutor, eu nunca pensei de fazer amor aqui com você.

- Não sou sedutor – comentou (N/A: ele não sabe o que esta dizendo ¬_¬). – os momentos propiciaram que nossos corpos se atraíssem... como um ímã... – ele a olhou no rosto e ela sorriu.

- Não sei como começou Sesshy, - Rin olhou-o seria, e ele fixou o olhar no rosto dela prestando a atenção em todas as palavras. – mas eu estou te amando de uma forma que eu nunca amei ninguém... é um sentimento totalmente novo, que renova meu ser a cada dia...

- Confesso que sinto o mesmo – ele assumiu, fechando os olhos e aproximando o rosto do dela. - , eu nunca tinha sentido algo tão forte por alguém, talvez... seja porque ninguém nunca me amou por mim... assim como você me ama...

- Um compromisso assíduo, onde ambos sentem amor um pelo outro... esse é o que temos Sesshy, e eu desejo que seja pela eternidade.

O prazer por interesse, o amor e a paixão pelo mesmo: esse era todo o sentimento que Sesshoumaru recebia de todas as mulheres que conheceu, ate conhecer Rin, era esse lamentável sentimento que ele conhecia antes de conhecê-la.

Rin o ensinou a sentir o verdadeiro prazer do amor e de viver o amor assim como ele a ela, que só conhecia a violência, as agressões... talvez o que ela estivesse sentindo era o puro amor, um amor que começou quando um amigo a acolheu.

Com o coração arisco por medo e desconfiança, demorou um pouco a perceber que a cura para sua dor, para sua alma estava tão próxima, e foi ele, Sesshoumaru que a curou, da mesma forma que ela o curou, o ensinando tudo o que o poder de amar podia fazer...

- Inu-Taishou-sama, você não acha que aqueles dois estão demorando demais para descer, já são quase duas da tarde...

- Fique calma Kaede, eles estão namorando, é melhor que ele namore bastante, ai o mau humor não desce junto com ele... não há nada melhor do que um momento com a pessoa que gostamos para revitalizar nosso ser...

- O senhor acha que esse namoro vai ter algum futuro?

- Eu não sei Kaede, mas de uma coisa eu tenho certeza, ele gosta dela, e muito...

- Como pode ter tanta certeza Inu-Taishou-sama?

-Como? – ele deu um sorriso meio de lado. – Ele já teve centenas de namoradas, mas eu só ouvi ele gemer uma vez, e foi hoje, eu desci porque eu não estava conseguindo me concentrar em nada, parecia que o quarto dele ia sucumbir...

Kaede estava extremamente vermelha com aqueles comentários. Viu Sesshoumaru nascer, viu Inu-Yasha nascer, mas nunca os viu ou ouviu transando com nenhuma namorada, e muito dificilmente, mais por Sesshoumaru, os viu dar um beijo em uma delas.

- Inu-Taishou-sama eu tenho que...

- Não fique com vergonha Kaede, eles cresceram, e agora estão tendo uma vida saudável... e tão bom vê-los bem, eu fico muito feliz...

Kaede olhou o brilho nos olhos daquele homem, ele nunca demonstrou muitos sentimentos, sempre teve pulso forte com os filhos e empregados, e com esse comportamento caudilho conquistou o respeito de todos. Nunca ninguém viu uma única lagrima descer de seus olhos, nem quando a mãe de Sesshoumaru o deixou, nem quando a mãe de Inu-Yasha fez o mesmo.

- Kaede por favor, prepare um chá para mim...

- Sim senhor... – a velha senhora sabia que ele queria ficar sozinho, parece estar sofrendo de saudades.

Quando o primeiro menino nasceu, sentiu uma alegria única, uma felicidade que transpirava pela pele, e quem o visse sabia que ele estava sentindo. Mas essa felicidade durou pouco mais de quatro anos e meio, foi uma depressão muito grande quando a primeira esposa o abandonou com o filho de quatro anos, e foi depois disso que o pequeno tornou-se frio.

