Living Dead - EM HIATUS escrita por lolita


Capítulo 15
XIV - I Want You Here


Notas iniciais do capítulo

Plumb - I Want You Here
OLHA GENTE, EU POSTEI CAPÍTULO NOVO, ERGUEI AS MÃOS E DÁI GLÓRIA A DEUS!!! TUTZ TUTZ TUTZ TUTZ QUERO VER
Ah, MUITO MUITO MUITO OBRIGADA MariFicChase pela linda recomendação! Sério, eu amei, muito obrigada de verdade, awn, significa muito pra mim, fiquei muito feliz. ♥



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I waited so long for you to come. Then you were here, and now you’re gone. I was not prepared for you to leave me. Oh, this is misery...
Are you still there?

Já havia três semanas desde que Annabeth fora sequestrada. Três semanas que Perseu Jackson morria cada vez mais por dentro.

Coisas estranhas vinham acontecendo em Bridgeport, e ninguém sabia o que era exatamente. Caçadores que iam à procura de seu jantar dentro da floresta não voltavam mais, crianças que se aventuravam no mesmo local, encontradas mortas – quando encontradas. Mas ninguém nunca via nada, ninguém nunca sabia de nada, e isso era o que mais estava preocupando os moradores, pois não sabiam com o que estavam lidando.

Percy pensava em tudo isto enquanto seu corpo se mexia com o balanço da carruagem. Paul recebera uma mensagem de Frederick dizendo que ele havia uma notícia sobre Annabeth, e agora eles se encaminhavam para o castelo do rei. O coração de Percy batia forte e estava quase saindo pela boca, de tanta ansiedade. Embora fosse improvável, ele permitiu-se criar expectativas e imaginar que Annabeth já estava em seu lar, sã e salva. Ele não aguentava mais ficar sem vê-la, sem abraça-la e, deuses, principalmente sem sentir seus lábios contra os dele.

Quando por fim chegaram a seu destino, Percy praticamente pulou para fora da carruagem. Alguns poucos oficiais de busca estavam ali, com seus cavalos bem preparados, e aquilo fez Percy se ver novamente na noite em que soube do desaparecimento de Annabeth.

– Majestade – Paul cumprimentou assim que Frederick e Atlas se juntam a eles. Percy e seu pai fizeram uma breve reverência ao rei. – Quais as novas?

– Bem – Atlas começou. – As coisas não têm melhorado, na verdade. Meus buscadores informaram que houve um... incidente, na última noite.

Atlas olhou para os homens que estavam ali, inquirindo o líder da patrulha a falar, quem Percy já conhecia como Evan. Um incidente? Teriam eles encontrado os capangas, mas algo os impedira de pegá-los? Teriam visto Annabeth? O coração de Percy deu várias piruetas.

– Bom, como devem saber, uma vez na floresta, nós nos dividimos em pelo menos dois homens para uma área diferente, todas sendo possíveis de acordo com as pistas que estávamos seguindo. Uma das duplas, porém... – o guarda pareceu nervoso. – Nós ouvimos o sinal de emergência deles, mas quando chegamos lá, o oficial Kroeger já havia desaparecido, e o outro da dupla... Bem...

Evan olhou para a carruagem que estava logo na frente da de Percy. Atlas foi até lá e abriu a porta, e eles se aproximaram. Dentro havia outro guarda também oficial de busca; este era relativamente magro em comparação aos outros, havia olheiras escuras abaixo dos olhos, e ele estava encolhido no assento, tremendo e com as mãos juntas entrelaçando-se uma na outra, como se estivesse bolando um plano maligno, mas ele parecia nervoso e muito, muito amedrontado.

– O que houve com ele? – Percy perguntou baixo.

O líder deu de ombros. – Seja lá o que tenha acontecido, o oficial Chad ficou completamente traumatizado. Não conseguimos arrancar nenhuma resposta dele; ele não come, não bebe, não dorme, e não diz nada que nos forneça respostas.

Percy olhou para Chad.

– Me pegar... elas irão me pegar... – os lábios do homem tremeram. – Até o fim do dia, as sombras irão me alcançar...

– O que? Chad – Percy decidiu tentar. – Quem irá te pegar? Quem são eles?

– A dama. – Chad olhou diretamente para ele, os olhos avermelhados, manchados e amedrontados. – A dama cinzenta irá me alcançar...

– Dama cinzenta? Ele já disse algo sobre isso para vocês?

Evan franziu a testa. – Não, nunca em todas nossas tentativas. – Ele olhou com atenção para Chad.

