Living Dead - EM HIATUS escrita por lolita


Capítulo 14
XIII - It Will Be Me


Notas iniciais do capítulo

It Will Be Me/Lembre de Mim - Irmão Urso 2
Olha eu aqui, postando depois de um século, como sempre, hehe. Enfim, espero que gostem do capítulo.



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"Oh, como o mundo parece tão injusto

Criando um amor que não pode ser compartilhado"

Percy olhou inquieto para a janela da sala de reuniões. Já escurecera e ele ainda estava ali em sua casa, preso. Quanto mais os homens a sua volta falavam, mais ele aumentava inconscientemente a velocidade com que sacudia a perna direita. Paul já notara a ansiedade de seu filho, considerando que Percy passara o dia inteiro tentando fugir.

Porém, seu pai o mantinha ocupado forçando-o a participar das várias reuniões do dia com homens importantes do reino, falando sobre coisas que Percy só se preocuparia depois que se casasse. Ele o entendia, sabia que seu pai só queria mantê-lo preparado, mas francamente, aquele não era um bom dia para isso.

O rapaz realmente tentou prestar atenção no que eles falavam, mas foi em vão, porque tudo o que ele conseguia pensar era em Annabeth, em como ele queria ter passado o dia inteiro com ela e, principalmente, na promessa que ele fez de que iria visita-la no seu aniversário. Agora o dia já estava no seu fim e ele ainda não cumprira sua promessa.

Percy se perguntou por que sua família nem se deu ao trabalho de ao menos mandar um presente e uma carta para Annabeth. Eles sabiam que dia era aquele e Percy sabia que ela era especial para, não só ele, mas também para Paul e Sally. Todos os anos, eles iam visitá-la e sua mãe sempre fazia questão de ela mesma preparar alguns agrados. Ou então ele e Sally viajavam com a mãe e as irmãs de Annabeth, enfim. Eles sempre faziam alguma coisa. Naquele ano, porém, fora diferente. Justo o dia mais esperado dela.

Para piorar tudo, Percy estava com a terrível sensação de que algo estava acontecendo e que ele deveria estar lá. Ele odiaria se acontecesse mais uma das brigas entre Frederick e Annabeth justo naquele dia. Ele odiaria vê-la triste novamente. Annabeth viveu sua vida inteira em depressão, até as últimas semanas. Percy e Rachel conseguiam conceder-lhe raros momentos de felicidade antes, mas ultimamente, ela estava bem melhor. Pelo menos era o que parecia a ele. Ele a via sorrir com mais frequência, mais cor em seu rosto e um brilho real em seus incríveis olhos cinza. Tirando a noite inoportuna do Festival, até parecia que ela nunca fora a garota fechada e constantemente amargurada de alguns meses atrás. E Percy não iria deixa-la voltar para o fundo do poço novamente.

Suspirou pelo menos pela milésima vez naquele dia e olhou para seu pai, pidão. Paul suspirou baixo em resposta.

– Senhores – ele disse mais alto. – Acho que podemos dar uma pausa agora. Minhas criadas já devem ter finalizado o preparo do jantar.

Os homens assentiram satisfeitos e todos se levantaram. Percy soltou um “graças aos deuses”, baixo o suficiente para que ninguém ouvisse. Entretanto, antes de sair da sala, seu pai o chamou.

– Sim? – Percy falou se virando.

– Pode vir até aqui, por favor? – Paul falou.

Percy respirou fundo e fez o que ele pediu.

– Por que está tão inquieto? – ele questionou.

Percy pensou em blefar e dizer que estava apenas entediado quando Paul o atacou com uma pergunta.

– É Annabeth?

Percy o olhou assustado e reconsiderou a ideia de blefar, mas ele realmente não queria, e seu pai perceberia ser mentira de qualquer forma.

– Sim – encolheu os ombros. – Hoje é o aniversário dela, pai.

– Filho – Paul começou, organizando os papéis. – Entendo que ela seja, hum, especial pra você – Percy corou –, mas você tem que entender que isso não pode atrapalhá-lo com suas responsabilidades.