Quando Inu-Yasha nasceu, sentiu uma felicidade muito grande, mas a mãe não resistiu e morreu de parto, e mais uma vez ele sofreu.

Após alguns anos, o filho mais velho se tornou muito rebelde, e espancava Inu-Yasha por motivos fúteis, mas nunca lhe disse que sua mãe havia morrido, e sim que o tinha abandonado, assim como a ele...

Mas podia sentir-se um tanto feliz, seus filhos cresceram, são bonitos, são bons, mesmo que frios as vezes. São inteligentes, e ele se orgulha deles, sem preferências.

Sesshoumaru é responsável, muito responsável, mas as vezes vacila. Já Inu-Yasha tenta ser indiferente quanto ao comportamento do irmão, e tenta fazer o melhor para si e para seus planos futuros.

Agora, depois de muitos anos, os dois irmãos “se dão bem”. Mas em parte, pois nenhum se mete na vida do outro...

Depois de um banho, Sesshoumaru e Rin finalmente desceram, e na sala de estar, Inu-Taishou, olhou-os, e ele parecia estar de muito bom humor.

- Boa tarde filho, como esta se sentindo?

- Estou com minha nádega direita muito dolorida... – ele o olhou um tanto frustrado, Rin deu uma risada abafada nas mãos.

- Isso vai melhorar daqui a uns dias... – Inu-Taishou fechou os olhos e deu um sorriso irônico. - ... é por causa do sedativo que tomou ontem...

- Não podia ter aplicado em outro lugar? – Sesshoumaru estava com uma veia saltada na testa por ter imaginado a cena de estar levando uma injeção naquele local.

- Não fique assim Sesshoumaru, foi só uma picadinha de nada, e você já é um homem feito para estar choramingando por uma coisa tão simples...

- Eu não estou choramingando... – falou entre os dentes.

- Sente-se filho, vamos conversar... – o pai pediu, batendo de leve no sofá, e Sesshoumaru olhou-o com tanta frieza que ele pode sentir o arrepio de onde estava.

- Não, eu prefiro ficar de pés...

- Como queira... – o pai deu nos ombros. – Eu já cuidei do Kaijinbou, o demiti...

- O jardineiro? – Sesshoumaru olhou-o confuso.

- Era ele quem estava informando a Kagura de suas particularidades, cuidei disso ontem depois que cheguei da delegacia com você.

- Deveria ter deixado eu cuidar disso... afinal é a minha vida...

- Ficou louco? Se fosse cuidar disso mataria aquele idiota, e eu não quero ver meu filho na prisão....

- Por falar em morte, eu consegui matar aquele miserável?

- Não, ele esta no hospital, felizmente eu consegui te deter antes que estragasse sua vida...

- Eu não vou agradecer por isso pai... você é um intrometido.

- Sesshy, não fale assim... – Rin o repreendeu.

- Ele é um ingrato mesmo...

- Não, não sou, mas eu preferiria que aquele idiota tivesse morrido, você ouviu o que gravei, ele violentava aquela criança dês dos dois anos de idade...

- Dês dos dois anos? Cretino... – o pai olhou-o serio.

- Mas ainda esta em tempo de matá-lo, onde fica o hospital?

- Se não parar de falar besteiras eu vou internar você numa clinica de loucos...

Inu-Taishou levantou-se serio, e Sesshoumaru deu um passo para frente em direção ao pai, mas foi contido por Rin, que estava seria.

- Sesshy, por favor... – ela pediu, mas ele deu um sorriso desafiante... recebendo um irônico do pai.

-  Fukai fukai mori no oku ni ima mo kitto 

Okizari ni shita kokoro kakushiteru yo...

( Estou certo de que um coração abandonado

Ainda se esconde no fundo dessa densa floresta...)

Inu-Taishou começou a cantar, e viu o filho assumir uma expressão totalmente constrangida, e estava ate um pouco corado.

- Quer que eu continue? – ele perguntou, sentando-se novamente e cruzando as pernas depois. O sorriso que residia nos lábios daquele homem era totalmente sarcástico.

