Rich Boy and The Geek escrita por O Livro de Eli


Capítulo 17
The Crow, the Owl and the Dove




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Após passar a noite se retorcendo no sofá, e depois ter de tomar café com risinhos debochados de Miranda, Jonathan finalmente pode ir embora. Chegou em casa cansado, tinha passado por uma noite mal dormida e ainda iria para a casa de Bruce. Sem falar de seu primo que não havia dado sinal de vida. Eram dez horas da manhã, havia ligado para Bruce na volta pra casa e prometera ir a partir das 4 da tarde.

Jogou-se em sua cama e ficou encarando o teto por longos minutos. Seu sono tinha ido embora, assim, de repente.

Catou seu celular, e percebeu que ele ainda estava sem bateria, então resolveu ligar para Selina do telefone de casa mesmo. Levou o aparelho branco ao ouvido e digitou os números que havia decorado.

- Alô?

- Selina, sou eu, e...

- Brincadeirinha, deixe sua mensagem após o bip! – Jonathan encarou o telefone antes de coloca-lo de volta no lugar. Aquilo era tão infantil.

- Bom, acho que dá pra eu passar na casa dela antes de ir para a do Bruce... – Jonathan falou para si próprio, caminhando lentamente até o banheiro, na intenção de tomar um banho quente e trocar aquela roupa amassada.

*

Selina deu um soco em seu boneco de treinamento, fazendo com que ele caísse. Ela ainda ficou pulando no mesmo lugar em que estava, para se exercitar melhor. Estava com raiva por ter perdido a amiga Rachel, e precisava descontar aquela raiva em alguém, e já que não podia descontar em ninguém que fosse vivo, descontava no seu velho boneco no qual sempre treinava antes de ir para a escola.

Ali estava todo o seu segredo. Horas e horas de treinamento. Meditação. Ioga. Passou anos se preparando para entrar na Universidade de Gotham, embora soubesse muito bem que os meninos iriam preferir cobiçá-la ao em vez de tentar bater nela. Mas não custa nada, não é mesmo?

Sua mãe sempre quisera um menino, então Selina sempre achou que se comportando como um, pudesse ter a atenção da mãe, mas mesmo assim não funcionava. Como castigo por ter rejeitado a filha, ela tivera outra menina quando engravidou novamente. Selina continuou treinando, porém desistira de tentar ser um garoto, e começara então a perceber os modos femininos.

Mas claro que Selina ainda tinha seu lado “macho”.

Jogou suas luvas de boxe longe e pegou seu celular em cima da mesa, e percebeu que tinha deixado desligado. Ligou-o e percebeu uma chamada não atendida.

Selina mordeu o lábio inferior ao perceber de quem era a mensagem e começou a saltitar.

- Sabia que ele não tinha se esquecido de mim! – Ela falou e começou a dar pulinhos, dando de cara com seu pai na porta. Instintivamente jogou seu celular longe e fez uma pose séria; seu pai era do exército. – Bom dia, senhor.

- “Ele”? – Jonah ignorou o cumprimento formal da filha e a encarou curioso – Aquele magrelo esquisito que você me apresentou outro dia?

- Nossa, mas você gostou de pegar no pé dele! – Ela cruzou os braços, emburrada – Já falei que ele não é esquisito, ele é inteligente.

- Não sei o que você viu nele, eu já te apresentei tantos meninos que servem no quartel que eram bem mais... Sabe... Bem mais que esse Jonathan.

- O que eu posso dizer? – Selina abriu os braços – Eu acho que inteligência é realmente muito sexy.

Jonah riu do comentário da filha e lhe deu um abraço bem forte e cheio de carinho. Ele havia dito a ela que iria viajar por um tempo junto do quartel e provavelmente ficariam sem se contatar por um bom tempo.

- Tem como eu persuadi-lo a ficar? – Ela perguntou ainda abraçada nele.

- Minha filha, eu não vou para a Guerra. – Ele rolou os olhos achando graça da filha. – Mas talvez se você me fizer aqueles bolinhos de chocolate que só você sabe fazer, eu possa adiar minha ida por um ou dois dias. – Ele afastou a filha e sorriu – E você sabe muito bem que eu posso fazer isso.

- Vou comprar farinha. – Selina empurrou o pai e saiu correndo para a rua, não teria o que não fizesse para que seu pai pudesse ficar, nem que fossem por mais algumas horas, assim podia ensaiar sua despedida. Sabia que ele ia voltar, mas também sabia que essa volta provavelmente demoraria.

Assim que pegou o dinheiro que tinha em cofrinho de porco, saiu correndo novamente pelo pátio da casa, passando por seu Dálmata e por sua Lessie que estava latindo para ela. No momento em que virou o rosto para prestar atenção em seus animais, esbarrou feio em alguém.

- Ai! – Ela reclamou tentando achar algo para se equilibrar e tentar descobrir em que esbarrara.

- E por isso que eu não aconselho que corram sem olhar pra onde está indo. – Selina arqueou uma sobrancelha – Tá, isso não fez sentido, mas você entendeu.

- Johnny! – Selina o abraçou bem apertado, e depois segurou o rosto dele como se quisesse garantir que era o mesmo – Por que não falou que vinha? E aliás, tem um portão lá na frente, você podia ter tocado a campainha.