– Você pode noz dizer quem é esta dama?

– As árvores... as sombras... as árvores estão cercadas pelas sombras, e elas o pegaram. Elas irão me pegar também!

Evan bufou. – As árvores! As sombras! Ele fica dizendo esta mesma baboseira o tempo inteiro? Quer que acreditemos que as sombras mataram o oficial Kroeger? – ele berrou, completamente irritado, mas Chad não pareceu ter ouvido, nem parecia ver o mesmo que eles viam. Seus sentidos estavam todos presos em uma alucinação assustadora dentro de sua própria mente. Evan suspirou.

– Bem... Se ele não pode oferecer respostas, nem está em condições de continuar na busca, sugiro que terminemos logo com seu sofrimento. – Frederick disse pegando sua espada na cintura.

– Majestade, tem certeza? – Atlas perguntou.

– Quem vai querer ficar com um louco nestas condições, Atlas? Ele mesmo vai acabar morrendo logo em breve por ficar sem comer e beber. Será melhor pra ele se o livrarmos de tudo isso de uma vez.

Percy não sabia por que, mas tinha a sensação de que aquilo era apenas pretexto por parte de Frederick para tirar a vida do homem, mas Percy não imaginava quais seriam seus reais motivos.

Atlas fez um movimento com a cabeça que ordenava os homens a tirarem Chad da carruagem. Eles o ajoelharam no chão e prenderam suas mãos atrás das costas. Chad nem mesmo parecia se dar conta do que estava prestes a acontecer. Frederick mirou a espada na linha do pescoço do guarda, e assim que a desceu, Percy virou o rosto, pois realmente não estava com vontade de assistir aquilo. O barulho nauseante da cabeça sendo decepada encheu seus ouvidos.

Ele, porém, desviara o olhar para dentro da carruagem e deu de cara com algo que conhecia de algum lugar. Era um livro fino cuja capa de couro marrom estava envelhecida. E aquilo lhe era muito familiar...

Flashback:

Percy era apenas um garoto de 12 anos. As famílias Chase e Jackson haviam viajado para a casa de praia para as crianças aproveitarem o verão, e Rachel, Silena e Perseu se divertiam do lado de fora, na areia ou no mar. Menos Annabeth.

Ela estava presa no quarto, fazendo algo que Percy estava doido para saber. Em certo momento, ele olhou para uma das janelas no segundo andar da casa e percebeu que ela os observava. Ela estava de castigo por motivos desconhecidos e não poderia descer para se juntar a eles. Se era assim, então, Percy iria lá para se juntar a ela. Ninguém o proibira disso. Ela era sua amiga e ele era um dos poucos que prezava de sua companhia, afinal, mesmo ela sendo 3 anos mais nova que ele.

– O que está fazendo? – perguntou assim que chegou ao quarto das garotas, assustando Annabeth, que parecia bastante concentrada em algo no seu colo.

– Nada, só... –não terminou de responder, apenas gesticulou para o que Percy notou ser um caderno. Ele se aproximou para curiar, mas ela rapidamente fechou. Seu instinto imediatamente foi tentar pegar o caderno.

– Deixa eu ver, por favor! – ele pediu tentando puxá-lo.

– Não, Percy! É segredo! – ela reclamou puxando de volta. Mas dito isso, ele apenas ficou com ainda mais vontade de ver.

Percy conseguiu puxar o caderno de couro marrom, no final, mas não conseguiu abri-lo. Não só porque Annabeth estava implorando para ele não ver, mas também porque ele lembrou-se de quando via na escola, alguns garotos da sua idade fazendo esse mesmo tipo de brincadeira, e esses mesmos garotos costumavam rir de Annabeth e nunca perdiam a oportunidade de dizer o quanto ela era estranha.

Ele a devolveu o caderno, porque se ela realmente não queria que ele não visse o que havia dentro, não era legal de sua parte insistir em fazê-lo. Percebeu que ela ficara aborrecida com seu comportamento, e se sentiu mal com isso, porque ele não queria ser só mais um garoto que implicava com ela.

– Desculpe, eu não queria te aborrecer.

Ela mantinha o caderno apertado contra o tronco e fitava o chão com a testa franzida. Então ela respirou fundo e suavizou a expressão.

– Tudo bem, Percy. Eu só... Não gosto que vejam, são apenas desenhos idiotas.

– Se são idiotas, então por que não gosta que vejam? – ele sorriu.

