Rich Boy and The Geek escrita por O Livro de Eli


Capítulo 18
My boyfriend is afraid of roaches


Notas iniciais do capítulo

Adorei esse capítulo! U.U
Acho que não consegui explicar direito a história da máscara, mas gostei do mesmo jeito :P



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/252850/chapter/18

- Não só a máscara, como também os cintos que eu uso, é consequência de um acidente muito horrível que sofri. – Bane falou enquanto tirava a máscara. Miranda vibrava ao ver que ele não era um monstro sem a máscara. Detalhe: ele tinha nariz. – Há muito tempo, eu estava em um shopping, brigando com minha mãe por um vídeo game novo que havia acabado de entrar nas lojas, e ela insistia em querer me comprar um celular – Bane tinha uma voz linda e um sotaque britânico impecável. Ela o encarava, encantada, não podia ser... Estava apaixonada por ele! – Finalmente chegamos a um acordo. Acabei ficando com o celular e no mês seguinte, quando meu pai receberia seu pagamento pelo trabalho, que pra mim até então era desconhecido, eu receberia o vídeo game. – Ele tinha os olhos vazios enquanto falava, era quase como se estivesse longe – Me separei da minha mãe para poder ir ao cinema olhar um filme, e quando entrei na fila para comprar o ingresso, levei um tiro. Sem mais, nem menos.

- Um tiro?! De quem? – Ela perguntou abismada, achando impossível que ele tenha levado um tiro e sobrevivido. Miranda não sabia direito como funcionava aquele lance de levar tiros, para ele, quem levasse tiro, morria.

- Eu não sei. Algum doido. – Ele falou simplesmente dando de ombros. – Ele ia acertar outra pessoa, uma menina que estava na minha frente, era o alvo dele. Mas o destino me fez interferir e levar um tiro nas costas pela menininha. – Ele fez uma longa pausa, com certeza se lembrando de tudo o que passara – O cara fugiu, mas não foi muito longe. Minha mãe e meu pai me levaram ao médico e eles fizeram uma cirurgia em mim, retiraram a bala, mas eu fiquei sem o movimento das pernas. Minha mãe ficou doida. Ela foi atrás dos médicos mais sábios que existiam e os fez criar algo pra me fazer voltar a andar. Amor de mãe. Típico. – Ele segurou as mãos de Miranda e ficou as encarando – Quase um ano depois, veio o resultado. Uma porrada de equipamentos. Eu tinha uma cicatriz enorme, pois os médicos burros daquela época não acharam a bala e simplesmente abriram toda as minhas costas e aquilo me fazia sentir uma dor horrível. A máscara foi só um jeito de fazer com que essas pequenas agulhas ficassem presas ao meu pescoço, elas transportam um liquido verde, ele se chama Venom. E esse liquido está em todas as agulhas dos cintos. Esses aqui – Bane falou se virando um pouco para que Miranda pudesse ver uma listra que descia até sua cintura, e parecia quase uma parte do corpo dele – estão todos ligados na minha coluna. Não sei como aqueles médicos conseguiram, mas eu voltei a andar. Nunca mais fui o mesmo, mas voltei a andar e nunca mais senti dor.

- E onde estão os médicos?

- Estão tendo uma vida até mais do que perfeita com suas famílias em alguma casa com praia ao fundo. Foi a forma de agradecimento da minha mãe, muito dinheiro.

- Uau. – Miranda falou boquiaberta, como se estivesse ouvindo a história mais incrível que já ouvira na vida. Aliás, o que era mais incrível que aquilo?!

- Miranda... – Bane continuava segurando as mãos dela, e olhava fixamente em seus olhos – Será que nós podíamos... Ser namorados... Como Jonathan e Selina?

- Mas é claro que sim! – Miranda riu e logo em seguida se lembrou de algo. Ela pulou em Bane o abraçando e depois saiu – Nós nos acertamos depois, eu tenho que fazer uma ligação urgente!

*

- Você normalmente faz toda essa bagunça pra poder fazer um bolo de chocolate? – Jonathan perguntou mexendo a calda de chocolate da panela para que não grudasse no fundo, ao mesmo tempo encarava a farinha que Selina “acidentalmente” derrubou no chão na tentativa de assoprar nem seu rosto.

- Eu fiz essa bagunça? – Ela colocou as mãos na cintura e mexeu o pescoço de um jeito engraçado – Você revirou todo o armário de baixo procurando algo que eu disse mil vezes que estava no armário de cima.

- Desculpe, eu estava prestando atenção nas suas pernas e não no que você estava falando. – Jonathan falou debochado e Selina jogou mais farinha nele. A morena tentou cobrir suas pernas, já que ela estava apenas de bermuda e Jonathan não parava de encará-las. Mas ele parecia longe.

- Não olhe para as minhas pernas. – Ela falou terminando de fazer o formato dos bolinhos para o seu pai. – Johnny, presta atenção no que você está fazendo, senão vai acabar sujando todo o fogão! E aí eu vou fazer você limpar!

Selina ouviu a música de toque do seu celular e limpou as mãos rapidamente em qualquer pano que achou e foi atender. Na tela estava o número de Miranda, e tinha uma chamada não atendida do Blake. Ela colocou o celular no ouvido e começou a andar, mania que ela tinha quando estava ao telefone.