- Tadaima!!!! – Inu-Yasha chegou e viu que Sesshoumaru estava um tanto... corado. – O que esta acontecendo?

- Eu acabei de descobrir um dom em seu irmão Inu-Yasha...

Sesshoumaru segurou forte na mão de Rin e saiu da sala, furioso e envergonhado. O pai estava cantando a canção que a uns dias atrás ele cantava no banho, e isso o deixou constrangido.

- Ele esta mal humorado, é melhor nem comentar o que a Kagura andou espalhando pela faculdade...

- O que foi que ela disse?

- Que a Rin esta morando de favor no apartamento dele, além de dizer que ela esta querendo dar o golpe do baú, se ele souber disso, ira arrumar uma grande confusão...

- Não temos como evitar Inu-Yasha, de um jeito ou de outro ele ira ficar sabendo...

Sesshoumaru caminhou furioso para fora da mansão, mas foi detido por Rin, que parou, segurando na mão dele.

- Sesshy, o que aconteceu, eu não entendi o porque ficou tão furioso por seu pai cantar um trecho de uma musica...

- Eu não gosto daquela musica... – mentiu um pouco corado ainda.

- Você esta mentindo... – ela o olhou com um sorriso, e ele suspirou.

- Esqueça Rin, e vamos logo, eu quero conversar com a mãe da Shiori...

“- Ele esta com vergonha por causa de uma musica, isso é muito estranho.” – Rin pensou, e após, maneando a cabeça começou a rir, acompanhando Sesshoumaru depois.

Uma hora depois, Sesshoumaru estacionou o carro frente à casa da mãe de Shiori, e viu uma menina brincando num balanço improvisado numa árvore. Ela sorria e tinha uma boneca não muito nova nas mãos, penteava os cabelos dela como se fosse sua própria filha.

Ele saltou do carro, e Rin que o acompanhava fez o mesmo. Ele olhou a menina e logo identificou, era ela, a pequena Shiori. Ainda estava com a pernas engessadas, mas podia brincar sentadinha no balanço.

Ele deu uma olhada na menina, e Rin o viu estreitar os olhos, fúria talvez por lembrar do que Musou foi capaz de fazer com uma criança tão indefesa.

Caminhou mansamente ate a porta, e viu a garotinha o olhar, tinha um sorriso nos lábios.

- Oi, o senhor veio visitar a mamãe? – ela perguntou anda sorrindo, e Sesshoumaru a olhou novamente, e acentiu com a cabeça.

- Sim nos viemos visitar sua mamãe, ela esta? – Rin aproximou-se e após abaixar para ficar da mesma altura fez um carinho no rosto da menina, e ela, com um lindo sorriso, apontou para onde a mãe estava.

- Ela esta lá trás...

- Obrigada... – Rin levantou-se e olhou Sesshoumaru, ainda muito serio.

- Shiori, quem esta ai? – a mulher perguntou, chegando ao local em seguida. – Ah! Sesshoumaru-sama, é o senhor? Vamos, - ela pegou Shiori no colo, e começou a andar em direção à entrada da casa. – Entre, eu vou preparar um chá para você e sua esposa...

Sesshoumaru e Rin entreolharam-se e depois viram a mulher colocar Shiori no sofá, indo depois para a cozinha.

- Esposa? – ele sorriu. – Ate que não é uma má idéia...

Rin deu um sorriso totalmente sem graça, estava vermelha como um pimentão, e tratou logo de mudar de assunto.

- Nossa Shiori que boneca bonita, qual o nome dela?

- O nome dela é Satsuki, diz oi para ela Satsuki! – A menina aproximou a boneca de Rin, como se ela pudesse falar.

Rin deu um largo sorriso e olhou para Sesshoumaru, ele estava serio, mas por dentro admirava a paciência e o carisma que ela conversava com aquela criança.

Logo, a mãe da menina apareceu com uma bandeja com chá e três xícaras. Ela pois a bandeja em cima da mesa de centro, e logo serviu as xícaras.

- Sem açúcar por favor... – Sesshoumaru pediu.