Ela sacudiu a cabeça e olhou pela janela. Percy viu em seu olhar, que Annabeth estava distante e triste com algo. Não era nenhuma surpresa ela estar triste, considerando o fato de que desde que chegaram ali, Frederick não a deixara em momento algum ir explorar e se divertir.

– Sabe quando Rachel está irritada ou triste com alguma coisa? – ela perguntou quando Percy nem achava mais que ela falaria alguma coisa.

– Sei sim.

– Então, quando ela está assim, normalmente ela começa a pintar. E ela me explicou que isso é bom para... se sentir aliviado. E é o que eu estava fazendo.

– Ah... – Percy respondeu. Diante da declaração dela de que estava mesmo triste, ele se sentiu no dever de dizer algo para que ela se sentisse melhor, mas tudo o que conseguiu pensar foi: - Não gosto quando você fica triste.

Annabeth apenas o olhou, daquele jeito que dizia que ele não precisava se preocupar, ele já deveria estar acostumado. Quando ela o olhava assim, ele se esquecia de que ela possuía apenas 9 anos de idade. Na verdade, quase sempre ele esquecia. Era fácil imaginar que tinham a mesma idade.

– Se quiser desenhar sobre como sou chato, sinta-se livre para fazê-lo. – Ele disse e Annabeth riu em resposta.

– Não, Cabeça de alga. Agora eu vou apenas terminar o desenho que eu estava fazendo, está bem?

– Tá, mas se importa se eu ficar aqui com você? – ele perguntou. – Prometo não tentar ver o seu desenho.

Ela franziu o cenho, hesitante, mas por fim respondeu:

– Tudo bem, mas... Por quê? O dia está claro e bonito como não tem sido há tempos, por que quer ficar aqui nesse quarto abafado?

– Porque é aqui que você está. – Percy respondeu e sorriu a princípio, mas então percebeu que ela corara fortemente e se deu conta de o quanto aquilo soara como... Bem, como se ele gostasse dela... De outra forma, e isso o fez corar também.

– E-eu quero dizer... Você está aqui há um tempão, sabe, e eu pensei... Eu só pensei que talvez, talvez você quisesse companhia. Mas não quero dizer que você... – Mas ele foi interrompido pela risada tímida dela.

– Tudo bem, Cabeça de alga. – Então Annabeth se encolheu contra a parede, abriu o caderno em cima de suas coxas e pôs-se a se concentrar novamente no que quer que fosse que ela estivesse desenhando.

Ele ficou ali, sentado de frente para ela, observando suas expressões; quando ela parecia estar tentando ter alguma ideia, ou quando parecia se lembrar de algo, a forma como mordia os lábios de concentração, e pensou em como não conseguia de forma alguma acha-la estranha ou assustadora. Era o que seus colegas na escola achavam dela, e a ridicularizavam por ser apenas uma criança que era odiada por todos, até pela própria família, mas tudo o que ele conseguia pensar quando a via era em como ela tinha uma grande semelhança com as princesas das histórias que ouvia...

Flashback Off

Tudo aquilo passou pela mente de Percy como um borrão, rápido o suficiente para fazê-lo decidir-se rapidamente a pegar o caderno bem disfarçadamente e escondê-lo dentro do paletó, como se estivesse se ajeitando.

Lembrar-se da forma como as crianças ridicularizavam Annabeth na escola sem motivos o enchera momentaneamente de fúria. Fora por isso que ela insistira à mãe para passar a receber aulas no próprio lar. Assim, Elizabeth conseguira convencer Frederick com argumentos de que seria mais exclusividade para os filhos, principalmente se fossem educados pelo renomado filósofo Sofista Dédalo.

Tanto que Annabeth havia perdido... Ela era jovem e tinha o direito de ser feliz, de viver como qualquer outra criança. Deuses, ele só gostaria de entender porque tantas pessoas eram cruéis com ela. Não, melhor: ele queria que vissem quem ela realmente era: encantadora, esperta e corajosa.

Com um suspiro baixo, voltou-se para frente. Frederick limpava sua espada com um lenço. Assim que terminou, encaminhou-se para dentro do castelo, seguido por eles, e sentou-se em seu trono, seu semblante mostrando estar pensativo.

– Não podemos continuar correndo este perigo. – Atlas disse. – Coloquei meus melhores homens para investigar, enviamos cartas para os reinos vizinhos, fomos até os vilarejos, procuramos por alguma possível testemunha, tudo o que poderíamos fazer, mas não temos nem mesmo uma pista sobre o que poderia ter acontecido, a não ser...

– A não ser...? – Percy indagou ansioso.