– Pai, não é isso. O senhor sabe que normalmente eu não tenho problemas com isso, mas hoje é o aniversário dela. Eu preciso estar lá com Annabeth, ela esperava esse dia há tempos.

– Não pense que nos esquecemos disso, sua mãe e eu sabemos como ela estava esperando pelo seu aniversário.

– Então por que...

– Eu tenho minhas responsabilidades, Perseu. E infelizmente, elas precisam vir na frente às vezes. Aproveitei o fato de hoje as reuniões serem sobre assuntos que normalmente interessam a você para incluí-lo. Espero que tenha prestado atenção, porque eram realmente importantes para o seu futuro e o do reino.

– Claro, claro. – Percy disse.

– Amanhã nós vamos para o castelo de Frederick. Cedo. Eu prometo.

Percy assentiu infeliz.

– Agora vamos jantar. Você deve estar faminto, porque eu estou. – Paul disse e saiu da sala.

Ele deveria ter seguido seu pai, então o obedeceria, prestaria atenção no resto da reunião e esperaria calmamente o dia seguinte chegar para ver sua garota. Mas se tem uma coisa que Percy não gosta de fazer, é não cumprir suas promessas.

Andou silenciosamente até os estábulos nos fundos do jardim, fazendo o máximo para não ser notado por ninguém. Chegando lá, encontrou quem queria. Grover estava deitado em um monte de palha, com um braço abaixo da cabeça, os olhos fechados e mastigando um fio de palha.

– Hey, Grover! – Percy o sacudiu, assustando-o.

Grover Underwood era um rapaz de pele morena e cabelo preto. Seus pais eram os criados mais antigos da família, e ele nascera ali, na casa dos empregados. Tinha a mesma idade de Percy então, ao longo dos anos, os dois acabaram desenvolvendo uma amizade grande e duradoura. Ele era bobão e desajeitado, o que o tornava engraçado, mas também era um grande companheiro.

– Percy! – ele exclamou. – Há quanto tempo não o vejo por aqui, hum?

– É verdade – Percy dá de ombros. – Ando meio ocupado com... Algumas coisas.

– Aham – a cara que Grover fez indicava que ele sabia muito bem que tipo de coisa Percy andava ocupado. – Sei.

Tentou conter a vergonha e foi direto ao assunto.

– Escute, preciso de sua ajuda...

– Hoje não é o aniversário de Annabeth? – Grover questionou.

– Sim, e é exatamente sobre isso que vim falar – Percy sentou-se ao lado dele. – Há alguns dias eu prometi a ela que iria estar lá hoje. Já estamos quase no final do dia e ainda não fiquei livre para cumprir com minha promessa. E Grover, eu estou com uma má impressão... parece ser realmente sério, eu preciso estar lá.

Grover instantaneamente ficou sério. – Bem, então o que está esperando? Vá até lá.

– Esse que é o problema. Estou tentando ir desde cedo, mas meu pai me manteve ocupado o dia inteiro e daqui a pouco terei que voltar para a reunião novamente. Vou precisar sair sem ele saber, e é aí que você entra.

– Quer que eu encubra sua saída. – a pergunta dele acabou saindo como uma afirmação.

– Também. Ele virá me procurar e você vai precisar inventar alguma história. Mas, por favor, algo convincente. – Percy pediu.

– Tudo bem, vou pensar em alguma coisa. – Grover assentiu.

– Obrigado – ele disse. – Estarei de volta o mais rápido possível para não metê-lo em problemas.

E assim Grover rapidamente preparou Blackjack para a breve viajem. Percy o montou e trilhou um caminho pelos fundos do estábulo, por entre plantas altas e fechadas, dando a volta no lote inteiro, tudo para não ser visto. Mais tarde descobririam que ele fugiu de qualquer maneira, mas quanto mais demorassem a perceber, melhor.

Correu o mais rápido que pôde – coisa que não era tão difícil, considerando o fato de que Blackjack poderia ser bastante rápido. Quanto mais se aproximava do castelo de Frederick, mais agoniado ficava, seu estômago mais inquieto e seu corpo tremia vez ou outra.

Aquilo não era bom. Não, não.