- Também é bom te ver. – Ele falou, beijando ela logo em seguida. Selina ficou estática por um momento, era a primeira vez que Jonathan tomava a iniciativa de beijá-la.

- Ei, sem agarramentos, por favor. –Jonathan encarou Jonah que estava de braços cruzados para eles. Selina percebeu que ele corou.

- Foi mal, senhor.

- “Foi mal”? Não é assim que pedem desculpas no quartel, filho! Às vezes pagamos de 20 a 30 polichinelos.

- Não estamos no quartel, pai. – Selina falou antes que o pai desse uma aula de quartel ao seu namorado.

*

Jonathan ficou sem jeito quando seu sogro falara aquilo. Mal conseguia parar em pé, nem morto que ia fazer polichinelos.

- Tudo bem, eu só estou brincando – Jonathan suspirou aliviado e percebeu que ainda estava abraçado em Selina – O mercado já vai fechar, minha filha.

Jonah saiu do campo de visão deles e os dois se encararam.

- Foi por pouco.

- Quase. – Selina concordou rindo – Vem, eu tenho que ir ao mercado.

*

- Ei, Macarroni – Jack não pode deixar de rir do apelido que Harley havia dado a Maroni, que estava jogando vídeo game com eles – Sua vez.

Jack passou o controle do vídeo game para Maroni e ficou esperando Harley perder para ele poder jogar novamente. Como ele sabia que ela ia vencer? Bom, não era a toa que quando estudavam juntos, os colegas diziam que Maroni estava “apto a um apocalipse zumbi”. Resident Evil era um dos jogos que faziam mais sucesso entre os adolescentes.

- Ei Jack, Jonathan me contou que vai ser o Romeu em uma peça de teatro. É verdade essa história? – Ele perguntou e Jack se lembrou momentaneamente da peça.

- Ah, sim. – Rolou os olhos – Aquela baboseira chata, todo ano é a mesma coisa. Espero que explodam a escola no dia da peça.

Maroni e Harley riram do comentário de Jack, mas somente ele sabia o quanto queria que explodissem aquela escola mesmo. Não aguentava mais aquele inferno. Se não ele mesmo iria explodi-la.

- Jonathan comentou com você sobre Bane? – Jack perguntou, pensando em algo para se vingar daquele grandalhão que havia roubado seu posto de valentão na escola.

- Não, mas ele chamou esse nome uma noite dessas. Acho que sonhou com ele. – Maroni riu.

- Jonathan tem medo dele – Harley comentou – E Jack também tem, né docinho?

Jack não se deu o trabalho de responder. Ele não tinha medo de Bane, somente o odiava. Talvez o invejasse por causa da máscara, que era o motivo de ele ser tão “poderoso”.

- Jack, sua vez. – Harley chamou. Há, não tinha previsto?

*

Bane percebeu que Miranda o encarava de um modo estranho assim que chegou a sua casa para conversar com Ra’s. Ela ficara longe deles e não dissera uma palavra, nem o cumprimentou. Não queria ter Miranda como inimiga, queria que ela ficasse do seu lado e do professor de jiu-jitsu e que ela pudesse entender o lado deles. Embora fosse estranho para Bane, entendia que seus pais trabalhavam como Terroristas não por que queriam, e sim por que já estavam no negócio e apenas obedeciam as ordens.

Assim que soubera que seus pais receberam o comando de explodir a escola de Gotham como um tipo de ameaça para algo bem maior, ele estremecera, e achara aquilo muito... Triste. Mas então se lembrou de que não importava onde fosse, mesmo que fizesse amigos, todos o temeriam por causa da máscara. Talvez fosse aquele o seu destino: odiar a todos e matar quem fosse necessário.

A sobrevivência do mais forte, por Charles Darwin.

Bane era a bota, os vermes eram os alunos e professores.

Ra’s recebeu uma ligação e caminhou até o quarto para atendê-la. Bane se aproximou de Miranda, que ficou observando-o com um olhar magoado.

- Miranda, por que não fala comigo? – Bane colocou a mão por cima da dela, que estava repousada sobre a mesa, porém ela tirou assim que recebeu o contato.

- Você traiu minha confiança – Ela falou com aquele sotaque francês grave que Bane tanto amava nela. – Você traiu nossos amigos.

- Eu não tenho nenhum amigo além de você. - Ele falou, olhando dentro dos olhos dela. Fez uma pausa antes de continuar – Será que teria como eu reparar meu erro e fazer você voltar a ser minha amiga?

- Desista disso tudo.

Ele suspirou.

- Sabe que não posso.

Miranda ficou encarando Bane, ela percebeu nos olhos dele o pouco de esperança que ele tinha de se reconciliar com ela irem embora de repente. Ela não queria ficar bravo com ele. Ela não conseguia.

- Então me fale mais sobre sua máscara.


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Notas finais do capítulo

Fiquei sabendo que a cena que explicava o por que da máscara do Bane foi tirada do filme TDKR então eu procurei na internet e descobri a explicação. Então o começo do próximo capítulo é destinado a explicar o que tem embaixo da máscara e daquele monte de cinto que ele usa. Bjs ;*