Atlas hesitou. - O rastro de sangue.

Assim que ele o disse, algo se gelou em seu peito e Percy paralisou, como se o frio estivesse correndo pelo resto de seu corpo, congelando-o. Ele sentiu sua respiração presa e seus olhos esbugalharem-se.

– Percy... – Paul murmurou, percebendo a reação do filho ao que Atlas estivesse insinuando.

– Prossiga. – Frederick mandou.

– Não temos certeza de que o sangue seja mesmo de Annabeth – Atlas continuou –, mas considerando o fato de que ela foi levada para dentro da floresta, é possível. Nós seguimos o caminho a partir do ponto de onde ela foi levada, como nos foi informado, e pelo menos 10 km depois, encontramos fracas manchas de sangue, que no dia avaliamos com pelo menos uma semana e meia de exposição, aparentando ter sido derramado exatamente na mesma época de seu sequestro – ele respirou fundo.

– Por que não me informaram disso antes? – Frederick perguntou.

Atlas deu de ombros. – Não queríamos afirmar uma coisa sem ter certeza, primeiro procuraríamos por outras evidências de que tenha sido mesmo o sangue de Annabeth – a cada palavra dita por ele, Percy tinha mais vontade de vomitar. – Entretanto, até hoje essa continua sendo a única evidência que encontramos.

Frederick assentiu, seu cenho franzido de concentração, e pela primeira vez desde que começara as buscas, Percy sentiu que ele realmente estivesse se esforçando para tentar encontrar uma solução. Ele contava com isso.

– Vamos cancelar as buscas. – Frederick falou simplesmente.

– O quê?! – Percy praticamente gritou.

– Percy! – Paul repreendeu baixo.

– Você não pode cancelar as buscas... – ele continuou, o desespero presente em sua voz. – Annabeth... ela pode estar sendo torturada ou pior. Talvez... Talvez eles queiram algo em troca dela, dinheiro, joias ou até comida, quem sabe?

– Mas se quisessem algo em troca, teriam entrado em contato conosco, não acha? – Atlas perguntou.

Percy franziu a testa. Ele não tinha pensado nisso. Ele não estava pensando direito, tamanho era seu desespero. – Tem razão, mas não podemos simplesmente desistir. Não faz tanto tempo assim.

– Considerando que não tenhamos nenhuma pista, é um estado preocupante, Perseu. – Frederick disse. – Atlas tem razão sobre não poder continuar correndo o risco de perder outros oficiais desta maneira. Eles não foram as únicas vítimas de... Seja lá o que for que esteja habitando nesta floresta, você sabe disso – ele se levantara e se aproximava mais do garoto enquanto falava, sua voz não alta, mas alarmando claramente a seriedade do problema.

– E se Annabeth for uma dessas vítimas?

– Então creio que já sabemos o que aconteceu a ela. – Frederick respondeu e Percy se sentiu exatamente como minutos atrás, como se sua alma tivesse fugido de seu corpo.

Aquilo estava errado! Frederick estava completamente errado! Se ele sabia que havia algo na floresta matando as pessoas, ele deveria tomar alguma atitude em relação a isso, e não simplesmente sentar e esperar que a cidade inteira fosse devastada! Pelos deuses, Percy tinha uma vontade enorme de colocar as mãos ao redor do pescoço do Rei naquele momento e estrangulá-lo ali mesmo. Até Perseu, com apenas 18 anos, trabalharia melhor no lugar de Frederick, porque aquela era apenas uma entre as milhões de coisas erradas em Bridgeport.

– Um pensamento que nunca me ocorreu, a propósito – Frederick continuou e Percy deu um pulo de susto com aquilo, porque por um momento pareceu que Frederick lera seus pensamentos e estava respondendo a eles. – Minha filha foi levada para dentro da floresta, relataram. Os assassinatos estão ocorrendo exatamente lá... – nisso, ele voltara a sentar em seu trono, e Percy apenas estranhou o fato de Frederick ter falado “minha filha”. Ele nunca se relacionava à Annabeth dessa maneira. – Em todo esse tempo, vocês não encontraram nenhuma pista, exceto... Manchas de sangue.

O Rei engoliu em seco. Percy sentiu o ar no saguão pesar. Ele olhou ao redor e percebeu como as expressões dos homens ali ficaram abatidas.

– Senhores, se não se importam – Frederick se levantou, de repente parecendo 30 anos mais envelhecido. – Mas eu gostaria de me retirar para meus aposentos. Eu preciso... Eu preciso de um tempo sozinho.