- Oi Mi!

- Saí dessa, amiga. Ele joga no mesmo time que nós! – Selina parou de andar e franziu o cenho sem entender o que aquilo queria dizer.

- Na língua formal, por favor.

- Jonathan é gay! – Selina não pode evitar rir – Não ria, é sério! Escute, eu não queria te contar, e ele vai me matar se souber que te contei, mas ele dormiu aqui na minha casa, e não, não aconteceu nada... Embora eu quisesse que acontecesse, mas não aconteceu, hehe, continuando... Ele me contou que gosta do Bruce!

- Alôôôô – O cérebro de Selina estava todo embaralhado por causa do modo rápido que Miranda falava – Andou cheirando, é?!

- Ai, amiga! Você tem que acreditar em mim! Bane acabou de me contar que Bruce também disse pra ele que gostava do Jonathan! É muita coincidência, né?!

- Olha, depois que o efeito da maconha passar você torna a me ligar, ok? – Selina desligou o celular e o jogou longe, sem se importar com os danos que aquilo iria causar e... Ela se jogou no chão para pegar os pedaços do celular que voaram para todos os lados. Ela tentou remontar o celular enquanto ria nervosamente. – Lembre-se Selina, não tente imitar as pessoas dos filmes, o celular que elas jogam na parede não são delas... Ah, meu Deus, onde foi parar meu chip?!

*

- JERVIS TETCH! – Edward gritou de repente assustando Bruce e John que olhavam para o nada quietos.

- Ah, meu Deus, ficou doido?! – John perguntou colocando a mão no peito por conta do susto que tinha levado.

- Não, é que eu lembrei o nome do menino que vai dividir o quarto comigo... Cara, eu estava aqui reproduzindo minha conversa com o Jonathan, até achei que ainda estava falando com ele...

- Ficou doido, completamente – John disse arrancando a folha do caderno, fazendo uma bolinha de papel e jogando em Bruce, que ainda encarava a parede com a mente longe. Bruce pegou a bolinha de papel e ficou encarando o rascunho do amigo.

- O que seria isso? – Bruce perguntou se referindo ao pedaço de papel.

- Uma carta de amor para minha namorada – Edward e Bruce o encararam assustados – Se eu tivesse uma, claro.

- Ai, você não tem jeito, né, zé-graça? – Bruce resolveu ler a carta, não tinha muito que fazer mesmo. Estava esperando Jonathan chegar, ele havia dito que viria, mas até agora nada. Só esperava que ele não tivesse se perdido de novo. – Coração com dois ‘s’? – O menino rico encarou Blake, que ficou vermelho de vergonha – Nossa. Você se superou nessa. Nunca vi tanto erro de português. Fora as palavras que estão indecifráveis.

- Bruce, ache algo pra gente fazer antes que eu morra de tédio. – Edward gemeu encarando o teto do quarto.

- Guerra de travesseiros? – Ele sugeriu.

- GUERRA DE TRAVESSEIROS, IÁÁÁ! – Blake gritou batendo com um travesseiro em Bruce e então a brincadeira começou. Risos, penas voando para todos os lados – que, consequentemente eles teriam que juntar do chão e por de volta nos travesseiros antes que Marta descobrisse – e gritos. A maioria do barraqueiro Blake.

*

Selina estava de quatro – uma posição não muito legal – tentando achar seu chip, que sumira em sua tentativa de parecer uma atriz de filme jogando o celular longe. Ela esticou sua mão até em lugares onde ela normalmente tinha medo de colocar por achar que tinham aranhas lá.

Bobagem dela, era impossível ter aranhas em seu quarto!

Uma coisa subiu em sua mão, e como o quarto estava com a luz apagada ela não pode ver o que era.

As patinhas geladas começaram a fazer cosquinhas no braço dela e ela não pode evitar gritar.

- AHHHH MEU DEUS DO CÉU SOCORRO TEM UM DEMÔNIO SUBINDO EM MIM – Selina tentou tirar o braço debaixo da cama, se debatendo toda, mas a barata continuava em seu braço, fazendo cosquinhas. Jonathan correu até o quarto.

- Fique calma, Selina eu tiro de você! – Jonathan falou, fazendo com que Selina ficasse parada, suando frio. A barata de repente abriu as asas e voou, assustando Jonathan – AI MEU DEUS SOCORRO!

Jonathan saiu correndo para fora do quarto como uma gazela assustada, e após longos minutos daquela gritaria, Jonah entrou no quarto da filha e jogou um sapato qualquer no inseto, que caiu morto no chão.

Selina já estava bem mais calma, mas Jonathan ainda parecia apavorado.

Meu Deus, será que meu namorado é mesmo gay?!

Para piorar a situação do menino, Jonah pegou a barata morta na mão e chegou perto de Jonathan, que começou a gritar de novo e saiu correndo. Pai e filha se encararam.

- Minha filha...

- Sem comentários. – Os dois começaram a rir, enquanto lá fora, Jonathan dava jeito de pegar o caminho mais rápido pra casa de Bruce.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!