Finalmente conseguiu avistar a silhueta do castelo contra o céu negro e suspirou aliviado. Mais alguns poucos quilômetros e logo chegou ao portão da frente, onde dois guardas estavam; o portão encontrava-se aberto, então quando eles o reconheceram, apenas o deixaram passar. Percy atravessou o caminho de pedras até que encontrou vários cavalos marrons e um aglomerado de pessoas, a maioria sendo guardas. Prendeu a respiração.

– O que houve? – ele foi logo se adiantando enquanto descia do cavalo.

– Per... Per... – ele avistou Rachel em meio à bagunça, tentando falar seu nome entre soluços. Ela aproximou-se dele e colocou as mãos sobre seus ombros.

– Hey, por que está chorando? – perguntou. Olhou ao redor procurando Annabeth. – O que está acontecendo? Onde está Annabeth?

Quando ele falou o nome dela, Rachel colocou uma mão sobre a boca e começou a chorar convulsivamente. Sentiu um frio na espinha.

– Rachel... – ele duvidava de que ela conseguiria responder alguma coisa, então procurou por Elizabeth, e a encontrou sentada em um canto acariciando as costas de Silena que chorava em seu ombro. Apesar disso, a rainha parecia estar em um tipo de choque, os olhos vidrados olhando para o nada e as mãos movendo-se automaticamente.

– Rainha Elizabeth – ele a chamou enquanto se aproximava. Agachou-se em frente a ela, mas mesmo assim seus olhos não entraram em foco. – Não, não...

– Alguém, por favor, quer me explicar o que está acontecendo? – gritou.

Rachel tentava lhe falar alguma coisa, mas ela estava descontrolada demais para conseguir. Seria cômico se não fosse trágico.

– Percy... – Silena falou baixinho e ele virou-se para olha-la. – Annabeth... Nós estávamos voltando da nossa casa de praia e no caminho fomos parados. Um grupo de homens nos tirou de dentro da carruagem... Não fizeram nada com a gente, nem levaram nada, mas Annabeth... Um deles bateu nela... - sua frase foi interrompida por soluços. – E a levaram, Percy. Eles a levaram.

Percy preferia escutar que eles a bateram e a largaram lá. Preferia escutar que Frederick e Annabeth discutiram mais uma vez. Ou até mesmo que ele chegou a bater nela outra vez, coisa que aconteceu há alguns anos atrás. Tudo menos isso, porque a partir do momento em que ela fora levada por vários homens, eles poderiam fazer qualquer coisa com ela, e ele não queria nem imaginar o que. Era quase como lhe dizer que eles a mataram, a única coisa pior do que terem lhe sequestrado; mas o problema é que a morte era uma das várias possibilidades do que poderia lhe acontecer dali em diante.

Sua respiração ficou rápida. Ele estava paralisado como se tivesse sido congelado, e por um momento entendeu como Elizabeth estava se sentindo. Será que, assim como ele, ela estava perdida e horrorizada em meio aos pensamentos de inúmeras coisas que poderia acontecer com Annabeth?

– Você! – Rachel gritou apontando para sua mãe, que levantou a cabeça lentamente, com se se lembrasse de onde estava. – Você sabia, não sabia? Você poderia ter feito alguma coisa... poderia ter nos ajudado a evitá-los... mas você apenas ficou parada!

– Rachel... – Percy tentou acalmá-la.

– Filha, eu não poderia fazer nada... – Elizabeth falou baixo.

– Não! Você sabia o que estava acontecendo, eu ouvi você dizendo para Annabeth para perdoá-la... – ela começou a andar em direção à rainha, completamente histérica. – Mas você não fez nada!

Ela continuou gritando mais coisas e indo em direção à Elizabeth, mas Percy colocou um braço em sua barriga impedindo-a de se aproximar de sua mãe, pois não sabia o que ela poderia fazer. Seja lá o que estivesse falando, ela não poderia simplesmente atacar sua própria mãe.

– Rachel, acalme-se! – Percy sussurrou para ela, que se debateu em seus braços. Ele agarrou seus cotovelos e a fez se virar para ele. – Rachel! Para!