– Sem problemas – responderam, exceto Percy.

Ele não podia acreditar. Ele sabia o que Frederick pensava. Sabia o que ele havia concluído, e Percy não podia acreditar naquilo, mas seria possível que, pela primeira vez em anos, Frederick desta vez sentira algo em relação à Annabeth? Sentira o peso que a falta dela causaria? Estaria ele finalmente percebendo o quanto sua filha era incrível? Bem, tarde demais para isso.

Ele olhou para seu pai e viu a tristeza estampada em seu rosto. E ele não queria aquilo. Não queria porque, eles não deveriam ficar e entrar em luto. Deveriam ser bravos e se empenharem, e terminarem de uma vez por todas com aquilo. Ele tinha certeza de que ela estava viva... em algum lugar...

Então Atlas, os oficiais, seu pai, todos eles se espalharam, e Percy ficou ali na sala do trono, com uma grande mistura de indignação, raiva, tristeza, desespero e mais fúria pesando em seus ombros. Então saiu dali. Subiu as escadas e, silencioso e com cuidado para não ser visto, adentrou no quarto de Annabeth.

A primeira coisa que ele sentiu foi o cheiro. O aroma doce e suave dela que dominava o quarto, chegou com apenas uma lufada e invadiu as narinas de Percy. A segunda coisa foi a imagem do quarto a sua frente, que lhe encheu de saudades. A decoração branca, azul clara e dourada, combinava completamente com ela. Ele se aproximou após fechar a porta, passando a mão suavemente pela madeira clara na mesa onde ela desenhava ou lia. Encostou o rosto em uma das quatro colunas da cama e aproximou o véu do rosto, cheirando.

Olhou a cama e lembrou-se de quando eles... Bem, de quando eles quase fizeram amor juntos. Tudo bem, nem perto do quase eles chegaram. Percy apenas de descontrolara por alguns minutos. Mas estavam juntos, e foi um momento bom. Ele só queria entender por que ela entrou em um pânico tão grande. Suspirou. Havia tantas coisas que ele queria entender sobre Annabeth, ao mesmo tempo em que já entendia bastante. Havia tanto que ela temia, e ele não a culpava.

– Por que iriam querer mata-la, meu anjo? – ele sussurrou.

E então, finalmente tudo veio à tona. Toda a frustração e o desespero que o enchia, toda a saudade e preocupação que sentira durante as semanas, e toda aquela tristeza, que simplesmente era demais, tudo pesava, e finalmente saía. Ele lentamente deixou seu corpo deslizar até o chão, enquanto fortes soluços irrompiam de seu peito.

Fazia muito tempo desde a última vez que Percy chorara. E não imaginava que, quando o fizesse novamente, seria por uma garota. Ele nunca amara uma antes. Claro, teve suas paixonites de criança, mas tirando isso, ele sempre teve uma certa admiração por Annabeth. Ela nunca parecia ser mais nova que ele, e eles estavam sempre um do lado do outro.

E agora, ela fora sequestrada. E estavam dando-a como morta. Ele simplesmente não podia lidar com isso, e as lágrimas desciam mais e mais. Percy agarrara a coberta sobre a cama, sentindo o cheiro dela, ainda forte e vívido ali, enquanto as lembranças lhe invadiam a mente. As risadas... as danças... os beijos... a cama... as memórias simplesmente não paravam, levando-o mais e mais para baixo, para o fundo da mente, até alcançar um nível em que não sabia de mais nada, não sentia nada, exceto a dor, que poderia nunca mais ver Annabeth novamente, abraça-la, beijá-la ou ouvi-la, e só conseguia pensar em como, oh, como ele queria ela ali novamente.

I wanna scream: Is this a dream? How could this happen… happen to me?
This isn’t fair, this nightmare, this kind of torture, I just can’t bare, I want you here
I want you here…


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Notas finais do capítulo

Era pra esse capítulo ter mais coisa, mas como só isso já deu mais de três mil palavras, decidi postar logo, já que faz muito tempo que não posto. Então as próximas coisas que eu planejava pra esse capítulo estão no próximo.
Uma nota sobre a música: simplesmente a letra toda tem a ver com o que o Percy está sentindo, recomendo vocês a irem ver a tradução. É linda aka triste.
Ah, eu mudei a capa, deem uma olhada lá e me digam o que acharam? Eu, particularmente, achei tudo a ver com a fic... ou com o que está por vir.
Acho que é isso. Espero que gostem. E QUE TOQUE O CORAÇÃO DE VOCÊS, MUAHUAHAHA tá.