Depois da mulher servir as xícaras, ela entregou uma para Rin e outra para Sesshoumaru.

- O que devo o prazer da suas visitas? – ela perguntou com um meio sorriso.

- Eu trouxe novas noticias... – Sesshoumaru olhou para Rin, indicando para que ela tirasse Shiori daquele local.

- Shiori, será que sua mãe deixaria você dar uma volta?

- Não sei, mamãe eu posso?

A mulher olhou para Rin depois para Sesshoumaru, e viu-o acenar com a cabeça positivamente, indicando que era para ela deixar.

- Pode sim minha querida, mas não demore muito tá...

- Eu não vou muito longe... – ela pegou Shiori no colo e a levou para fora, onde ela começou a brincar com a menina.

- Você e sua esposa não tem filhos?

- Ela ainda não é minha esposa... – falou serio.

- Ah me desculpe, mas é que parece que vocês são casados, parecem tão apaixonados...

- Eu trouxe uma boa noticia, o Musou foi preso ontem, e eu vim trazer alem da noticia os exames de sua filha, recomendo que os guarde por precaução.

- Ele... foi preso... – ela levantou-se e lagrimas escorreram de seus olhos.

Sesshoumaru levantou-se e ainda serio observou-a. Mas não esperava de receber um grato abraço daquela mulher. Ficou surpreso com aquele súbito gesto.

- Muito obrigado Sesshoumaru-sama...

Ela afastou-se dele e o olhou, e após fez uma respeitável reverencia, e ele assentiu com a cabeça.

- Mamãe! Olha só! – Shiori estava radiante, Rin a levou para dentro no colo, e ela, muito feliz mostrava para mãe um presente que ganhara de Rin.

- Que linda, você já agradeceu a moça por ter lhe dado ela?

- Ah sim, e eu ate coloquei o nome dela de Rin... – Rin entregou a menina para mãe muito sorridente.

- Obrigado aos dois, foi como um anjo em nossas vidas.

- Mamãe, quem é esse moço bonito? – Shiori perguntou sorrindo para a mãe, e depois olhou Sesshoumaru um pouco seria.

- Esse moço chama Sesshoumaru, e ele é uma pessoa muito boa.

- Sesshoumaru-sama, eu posso te dar um abraço?

Ele olhou para Rin, e ela sorriu inclinando o rosto para o lado. Ele então aproximou-se de Shiori e a menina com seus pequenos braços enlaçou o pescoço dele, e ele delicadamente pousou uma de suas mãos nas costas da menina. Ao separarem-se ela deu um carinhoso beijo no rosto dele e depois sorriu.

- Não sei o porque esta aqui, mas se fez a mamãe sorrir é porque o senhor fez algo muito bom, obrigada Sesshoumaru-sama.

- Não foi nada... – ele olhou com um fino sorriso para a menina, vendo tamanha inocência no brilho daquele olhar infantil.

Sua consciência estava tranqüila finalmente, a menina iria ter uma vida quase que normal, nunca esqueceria o mal que lhe foi causado.

A estima de Sesshoumaru estava alta, conseguiu resolver o caso da Shiori e o caso de Musou ao mesmo tempo, agora iria partir para uma nova etapa, a mais difícil, encontrar e prender Kouga novamente. Já estava agilizando os documentos, mas não tinha pistas do rapaz, não nessa cidade.

- Caso encerrado... isso me deixa muito contente.

- Parabéns Sesshy, estou muito orgulhosa de você...

- O que você acha de comemorarmos?

- Comemorar como?

- Vamos jantar... o que você acha dessa idéia?

- Muito boa...

Logo estavam a caminho de um restaurante de preferência do rapaz, normalmente um muito bom com musica e salão para dançar.

Comemoraram com grande estilo, e ainda mais apaixonados um pelo outro, ate dançaram, e ele sorria como nunca, ate ficava estranho naquela forma. Mas tudo era alivio, por finalmente poder deitar-se nos travesseiros e poder dormir em paz com sua própria consciência.

 


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