Finalmente ela pareceu se dar conta do que estava fazendo, então apenas soluçou e encostou a cabeça em seu ombro.

– Me desculpe Percy... – ela balbuciou. – Me desculpe.

– Está tudo bem – ele acariciou seus cabelos. – Vai ficar tudo bem. Faz muito tempo que vocês chegaram?

– Não, não faz tanto tempo, foi agora a pouco, na verdade.

– E vocês já explicaram o que aconteceu para os guardas de seu pai? – perguntou e Rachel assentiu.

– Então o que estão fazendo aqui parados? – Percy gritou se virando para os guardas que estavam ali. – Vão! Uma das filhas do Rei foi sequestrada e vocês estão aqui parados? Achem-na antes que algo pior aconteça!

– Sr. Jackson! – um deles falou. – O senhor não tem autoridade para nos ordenar um mandato de busca. O Rei Frederick já foi avisado do acontecimento e é ele quem enviará os devidos guardas para procurar pela... por aquela garota.

O rosto de Percy ficou vermelho com o tom de esnobismo daquele estúpido guarda. Por um momento, havia esquecido de que Annabeth tinha seus não admiradores, e também suspeitava de que Frederick já tivesse tomado alguma atitude em relação a seu desaparecimento.

– E o que vossa Majestade ordenou a vocês? – ele perguntou entre dentes, com os olhos fechados.

– Ele ordenou que ficássemos e cuidássemos para que Elizabeth e suas filhas se acalmassem.

Percy abriu os olhos, mas manteve o queixo travado. Ele não acreditava, não conseguia acreditar naquilo. Sabia que Frederick não apresentava muita preocupação para com Annabeth, mas isso? Ela fora sequestrada, sua esposa e filhas estavam ali desesperadas e ele ordenou que eles apenas ficassem ali?! Não era possível que ele tivesse tão pouca sensibilidade.

Adentrou no castelo com passos firmes enquanto tentava conter sua raiva. Ele deveria se acalmar se não quisesse causar um problema maior, entretanto, sua indignação era tão grande, que duvidava de que conseguiria manter-se completamente pacífico.

Encontrou a porta que levava ao escritório de Frederick e entrou sem bater, sem parar pra pensar que esta não era uma boa ideia. O rei estava encostado confortavelmente em sua cadeira atrás da mesa, até levar um susto com a entrada repentina de Percy.

– Frederick! – Percy limpou a garganta. – Rei Frederick.

O homem se levantou de seu assento.

– Como ousas entrar aqui sem permissão, Perseu Jackson?

– Eu... eu apenas... – Percy colocou dois dedos em seu dorso nasal, frustrado. Decidiu deixar as condescendências de lado e foi direto ao assunto. – O Senhor já está sabendo o que aconteceu à Annabeth, não está?

– Sim. – ele assentiu com a expressão impassível.

Percy sacudiu a cabeça.

– Rachel e Silena estão desesperadas. Sua esposa está em choque. O senhor tomou alguma providência?

Frederick caminhou lentamente até a frente de sua mesa.

– Jackson, é impressão minha ou veio até aqui me cobrar alguma coisa?

Percy poderia simplesmente dizer que não, mas ele estava cansado daquilo. Estava cansado de mostrar tanto respeito a alguém que ele não admirava. Mas algo lhe avisava que ele deveria manter um pé atrás e não ser completamente impertinente.

– Talvez – respondeu. – Eu preciso saber o que o senhor planeja. Dessa vez, Annabeth não desapareceu simplesmente, ela foi sequestrada, e existem inúmeras coisas que podem acontecer a ela...

– Eu já sei muito bem de tudo isso, Perseu. Não preciso que fique me alertando. – Frederick cuspiu.

– Eu só quero que sejam rápidos! Você pode nunca ter se importado com Annabeth, mas não pode simplesmente ficar parado dessa vez.

– Perdão? – Frederick perguntou com uma sobrancelha arqueada. Percy se repreendeu internamente por ter se descontrolado. Respirou fundo e tentou parecer natural.

– Desculpe, é só que – ele deu de ombros –, o senhor nunca foi muito próximo a Annabeth e isto não é segredo para ninguém. Mas peço humildemente que, diferente do que fez naquela noite em que ela desapareceu, dessa vez tente encontrá-la, porque o senhor pode não se importar com ela, mas existem muitos que se importam.

– E o que foi que eu fiz naquela noite em que ela desapareceu? – Frederick perguntou e tudo o que Percy queria dizer era “deixe de ser cínico, seu velho!”, mas se controlou.

– Nada – respondeu. – O senhor não fez nada.

Frederick soltou uma risada baixa, mas que não transmitia nada realmente engraçado.

– Cuidado, rapaz. Você vem aqui e entra assim sem aviso e ainda tem a audácia de me cobrar esforços para encontrar Annabeth, mas não sabe o tanto de decepções que já tive com ela.

– Pelo contrário, majestade – Percy interrompeu –, a maior parte das minhas lembranças de vida é aqui em seu castelo, acompanhei a vida de Annabeth de perto e sei que ela sempre foi uma pessoa incrível, portanto, a única coisa sobre ela que sei ter sido capaz de lhe decepcionar tanto assim é o fato de ela ter nascido... mulher.

Frederick semicerrou os olhos.

– Se acha que ela vale tanto a pena assim, Perseu, então por que você mesmo não vai atrás dela?

Percy levantou as sobrancelhas.

– Já que a defende tanto, por que ainda está aqui? – Frederick continuou. – Não faz mais sentido ela ser encontrada por uma pessoa que realmente se importe com ela? Como... Como aqueles contos de fadas tolos que Annabeth acreditava, dessa vez seu sonho será realizado: ser resgatada por um jovem herói em seu corcel.

Percy molhou os lábios. – E-eu sou capaz de ir se me der permissão.

– Ah, mas é claro que dou minha permissão, é o que você quer, não é?

O jovem assentiu.

– Mas você terá que ir sozinho. – Frederick disse e Percy viu humor em seus olhos. – Afinal, todo herói salva sua princesa sozinho.

Percy achava tudo aquilo muito estranho, mas ele iria sim procurar por Annabeth já que era o que ele deveria fazer para salvá-la. Começou a pensar em como ele deveria ir falar com Silena para saber o lugar exato em que elas foram atacadas, então ele deveria ir até lá e seguir os rastros. Continuou criando planos sobre isso até que foi interrompido pela risada estrondosa de Frederick.

– Você acha mesmo que iria atrás dela? – o rei perguntou rindo mais.

– Bem, sim, eu... eu sei o que eu teria que fazer!

– Você acha que sabe o que deveria fazer! Você acha que seria capaz de realmente encontrar os capangas que levaram a garota. Você veio aqui cheio de autoridade e pensando que era o dono da razão, cobrando meu dever de enviar um mandato de busca atrás de Annabeth, mas como eu disse, não sabes de nada, porque mesmo com minhas inúmeras decepções para com ela, eu vou fazê-lo.

Percy suspirou aliviado e assentiu com a cabeça. – Um dos guardas lá fora disse que você ordenou que eles apenas ficassem aqui e cuidassem de Elizabeth, por isso achei que...

Eles vão ficar aqui porque este é o dever deles. Aqueles especializados nesse tipo de busca serão enviados para procurá-la. Na verdade, eu estava aqui justamente falando com o nosso General para enviar os devidos guardas.

Ele apontou seu braço para Atlas que estava no canto da sala e Percy o olhou surpreso, pois em todo esse tempo, ele não o vira ali.

– Perseu – seu tio o cumprimentou com a cabeça e Percy fez o mesmo. – Espero que não continue preocupado, em breve estarei enviando buscadores para encontrar Annabeth.

– Bem, se é assim – o rapaz suspirou novamente –, isso é tudo o que eu tinha para falar.

– Perseu, deixe-me lhe dizer uma coisa – Frederick disse aproximando-se e ele engoliu em seco. – Eu sempre respeitei seu pai, e você sempre foi um jovem admirável, no entanto, percebi hoje que você costuma achar que sabe de muitas coisas, então eu repito: cuidado. Annabeth é a última pessoa que você deveria se importar, mas já que é assim, apenas não seja impertinente e mantenha-se longe de assuntos que não convenham a você.

Percy travou o maxilar e pensou em simplesmente ser submisso, mas ele não era assim, Percy era exatamente aquilo que Frederick queria que ele não fosse: impertinente.

– Pelo contrário. Se tem uma coisa que eu sei é de que ainda tenho muito o que aprender, e que já é tarde demais pra eu não me importar com Annabeth, então, embora eu não costume ser intrometido, todo assunto que inclua ela interessa à mim.

Sentiu um calafrio na espinha e pensou que aquela talvez não tenha sido uma boa ideia, mas agora não adiantava mais. Limpou a garganta.

– Se não se importa, me retirarei agora. – Percy disse se virando.

– Como quiser – Frederick respondeu cruzando os braços.

~~~~

– O garoto tem garra. – Atlas comentou depois que Perseu se retirou do escritório. Frederick apenas deu de ombros enquanto voltava para seu assento.

– Se ele soubesse...

– É – concordou Atlas. – Acha que ele poderá causar problemas se descobrir que ninguém irá procurar pela garota?

– E quem se importa? Annabeth está morta de qualquer forma, e agora que ela está fora de nosso caminho, tudo o que ele poderá fazer será escolher sua noiva e depois terei o que quero.

– O que nós queremos. – Atlas corrigiu sorrindo. – Agora ele não tem mais escolha, na verdade. Tudo o que ele tem é minha Calipso, sempre soube que eles ficariam juntos.

– Ah, pare com toda essa baboseira, seu velho! – Frederick riu. – Está parecendo uma garotinha lendo um conto de fadas!

Ambos riram, satisfeitos por seus planos darem certo.

– Bem, eu devo ir agora. – Atlas falou e ambos se despediram.

Frederick recostou em sua cadeira e balançou a cabeça. Se Atlas soubesse... O rei pensou. Perseu pode ter sido o impertinente e ignorante que foi, mas ele não causaria problemas. Frederick ainda tinha mais um plano.

Agora que Annabeth se fora, suas maldições se foram também, e homens voltariam a nascer nesta maldita família. Frederick poderia simplesmente tomar sua esposa Elizabeth para si, mas já era tarde demais para gerar uma criança. Ele já possuía duas lindas filhas adultas, tudo o que podia fazer era esperar que uma delas concebesse um herdeiro.

Mas veja bem, Frederick é bem exigente no que se diz seu reinado. Ele havia planejado detalhadamente quais sangues correriam nas veias de seu futuro neto, e ele não queria que fosse de qualquer homem que suas filhas gostassem. Atlas estava certo em um ponto: sem Annabeth no caminho, Perseu só teria Calipso a escolher, já que era entre estas duas que sua família estava em dúvida. Calipso poderia ser a moça bonita de boa classe social que for, mas quem era ela perto de Rachel ou Silena Chase?

Isso mesmo, ninguém. Frederick era bem exigente, e ele não queria que suas filhas escolhessem qualquer um como marido. Luke Castellan se fora, para seu azar. Mas isso não o impedia de escolher o homem certo para elas. Ou melhor, para sua filha favorita. O pai perfeito, a filha perfeita, o sangue perfeito para correr nas veias da futura criança.

Frederick queria que essa criança fosse de ninguém mais, ninguém menos do que de Rachel e Perseu.

E agora, tudo o que precisava fazer, era tirar Calipso do caminho.

"Não há montanha que eu não possa escalar

Por você eu nadaria através dos rios do tempo."


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Notas finais do capítulo

Frederick não cansa de ser mal, né minha gente. Esse velho ambicioso! u.u
Enfim, quero que saibam que, mesmo que eu demore muito pra postar capítulo novo, eu nunca vou abandonar Living Dead, ok? Porque de todas as zilhões de ideias pra fics que tenho, essa é a melhor de todas/que mais gosto. Ainda não revisei o capítulo porque acabei de escrever ele e estou com muito sono, amanhã/hoje eu faço isso. Então, por enquanto é só, pessoal. Beijos e até o próximo capítulo :*
Ah, e reviews são legais, blz?